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Eduardo Cunha pretende construir shopping de R$ 1 bilhão na Câmara

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eduardo cunha shopping
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) aprova projeto para construir shopping no Congresso (Imagem: Agência Estado/André Dusesk)

Depois de um debate acirrado, o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) conseguiu na noite desta quarta (20) aprovar a autorização para que a Câmara realize a chamada “PPP do Shopping”.

A proposta foi aprovada por meio de uma emenda à MP 668, do ajuste fiscal, que eleva alíquotas da PIS/Cofins em operações de importação e exportação, o que causou indignação entre deputados. Ao todo, 273 parlamentares votaram a favor da proposta, e 183 foram contrários. Sete se abstiveram.

PT, PSDB, PCdoB e PSOL votaram contra. “Uma megalomania típica de quem se acha dono do Parlamento brasileiro, e que legisla de costas para o povo e de mãos dadas com os financiadores privados de campanha, que agora serão sócios na construção do Shopping Center em plena Câmara dos Deputados. É o fim da picada! O povo deve repudiar este abuso”, afirmou o deputado federal Ivan Valente (PSOL).

R$ 1 Bilhão

Avaliado em R$ 1 bilhão, o novo complexo, que abrigará o shopping, inclui uma reforma no anexo IV e a construção de outros três prédios. Em vez de 432 gabinetes, o atual anexo IV passará a abrigar 264.

As salas serão mais confortáveis, o tamanho passará da média de 40 m² para 60 m². Além dos gabinetes, serão construídos auditórios, um deles com capacidade para 700 pessoas, e uma área comercial. A intenção é dar mais conforto a parlamentares e servidores.

Patrimônio da Humanidade de Brasília ameaçado

A construção do shopping proposto por Eduardo Cunha ameaça tirar Brasília da lista das cidades que são consideradas Patrimônio Cultural da Humanidade.

O título obtido por Brasília junto à Unesco, entidade da ONU responsável pela honraria, foi dado há 27 anos e é considerado o mais importante da capital projetada por Lucio Costa e sua equipe de arquitetos a partir de 1957.

com agências

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Senado também aprova shopping de Eduardo Cunha que custará R$ 1 bilhão

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senado shopping eduardo cunha
Senado aprovou ‘parlashopping’ de Eduardo Cunha pro votação simbólica (Ag Câmara)

O senador Jader Barbalho (PMDB-PA) fez um duro discurso contra o presidente da Câmara, seu colega de partido, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por defender a construção de um centro comercial na Casa – o que já foi apelidado de “parlashopping”. O ex-presidente do Senado, que renunciou ao mandato em 2000 em meio a uma série de denúncias, afirmou que a criação de um conglomerado de lojas e empresas na Câmara depõe contra a classe política. E disse mais: abre espaço para a criação de um motel no Parlamento.

“Só vai faltar qualquer dia desses, senhor presidente – desculpem-me particularmente as senadoras –, nós recebermos aqui uma medida provisória que acrescenta a construção de um motel. É um absurdo isso!”, vociferou Jader, com a devida deferência ao público feminino que o ouvia.

A reclamação de Jader e da quase totalidade dos senadores em plenário era contra a emenda enxertada e aprovada na Câmara – patrocinada por Cunha, tentando cumprir uma de suas promessas de campanha – como parte da Medida Provisória 668/2014, a terceira proposição do ajuste fiscal executado pelo governo. A MP, que altera a lei de aumento de alíquotas da contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação, com o objetivo de aumentar a arrecadação do governo, também foi aprovada nesta quinta-feira (28) pelos senadores, sob a promessa de que a presidenta Dilma Rousseff vetará o “contrabando”, uma das alcunhas do procedimento.

Segundo o governo, a MP 668/2014 protegerá a indústria nacional. A estimativa da equipe econômica é de que a medida promoverá um aumento na arrecadação anual com importações na ordem de R$ 1,19 bilhão a partir de 2016. Só neste ano, o impacto seria de R$ 694 milhões.

A despeito do mérito da matéria, a ideia do parlashopping pegou muito mal. Depois de ouvir reclamações dos colegas, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), informou que estuda com a Secretaria-Geral da Mesa uma forma de separar das medidas provisórias assuntos estranhos inseridos no texto original, durante a tramitação em comissões especiais, que preparam essas matérias para os plenários das duas Casas. Os chamados ‘jabutis’ que, por ventura, vierem a ser aprovados na Câmara, passariam a tramitar de forma separada, por meio de projeto de lei.

“Depois de tramitar pela Câmara, ele volta ao Senado com 27 artigos! Aqui está o parlashopping, porque, com a aprovação dessa medida provisória, se possibilitará a realização de parcerias público-privadas também no âmbito do Poder Legislativo – o que era uma faculdade, até então, exclusiva do Poder Executivo. E aquela Câmara dos Deputados – que já é, de muito tempo, um balcão de negócios pela prática do governo do PT – vai se transformar agora num mercado persa. Vão assumir de vez e construir um mercado persa na concretude do balcão de negócios em que, infelizmente, tem se convertido a base de apoio do governo do PT na Câmara”, atacou o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima, passando a mencionar alguns enxertos na MP.

Congresso em Foco

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Mais ameaças no ar

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pmdb congresso eduardo cunha ameaça

André Falcão*

Um dos maiores defeitos de nossa democracia, ocidental-capitalista, é que as eleições são ditadas pelo poder econômico, via financiamento empresarial de campanha.

De um lado, o que mais recebe realiza a campanha eleitoral mais vistosa; de outro, os eleitos são inexoravelmente cobrados pelas empresas financiadoras, das mais diversas e sub-reptícias formas. Isto para não falar do caixa dois de campanha, pelo que, aliás, já foi pego o PT – alvo principal e quase único da gana justiceira, com ou sem culpa no cartório – e o PSDB – escandalosamente impune, a despeito de que os crimes que lhe são imputados terem ocorrido anteriormente àqueles atribuídos ao PT e espetaculosamente noticiados, seguidos de televisivo julgamento durante meses a fio.

O financiamento empresarial de campanha, portanto, somente atende ao poder econômico e à corrupção, sendo desta sua maior semente e seu mais nutritivo adubo. Ou você é ingênuo para acreditar que uma grande empreiteira que invista milhões de reais numa candidatura não vá apresentar a conta depois?

Outrossim, não é razoável que alguém que se diga horrorizado com a corrupção possa ser contrário ao financiamento público de campanha – salvo se sua irresignação não passe de mais um arroubo de hipocrisia deslavada. Pois, não se vê brotar do seio das classes média e alta deste País, elas que saem às ruas para apontar corrupção nos outros, uma só manifestação pelo fim do financiamento empresarial de campanha. É a hipocrisia ultrapassando os limites do crível.

Leia aqui todos os textos de André Falcão

O financiamento público de campanha, pois, um dos pilares da reforma política tão desejada e relevante para o País, sofre sérios riscos de naufragar, não sendo aprovada, ou o sendo em retalhos, obra de um dos piores Congressos da história do Brasil.

Par e passo, vimos nos deparando com cínica tentativa de implementar-se no País a terceirização ampla, geral e irrestrita, retrocesso há algum tempo inacreditável que pudéssemos vir a sofrer. A terceirização de atividade-fim, na verdade, também não é boa para o capital, entenda-se, o empresariado, inobstante muitos de seus membros, de visão curtíssima, assim não a compreendam; mas é inexoravelmente danosa para o trabalhador brasileiro.

Essas são algumas das sérias ameaças em vias de concretizar-se. O inimigo público número um, comandante dessa onda perniciosa, tem nome: Eduardo Cunha. Acorda, povo brasileiro! Acorda, antes que seja tarde. Eu disse: povo!

*André Falcão é advogado e autor do Blog do André Falcão. Escreve semanalmente para Pragmatismo Político

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A Revolução Brasileira

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Nicolas Chernavsky*

Desde que o PT passou a encabeçar o governo federal, em 2003, as transformações da pirâmide social estão sendo tão rápidas e significativas que impressionam a olhos vistos: as classes D e E, às quais pertenciam cerca de 60% d@s brasileir@s em 2003, foram reduzidas a cerca de 25% em 2014. Se esse processo continuar, é possível que nas décadas em que o PT encabeçou o governo federal a porcentagem de pobres no Brasil seja reduzida a níveis bem pequenos, quase residuais. Se isso acontecer, não estaremos frente a um fenômeno histórico em termos globais que poderá ser conhecido como a “Revolução Brasileira”? Afinal, não é todo dia que um país com a população do Brasil consegue tamanho resultado em tão pouco tempo. Mesmo a redução da pobreza da China e da Índia das últimas décadas não ocorreu na velocidade que vem ocorrendo no Brasil desde 2003.

O termo “Revolução”, historicamente, não é usado somente para revoluções de países, mas também para fenômenos mais amplos no espaço e no tempo, como por exemplo em relação à Revolução Industrial. Quanto aos países, muitas vezes também não é usado o nome do país na designação da revolução, apesar de referir-se a um país, como na Revolução dos Cravos (Portugal) e na Revolução Gloriosa (Reino Unido). Esses exemplos também mostram que a palavra “Revolução”, em política, não é uma exclusividade das revoluções de inspiração soviética do século XX. Além disso, as revoluções, mesmo as que se referem a países, não precisam ocorrer em um curto período de tempo, como em um determinado ano. A Revolução Francesa, por exemplo, considera-se que durou cerca de dez anos, de 1789 a 1799.

Claro que a Revolução Brasileira, como fenômeno histórico, ainda precisa de uma sequência de vitórias eleitorais presidenciais progressistas para se consolidar, especialmente em 2018 e 2022. Como existem chances reais do progressismo vencer essas eleições presidenciais no Brasil, podemos ter esperança de que o Brasil complete esse ciclo revolucionário, deixando de ser um país pobre e passando a ser um país de classe média. As consequências globais da Revolução Brasileira seriam extraordinárias, especialmente na África, onde a possibilidade do fim da fome e da miséria, com democracia, teria o exemplo do Brasil para inspirar sua população.

Leia aqui todos os textos de Nicolas Chernavsky

Mas é bom lembrar que estamos no meio do caminho. Sempre que passo perto de algum bairro com casas precárias, fico observando se não há mais casas com paredes rebocadas do que alguns anos atrás. Fico observando se não há mais casas com as paredes pintadas do que alguns anos atrás. Digo isso porque acredito que estamos no meio de uma revolução, por mais que não percebamos – o que é comum, por sinal – e que essa revolução está em nossas mãos. Não vamos desanimar, vamos resistir à onda conservadora e preparar a volta por cima progressista, porque essa é a hora do Brasil. É a nossa revolução.

*Nicolas Chernavsky é jornalista formado pela Universidade de São Paulo (USP), editor do CulturaPolítica.info e colaborador do Pragmatismo Político

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Jair Bolsonaro aprova 1ª emenda em 25 anos de legislatura

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Bolsonaro aprova projeto deputado
Com 25 anos de Congresso, Bolsonaro consegue aprovar 1ª emenda (Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados)

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (16), por 433 votos a favor e 7 contra, uma emenda à proposta de reforma política que prevê que as urnas eletrônicas passem a emitir um “recibo” para que os votos nas eleições possam ser conferidos pelos eleitores.

O texto aprovado também inclui na Constituição regras de fidelidade partidária e muda a norma para a apresentação de projeto de iniciativa popular.

Pelo texto, a urna imprimirá um registro do voto, que deverá ser checado pelo eleitor. Só após esta checagem que será concluído o processo eletrônico de votação. Depois, o recibo será depositado automaticamente em local lacrado e ficará em poder da Justiça Eleitoral. O eleitor não poderá levar o documento para casa. O recibo também não deverá ter a identificação do eleitor.

A emenda é de autoria do polêmico deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ). É a primeira vez, em 25 anos ininterruptos de legislatura, que o parlamentar consegue aprovar uma proposta no Congresso Nacional. Questionado sobre a aparente baixa produtividade, Bolsonaro afirma que sofre ‘discriminação’ por ser um ‘homem de direita’.

“Sou completamente discriminado porque eu sou um homem de direita. Alguns projetos eu dou para outro deputado apresentar porque, se pintar meu nome, não vai para frente”, afirmou o deputado, sem informar quais foram esses projetos.

Ainda afirmando ser alvo de perseguição, Bolsonaro diz que é “muito mais da defesa aqui do que do ataque” e garante que disputará a Presidência da República da 2018.

O texto aprovado em primeira instância que prevê a emissão de um recibo nas urnas eletrônicas ainda precisa passar novamente pela Câmara e depois pelo Senado para ser promulgado.

com informações de aBr e BBC

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A profecia de Brizola sobre o aparelhamento do estado pelos evangélicos

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Brizola eduardo cunha
Leonel Brizola e Eduardo Cunha (Pragmatismo Político)

Kiko Nogueira, DCM

Bem que Brizola avisou.

Em dezembro de 1998, ele e Anthony Garotinho, então governador do Rio, tiveram uma briga em torno da escolha do secretariado.

Dizia uma matéria da Folha: “Brizola não aceita a indicação do ex-presidente da seção fluminense da Ordem dos Advogados do Brasil Sérgio Zveiter para secretário de Justiça, nem a de Eduardo Cunha, presidente da Telerj no governo Collor (90-92), para a Habitação.”

A questão envolvendo Cunha era, para começar, o desconforto pelo fato de ele ter sido presidente da Telerj por obra de Fernando Collor.

Cunha era uma indicação de um deputado federal evangélico chamado Francisco Silva, que apoiou Garotinho na campanha. Dono da rádio Melodia, do Rio, Silva fez fortuna produzindo o inesquecível Atalaia Jurubeba, beberagem para o fígado.

Foi ele quem levou Cunha para os cultos da igreja Sara Nossa Terra há 20 anos, introduzindo-o no pentecostalismo (hoje o presidente da Câmara é membro da Assembleia de Deus em Madureira, maior e mais influente). EC ainda faz inserções diárias na Melodia, encerradas com o bordão “afinal de contas, o povo merece respeito” (rs).

De volta: em 2000, o aparelhamento evangélico no Rio de Janeiro chamou a atenção de Brizola. “O governo tem de ser mais discreto, está vivendo um protestantismo exagerado”, declarou.

Brizola estava incomodado com a Cehab, comandada por Cunha, dona de um dos maiores orçamentos do governo fluminense. Organizou um abaixo assinado pedindo o afastamento de Eduardo Cunha “devido à má-gestão e também aos seus antecedentes”, de acordo com outra reportagem da Folha de S.Paulo.

Seu descontentamento incluía o subsecretário do Gabinete Civil, uma figura chamada Everaldo Dias Ferreira — que viria a se transformar no Pastor Everaldo, aquele que formou com Aécio Neves uma das duplas mais desprezíveis das corridas eleitorais em todos os tempos. Everaldo era ligado à vice-governadora Benedita da Silva, do PT, também evangélica.

“Qual a legitimidade de tantos pastores no governo? Quem são esses pastores da Benedita?”, dizia Brizola. “Vivem posição ambígua, se queixam de tudo, começam a fazer denúncias, mas não deixam os cargos que ocupam. Ora, se o caminhão tá ruim, é só pedir para desembarcar.”

Cunha deixou o cargo naquele ano, após denúncias de irregularidades em licitações. Os processos abertos no Tribunal de Contas do Estado foram arquivados em 2004 e reabertos em 2012.

Brizola enxergou a ocupação evangélica e os monstros que se criavam. O capeta quis que Cunha se tornasse, 15 anos depois, o messias do fundamentalismo religioso no Brasil. Morto em 2004, Leonel Brizola escapou de testemunhar o país ser subjugado por um exército de fanáticos de ocasião.

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Advocacia do diabo: Analisando o Manifesto Anti-governo

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corrupção congresso pmdb eduardo cunha

Leandro Dias*

Os movimentos sociais que organizaram duas relevantes manifestações oposicionistas durante o último mês de abril, levaram suas demandas aos líderes da oposição em Brasília ainda naquele mês. Pouco depois, facilmente obtiveram uma audiência com líderes da oposição e puderam levar adiante suas reclamações. Num texto longo e curiosamente intitulado “Carta ao Povo Brasileiro” (praticamente o mesmo nome da carta que Lula escreveu em 2002), os vários expuseram suas ideias numa espécie de manifesto disponibilizado na íntegra na internet, em páginas como o blog de um dos articulistas favoritos destes manifestantes, Reinaldo Azevedo, colunista da Veja.

O texto abre com um alerta: “A democracia brasileira está fragilizada. A República está em risco.” E prossegue com uma expressão exaustivamente repetida pelos movimentos sociais de esquerda ou direita: “E o povo brasileiro está farto.” Não deveríamos entrar muito fundo no mérito de discutir que legitimidade estes movimentos têm para falar “em nome do povo”, pois isso não é exclusividade da direita – a esquerda faz isso o tempo todo e, muitas vezes, com similar credibilidade. Mas, diante dos resultados das pesquisas sobre o perfil demográfico dos manifestantes presentes no evento de 12 de abril [link], cabe questionar que parcela do povo de fato representam. Segundo as pesquisas, ainda que essas tenham seus desvios óbvios, mais da metade dos entrevistados tinha renda próxima a R$ 8 mil, ou seja, quase oito vezes a média nacional; e apenas 15% estavam na faixa de 3-5 salários mínimos (próximos da média). Não foram raras as fotos de manifestantes orgulhosamente reafirmando sua posição social, bebendo champagne e contando de suas viagens ao exterior.

Se as características do perfil demográfico dos manifestantes lhes autoriza a falarem em nome de todo um povo é algo aberto para debate, sua posição política está mais ou menos definida: em São Paulo, por exemplo, mais de 80% dos manifestantes declararam ter votado em Aécio Neves nas últimas eleições e o mesmo se repetiu em outras capitais. Portanto, é difícil não identificar uma evidente frustração pela derrota de seu candidato e uma tentativa de terceiro turno, como já apontavam os governistas. Porém, lembremos que próprio governismo e seus simpatizantes já haviam prometido um “terceiro turno” antes mesmo do fim da eleição, caso Aécio ganhasse: “seria uma guerra”, disse Stédile. O que não seria surpreendente, visto que, para além das melhorias sociais e dos ganhos reais do salário mínimo que o petismo trouxe, um importante fator de manutenção do sindicalismo e dos movimentos sociais em relativa calmaria nesta década de “neoliberalismo com vaselina” e tímido neodesenvolvimentismo petista, foi justamente uma política de carguismo que os governos brasileiros fazem sistematicamente com os sindicatos, desde que os mesmos foram economicamente vinculados ao Estado por Vargas. Sem esta relação, os movimentos sociais não teriam motivos para “esperar resultados” como mais ou menos fizeram pacientemente até recentemente. Assunto para outro texto.

Assim, com legitimidade ou não para falar pelo povo em geral, o texto prossegue:

O povo cansou do desrespeito e da incompetência de alguns políticos e governantes brasileiros e exige mudanças já.” [grifo nosso]

Só “alguns políticos”? Quais? Seria curioso saber especificamente. Pelos índices de confiança e rejeição auferidos em outra pesquisa, parece que todos eles deveriam ser os alvos de tal manifesto, mas este parece focar apenas nos políticos do governo federal, petistas em particular. Assim, ao observar foto de importantes membros deste “movimento anti-corrupção” com figuras como Ronaldo Caiado (de suspeitíssimas relações com Carlinhos Cachoeira), Eduardo Cunha (alvo de extensas denúncias e duvidosas relações políticas) e outros de duvidosa história, não podemos esquecer da piada: “Todos são iguais, mas alguns são mais iguais que outros”.

O texto, no entanto, segue com uma descrição do cenário atual:

Vivemos um quadro assustador de corrupção no seio dos poderes constituídos. A corrupção é histórica, sim, e nem por isso admissível. Há 12 anos, porém, ela se tornou sistêmica e se institucionalizou na máquina pública em níveis sem precedência, como nunca antes visto. Um câncer a comer as entranhas já podres do país. Os sucessivos escândalos nos órgãos e empresas públicas vêm à tona e envergonham a nação. Agravado pela impunidade reinante, nós, cidadãos brasileiros, vivemos uma sensação de desesperança. A justiça não consegue cumprir seu papel de forma neutra e sem interferências de outros Poderes. O Executivo, tentando proteger suas bases de apoio político, interfere no livre andamento das investigações que deveriam ser conduzidas imparcialmente pelo Judiciário. Quando passamos a acreditar que malfeitores pudessem ser penalizados, assistimos, incrédulos, ao tratamento privilegiado a políticos criminosos, que não mais se encontram onde deveriam estar: junto aos outros contraventores, presos. [grifo nosso]

Seria interessante perguntar se o cenário “nunca antes visto” seria porque realmente acreditam que não existisse corrupção institucionalizada antes ou simplesmente porque não se investigava e noticiava com igual ênfase?

Leia aqui todos os textos de Leandro Dias

Apenas, voltando um pouco na história recente, podemos ter uma série de exemplos.

No início dos anos 90, o emblemático caso dos Anões do Orçamento envolvia dezenas de políticos e vários partidos, mas apenas os supostos articuladores foram presos. Nenhum cacique, nenhum líder de partido teve grandes problemas. Ainda nos anos 90, o esquema PC Farias, que resultou no impeachment do [atualmente] governista-de-ocasião Fernando Collor, o único condenado pela justiça além de PC, foi o legista que denunciou a fraude nos laudos oficiais – isso em um governo (ou caso) que tinha o PFL (hoje Democratas) como uma das principais legendas, além do caso envolver figuras como Renan Calheiros, que dispensa apresentações. Parece que a impunidade já reinava no início dos anos 90.

Mais adiante, no fim dos anos 90, o caso do Banestado demonstrou evasão de R$150 bilhões de reais por empresas privadas, feitas através de influência política e corrupção deliberada, com acusações que poderiam chegar ao próprio presidente do Banco Central! Mas que ao final o dinheiro ficou “sem donos ou culpados”; Ainda nos anos 90, tivemos a privataria dos idos de FHC, que através da venda subfaturada de empresas estatais distribuiu recursos baratos a empresas amigas (e curiosamente, patrocinadoras de campanha), como o BNDES tem sido acusado de fazer. Além, disso poderíamos falar dos pouco investigados crimes financeiros e venda de informações privilegiadas para bancos privados durante a desvalorização do Real em 1998, caso que se quer foi além de pegar o pequeno banco Marka, sem grandes consequências para os corruptos, só para os corruptores.

Mesmo ao falar da impunidade no caso do Mensalão, não temos de nos atentar ao perdão do José Genoíno, ou as condições supostamente boas das celas dos condenados, mas principalmente com o fato de que TODOS os políticos que venderam sua participação parlamentar em troca de mesadas estão ainda livres para fazer o mesmo com qualquer governo que apareça, petista ou não. Se quer sabemos os seus nomes pois isso não interessava às investigações.

No fundo, todos, todos estes são exemplos de como é o modus operandi de uma democracia oligárquica e clientelista como a nossa: os políticos utilizam sua influencia para manipular contratos, vender influência em concessões públicas, mascarar orçamentos em favor de empresários amigos, cooptar atravessadores e agradar simpatizantes. Essa relação espúria dos agentes públicos e empresas privadas ligadas a eles está no cerne de grande parte dos casos de corrupção na nossa história recente, como Lavajato, Trensalão, Zelotes.

Então, é no mínimo imprudente dizer que apenas nos 12 últimos anos, coincidentemente o tempo do petismo no governo federal, que a “corrupção está institucionalizada” desta forma. Não é uma coincidência que muitos dos brasileiros com contas secretas no HSBC, reveladas no caso Swiss Leaks, sejam réus em casos de corrupção descobertos e (precariamente) investigados no final dos anos 1990 e início de 2000: casos Alstom e Econômico, Máfia da Previdência, Operação Roupa Suja, Operação Vampiro, entre outras?!. Também não é coincidência que boa parte deles nunca tenha sido condenada ou presa, com processos se arrastando há anos ou engavetados por algum juiz ou desembargador mais camarada? (como a Zelotes mostrou, se proliferam).

Na tentativa de condenar absolutamente o governo atual, limpa-se retroativamente o passado, como se antes do petismo vivêssemos com a transparência e a lisura escandinava. O fato de a Polícia Federal,

mesmo considerando a criatividade estatística que o governo faz, ter realizado quase 35 vezes mais operações entre 2003-2014 do que fez entre 1990-2002, não seria um real indicativo de que agora há realmente uma política de combate a corrupção e mais liberdade para investigação? Não estaria o combate à corrupção de fato mais ativo do que nunca? Pela primeira vez que se tem notícia há realmente políticos e empresários presos por corrupção, mesmo que em processos e com penas ainda questionáveis. Como disse o psdebista sério e empresário Ricardo Semler, não estaríamos num tempo em que “nunca se roubou tão pouco”?

Não seria a quantidade de investigações algo realmente “nunca antes visto”? É educativo lembrar a pegadinha que Lisa Simpson prega em seu pai Homer no famoso desenho: “Eu tenho uma pedra mágica que espanta tigres”. Homer questiona: “Como vou saber se funciona?”. Lisa responde: “Você está vendo algum tigre por aqui?”. Obviamente não havia tigre algum, não por causa da “pedra mágica”, mas pelo fato de estarem no meio dos Estados Unidos, onde não existem tigres andando soltos por aí. A ausência de tigres foi o suficiente para impressionar Homer, como a suposta ausência de escândalos no período anterior parece impressionar os manifestantes. A pedra mágica anticorrupção funcionava antes.

E é importante reconhecer, como a passagem citada faz, nossa deficiente separação de poderes, mas é uma grande ingenuidade acreditar que seja possível uma relação imparcial entre eles, especialmente sem problematizar o que tem ocorrido com preocupante frequência no Brasil: a judicialização da política. Como apontou o desembargador mineiro Rogério Medeiros Lima em reportagem no Estadão:

O fenômeno […] consiste na decisão pelo Judiciário de questões relevantes do ponto de vista político, social ou moral. “Trata-se, como intuitivo, de uma transferência de poder das instâncias tradicionais, que são o Executivo e o Legislativo, para juízes e tribunais”

[…]

Utilizam amplamente meios de comunicação no intuito de propagar unilateralmente seu discurso “ético” e arregimentar hostes de desinformados insatisfeitos. Ajuízam uma miríade de ações coletivas em defesa da decantada “moralidade administrativa”. Parte da imprensa e cidadãos passam a interpelar magistrados, em busca de opiniões sobre a política “judicializada”. Um aberrante desconforto, não verificado me nações desenvolvidas, como os Estados Unidos e potências europeias. [Estado de São Paulo, 3 de Outubro, 2012]

Isso significa que o Judiciário vem atuando fortemente como poder investigativo (papel principal da polícia) e como elaborador final de leis (papel do legislativo). Determina o que é lei, como aplicá-la, quem investigar, numa espécie de Juiz Dread brasileiro. E curiosamente isso é algo que os manifestantes (e a grande mídia que lhes dá voz e legitimidade) parecem louvar, transformando em heróis magistrados e ministros do STF, os quais, ressalte-se, não são eleitos pelo povo, mas indicados pelo Executivo e aprovados pelo Senado, portanto, sujeitos a todo tipo de tráfico de influência.

Portanto, há um certo perigo na exacerbação do Poder Judiciário, pois pode aprofundar ainda mais a “politicagem”, a “arbitrariedade” e o autoritarismo com o que as manifestantes parecem tanto se

preocupar. Por que a ruptura das fronteiras institucionais pelo Judiciário não afronta e preocupa os manifestantes? Deveria, inclusive, ser alvo de certa indignação a forma como as prisões preventivas e o estatuto da delação premiada vem sendo usadas no caso Lava Jato. É preciso ter cautela quando tanto a Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB como até mesmo juristas anti-petistas como Miguel Reale Jr concordam:

Transformar a prisão, sem culpa reconhecida na sentença, em instrumento de constrangimento para forçar a delação é uma proposta que repugna ao Estado de Direito: ou o acusado confessa e entrega seus cúmplices, ou permanece preso à espera do julgamento, com a possibilidade de condenação, mas passível de uma grande redução da pena se colaborar com as investigações.” [REALE JR, Miguel – Folha de São Paulo, 8/12/2014]

Diante da revolta seletiva dos manifestantes, fica a sensação de que só é arbitrário e revoltante o que os adversários fazem.

O manifesto, então, prossegue a enfatizar a impunidade como causa e consequência da corrupção e ambas como causas principais da nossa condição de subdesenvolvimento. “A associação da corrupção com a impunidade impede o Brasil de se tornar um país desenvolvido.” Porém, mais adiante, o texto atira para outro lado, atribuindo à “ineficiência da gestão pública” e ao “inchamento” da máquina pública a culpa pela nossa pobreza e atraso.

Aqui temos que realmente abordar um dos principais problemas dos discursos sobre “subdesenvolvimento” e corrupção. O clássico argumento anticorrupção brasileiro monta-se sobre a equação: ineficiência da gestão pública + corrupção = desigualdade, estagnação e subdesenvolvimento. Porém, é preciso fazer uma pergunta absolutamente ingênua: “se solucionado o problema da corrupção, seríamos desenvolvidos”? E, por extensão, “se solucionado o problema da má gestão pública, seríamos desenvolvidos”? De antemão, nossa resposta às duas questões é “não, não necessariamente”.

Primeiro seria interessante saber o que se entende por corrupção. A julgar por algumas declarações e cartazes expostos nas manifestações recentes, esta definição não está muito clara. A sonegação de impostos, por exemplo, não parece ser uma forma de corrupção, no imaginário de pelo menos uma parte da população. Aparentemente, o crime que levou Al Capone e PC Farias (ele mesmo) à cadeia e que nos faz perder R$ 400 bilhões por ano não é exatamente tão ruim quanto desviar recursos públicos via superfaturamento de contratos ou atuar como lobista mediando negócios entre o Estado e empresários.

Há de se perguntar, inclusive, se esse lobby empresarial é realmente uma forma de corrupção ou apenas o é quando feito pelo ou junto ao governo petista atual. Em diversos países essa prática é legalizada, a ponto de haver cadastro de lobistas e outros mecanismos que dão transparência ao grupo de empresas que influencia cada congressista. Portanto, resta

saber se os autores do manifesto acreditam que influenciar congressistas para trazer benefícios econômicos para uma empresa privada ou sonegar impostos – dois dos pilares das operações Lava-Jato e Zelotes – são considerados formas de corrupção numa democracia representativa. Algo que pode gerar um debate muito interessante.

Ainda assim, se ignorarmos o lobby e a sonegação como formas de corrupção – o que seria controverso – , a equação corrupção-subdesenvolvimento não parece fechar. Por que?

Segundo os dados mais radicais sobre os prejuízos causados pela corrupção (vejam a conta apresentada por Reinaldo Azevedo), o Brasil perderia algo perto de R$ 100 bilhões por ano, um número que, embora assustador e inegavelmente ultrajante, representa menos de 2% do nosso PIB e um quarto da estimativa de perdas só com sonegação de impostos. E ainda que todo este dinheiro da corrupção fosse distribuído para cada brasileiro, teríamos um acréscimo de renda de R$ 41 reais por mês, um aumento de 3% na renda média brasileira. Se usamos 98% de nossos recursos de “maneira honesta”, não deveríamos ser algo perto de 98% desenvolvidos? Então, a relação entre corrupção e subdesenvolvimento não é exatamente verdadeira. A China é um país altamente corrupto e, no entanto, tem se desenvolvido a olhos vistos. [Aqui caberia também uma discussão sobre o que é desenvolvimento e subdesenvolvimento, mas esse debate vai ficar para outro texto.]

O outro termo da equação que resultaria no nosso subdesenvolvimento, segundo o discurso dos manifestantes, é gestão pública ineficiente. Trata-se, talvez, de sua parte mais complexa, que começa com o questionamento, também ingênuo: a gestão pública deve ser eficiente para quem?

O que é eficiente para o agronegócio não é necessariamente o melhor para a população, especialmente, se observarmos os últimos dados sobre a quantidade de agrotóxico em nossa comida e sobre trabalho escravo no Brasil. O governo tem feito vista grossa em nome da eficiência do agronegócio e sua importância em nossa balança comercial. Por sua vez, a política de terceirizações pode ser eficiente para as empresas e até economizar dinheiro para o Estado. Porém, não é necessariamente o melhor para o trabalhador. Em nome da eficiência de gestão houve a privatização do saneamento em São Paulo que hoje, apesar dos lucros da Sabesp, vive o racionamento. No Rio de Janeiro, privatizaram-se os trens em nome da “gestão eficiente” e, pouco depois, a SuperVia (empresa concessionária com 60% do capital pertencente à Oderbrecht) foi classificada pelo MPF-RJ de “ineficiente e inadequada”. Os exemplos são inúmeros.

Questionar o sentido da eficiência da gestão pública não significa negar a evidente necessidade de melhorias em vários dos serviços públicos e estruturas estatais; é mais do que óbvio que áreas como Educação e Saúde, por exemplo, precisam melhorar em vários aspectos. Mas é interessante notar que se uma “gestão pública eficiente” estaria relacionada não apenas ao gasto com servidor, mas também com o Número de servidores vs. População, o Brasil está muito longe de ser um país de estado inchado como se pinta: enquanto apenas 11% da população economicamente ativa aqui é de funcionários públicos, nos países da OECD, é 22%. Isto é, na média temos metade do número de funcionários públicos de um país desenvolvido, como apontou a BBC. Porém, os mesmos dados mostram que poderíamos ser mais eficientes na distribuição destes recursos: enquanto há juízes que ganham muito acima do teto, há professores e enfermeiros que deveriam ter aumentos substanciais.

Assim, ainda neste quesito, o manifesto prossegue com vários pontos interessantes, fazendo criticas importantes ao setor público mas parece pecar ao insistir em apontar o governo federal como único e exclusivo problema, o que lhe diminuí muito a credibilidade. Parece que nossa federação possui estados exemplares e municípios ainda melhores. Explica:

O excesso de servidores comissionados agride os cofres públicos e a mínima decência. Programas sociais são descontinuados. Os que continuam têm um claro e explícito ar eleitoreiro. Os programas sociais condenam os mais carentes à escravidão em lugar de promover-lhes o crescimento. A lógica é da universalização dos benefícios e não das oportunidades. A saúde vive eternamente na UTI. Brasileiros morrem diariamente nas filas do SUS.”

A farra dos comissionados é realmente preocupante, mas o problema maior está em nos Estados e Municípios, pois é onde as oligarquias locais fazem as trocas de favores e equilíbrios de poder local. Dos 500 mil cargos comissionados no país, 22 mil são federais. E o pior, se serve ao menos de desculpa esfarrapada à omissão dos governistas na questão, destes 22 mil cargos comissionados federais, 18 mil já existiam desde 1997 (quando se começou a medir) e Dilma, alvo principal dos ataques do texto, criou menos cargos comissionados que qualquer presidente anterior. E aqui, a falta de informação ou até mesmo desonestidade do manifesto está em novamente apontar apenas o governo federal nesta questão: somente o Estado de São Paulo, governado por Geraldo Alckmin, o menos rejeitado dos manifestantes, possui o mesmo número de comissionados que todo o governo federal, 22 mil. No entanto, isso não parece ultrajar estes manifestantes, o que pode tirar a seriedade do seu manifesto.

A crítica aos programas sociais, especialmente ao Bolsa Família, partem do clássico argumento conservador contra o assistencialismo: financiam preguiçosos e incentivam pobres a terem filhos. Argumento este corroborado pelos manifestantes na pesquisa da USP. No entanto, a realidade, exposta em pesquisas e o bom senso tem demonstrado o contrário: as famílias tem tido menos filhos, feito mais pré-natal e ainda, há grande número de beneficiários deixando o programa.

Por mais que o Bolsa Família na prática seja um programa apenas de contingência social emergencial, para remediar principalmente a fome e a miséria absoluta que assolava o país, sem qualquer perspectiva duradoura de distribuição de renda, é inegável os seus benefícios já no curto prazo. Portanto, a critíca genérica a “programas sociais”, especialmente o trecho que é melhor dar “oportunidades que benefícios”, repousa novamente na base liberal clássica do “todos são iguais perante a lei” e portanto, é injusto dar benefícios (como o Bolsa Família) a alguns as custas de outros. No entanto, novamente é preciso lembrar de Anatole de France: “A Lei, em sua majestosa igualdade, proíbe que tanto ricos quanto pobres durmam embaixo da ponte e roubem pedaços de pão”.

Por fim, a critica ao SUS também sofre do mesmo problema de centralizar a responsabilidade apenas no governo federal: o SUS, apesar de ser uma política federal, sua aplicação é por órgãos estaduais e municipais, responsáveis pela administração. Há falta de dinheiro evidentemente, mas não é necessariamente por problemas exclusivos do poder executivo federal como aponta o texto, afinal o Orçamento da União é votado por todos os partidos, no Senado. O interessante é um texto repleto da retórica liberal, aparecer defendendo o sistema estatal de saúde. Ponto para o SUS, que já entrou no ideário de seus próprios críticos.

Pagamos impostos a fundo perdido. Impostos que não voltam à sociedade na forma de serviços básicos de qualidade. Tributos, que deveriam servir aos interesses e necessidades do povo, principalmente dos mais carentes e necessitados, são desviados, via corrupção, para enriquecimento próprio, para o populismo, para a conquista e manutenção de poder.”

Este trecho é importante notar que se considerarmos sonegação como grave crime, afinal nos rouba 18 Copas do Mundo por ano, este trecho fica uma absoluta verdade e é praticamente uma definição enciclopédica de “sonegação”: “tributos que deveriam servir aos interesses e necessidades do povo […] são desviados […] para enriquecimento próprio”. Infelizmente o texto refere-se apenas a corrupção de membros do Estado, particularmente da esfera federal. Ignora o papel do cidadão contribuinte na formação do montante de tributos que o Estado terá para prestar serviços à população. Na prática, evidencia-se uma relação hipócrita, alienada e retro-alimentada: “sonego porque não vejo retorno”, enquanto poderíamos inferir que “não há retorno porque há muita sonegação”. Vale lembrar que os 400 bilhões sonegados anualmente no Brasil correspondem a 13% do orçamento da União, o equivalente a 2 anos inteiros do orçamento da Saúde e da Educação somados!

Portanto, falar de “impostos que não voltam a sociedade” sem falar em sonegação demonstra uma miopia perigosa. É como se a relação do cidadão com o Estado não fosse reconhecida como uma de direitos e deveres, entre cidadão e “cidade”. Um lugar onde a res-publica não existe pois o Estado parece ter sido imposto a uma população vitimizada, alheia ao poder que constituí e elege. Talvez por isso tenhamos o fenômeno da “corrupção sem corruptores”, apenas é corrupto o Estado, o cidadão é virtuoso e vítima. “O brasileiro não se enxerga como parte do poder constituinte, não se vê como fiador das autoridades, dos políticos e dos representantes. Não se enxerga como parte da “cidade”. Ele é pois, um não-político, um anti-burgo, alienado de sua principal característica da modernidade liberal: ele é um súdito e não um cidadão. [escrito aqui mesmo, ainda em 2013]

Por fim, o manifesto acerta mais adiante, ao acusar Dilma de estelionato eleitoral:

Exemplo maior ocorreu nas eleições de 2014, quando a presidente Dilma Rousseff deflagrou o mais escancarado estelionato eleitoral da história do Brasil. O partido do governo, além de ser conivente com estas práticas, trata seus membros criminosos como ídolos e continua a lhes atribuir poder. O Partido dos Trabalhadores teve 13 anos de poder para mudar o Brasil, conforme prometeu em sua carta ao povo brasileiro em 2002

O irônico é que o estelionato eleitoral de Dilma, imagina-se, está em fazer exatamente o que Aécio, o seu rival e escolhido por 4/5 dos manifestantes paulistas, teria feito. Isto é, seguidamente Dilma fez algo que prometeu que jamais faria pois seria aquilo que seu rival teria feito se eleito. Então, vê-se expressada no texto a paradoxal situação: rejeita-se o governo por estar fazendo aquilo que o escolhido dos manifestantes estaria fazendo. E para confundir mais ainda a cabeça de qualquer analista político: a situação governista vai às ruas pelos direitos trabalhistas atacados pelo governo que ela mesmo defende! No fundo, quem perde é o bom senso.

O texto ainda revela um certo desapontamento quanto ao projeto do petismo de 2002. Revela uma ingenuidade excessiva, pois acredita realmente que seria possível mudar estruturas de poder, sistemas de troca de favores, relações promíscuas entre Estado e empresariado – fatos conhecidos e há décadas enraizados na cultura política e de governo brasileira -, em apenas 12 anos de governo! Mesmo que esta fosse a proposta do petismo, nem nos sonhos mais idealistas de seus defensores isso seria possível! Como se 200 anos de cartorialismo, clientelismo, oligarquias parasitas e seu aparelhamento do estado, monopólios econômicos, concentração de renda, desigualdade e patrimonialismo, fossem corrigíveis em apenas uma década! Isto ainda sem recorrer a um impiedoso e violento processo político, como foi feito nas clássicas revoluções burguesas na Europa e EUA.

Por fim, apesar de bons pontos levantados, o excessivo anti-petismo do texto, reduzindo absolutamente todos os conhecidos problemas históricos brasileiros especificamente aos “últimos 12 anos”, retira credibilidade e seriedade do texto, antecipando o futuro desapontamento caso percebam o quão pequena e incompleta é esta perspectiva. Além disso, os devaneios conspiratórios sobre o Foro de São Paulo não são dignos de nota, e a repudia à “doutrinação ideológica” das escolas, possibilitando que alunos não aceitem ler Darwin, Marx, mas também Friedman qualquer autor que possa ir contra as crenças de alguém, parecem mais uma exaltação da ignorância em nome do combate ideológico do que qualquer outra coisa. Na prática criaria as bases legais para o fundamentalismo ideológico nas escolas que estes ativistas pretendem combater.

A ingenuidade de algumas considerações importantes e a seletividade da argumentação, focando apenas nos petistas (não há uma palavra se quer contra o PMDB ou PP!), retira a seriedade e profundidade necessária para a altura do debate que propõe. O misto de seletividade, reducionismo e desinformação de alguns argumentos implica em perguntar se os manifestantes realmente se interessariam pelo que o governo possa vir a fazer para atende-los. Pois parece que nada do que já está sendo feito exatamente nos pontos que o manifesto deseja, mesmo que sem precedentes ou paralelos, parece ter sido digno de nota. O excessivo caráter tendencioso do texto, acaba transformando este importante exercício democrático – levar propostas oposicionistas ao governo – numa esquizofrênica demonstração de repúdio total e irresoluto de qualquer ação que venha do governo petista, como se o espirito anti-esquerdista da Guerra Fria tivesse renascido e ido pras ruas para combater uma fantasiosa fênix comunista renascida no petismo. Não há bom senso que sobreviva.

*Leandro Dias é formado em História pela UFF e editor do blog Rio Revolta. Escreve mensalmente para Pragmatismo Politico.

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Lúcia Vânia deixa PSDB: “não acredito em oposição movida a ódio”

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Lúcia Vânia PSDB ódio
Senadora Lúcia Vânia sai do PSDB (Ag. Senado)

A senadora Lúcia Vânia (GO) confirmou no plenário, nesta quarta-feira (17) sua desfiliação do PSDB, partido ao qual estava filiada há 20 anos. O destino mais provável da parlamentar é o PSB. Com a saída da senadora, a bancada do PSDB ficará com 11 cadeiras no Senado. PMDB e PT têm 17 e 13 senadores, respectivamente.

Em seu discurso de despedida, Lúcia Vânia criticou o acirramento da polarização entre governistas e a oposição.

“Saio em busca de um novo espaço que me traga motivação, uma nova compreensão deste momento ímpar que vivenciamos no país. Não acredito em uma oposição movida a ódio. Na minha visão, esse confronto que se estabeleceu no Congresso Nacional entre situação e oposição para dar resposta a uma sociedade órfã de lideranças é simplesmente irracional. O nosso papel, mais do que nunca, precisa ser de equilíbrio e sensatez sem, contudo, deixar de condenar os desvios, a má gestão, o descompromisso com o dinheiro público. Mas isso deve ser feito com a preocupação de oferecer alternativas e reavivar esperanças. Saio em busca dessa utopia”, disse a senadora.

O conflito entre a senadora e o PSDB ganhou destaque logo após a reeleição de Rena Calheiros (PMDB-AL) como presidente do Senado, em fevereiro. Em discurso feito no plenário no dia 4 de fevereiro, Lúcia Vânia disse ter sido exposta pela liderança do partido, que barrou sua indicação para a Primeira-Secretaria da Mesa, sugerindo que ela havia votado em Renan, e não em Luiz Henrique (PMDB-SC), candidato apoiado pelos tucanos.

Ontem, a senadora traçou um rápido histórico de sua trajetória política, lembrando que assumiu a Secretaria Nacional de Assistência Social a convite do então presidente Fernando Henrique Cardoso. Na secretaria, a senadora implantou a Lei Orgânica da Assistência Social, a Loas, e criou o benefício continuado para idosos e pessoas com deficiência.

A senadora disse, ainda, que apoiou todas as últimas candidaturas presidenciais pelo PSDB: José Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves. Lúcia Vânia fez um agradecimento especial ao presidente do Senado, Renan Calheiros, pelo seu empenho na valorização do papel da mulher na política brasileira.

No discurso em que manifestou indignação com a cúpula tucana, no início de fevereiro, a senadora usou as entrelinhas para criticar o presidente nacional do partido, Aécio Neves (PSDB-MG), que travou discussão áspera com Renan em plenário (relembre aqui). Ela revelou ainda que vem sendo “maltratada” pela legenda por meses. “Por tudo o que aqui expus, somam-se ainda diversos outros episódios de desprestígio político-partidário que, em última análise, têm afetado o próprio exercício do mandato que o povo goiano me conferiu”, disse a senadora em 4 de fevereiro.

Agência Senado e Congresso em Foco

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Explicando o golpe de Eduardo Cunha

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eduardo cunha golpe maioridade penal

A manobra regimental de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para aprovar a redução da maioridade penal já estava sendo cantada horas após a derrota que sofrera na primeira e legítima votação da madrugada de terça para quarta-feira. Deputados e funcionários do Congresso afirmam que as articulações de Cunha para aprovar a redução da maioridade penal começaram já durante a madrugada, em reuniões com lideranças do PSDB, PSD, DEM e de outros partidos de oposição. O presidente da casa estaria disposto a fazer de tudo para sair vitorioso.

É importante lembrar que, na votação do financiamento empresarial de campanha, Eduardo Cunha, patrocinador da matéria, também manobrou e conseguiu reverter a derrota 24 horas depois.

Para entender com clareza o golpe que ocorreu na Câmara na madrugada desta quinta-feira, a Liderança do Psol na Câmara dos Deputados divulgou um texto explicando de forma sucinta a manobra operada pelo presidente da Casa para aprovar a matéria, rejeitada 24 horas pelo mesmo plenário. Leia a seguir:

“Explicando o Golpe:

Ontem, 30 de junho, o plenário da Câmara dos Deputados votou o texto que saiu da Comissão Especial sobre a maioridade penal. Esse texto foi votado e derrotado por uma diferença de 5 votos.

O caminho natural após essa derrota seria votar o texto original da PEC, muito mais radical, que reduz a maioridade penal em todos os casos, e que certamente não seria aprovado pelos deputados.

Diante dessa derrota anunciada, Cunha articulou a apresentação de um texto alternativo – uma emenda aglutinativa – muito semelhante ao derrotado ontem, mas que exclui dos crimes que resultariam em redução da maioridade de 18 para 16 anos o tráfico de drogas. Com esse texto, Cunha conseguiria reverter a derrota.

É justamente aí que se encontra o golpe.

Regimentalmente essa emenda aglutinativa somente poderia ser votada após a votação do texto principal, desde que ele fosse aprovado. Para que a emenda fosse votada antes do texto principal, deveria ter sido feito, antes da votação de ontem, um destaque de preferência para sua votação. Esse destaque, no entanto, não foi feito.

Rasgando o regimento, o Presidente da Câmara dos Deputados vai colocar o texto alternativo para ser votado antes do texto principal mesmo sem esse destaque.

Assim, em termos técnicos, são duas as afrontas ao regimento cometidas por Cunha:

Primeira: Colocar a emenda aglutinativa para se votar na frente do texto original da PEC (conferindo preferência à emenda aglutinativa).

Não há mais possibilidade de apresentar destaque de preferência, pois já passou do momento regimental de fazê-lo. Para driblar essa impossibilidade de apresentar destaque o presidente vai admitir que um requerimento de preferência possa ser apresentado.

Porém, não pode prosperar um requerimento de preferência para que uma PEC ou uma emenda aglutinativa seja votada antes da proposição sob a qual recai a preferência. O requerimento de preferência se presta para ordenar as proposições no âmbito da ordem do dia. Já o destaque de preferência se presta para conferir, dentro de uma mesma proposição, preferência para votação de um texto sob o qual não recaía originalmente a preferência, em detrimento do texto que detinha a preferência.

Segunda: aceitar e colocar em votação uma emenda aglutinativa que não possui destaque de suporte. Isso porque apenas emendas que sejam destacadas podem ser aglutinadas. Destaque é o meio pelo qual um texto é pinçado do texto para que seja votado separadamente. No caso, o presidente vai acatar uma emenda aglutinativa cujo texto não foi pinçado dos textos, ou seja, não poderiam ser sequer colocados em votação.”

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As verdades sobre DEM e PSDB vieram da pessoa mais improvável

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Silvio Costa oposição DEM PSDB
O deputado Silvio Costa (PSC-SP)

Em sessão para votação da medida provisória sobre o refinanciamento das dívidas fiscais e trabalhistas dos clubes de futebol profissional, na tarde de ontem (7), o deputado Silvio Costa (PSC-PE) fez duras críticas aos parlamentares do PSDB e ao DEM – a quem tem chamado ironicamente de “paladinos da ética” (assista ao vídeo aqui ou no fim do post).

Em sua fala de nove minutos, ele chamou de “convulsão” a convenção do PSDB realizada no último domingo. “Não dá para dizer que aquilo foi uma convenção. E não dá para acreditar que o PSDB acredita que o povo do Brasil acredita no PSDB. Acho que o PSDB está precisando fazer uma análise. É um poço de incoerência”, disse.

O parlamentar lembrou que o líder do DEM, deputado José Mendonça Bezerra Filho, foi autor da emenda da reeleição aprovada em 1997, que permitiu que prefeitos, governadores e presidentes pudessem emendar dois mandatos seguidos. A emenda, que beneficiou Fernando Henrique Cardoso (PSDB), foi aprovada mediante um esquema de compra de votos na Câmara. “Todo mundo sabe que o PSDB usou a máquina para aprovar a reeleição (de FHC). No meu estado, vários deputados federais receberam rádio do PSDB para aprovar a reeleição.”

Silvio citou ainda outros exemplos de posicionamentos contraditórios: “Quem criou a CPMF, foi o PSDB. E quem acabou com ela foi PSDB. O PSDB foi o primeiro a mexer e tirar o direito do trabalhador. E agiu certo porque era o PSDB. Depois acabou com o fator. Quando o Tuma quis investigar as privatizações, o FHC demitiu ele”.

Além disso, questionou muitos dos argumentos utilizados pelos parlamentares de ambas bancadas: “o que é maior proporcionalmente: 39 ministérios no Brasil ou 27 secretarias em São Paulo?” perguntou.

Em tom de provocação, mandou recado para Aécio Neves: “Aécio não vai ser candidato porque (Geraldo) Alckmin, como se diz no nordeste, já comeu o cartão dele. Serra quer botar o parlamentarismo”.

Costa atacou também o presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), que apareceu no programa Fantástico, da Rede Globo, recebendo R$ 1 milhão. “Que moral é essa? Vocês, da oposição, quando são pegos em corrupção, então tudo bem.”

FHC não foi poupado. “Fernando Henrique tem ciúme de Lula, inveja de Lula porque Lula tem cheiro de povo e ele tem cheiro dessa parte dessa elite imbecil de São Paulo, que assaltou o país por 500 anos e que olhava para Minas e para o Nordeste com nojo. Lula fez o povo, acima de tudo, sentir o prazer de viver.”

No final, cobrou que a oposição apresente de forma clara qual seu programa para o Brasil: “Vocês não tem credibilidade, proposta e o mais importante na política: chegar ao coração das pessoas”.

Assista abaixo ao discurso de Silvio Costa:

com informações de RBA

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Eduardo Cunha fará pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV

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Eduardo Cunha pronunciamento tv rádio

Prestes a ser denunciado na Lava Jato, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) contratou um marqueteiro para tentar melhorar a imagem. Valendo-se do cargo, ele convocou cadeia nacional de rádio e TV na noite desta sexta-feira. No pronunciamento, fará propaganda de seus primeiros meses no comando da Câmara dos Deputados.

A tropa de Cunha diz que sua gestão é boa porque vota mais projetos do que as anteriores. A tese ignora o fato de que quantidade não equivale a qualidade. Na verdade, a pressa só tem servido para aprovar temas que interessam ao presidente da Casa.

Nesta semana, o peemedebista ganhou um crítico de peso: o deputado Jarbas Vasconcelos, ex-senador e ex-governador. Com a autoridade de quem sempre enfrentou os coronéis de seu partido, ele subiu à tribuna na última terça para dizer o que pensa da gestão Cunha. Foi implacável.

Para o deputado, as manobras de Cunha resulta em “votações precárias, interrompidas e remendadas”. O resultado, afirmou, “é de uma mediocridade sem tamanho, longe do que anseia a sociedade brasileira”.

Companheiro de Ulysses Guimarães no velho MDB, Jarbas disse que votou em Cunha para derrotar o PT, mas está chocado com o autoritarismo na cadeira que foi ocupada pelo Senhor Diretas [Ulysses]. “Estamos vivendo um momento de ditadura absoluta; ele faz o que quer”.

Jarbas decidiu protestar por causa do pronunciamento de Cunha na TV. Segundo ele, a propaganda será enganosa. “É uma esculhambação dizer que houve reforma política aqui”, afirmou. O deputado disse que o momento é grave e pediu reflexão dos colegas. “A gente não pode deixar ele ir à televisão para contar mentiras. Temos que enfrentá-lo”.

Bernardo Mello, Folhapress

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Pressionado, Eduardo Cunha rompe oficialmente com o governo

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eduardo cunha governo rompe oposição
Eduardo Cunha oficializa oposição ao governo (Imagem: André Coelho, Agência Globo)

O folclórico ex-deputado Severino Cavalcanti elegeu-se presidente da Câmara em fevereiro de 2005 e sete meses depois deixou o cargo sob denúncias de receber um “mensalinho”. Após uma década, o roteiro se repetirá com o nada folclórico Eduardo Cunha (PMDB-RJ)? A acusação feita em depoimento judicial na Operação Lava Jato de que cobrou uma propina milionária já lhe custa a cobrança de que abandone o cargo.

A cobrança partiu do deputado Silvio Costa (PSC), pernambucano como Severino e um dos vice-líderes do governo na Câmara. “Do ponto de vista legal, o Eduardo Cunha tem a presunção da inocência. Agora, do ponto de vista moral, ele perdeu as condições de continuar à frente da Câmara”, afirmou Costa nesta sexta-feira 17. “Por muito menos, a Casa destituiu o Severino.”

VEJA TAMBÉM: Eduardo Cunha se revolta: “eu vou explodir o governo!”

Segundo Costa, sempre que há acusação semelhante contra um ministro do governo, os parlamentares pressionam pela saída dele do cargo. Seria normal o mesmo acontecer com o presidente da Casa.

Ele contou que consultará advogados para saber se há possibilidade jurídica de pedir o impeachment de Cunha. Para Costa, o peemedebista tem usado o posto para agredir dois outros poderes: a Procuradoria Geral da República, responsável por investigações que logo devem se tornar uma denúncia criminal contra Cunha; e o governo, a quem o presidente da Câmara culpa por seu infortúnio pessoal.

A comparação de Cunha com Severino não é exclusividade de Costa e já corre os bastidores da Câmara. Na quarta-feira 15, o deputado pernambucano Raul Jungmann (PPS), ministro na gestão Fernando Henrique Cardoso (PSDB), referia-se a Cunha como “Severino” em uma rodinha de parlamentares no cafezinho do plenário da Câmara.

Às vésperas da eleição para o comando da Casa em fevereiro, petistas em campanha pelo colega Arlindo Chinaglia (SP) contra Cunha também argumentavam que a vitória do peemedebista poderia ter um desfecho igual ao de Severino.

A cada vez mais constrangedora situação Cunha deve aumentar uma insatisfação contra ele que já era crescente na Câmara. Entre peemedebistas que ajudaram a elegê-lo para o cargo, já há quem demonstre certo arrependimento. Na terça-feira 14, Jarbas Vasconcelos, outro pernambucano, subiu à tribuna, reconheceu ter apoiado Cunha para derrotar o PT, mas disparou contra o presidente da Casa. “Estamos vivendo um momento de ditadura absoluta, ele faz o que quer.”

Vasconcelos estava particularmente incomodado com a intenção de Cunha de convocar uma cadeia nacional de rádio e televisão para propagandear os feitos da Câmara no primeiro semestre. “O açodamento, a pressa e a desorganização passaram a marcar o dia a dia da Câmara. Não é correto trabalhar de forma medíocre e confusa, como foi feito neste semestre.”

O programa deve ser transmitido nesta sexta-feira 17 à noite. Quando surgir na telinha, Cunha já o fará na condição de oposição ao governo Dilma Rousseff. Antes da entrevista de Silvio Costa, quem havia falado com a imprensa no Salão Verde da Câmara havia sido o próprio Cunha, para anunciar sua nova postura. “Vou pregar no Congresso do PMDB em setembro que o rompa e saia do governo. E eu pessoalmente, a partir de hoje, me considero em rompimento com o governo.”

Na entrevista, Cunha mais uma vez deixou claro: está convencido de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o investiga por ordem do Planalto, do qual espera uma nova indicação ao cargo. O mandato de Janot termina em setembro.

Em nota oficial, o PMDB, que é presidido pelo vice de Dilma, Michel Temer, tentou descolar-se do movimento do filiado. “Toda e qualquer decisão partidária só pode ser tomada após consulta às instâncias decisórias do partido: comissão executiva nacional, conselho político e diretório nacional”.

André Barrocal, CartaCapital

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Eduardo Cunha desengaveta 11 pedidos de impeachment contra Dilma

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eduardo cunha impeachment dilma bolsonaro
Eduardo Cunha desengaveta pedido de impeachment contra Dilma protocolado por Jair Bolsonaro

Depois de anunciar rompimento pessoal com o governo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), despachou nesta sexta-feira (17) 11 pedidos de atualização de impeachment já apresentados à Secretaria Geral da Mesa contra a presidente Dilma Rousseff. Um dos protocolos [imagem acima] foi feito pelo deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), e os demais partiram de cidadãos de diversas localidades do país.

O deputado Bolsonaro formalizou em março o pedido de cassação de Dilma. Na argumentação do requerimento, o parlamentar fluminense acusou a presidenta de ter responsabilidade nos desmandos praticados na Petrobras e desvendados pela Operação Lava Jato, investigação que tem Cunha entre os alvos.

“Fica Vossa Excelência notificado para, no prazo de 10 (dez) dias, emendar a denúncia referida em epígrafe, adequando-a aos requisitos da Lei n. 1079/1950 e do Regimento Interno da Câmara dos Deputados”, notifica Cunha, no ofício encaminhado a Bolsonaro e aos demais cidadãos, obviamente alterado o pronome de tratamento para os outros 11 subscritores.

A atitude de Cunha revela um claro sinal de desespero: considera que apoiar um eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff seja sua possível tábua de salvação. Nos bastidores, Cunha tem falado em ‘explodir o governo’.

Afastamento

Nos próximos dias, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pode pedir seu afastamento da presidência da Câmara dos Deputados. No depoimento prestado ao juiz Sergio Moro, Júlio Camargo também disse ter medo de que Cunha pudesse fazer mal à sua família.

Antes de ser acusado de corrupção, Cunha dizia que eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff transformaria o Brasil numa “republiqueta de bananas”.

Vingança

Para Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a presidente Dilma Rousseff deveria ter atuado nos bastidores junto à Procuradoria Geral da República para que as denúncias de corrupção que lhe atingem em decorrência das investigações na Lava Jato não fossem adiante. Com o avanço das investigações, o presidente da Câmara se viu acuado e decidiu voltar-se contra o planalto. Acusado de receber milhões de dólares em propina, Eduardo Cunha fez um pronunciamento público nesta sexta-feira em rede nacional, mas não citou os escândalos de corrupção.

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PSTU apoia impeachment de Dilma Rousseff

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Zé Maria, presidente nacional do PSTU, defendeu oficialmente o impeachment da presidente Dilma Rousseff (divulgação)

Setores da extrema direita brasileira, defensores da derrubada da presidenta Dilma Rousseff (por impeachment ou por meio de um golpe militar) ganharam um novo e inusitado aliado: o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados, o PSTU.

Em entrevista divulgada pelo próprio partido, José Maria de Almeida, conhecido como Zé Maria, presidente nacional da legenda, afirma que primeiramente deve-se romper com o governo Dilma para depois defender os trabalhadores e lutar contra a direita: “ou nós estamos contra o governo, dispostos a ajudar nossa classe a lutar para derrubá-lo, para parar de vez os seus ataques ou nós vamos estar no campo desse governo com o argumento de que nós estamos lutando contra o golpe de direita”.

A posição foi criticada por meio de nota de outro partido de extrema esquerda sem representação parlamentar, o Partido da Causa Operária (PCO): “a ideia de que os trabalhadores vão derrubar o governo não apenas é ridícula, mas é, efetivamente, um encobrimento da operação golpista com um discurso esquerdista”.

O PSTU não divulgou se irá participar dos atos pela derrubada da presidente convocados para o próximo dia 16 de agosto nem se irão apoiar os pedidos de impeachment desengavetados por Eduardo Cunha que devem ser levados a plenário na volta do recesso parlamentar em Brasília.

O vídeo a seguir contém a entrevista completa de José Maria. O trecho a que esta reportagem se refere inicia-se em 12m4s:

CartaCapital

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Eduardo Cunha monta ‘pauta-bomba’ para se vingar do governo

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eduardo cunha pauta bomba

Após ser acusado pelo o ex-consultor da Toyo Setal Júlio Camargo de cobrar U$S 5 milhões de propina para viabilizar contratos com a Petrobras, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), prepara uma “pauta-bomba” para incomodar o Palácio do Planalto. As informações são do jornal O Globo.

Entre os temas incômodos ao governo que devem entrar na pauta da Câmara estão: a criação das CPIs do BNDES e dos Fundos de Pensão; a votação das prestações de contas pendentes dos governos anteriores para deixar o caminho livre para a análise das contas de Dilma do ano passado e a análise de vetos presidenciais a projetos aprovados pelo Congresso, como o que muda as regras para a aposentadoria.

Além disso, Cunha também deu celeridade a 12 pedidos de impeachment da presidente Dilma que estavam engavetados desde o início do ano. A intenção do presidente da Câmara é tê-los prontos par análise em meados de agosto.

“Cunha admite que será árida a jornada do governo no segundo semestre, mas nega que tenha contribuído para isso. Para ele, as dificuldades se devem mais à baixa popularidade de Dilma e à consequente falta de apoio da base aliada do que propriamente aos temas que a Câmara irá analisar”, informa O Globo.

Ministro rebate Cunha

O ministro da Secretaria de Aviação Civil e um dos principais articuladores políticos do governo, Eliseu Padilha, disse que o governo promoverá um “diálogo mais profundo e mais próximo” com o Congresso Nacional no segundo semestre, mas fará o “embate político” nas votações para defender seus interesses, inclusive em temas da chamada “pauta-bomba”.

“Vamos para o embate político do voto dentro do Congresso Nacional, por isso, temos o trabalho de articulação política; por isso, estamos com o processo de convencimento”, disse o ministro, após a reunião de coordenação política desta segunda-feira (27), comandada pela presidenta Dilma Rousseff.

Padilha argumentou que a eventual aprovação de medidas da chamada pauta-bomba poderá desencadear consequências negativas não só para o atual governo, mas para a sustentabilidade das contas do país.

“Não conseguimos separar o efeito apenas sobre o governo, porque o governo de hoje pode ser a oposição de amanhã, e os efeitos dessas bombas podem ser consumados por muito tempo. Temos que ter essa responsabilidade”, ponderou.

O ministro minimizou as divergências entre o Palácio do Planalto e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que anunciou o rompimento formal com o governo. Ele disse que a posição do parlamentar é pessoal e não institucional. “Não vi nenhuma declaração dele que pusesse sair desse alinhamento de manter relacionamento institucional. Eu confio no Cunha, sei que ele vai agir corretamente”, avaliou.

informações de Congresso em Foco e O Globo

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Os 5 senadores que não faltaram a nenhuma sessão em 2015

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Só cinco senadores tiveram 100% de presença em 2015 (divulgação)

No primeiro semestre deste ano, somente cinco senadores participaram de todas as sessões deliberativas realizadas na Casa. Nesse tipo de reunião, em que são votadas novas leis ou alterações em leis já existentes, a presença do parlamentar é obrigatória.

De primeiro de fevereiro a 17 de julho, período que compreende o semestre legislativo, Delcídio do Amaral (PT-MS), Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Reguffe (PDT-DF), Romário (PSB-RJ) e Waldemir Moka (PMDB-MS) compareceram a todas as sessões do Senado. As informações são do Congresso em Foco.

A média de faltas dos parlamentares é a menor dos últimos três anos, considerando apenas o primeiro semestre de 2013 e 2014. O número de ausências dos parlamentares sofreu uma redução de 35% de 2013 até hoje. Tanto em 2014 quanto em 2015, foram realizadas 50 sessões deliberativas no primeiro semestre. No ano passado, os senadores acumularam quase 660 faltas, enquanto neste ano o número não chega a 500.

O senador Delcídio acredita que os projetos da área fiscal encaminhados pelo governo contribuíram para um maior engajamento dos parlamentares, e, consequentemente, maior presença em plenário. Para o petista, o início de 2015 foi marcado pela discussão de temas “muito relevantes”. “O clima de enfrentamento entre base e oposição, além dos vários instrumentos de controle da sociedade sobre os políticos, aumentam a cobrança que recai sobre nós senadores”, completa.

Waldemir Moka, outro que ficou entre os mais assíduos, disse que “a agenda do Congresso este ano foi positiva ao tratar de assuntos polêmicos”. O sul-mato-grossense ressalta que toda a segunda-feira, religiosamente, viaja para a capital federal. Conterrâneo de Moka, Delcídio possui a mesma rotina. Ambos afirmam que se elegeram justamente para trabalhar em Brasília.

Assim como Romário, Reguffe era deputado federal na legislatura passada. Ele participou de todas as sessões realizadas nos últimos quatro anos e segue sem nenhuma falta no Senado. De acordo com o político brasiliense, os parlamentares não fazem mais que sua obrigação quando participam das discussões realizadas em plenário. “É preciso ter responsabilidade com o contribuinte”, disse o senador.

Para o cientista político Leonardo Barreto, os parlamentares faltosos representam prejuízo aos cofres públicos, pois muitos projetos de lei deixam de ser relatados e até votados em algumas circunstâncias. Segundo Leonardo, a assiduidade é o primeiro indicador do nível de seriedade do parlamentar em relação ao seu mandato. ”O congressista ausente se torna um exemplo negativo para a população, que fica desmotivada a acreditar no sistema político”, afirma ele.

VEJA TAMBÉM: Os salários dos senadores, deputados, ministros do STF e da presidente

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Deputado afirma que ‘PT é culpado’ pelo rebaixamento de Bahia e Vitória

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deputado aleluia culpa PT bahia vitória
O deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA)

O deputado federal José Carlos Aleluia, presidente estadual do DEM, creditou o rebaixamento da dupla Bahia e Vitória ao envolvimento de figuras ligadas ao PT na administração dos dois maiores clubes baianos. As informações são do Tribuna da Bahia.

Aleluia citou as influências de Fernando Schmidt, ex-secretário de Jaques Wagner, e José Rocha (PR), no Bahia e no Vitória, respectivamente, como uma forma de estatizar os clubes baianos. “A queda do Bahia e do Vitória foi culpa do PT. Eles que afundaram os clubes”, afirmou.

As declarações polêmicas de Aleluia sobre o governo petista estão se tornando frequentes. Para os petistas e aliados, o parlamentar precisa cuidar da cabeça.

O presidente do PT na Bahia, Everaldo Anunciação, questionou a sanidade mental de Aleluia quando soube da imputação de culpa ao partido.

“As derrotas nas eleições majoritárias deixaram Aleluia fora de órbita. É simplesmente ridículo que um deputado federal que representa um estado como a Bahia esteja tão atrasado na forma de pensar e com o tamanho da hipocrisia que ele vem revelando em alguns temas relacionados ao país”, cravou o petista.

O deputado Aleluia também tem defendido abertamente o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

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Os 10 senadores mais faltosos em 2015

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magno malta faltas senado federal
Magno Malta (PR-ES) lidera o ranking, com 19 faltas em 50 sessões. José Maranhão (PMDB-PB) e Paulo Bauer (PSDB-SC) também ficaram entre os mais ausentes, mas tiveram razões médicas para isso (divulgação)

No primeiro semestre deste ano, dez senadores faltaram a 13 ou mais sessões deliberativas. Isto é, a reuniões do Plenário a que todos os 81 integrantes do Senado eram obrigados a comparecer para deliberar sobre a adoção ou alteração de normas legais.

O número de ausências desses parlamentares equivale a pelo menos 26% – ou mais de um quarto – das 50 reuniões nas quais a presença dos parlamentares era obrigatória. As informações são do Congresso em Foco.

O mais ausente foi José Maranhão (PMDB-PB). Dezoito das suas 22 faltas, porém, tiveram razões médicas. O senador, que completará 82 anos em 6 de setembro, teve dengue, doença que o impossibilitou de participar de grande parte das decisões tomadas pelo Senado desde o início do ano.

Assim, quem mais chamou atenção na liderança do ranking dos faltosos foi o segundo colocado, o senador Magno Malta (PR-ES), da bancada evangélica, com 19 ausências, ou seja, 38% do total de sessões realizadas. Quase todas as faltas (16) foram“justificadas”.

Justificativas?

Uma explicação é necessária aqui. As generosas regras do Senado e da Câmara permitem que praticamente tudo justifique as faltas dos senadores e deputados. Servem um seminário no exterior ali, um evento próximo aos redutos eleitorais acolá, bastando caracterizá-lo como “atividade parlamentar externa”ou “missão parlamentar”.

Também se tornaram frequentes, nos últimos anos, atividades itinerantes de órgãos permanentes ou temporários do Congresso, em diferentes cidades do país. Nesses casos, a orientação oficial é para que nenhuma atividade seja marcada em dia e horário de sessão deliberativa.

Somente em junho, Magno Malta deixou de comparecer a oito sessões seguidas. Sua assessoria alega que isso ocorreu em razão das reuniões que ele realiza pelo país afora, seja na condição de presidente da CPI das Próteses, seja como porta-voz de setores evangélicos que defendem a criminalização do aborto e a “ideologia de gênero”.

VEJA TAMBÉM: Os 5 senadores que não faltaram a nenhuma sessão em 2015

A expressão é usada pelo senador e sua equipe para designar aquilo que os movimentos de mulheres ou de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT) chamam – no Brasil e em todo o mundo ocidental – de liberdades individuais. Um dos principais líderes evangélicos do Parlamento brasileiro, Magno Malta chegou a sonhar com a candidatura presidencial no ano passado.

Conheça quais foram os dez senadores que menos assinaram a lista de presença em 2015:

1. José Maranhão (PMDB-PB)
2. Magno Malta (PR-ES)
3. Roberto Rocha (PSB-MA)
4. Ricardo Ferraço (PMDB-ES)
5. Sérgio Petecão (PMN-AC)
6. Paulo Bauer (PSDB-SC)
7. Douglas Cintra (PTB-PE)
8. Ivo Cassol (PP-RO)
9. Zeze Perrella (PDT-MG)
10. Gladson Cameli (PP-AC)

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Os deputados que não faltaram a nenhuma sessão em 2015

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Além de não faltar a nenhuma sessão em 2015, o deputado Tiririca (PR-SP) teve 100% de presença durante os 4 anos da última legislatura (divulgação)

Apenas 8% dos 513 deputados compareceram a todas as sessões reservadas a votação na Câmara no primeiro semestre da nova legislatura.

Entre 1º de fevereiro e 17 de julho, a presença dos parlamentares só foi exigida em 67 dias. Ainda assim, somente 44 deputados participaram de todas as sessões deliberativas. Entre eles, 20 são calouros na Casa e exercem o primeiro mandato federal. O levantamento é do Congresso em Foco.

Entre os campeões da assiduidade no primeiro semestre da atual legislatura, quatro tiveram 100% de presença nos quatro anos da legislatura passada. Carlos Manato (SD-ES), Lincoln Portela (PR-MG), Pedro Chaves (PMDB-GO) e Tiririca (PR-SP) não faltaram a sequer uma sessão nos últimos quatro anos e mantiveram o desempenho no começo do atual mandato.

VEJA TAMBÉM: Os 5 senadores que não faltaram a nenhuma sessão em 2015

A lista dos 100% presentes no primeiro semestre inclui representantes de 16 partidos, 15 estados e do Distrito Federal. PMDB, PT e PP têm cinco nomes cada. PSB, PR e PSDB, quatro. Também têm representantes na relação dos mais assíduos o PCdoB e o Pros (com três deputados), o PTN, o PTB, o PSD e o PRB, com dois, e o PPS, o Psol, o PSC e o SD, com um cada.

A lista dos deputados que não faltaram a nenhuma sessão em 2015:

Carlos Gaguim (PMDB-TO)
Afonso Hamm (PP-RS)
Alan Rick (PRB-AC)
Antonio Brito (PTB-BA)
Artur Bisneto (PSDB-AM)
Beto Faro (PT-PA)
Bohn Gass (PT-RS)
Carlos Manato (SD-ES)
Chico Alencar (Psol-RJ)
Chico D’Angelo (PT-RJ)
Chico Lopes (PCdoB-CE)
Christiane Yared (PTN-PR)
Conceição Sampaio (PP-AM)
Delegado Eder Mauro (PSD-PA)
Delegado Edson (PTN-MG)
Dimas Fabiano (PP-MG)
Eduardo Cury (PSDB-SP)
Flavinho (PSB-SP)
Glauber (PSB-RJ)
Hermes Frangão (PMDB-PR)
Hissa Abrahão (PPS-AM)
João Derly (PCdoB-RS)
José Stedile (PSB-RS)
Lázaro Botelho (PP-TO)
Leônidas Cristino (Pros-CE)
Lincoln Portela (PR-MG)
Luiz Couto (PT-PB)
Marcio Alvino (PR-SP)
Marcos Rotta (PMDB-AM)
Miguel Haddad (PSDB-SP)
Miguel Lombardi (PR-SP)
Miro Teixeira (Pros-RJ)
Nilson Pinto (PSDB-PA)
Odelmo Leão (PP-MG)
Orlando Silva (PCdoB-SP)
Pedro Chaves (PMDB-GO)
Professor Victório Galli (PSC-MT)
Ronaldo Fonseca (Pros-DF)
Ronaldo Martins (PRB-CE)
Roney Nemer (PMDB-DF)
Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ)
Tenente Lúcio (PSB-MG)
Tiririca (PR-SP)
Weliton Prado (PT-MG)

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João Doria Jr. se lança candidato à prefeitura de São Paulo pelo PSDB

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João Doria prefeitura PSDB alckmin
O empresário João Doria, ao lado dos caciques do PSDB, Aécio Neves e Geraldo Alckmin (divulgação)

Um dia depois do apresentador José Luiz Datena, da Band, confirmar que disputará a Prefeitura de São Paulo em 2016 pelo PP, hoje foi a vez do empresário João Doria, que comanda um programa de entrevistas na mesma emissora, se apresentar como pré-candidato. Filiado ao PSDB, ele diz que está disposto a enfrentar uma disputa prévia caso outros tucanos se coloquem no páreo.

“Vou disputar o que for preciso para ser o candidato em 2016. Duas grandes lideranças do partido, o governador Geraldo Alckmin e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, estão estimulando a renovação. Isso será importante para o partido crescer e sair do binômio Alckmin e Serra na capital”, afirmou Doria.

Presidente do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), Doria já montou um grupo de trabalho com 27 pessoas que serão responsáveis pela gestão e formação de sua campanha. Os nomes serão anunciados em agosto.

Doria também comentou a entrada do apresentador Datena na disputa pelo PP: “Se as candidaturas se confirmarem, pela primeira vez teremos três comunicadores na disputa, o que é saudável”, disse.

Além de Doria e Datena, o deputado Celso Russomanno (PRB-SP) é contratado da TV Record e começará na semana que vem a apresentar um quadro no programa Cidade Alerta, que detém a maior audiência da emissora.

O vereador Andrea Matarazzo também se apresentou como pré-candidato tucano à prefeitura de São Paulo e deve disputar a vaga com Doria.

com informações de AE

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