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Brasileiros querem punição severa a candidato que usa notícias falsas

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Brasileiros querem punição severa candidato usa notícias falsas
Imagem: populismstudies

Agência Brasil

A 16ª edição da pesquisa Observatório Febraban, realizada pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), entre os dias 4 e 10 de julho com 3 mil pessoas nas cinco regiões do país, revelou que 88% dos brasileiros são favoráveis à punição dos candidatos que usam ou se beneficiam de notícias falsas durante as eleições. A punição mais defendida, para 52% das pessoas ouvidas, é a impugnação da candidatura; 14% defendem multa em dinheiro; 12% defendem suspensão da campanha eleitoral por um período; 10% consideram que a propaganda eleitoral deve ser suspensa por completo e 3% indicaram apenas uma repreensão pública. Segundo a pesquisa, as notícias falsas ou Fake News são um dos temas que mais chamam atenção no período eleitoral e 73% da população quer punições severas a quem se aproveitar dessa prática.

A pesquisa, inédita, procurou investigar o pensamento dos brasileiros sobre o grau de envolvimento nas campanhas eleitorais que vão começar dentro duas semanas praticamente. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dia 16 de agosto será dada a largada da propaganda eleitoral geral. Até lá, qualquer publicidade ou manifestação com pedido explícito de voto é passível de multa. Nessa data, 16 de agosto, também é o último dia para os tribunais regionais eleitorais listarem as emissoras que transmitirão a propaganda eleitoral gratuita de candidatas e candidatos de municípios onde não há emissoras de rádio e TV. A exibição da propaganda no horário eleitoral gratuito em rádio e TV vai de 30 de agosto a 3 de outubro. A contagem é feita considerando-se os 35 dias anteriores à antevéspera do 1º turno, e em municípios onde haverá 2º turno, a propaganda em rádio e TV ocorrerá de 11 a 25 de outubro.

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Considerando o início das campanhas, a pesquisa apontou que o desempenho das candidatas e candidatos na campanha eleitoral e nos debates chega a 17% na escolha dos eleitores. Para 43% dos entrevistados, as propostas apresentadas são determinantes na hora do voto e para 29% a experiência administrativa conta de maneira favorável aos eleitores. Para 29% dos pesquisados, a decisão de voto vai acontecer na reta final da campanha, depois do último debate. Para 9%, isso acontecerá no dia da eleição.

Fake News

A pesquisa apontou que mais da metade da população, ou seja, 59%, já recebeu algum tipo de Fake News e 30% responderam que já se sentiram prejudicados por notícias falsas, enquanto que 25% declararam já ter bloqueado uma pessoa ou ter sido bloqueado em grupos do WhatsApp por causa de conflitos, brigas e discussões relacionados aos candidatos nas últimas eleições. Para também 59% dos entrevistados que vivenciaram bloqueios ou saída de grupos do WhatsApp por discussões políticas acham que isso se repetirá neste ano.

Na semana passada, foi lançada uma cartilha que traz orientações para as pessoas detectarem as notícias falsas das verdadeiras. A cartilha pode ser acessada aqui e, a partir dela, os internautas podem identificar facilmente boatos, Fake News e assim evitar desinformação, fraudes e manipulação de opiniões, muito comum em período de campanha eleitoral.

Eleições de Outubro

A maioria da população considera importante votar para prefeito e vereador nas eleições de outubro. Segundo a pesquisa, 68% da população tem muito interesse; 33% tem interesse. Para 93% da população, a escolha do prefeito é considerada importante e para 79% a eleição dos vereadores, os futuros componentes das Câmaras Municipais, deve ser levada à sério. A escolha dos vereadores é muito importante para 36% dos entrevistas e importante para 43% deles.

Importância da eleição

As eleições majoritárias, para presidente, são consideradas mais importantes para 39% dos brasileiros; 20% para a escolha de prefeitos e 7% para a escolha de governadores. Para 17% da população, não há diferença entre as eleições nas três esferas, a federal, a estadual e a municipal.

Eleição na rotina

Para 63% dos entrevistados, as eleições municipais podem ser consideradas como parte da rotina das pessoas, onde 34% disseram que o tema está muito presente nos ambientes de convívio social; 29% responderam que o tema é citado com relativa frequência e 35% afirmam que “ainda não se fala quase nada” sobre eleição e sobre os candidatos.

Mídias

A pesquisa identificou que a televisão (37%) e as redes sociais (30%) seguem isoladas como os meios mais utilizados para se informar sobre as eleições. Em seguida, as conversas com amigos, parentes, portais, blogs e sites de notícias na internet aparecem com 10% como os meios usados para saber novidades das eleições. Nos números agregados da pesquisa, os meios digitais lideram com 43%; o rádio com 4%, WhatsApp com 3% e jornal impresso com 2%.

A hora da escolha

A pesquisa também identificou as fontes de informação consideradas “mais importantes” para ajudar os eleitores escolherem de maneira correta as candidatas e os candidatos às prefeituras municipais. Para 22% dos entrevistados, assistir aos debates entre os candidatos na televisão é relevante para definir as escolhas; 16% consideram importante acompanhar as informações dos candidatos nas mídias sociais; 14% disseram que é importante acompanhar as notícias no rádio, televisão e jornais. Para 11% dos entrevistados, é importante as conversas com amigos e a família para definir o voto e para apenas 1% é importante receber orientações da igreja, do padre, do pastor ou outro guia espiritual. Para 5% dos entrevistados é importante ouvir os candidatos nos eventos de rua e 4% disseram que é importante acompanhar as notícias dos candidatos pelo WhatsApp.

Quem fica e quem sai

De acordo com as entrevistas realizadas, as pessoas se dividem quando o assunto diz respeito à continuidade ou mudança nas administrações municipais. 33% das pessoas ouvidas disseram preferir votar em um candidato que dê continuidade à forma como a cidade está sendo gerida; 31% disseram que optariam por um candidato “que mude um pouco a forma de administrar, mantendo algumas coisas e mudando outras e 30% responderam que desejam uma candidata ou candidato que “mude totalmente a forma de administrar o município”. Para 39% dos entrevistados há preferência de votar naquela candidata ou naquele candidato “que tenha experiência política, mas que ainda não foi prefeita ou prefeito; 24% darão preferência a nomes “novos na política” e 25% votaria em quem já foi prefeito ou prefeita.

Religião e o voto

A pesquisa indicou que 36% das pessoas consideram a religião como fator importante na escolha dos candidatos e para 43% dos evangélicos ou protestantes a religião do candidato é importante, enquanto que para os católicos o percentual é 31%. Entre os evangélicos e protestantes, 28% preferem votar num candidato que seja da mesma religião, e esse percentual cai para 16% entre os católicos.

Problemas

Para 55% dos entrevistados, a saúde pública é a área que deveria ser prioridade para os futuros prefeitos e prefeitas. Em segundo lugar, com 10% das respostas, está o núcleo emprego, renda e educação. Para 9% das pessoas ouvidas, a segurança pública deve ser prioridade. Com 3% das respostas, a prioridade deveria focar no trânsito, no transporte público e combate à corrupção.

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Tem hora que é preciso falar

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Tem hora que preciso falar
O Grito de Edvard Munch (Imagem: reprodução)

Anderson Pires*

Eu nasci em Maceió, morava num conjunto habitacional chamado Jardim das Acácias, no bairro do Farol. Coincidentemente, no mesmo lugar onde morava Djavan, que naquela época não era uma estrela, e a quem muitos se referiam como aquele neguinho que andava com um violão nas costas.

Pois é, era um lugar de gente pobre, num desses tantos conjuntos do antigo BNH, que se espalhavam pelo Brasil nos tempos da ditadura. Meu pai era jogador de futebol, vocês devem imaginar que não era grande coisa jogar no CSA ou no CRB na década de 70. Minha mãe assistente social, concursada do INPS, hoje INSS, e essa era nossa realidade.

A geração dos meus pais cresceu com a perspectiva que a educação seria a melhor opção de ascensão social para quem nasceu tão pobre, como era o caso deles. Estudaram, cresceram intelectualmente, ambos se tornaram professores universitários e, certamente, tiveram um desfecho na vida muito melhor do que se esperava para alguém que nasceu numa casa que nem banheiro na parte de dentro tinha e os tijolos de barro eram sem reboco.

Nessa perspectiva, a receita de oferecer o melhor colégio, o curso de inglês e estudar música era uma aposta de que os filhos teriam uma vida muito melhor e com menos obstáculos do que os que precisaram enfrentar, por mais sacrifícios que fossem necessários. Mas a vida não é feita só de objetividades. Talvez, a parte subjetiva seja a mais determinante da nossa sanidade e do que costumamos chamar de felicidade.

Os nossos traumas primários passam por questões objetivas, mas com reflexos subjetivos que podem ser devastadores. Podemos até contê-los, mas, provavelmente, eles irão se manifestar uma hora, ao ponto de nos tirar do eixo e nos desconhecermos.

E quase tudo está lá na infância

Pai e mãe não significam necessariamente que sejam um casal, nem que serão o suporte que garantirá equilíbrio emocional para seus filhos. Casamentos se desfazem, pais erram e, na maioria das vezes, acreditam que estão fazendo a coisa certa.

As carências nem sempre são supridas de uma forma adequada. A alienação parental existe e é destrutiva. Porque obriga quem não consegue discernir nem a cor da roupa que irá usar, a se confrontar sobre o que é certo ou errado, em relação às duas pessoas que mais ama.

Isso não é um julgamento, é uma reflexão. Algo que nunca fiz antes, até porque sempre contive e guardei todas as questões que, possivelmente, foram determinantes para a forma como conduzi minha vida emocional. Sempre tentei usar da objetividade para ofuscar sentimentos, medos, culpas e traumas. Durante muito tempo funcionou, criei alguns anteparos, procedi conforme valores que tenho, mas não sou infalível, uma hora a bomba estoura e o que na infância era apenas uma circunstância imposta pela vida, estava latente à espera de que um conjunto de fatores se apresentasse e, assim, os piores demônios aparecessem.

Nesse balanço tem muita coisa que resgatamos e corremos o risco de praticar injustiças. Porque não é justo conosco nem com os envolvidos estabelecer culpas em relação a atos que não foram feitos em meio a consciência dos reflexos. Principalmente, quando aparentemente seriam os mais adequados para se promover o bem.

Não vou detalhar fatos, são muitos. A maioria estavam adormecidos. Alguns já foram até relatados em reuniões familiares ou de amigos como algo positivo, em que muitos riram ou acharam atitudes pertinentes, mas que não eram. O tal do engula o choro ou se apanhar na rua, apanha em casa, é parte desses equívocos comportamentais, que deixam sequelas.

Assim como, num mundo de tanta desigualdade, nem sempre aquele esforço inestimável para se colocar um filho no melhor colégio da cidade, um ambiente que pode segregar mais que acolher, seja algo saudável. Pode até contribuir para abrir alguns espaços na formação acadêmica e profissional, mas o custo emocional disso pode ser absurdo.

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Porque espaços coletivos são ambientes de segregação, determinados pelo grupo hegemônico. A busca pela aceitação pode ser dolorosa e as pessoas não devem ter como obrigação na vida se destacar para serem aceitas. Isso é cruel. Nesse pacote alguns se anulam, outros são cooptados e deixam de ser quem são. Tem ainda os que carregam traumas e até a consciência de que aqueles com quem convivia eram seus verdadeiros inimigos (muitas vezes de classe).

A primeira vez que me senti realmente incluído foi na universidade em João Pessoa. Um espaço que mesmo recheado de elitismo, tinha um caráter público e uma miscelânia que me fazia pleno, que me abria para uma série de possibilidades, que permitia que minhas utopias de adolescente baseadas no instinto, passassem a ter motivos coletivos. O que era um anseio individual, passou a ser uma causa. Isso foi libertador. Ser aceito pelo que se acredita, pelos valores, pelo ser, é um sentimento único.

Mas isso não significava que os traumas guardados não existissem. Além de culpas, carregamos dívidas. E isso pode nos atormentar e trazer a gente novamente para um campo nocivo, que nos desvia de quem somos, nos tira do espaço de sonho e nos joga na velha obrigação da ascensão e aceitação social, sempre vinculada a padrões, que até quem nos ama acha serem os melhores para se viver.

Às vezes nossos sonhos cabem numa camiseta branca e uma calça jeans velha. Mas isso não é considerado prosperidade. O que diabos você foi fazer numa universidade longe de onde nasceu, que investiu tanto, se não for para não sair com uma profissão que lhe dê sucesso profissional e financeiro?

Mas e os sonhos? Qual o valor que eles têm?

É verdade que nem sempre eles são concretizados. Muitas pessoas podem ter um destino difícil na busca de suas utopias. Da mesma forma, que deixá-las de lado por conta das expectativas que geram em torno de você e os padrões de sucesso que a sociedade estabelece, pode ser muito pior.

O mais impressionante é que as cobranças e imposições começam muito cedo. Muitas vezes, quem cobra nem percebe que faz isso de uma maneira muito forte, mas travestida de algo banal e cheia de boas intenções. Lembra daquela história de não apanhar na rua? Vem desde lá. Se é para se meter numa briga, ganhe. E, assim, você será cobrado por tudo, ao ponto de a derrota, o abandono e a rejeição serem possibilidades inaceitáveis.

Como ninguém só vence, entram os mecanismos de proteção. Seja a conversa fiada de que não gosto ou não me importo com algo, até criar versões que servem de proteção tão forte, que a pessoa passa a acreditar piamente que pensa daquela forma e, assim, está blindado desses sentimentos ruins que carrega ao longo da vida.

Como já disse antes, uma hora pode haver uma confluência que quebra com as verdades e mecanismos de proteção. Pior que isso pode lhe destruir. Pode afetar as pessoas que mais ama e descambar num processo de autoconhecimento e resgate tão dolorido, ao ponto de questionar o porquê de se ficar tão mal e a vida ser esse fardo.

O que tem de bom nisso?

Se a trajetória for bem-sucedida pode ser a oportunidade de rever questões, de tratar feridas profundas, de mexer com situações que estabeleceram limites e mudanças de rotas na vida, que podem lhe custar muito emocionalmente. É também a hora de encarar dogmas que criamos, enxergar as pessoas que amamos com distanciamento. Perceber que amar não significa um salvo-conduto para só fazer o certo.

Somos vulneráveis e no instinto de defesa podemos cometer muitos erros, podemos machucar, podemos desrespeitar e, contraditoriamente, podemos fazer mal a nós mesmos. Porque na ânsia de controlar o que nos atormenta, podemos reagir a gatilhos de maneira destrutiva, com autossabotagem e boicote a nossa própria felicidade.

Aquele medo guardado, que sempre nos esquivamos de tratá-lo, nunca deixará de existir. Alguns com mais sorte passam a vida sem episódios que lhes obrigue a confrontá-lo. Mas isso é raro. O confronto pode acontecer nas mais diversas fases da vida e, tenha certeza, dói muito. Porém, é necessário.

Esteja preparado para quebrar certezas

Você terá raiva. Irá rever toda sua vida. Perceberá que seus ídolos não são infalíveis e que são capazes de na tentativa de acertar lhes deixarem marcas. Assim como, irá sentir muita culpa pelas vezes que não foi empático ou agiu de forma desrespeitosa com quem amava e machucou sem nenhuma razão, movido pela subjetividade cheia de pontos mal resolvidos e uma insegurança injustificável. E o pior, você pode corromper seus valores. Pode ser desumano com os mais próximos e se sentir um demagogo.

É uma trajetória bem complexa, que muitas vezes só nos damos conta da necessidade em momentos extremos. Às vezes é preciso um estopim para que as transformações existam e, se bem conduzidas, a vida pode ser outra, dentro de uma perspectiva de que verdades absolutas são imposições e que as variáveis que iremos nos confrontar são infinitas, logo, você nunca estará imune.

Porém, isso lhe faz crescer. Seja pela dor ou o amor, se estiver mesmo disposto, irá trazer à tona o que enterrou, mas que está vivo. Será a hora de limpar os cacos guardados que já não cabiam mais embaixo do tapete. Identificar motivos para atitudes que não concorda, algumas que até se envergonha e, assim, não repetir erros.

Outros erros virão

Nossa cabeça é cheia de caixinhas que podem ser abertas. Mas o processo já estará em curso. A forma que irá lidar com novos traumas será com mais equilíbrio, sem a tentativa de impor defesas e certezas. A ideia é sair melhor e reconhecer que nossos limites existem para serem tratados, sem atalhos e subterfúgios. Encarar nossos fantasmas é sempre difícil, mas precisamos exorcizá-los. Com certeza, é bem melhor que carregá-los por toda vida.

*Anderson Pires é formado em comunicação social – jornalismo pela UFPB, publicitário, cozinheiro e autor do Termômetro da Política.

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Atitudes das pessoas assediadoras – acenda o seu alerta

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Atitudes pessoas assediadoras acenda alerta

Uemerson Florêncio*

As pessoas assediadoras geralmente costumam lhe surpreender com elogios gratuitos e se você não tiver pulso firme são pessoas que entram na sua vida e você tem dificuldade para se afastar. Elas adotam posturas questionáveis e indesejadas, quanto aos elogios adotam posturas sorrateiras, falam por meio de sussurros e por meio de indiretas, podendo vir a alcançar o nível de falas públicas. Nestes casos, elas falarão para deixar a vítima constrangida, acuada num beco sem saída. Quantas vezes você passou por abordagens deste tipo?

Em muitas situações, as vítimas de assédio não fazem ideia que estão envolvidas num laço perigoso recheado de más intenções. Mesmo porque as pessoas assediadoras para envolver a vítima, camuflam suas intenções por meio da entrega de presentes ou através da manifestação de gestos aparentemente gentis.

Neste caso, muitos assediadores fazem estas ações em público para demonstrar cuidado a pessoa perante outros, na expectativa de buscar uma imagem positiva ou favorável com tais gestos. Na realidade, o assediador visa com isso limitar o espaço da vítima. Fiquem atentos, assediadores adotam atitudes disfarçadas, aparentemente inofensivas e despretensiosas, no entanto, as suas armadilhas estão prontas para pegar a vítima na primeira oportunidade.

Assediadores, sejam homens, sejam mulheres, que para garantir o sucesso esperado das suas investidas, buscam saber muitos particulares da vida das suas vítimas. Estes predadores da dignidade humana, investem na coleta de informações das suas vítimas para acessarem, por exemplo, datas especiais, preferências, gostos e costumes. Tudo isso, para manipular ou seduzir as suas vítimas para seus interesses mais nocivos. Por este motivo, você deve ter muito cuidado com ofertas voluntárias, sem ter uma razão de ser.

ATENTE-SE aos gestos gratuitos como toques sutis nas suas mãos, falas doces, se ligue aos manipuladores que investem em conversas com muita aproximação corporal ou falar lhe tocando.

Em muitos casos no ambiente de trabalho, algumas vítimas se sentem restritas, limitadas ou porque não dizer, desmotivada para se dirigir a empresa por conta do assédio. Esta vítima tem a sua dignidade afetada em diversos níveis, no aspecto produtivo, na concentração da atenção, nos estudos e no discernimento perante a tomada de decisões. Tem sérios impactos também nas escolhas, afinal, uma vez dispersa ou alheia, tem resultados comprometidos.

Sendo assim, assediadores geralmente fazem forte demarcação de território, fazem verdadeiros cercos ao longo do dia, visita a vítima no setor diversas vezes como forma de tortura-la psicologicamente. Eles costumam demonstrar que tem apoio das lideranças da empresa para inibir ações futuras por parte da vítima.

Em alguns casos, criam situações problemas para a vítima no sentido de demonstrar que só ele pode resolver, quando na realidade foi um problema criado por ele mesmo. Quantas ocorrências deste tipo você já passou ou foi vítima? Não se esqueça que os assediadores, são verdadeiros predadores da dignidade humana, pois as suas atitudes trazem sérios transtornos para as suas vítimas.

Observe bem, como se comporta uma vítima de assédio ao longo da vida, note quais são os tipos e modelos de relações e resultados que elas alcançam. Se estas pessoas não forem muito bem acolhidas, acompanhadas por meio de terapias altamente criteriosas e responsáveis, terão as suas vidas drasticamente afetadas nos quesitos relações e resultados.

*Uemerson Florêncio (Brasileiro) é Empreendedor. Treinador, palestrante e correspondente internacional de opinião para 5 países de língua portuguesa na África (São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Moçambique, Guiné Bissau e Angola), 7 países de língua espanhola (Argentina, Paraguai, Colômbia, Chile, Uruguai, Peru e Espanha) e Estados Unidos, onde expõe sobre a análise da linguagem corporal, gestão da imagem, reputação e crises. Criador do método pentágono da comunicação. Gestor de conteúdo do site da empresa Conceito Treinamentos no Brasil.

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Sargento violenta criança, é inocentado pela Justiça Militar e volta a estuprar outras

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Sargento violenta criança inocentado Justiça Militar volta estuprar outras
Sargento acusado de estupro no Colégio Militar do Recife é inocentado pela Justiça Militar

Camille Lichotti, José Roberto de Toledo e Luiz Fernando Toledo, TAB Uol

Um sargento acusado de estupro e inocentado pela Justiça Militar no Recife em 2003 voltou a cometer o mesmo crime em 2011, dessa vez em Porto Velho.

Na segunda ocorrência, foi condenado a 20 anos de prisão pela Justiça Civil e expulso do Exército, após a sentença transitar em julgado (quando não há mais possibilidade de recurso).

Sua esposa passou a receber uma pensão mensal — e vitalícia — de R$ 12.400 no mesmo ano em que ele passou a cumprir pena em regime aberto.

O valor é pago com dinheiro público pelo Exército.

O benefício é garantido a parentes de militares expulsos das Forças Armadas — entre eles, os que foram excluídos por cometer crimes.

Os parentes recebem “herança” antecipada porque ex-militares podem ser enquadrados na categoria de “mortos fictos”, originalmente reservada aos desaparecidos sem comprovação de morte.

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Um levantamento mostrou que o Exército gasta R$ 19,7 milhões ao ano em pensões a parentes de militares expulsos.

Militar, professor de música e evangélico

Em 2003, um menino de 12 anos foi levado à Corte da Justiça Militar para confirmar o abuso que havia sofrido no Colégio Militar do Recife, onde estudava.

Segundo seu depoimento, o sargento Franklin Veras de Araujo Junior, professor da banda da escola, o levou ao banheiro, trancou a porta, mostrou o pênis e pediu ao aluno que tocasse seu órgão genital.

Franklin exibia fitas pornográficas aos alunos e só autorizava as crianças a pegar em instrumentos musicais se elas lhe beijassem primeiro, contou o menino.

O ex-sargento, que tentou convencer os pais do garoto a retirar a denúncia, negou todas as acusações à Corte. Disse que era evangélico e não gostava de pornografia.

Outros militares do colégio depuseram a seu favor, sugerindo que a criança era culpada pela atitude “reprovável” por ter “comportamento homossexual”.

Leia também: Padre culpa menina de 10 anos pelos estupros: “Gosta de dar, assuma”

A Justiça Militar absolveu Franklin por “falta de provas materiais”.

O Ministério Público entrou com recurso, mas em 2004 o Superior Tribunal Militar manteve a decisão.

Livre das acusações, Franklin prosseguiu na carreira militar em Porto Velho (RO).

Em 2011, porém, foi acusado de abusar sexualmente de pelo menos cinco crianças e adolescentes que frequentavam o curso de música da Igreja Adventista Central da Capital.

Saiba mais: Pastor evangélico é condenado após “creche da igreja” ser usada para estupro coletivo de crianças

Dessa vez, a Justiça Civil o considerou culpado.

Pensão para o condenado

A pensão vitalícia de R$ 12 mil deixada por Franklin é paga a sua esposa, Adriana Gomes Barbosa Veras.

Mas, como os dois permanecem casados, o ex-militar condenado acaba se beneficiando indiretamente do dinheiro.

Em 2018, o casal se mudou para São Luís. Franklin abriu uma microempresa de lava a jato e “estética automotiva”, a BCAR, quatro anos depois. Ela foi extinta no fim do mesmo ano.

Adriana, sua esposa, abriu em 2023 outra empresa no mesmo endereço —também de lavagem, lubrificação e polimento de veículos. O registro se mantém ativo no site da Receita Federal.

Abusos eram rotina no Colégio Militar, diz vítima

“Minha vida nunca mais foi a mesma depois daquilo”, diz Rafael Henriques, o menino desacreditado pela Justiça Militar ao denunciar abusos do ex-sargento.

“Em nenhum momento me senti seguro naquela audiência. Eles [o juiz militar e os advogados] jamais olharam para mim como abusado, mas como o abusador. Eu estava descobrindo minha sexualidade na época. Não sei se foi o fato de eu ser homossexual que os levou a isso.”

Ao Uol Rafael diz que os abusos eram rotina no Colégio Militar.

“Observei que outros alunos saíam muito atordoados dessa sala. Aí eu identifiquei que estava acontecendo a mesma coisa com eles.”

Rafael comentou com um amigo da sala o episódio no banheiro. O colega contou para a mãe, que procurou o Colégio Militar para denunciar o caso.

Após o julgamento, o rapaz se fechou por completo. Começou a se sentir culpado e não conseguia mais fazer amigos.

Os colegas de turma, levando o bullying a um nível mais cruel, passaram a cobrá-lo pela acusação contra o sargento.

Rafael lembra uma dinâmica feita pela psicóloga do Colégio Militar no ano seguinte ao do julgamento.

No meio da atividade, uma das alunas disse: “Rafael faz parte dessa turma? Eu esqueci que ele existia”.

“Essa frase nunca saiu da minha cabeça. Só comecei a respirar como um ser humano depois que eu saí do Colégio Militar”, conta ele.

O pai, que também era militar, foi deslocado para servir no Amazonas, onde o rapaz pôde construir uma vida nova.

Mas o trauma não desapareceu por completo. Hoje com 33 anos e morando nos Estados Unidos, ele ainda sente dificuldades para se relacionar e iniciar sua vida sexual.

‘Devia estar preso há muito tempo’

Rafael não sabia que o sargento foi condenado em 2011 por abusar de outras crianças. Ele diz que, se Franklin tivesse sido punido antes, outras vítimas poderiam ter sido poupadas.

“Saber que ele continuou fazendo vítimas me deixa completamente?”, diz, sem terminar a frase. “Ele já devia estar preso há muito tempo.”

Também foi uma surpresa para a mãe de Rafael, Mirtes. “Meu Deus, fico até arrepiada”, diz ela.

É como se a condenação lavasse a alma da mãe. Ela não teve condições de continua com uma briga judicial pelo filho e era obrigada a assistir ao sargento, livre, desfilando no 7 de Setembro no Recife.

“Eu era leiga na época e não tive nenhum apoio psicológico nem moral. Fui coagida a desistir e não tive como perseverar no processo [judicial].”

Apesar da condenação, Rafael não considera que a Justiça tenha sido feita, já que o sargento ainda usufrui de uma pensão de R$ 12 mil, paga à esposa em razão de sua demissão do Exército.

“É completamente errado que eles continuem ganhando dinheiro público depois da condenação. Para mim, ele não tem esse direito.”

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Os impactos da reputação nas campanhas eleitorais municipais

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impactos da reputação nas campanhas eleitorais municipais
Imagem: Marcelo Camargo | Agência Brasi

Uemerson Florêncio*

A reputação tem o extraordinário poder para erguer ou derrubar qualquer ser humano. Mesmo porque, ela é o resultado das posturas e atitudes adotadas nas suas relações interpessoais ao longo do tempo, podendo ser positiva ou negativa. Ela está diretamente ligada à sua história, aos fatos que compõem esta sua trajetória – pessoal, familiar, profissional, social, enfim, ela está associada a imagem percebida pelas pessoas em geral, independentemente de serem eleitores ou não. Dessa forma, serão necessárias algumas reflexões iniciais:

– Como você se enxerga hoje? É muito importante avaliar as crenças, princípios de vida por você defendido e vividos. E por falar nisso, quais são os valores defendidos em sua vida? Quais são os valores você verdadeiramente vive em suas rotinas? Você consegue realmente fazer uma lista? Agora me responda: Nesta lista, você se surpreende ou se decepciona? E se entregarmos um questionário a cada pessoa aleatoriamente de determinados ambientes nos quais você já teve convivência será que a sua lista de valores e qualidades será extensa ou curta?

– Quem é você quando ninguém lhe vê? Quando você não tem os olhares das pessoas sobre você quais são os seus comportamentos ou atitudes?

– Quem é você perante as pessoas? Quando você está perante a opinião pública você sente autossuficiente, imbatível? Ou ainda, perante eles, você faz o que você quer sem ligar para a opinião deles?

Nas campanhas eleitorais muitas máscaras se levantam para impressionar os eleitores, verdadeiros espectadores dos espetáculos previamente ensaiados. Mas, será que neste percurso, algumas máscaras, não caem? Sim, muitas. Principalmente, quando se acessam arquivos da vida de certos candidatos ou quando são flagrados em atos questionáveis ou delituosos. A reputação marca a vida de homens e mulheres em uma sociedade atenta e vigilante, afinal, se eleitos, serão os representantes oficiais da cidade, daí, espera-se que o caráter faça toda a diferença.

As vezes apenas, apenas, o simples se aliar a uma certa personalidade ou um grupo político partidário, já poderá ser o suficiente para desqualificar parte da sua história de vida e perder eleitores significativamente. Quando casos deste tipo você assistiu ou ouviu pelos veículos de comunicação?

A partir deste momento podemos ter uma crise de imagem instalada na campanha. Mas, o que é uma crise de imagem? É o que se escapa do esperado, previsível e planejado. É quando surge um conflito, uma divergência ou uma não conformidade quanto ao cumprimento de certos protocolos a serem executados ou esperado por um determinado grupo de pessoas, neste caso, os eleitores.

Podemos também dizer que uma crise numa campanha eleitoral municipal é algo crítico, uma vez que os candidatos tem as suas vidas muitos mais notadas e conhecidas do que os candidatos ao Governo do Estado e a presidência da República. Quase todos se conhecem, as vezes até de infância de acordo com o porte da cidade. Há cidades que muitos eleitores acompanharam a vida de muitos candidatos, daí, se for descoberto algum escândalo, pode gerar profundo constrangimento para toda a família, caso seja um grupo tradicional na região.

Assim, reforço que a crise de imagem pode ser vista também como o comprometimento de uma rota a ser seguida e que teve uma afetação negativa, contrária ao esperado. Algo que gera ruptura em diversos níveis, cuja solução não ocorre no mesmo tempo em que o fato crítico acontece ou ocorreu. Quem já ouviu a máxima de Tom Peters: “Você nunca terá uma segunda chance de causar uma primeira boa impressão”?

*Uemerson Florêncio (Brasileiro) é Empreendedor. Treinador, palestrante e correspondente internacional de opinião para 5 países de língua portuguesa na África (São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Moçambique, Guiné Bissau e Angola), 7 países de língua espanhola (Argentina, Paraguai, Colômbia, Chile, Uruguai, Peru e Espanha) e Estados Unidos, onde expõe sobre a análise da linguagem corporal, gestão da imagem, reputação e crises. Criador do método pentágono da comunicação. Gestor de conteúdo do site da empresa Conceito Treinamentos no Brasil.

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João Campos tem 80% no Recife e Paes 60% no Rio de Janeiro; ambos devem vencer no primeiro turno

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eduardo paes joão campos
Eduardo Paes e João Campos (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (28) com as intenções de voto para prefeito a prefeitura do Recife mostra o prefeito João Campos (PSB) com 80% das intenções de voto, liderando a disputa. Em segundo lugar, vêm Gilson Machado, com 6%, e Daniel Coelho, com 5%.

João Campos (PSB): 80%
Gilson Machado (PL): 6%
Daniel Coelho (PSD): 5%
Dani Portela (PSOL): 1%
Tecio Teles (Novo): 1%
Ludmila Outtes (UP): 0%
Simone Fontana (PSTU): 0%
Victor Assis (PCO): –
Indecisos: 1%
Branco/Nulo/Não vai votar: 6%

No Rio de Janeiro, a Quaest aponta que o candidato à reeleição, Eduardo Paes (PSD), subiu 11 pontos percentuais e segue com folga na liderança, com 60% das intenções de voto – tinha 49% no levantamento anterior, divulgado em 24 de julho. Na sequência, vêm Alexandre Ramagem (PL), com 9%, e Tarcísio Motta (PSOL), com 5%.

Eduardo Paes (PSD): 60%
Alexandre Ramagem (PL): 9%
Tarcísio Motta (PSOL): 5%
Cyro Garcia (PSTU): 3%
Rodrigo Amorim (União Brasil): 1%
Marcelo Queiroz (PP): 1%
Juliete Pantoja (Unidade Popular): 1%
Carol Sponza (Novo): 1%
Henrique Simonard (PCO): 0%
Em branco/nulo/nenhum: 13%
Indecisos: 6%

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Um olhar profundo sobre os novos monstros tiranos

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olhar profundo sobre novos monstros tiranos
Imagem: substantivoplural

Mônica V. A. Benetti*

Quando nos embrenhamos pelos caminhos do autoconhecimento despertamos a nossa consciência, transpondo barreiras internas e nos conectamos ao mindset do crescimento. Os mitos, as lendas e os contos antigos tornam-se fórmulas e direcionamentos para esta autorreflexão humana, além de proporcionar uma compreensão do contexto social no qual estamos inseridos.

Como conscientizar as pessoas?

É a partir desta ampliação da nossa consciência que conseguimos alcançar patamares de compreensão da realidade, dissipando as névoas e apreendendo os cenários que a vida descortina, sejam internos, sociais e culturais. Recusamos fugir das sombras, aceitando-as, percebendo que estão presentes o tempo todo na existência histórica humana. Como se passado e presente ainda andassem de mãos dadas, pois mudar gera mais resistência, a permanência é mais cômoda, o apego torna-se promissor, já que promove a fácil conexão com as mentiras, as máscaras e aos personagens que vão se delineando por escolhas pessoais e coletivas. Romper estas barreiras é o maior desafio humano, pois significa se livrar das amarras da ilusão e do efêmero.

O arquétipo do monstro tirano pode ser encontrado nas mitologias, nas lendas, nas tradições folclóricas, nos pesadelos do mundo, nos traumas individuais e coletivos. Atualmente, quando conseguimos nos libertar dos invólucros obscuros mentais e emocionais, retiramos a venda interna, nos possibilitando identificá-los em alguns gestores, principalmente públicos. A realidade se apresenta tal como ela é: estrategicamente se personificam nas redes sociais e nas mídias como heróis, apresentam-se cheios de boas intenções, salvadores, moralistas, tradicionais e donos da verdade.

No pano de fundo deste teatro sutil e piegas, quando as máscaras caiem ao olhar mais profundo (dissipando as névoas do efêmero), vemos seres movidos por ódio, por raiva extrema e ganância exacerbada: “Ele é o acumulador do benefício geral, é o monstro ávido pelos vorazes direitos do “meu e para mim”. O ego inflado do tirano é uma maldição para ele mesmo e para o seu mundo” (Joseph Campbell). Ele se liga aos instintos mais primitivos, devorando humano, a esperança e a empatia, materializando-os na sua forma de governar, consequentemente eliminando árduas conquistas humanas e coletivas, colocando-as como inimigas a serem extirpadas.

Podemos ver estes arquétipos de monstros tiranos em ditos gestores públicos nos Estados de Minas Gerais, Paraná e de São Paulo, quando imbuídos por uma visão minimalista e fiéis aos seus egos destrutivos relegam a sociedade a um cenário de obscuridade e incertezas. Promovendo a desunião, a violência, a perseguição, o ódio e por fim vários outros males, direcionando a mesma para o mito da caverna de Platão: onde a cegueira coletiva permite a detenção das mentes inseridas nos jogos vorazes destes indivíduos, presos por sua psique torturada. Suas escolhas dizem por si mesmas: tentativa sistemática e obsessiva por retirar direitos sociais, privatizando escolas públicas, a saúde pública, promovendo uma perseguição implacável aos prestadores destes serviços para a população pagadora de impostos. Colocando-os como inimigos da sociedade, como sugadores que se beneficiam de salário altos.

Por trás destes discursos repetitivos, residem interesses inequívocos e unilaterais. Estas escolhas refletem o interior destes seres presos ao arquétipo do monstro tirano: ego inflado, ódio, vaidade extrema, instintos primitivos e incontroláveis além dos impulsos de aquisição. Tudo que tocam é para jogar por terra a evolução humana no que se refere a direitos para a maioria, só conseguem gerir para uma minoria de parceiros oportunistas, que como eles, estão entorpecidos pelas suas próprias efemeridades.

Somente conseguiremos construir um cenário coletivo mais humanizado, fraterno, empático, quando conhecermos realmente a nós mesmos, compreendendo as nossas sombras, os nossos complexos, os nossos apegos e ilusões, desta forma abriremos mão do para mim, somente para mim, libertando-nos da caverna mental obscura que nos inserimos por comodismo, pelo fácil e instintivo. Possibilitando-nos escolher representantes que reflitam a nossa interioridade elevada a um patamar mais consciente. O caminho é longo, mas é possível.

*Mônica V. A. Benetti é bacharel em História, especialista em Mitologia Criativa, Contos de Fadas e Psicologia Analítica e especialista em Psicologia da Educação.

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Crise que uniu PT e bolsonarista na PB alerta para o PCC na eleição de SP

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Crise uniu PT bolsonarista PB alerta PCC eleição SP
Luciano Cartaxo (PT), Ruy Carneiro (Podemos) e Marcelo Queiroga (PL)

Leonardo Sakamoto

A denúncia de que o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), teria ligação com a facção criminosa Nova Okaida e que isso estaria criando barreiras para a campanha eleitoral de seus adversários na periferia da capital paraibana, levou a uma entrevista coletiva dos candidatos Luciano Cartaxo (PT), Marcelo Queiroga (PL) e de Ruy Carneiro (Podemos).

Pediram, na manhã desta quarta (11), tropas federais para garantir que o crime organizado não impeça a campanha. A crise que uniu um lulista e um bolsonarista serve de alerta a outras capitais, como São Paulo, em que a promiscuidade do PCC com partidos políticos ganhou a agenda eleitoral.

Queiroga, que foi ministro da Saúde de Jair Bolsonaro durante a pandemia de covid-19, ressalta que os três são adversários, mas estão vendo surgir um “Estado de narcocriminosos”, em registro de reportagem do sempre presente Carlos Madeiro, do Uol. Na mesma linha, Cartaxo disse que a entrevista não era uma aliança, mas que os cidadãos estão sendo proibidos de receber candidatos em suas casas pelo crime organizado.

Saiba mais: Deputado condenado a 20 anos de prisão ganha escolta da PF para fazer campanha em João Pessoa

Nesta terça (10), a Polícia Federal realizou uma operação para investigar o aliciamento de eleitores em João Pessoa na qual foram apreendidos contracheques de funcionários da prefeitura. Em maio, outra operação da PF mirou o crime organizado na administração municipal, atingindo Janine Lucena, filha de Cícero. Um integrante da Nova Okaida teria negociado cargos públicos em troca da autorização de entrada de agentes municipais em comunidades controladas pelo crime.

Não há registro que a facção que domina o crime em São Paulo esteja impedindo os candidatos de fazerem campanha. O que não significa que ela não esteja onipresente no noticiário eleitoral.

Pablo Marçal está cercado de correligionários acusados de negócios com o PCC. O presidente de seu partido, o PRTB, Leonardo Avalanche, foi gravado dizendo ter vínculos com o grupo criminoso e ter sido responsável por soltar André do Rap, um de seus líderes. Foi Avalanche que garantiu a candidatura para Marçal. Ao mesmo tempo, Tarcísio Escobar, ex-presidente estadual do PRTB, e seu sócio Júlio César Pereira, o Gordão, aliados de Avalanche e articuladores do partido, teriam trocado carros de luxos por cocaína para o PCC, segundo investigação da Polícia Civil.

Apontado como dono da empresa de ônibus Transwolff, que conta com concessões na zona sul da capital paulista, Luiz Carlos Pacheco, o Pandora, chegou a ser preso, em abril, na Operação Fim da Linha – que investiga um esquema de lavagem de dinheiro do PCC usando a viação. Ele é ligado ao presidente da Câmara dos Vereadores, Milton Leite (União Brasil). Promotores do grupo de combate ao crime organizado afirmaram que Leite teve “papel juridicamente relevante na execução dos crimes sob apuração” envolvendo a Transwolff. Os seus sigilos fiscal e bancário foram quebrados com autorização da Justiça.

Matéria do portal Metrópolis aponta que depoimentos colhidos pela Polícia Civil reforçam “ingerência” do vereador Senival Moura (PT) sobre a Transunião, empresa que opera linhas de ônibus na zona leste da capital que está sendo investiga por elo com o PCC. Ele tem sido cabo eleitoral de Guilherme Boulos (PSOL) na campanha à Prefeitura de São Paulo.

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A entrada do crime organizado na política não é novidade e há tempos assombra pequenas cidades, como Embu das Artes, na região metropolitana de São Paulo, e grande cidades, como o Rio de Janeiro. Lá, a milícia faz parte, há tempos, de diferentes níveis de governo.

Um exemplo é a deputada estadual Lucinha (PSD), condenada a quatro anos e cinco meses de prisão, além da perda do mandato, no mês passado, por desvio de dinheiro público. Ela também é investigada por integrar milícia. Teria, por exemplo, passado informações privilegiadas para evitar a prisão de criminosos. Outro é o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, preso após ser apontado como um dos idealizadores da execução da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes em 2018.

Com Cícero Lucena com chance de vencer no primeiro turno, há quem diga que a entrevista coletiva e o pedido por tropas federais de Luciano Cartaxo, Marcelo Queiroga e Ruy Carneiro é oportunismo. Contudo, as operações da Polícia Federal em João Pessoa mostram que, se o Brasil não abrir o olho, o crime vai ser o grande vencedor desta eleição.

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Como enviar encomenda para Irlanda

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Como enviar encomenda Irlanda
Imagem: Pexels

Quando o assunto é a Irlanda, diversas dúvidas surgem, desde o salário mínimo Irlanda até a forma como enviar encomendas.

Enviar encomendas para a Irlanda pode ser necessário por diversos motivos, seja para enviar presentes para familiares e amigos, ou para atender clientes em um negócio internacional.

No entanto, entender os procedimentos e os requisitos corretos é fundamental para garantir que a encomenda chegue ao destino de forma segura e sem complicações.

Então, existem diversos fatores a considerar, como a escolha da transportadora, as documentações exigidas e as restrições de envio.

Por isso, neste artigo, vamos explorar as melhores práticas para enviar encomendas para a Irlanda, abordando desde a seleção da empresa de envio até o preenchimento adequado de documentos, assegurando uma entrega eficiente e sem problemas.

Escolha da empresa de envio

A escolha da empresa de envio é um passo crucial para garantir que sua encomenda chegue à Irlanda de forma segura e no prazo desejado, seja ela uma maquininha de cartão.

Dessa forma, entre as principais opções de transporte internacional estão os Correios, a DHL, a FedEx, entre outras empresas que oferecem serviços especializados para envios internacionais.

Cada uma dessas empresas tem características e vantagens específicas, o que torna essencial avaliar qual delas se adapta melhor às suas necessidades.

Correios é geralmente a opção mais acessível em termos de custo, mas pode apresentar tempos de entrega mais longos e um serviço de Correios rastreamento menos detalhado, especialmente para envios internacionais.

Por outro lado, DHL e FedEx são conhecidas por suas entregas rápidas e eficientes, com serviços de rastreamento detalhados que permitem acompanhar a encomenda em todas as etapas do trajeto, seja por via aérea ou marítima.

No entanto, essas empresas costumam ter preços mais elevados, o que pode ser um fator importante dependendo do orçamento disponível.

O que levar em consideração na escolha?

Ao escolher a melhor empresa de envio, leve em consideração os seguintes critérios:

⭢ Custo: Compare os preços entre as opções e veja qual oferece o melhor custo-benefício, considerando tanto o valor do frete quanto os serviços oferecidos.
⭢ Tempo de entrega: Se o envio for urgente, empresas como DHL e FedEx podem ser mais adequadas, pois costumam entregar com maior rapidez.
⭢ Confiabilidade: Verifique a reputação da empresa em termos de segurança e de pontualidade na entrega.
⭢ Rastreamento: Opte por empresas que ofereçam um serviço de rastreamento preciso e atualizado, permitindo monitorar sua encomenda ao longo do caminho.

Por fim, uma dica importante é consultar avaliações de outros usuários sobre as empresas de envio. Sites de avaliações e fóruns de discussão podem oferecer insights valiosos sobre a experiência de clientes anteriores, ajudando a tomar uma decisão informada.

Além disso, sempre verifique os prazos estimados de entrega para a Irlanda, levando em consideração possíveis atrasos alfandegários.

Documentação e restrições de envio

Para enviar uma encomenda internacional para a Irlanda, é essencial ter a documentação correta para evitar problemas alfandegários e garantir que o pacote seja liberado sem complicações. Os principais documentos exigidos incluem a nota fiscal e a declaração de conteúdo.

A nota fiscal é um comprovante do valor do produto enviado, essencial para calcular possíveis taxas e impostos na alfândega. Já a declaração de conteúdo deve especificar detalhadamente o que está dentro do pacote, incluindo a quantidade e o valor de cada item.

Além desses documentos, é importante observar as restrições de envio da Irlanda, que têm algumas regras específicas. Produtos como alimentos perecíveis, bebidas alcoólicas, plantas e itens perigosos (como líquidos inflamáveis ou produtos químicos) geralmente são proibidos ou têm restrições. Armas, substâncias ilícitas e certos medicamentos também não podem ser enviados.

Para evitar que sua encomenda seja barrada, sempre consulte as restrições de importação atualizadas do país e verifique se o conteúdo do seu pacote está em conformidade com as regras.

Algumas dicas para preencher corretamente a documentação incluem:

⭢ Certifique-se de que todas as informações fornecidas sejam precisas e detalhadas. Qualquer erro ou omissão pode resultar em atrasos ou até na retenção da encomenda pela alfândega.
⭢ Inclua o valor correto dos itens na nota fiscal para evitar problemas com taxas e impostos. Informar um valor muito abaixo do real pode levantar suspeitas e resultar em penalidades.
⭢ Sempre use a descrição completa dos itens na declaração de conteúdo. Evite descrições vagas como “brindes” ou “presentes”, pois isso pode gerar problemas na inspeção alfandegária.

Portanto, ao seguir essas orientações, você reduz as chances de que sua encomenda enfrente obstáculos no processo de envio e chegada à Irlanda.

Conclusão

Para garantir que sua encomenda chegue à Irlanda de forma segura e eficiente, é fundamental seguir algumas etapas importantes. A escolha de uma transportadora confiável, que atenda às suas necessidades em termos de custo, tempo de entrega e rastreamento, é o primeiro passo para um envio tranquilo.

Além disso, estar atento à documentação necessária, como a nota fiscal e a declaração de conteúdo, é essencial para evitar problemas na alfândega. Verificar as restrições de produtos permitidos e proibidos na Irlanda também ajuda a evitar que a encomenda seja barrada.

Assim, ao seguir essas etapas e prestar atenção aos detalhes, você pode minimizar atrasos e garantir que seu pacote chegue ao destino com sucesso.

Por fim, a preparação adequada, a escolha correta de serviços e o preenchimento preciso da documentação fazem toda a diferença para que o processo de envio seja eficiente e livre de complicações.

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Marçal diz que fraturou costela e precisou ir às pressas para o Sírio Libanês; hospital não divulga boletim

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Marçal divulga foto em cama de hospital

Pablo Marçal (PRTB), candidato a prefeito de São Paulo, passou a madrugada desta segunda-feira (16) no Hospital Sírio-Libanês em observação. Ele foi agredido por José Luiz Datena (PSDB) durante o debate da TV Cultura.

A assessoria de Marçal diz que o coach fraturou a costela e precisou passar a madrugada internado após a cadeirada. O candidato não tem previsão de alta e nenhum boletim médico foi divulgado.

Marçal foi medicado e passou por exames, incluindo uma tomografia. Segundo a assessoria, a agenda de campanha para esta segunda-feira foi cancelada.

Além disso, um advogado de Marçal foi até o 78º Distrito Policial registrar um boletim de ocorrência contra Datena. A equipe do candidato disse que vai exigir a presença de seguranças dentro dos estúdios dos próximos debates.

Marçal compara cadeirada à facada

Após o debate da TV Cultura, Marçal postou uma montagem com três imagens: a cadeirada e os atentados contra Bolsonaro e Trump. A publicação foi feita pelo ex-coach no Instagram. Bolsonaro foi alvo de uma facada durante ato de campanha em 2018 e Trump levou um tiro de raspão na orelha em um comício na Pensilvânia em julho deste ano. Texto que acompanha a montagem diz: “Pq [por que] todo esse ódio?”.

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Há muito mais do que uma cadeirada

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Há muito mais que uma cadeirada
Datena e Pablo Marçal

Moisés Mendes*, em seu Blog

Estão preocupados com a cadeirada de José Luiz Datena em Pablo Marçal, que tem impacto pelo inusitado da cena e por configurar agressão física. Mas e o resto? A cadeirada é pior do que todo o resto?

Leiam essa pergunta que Marçal fez a Datena, logo no começo das discussões entre os dois, quando o ex-coach acusou o jornalista de ter assediado uma colega da Bandeirantes:

“Eu quero saber se você tocou na vagina dela. Como é que foi essa questão de assédio sexual?”

Debater as consequências da cadeirada é ficar no espetaculoso, no gesto aparentemente mais agressivo. Mas a agressividade verbal tem sido a marca dos embates entre Ricardo Nunes, Datena e Marçal.

Antes de Marçal sair de cena e não retornar ao estúdio, ele e Nunes tentaram descobrir, com acusações mútuas, quem é o mais próximo da bandidagem do crime organizado.

Depois da cadeirada, diante de acusações de Boulos de que tem ligações com bandidos, Nunes perguntou: “Você cheirou, rapaz?”

Boulos não entrou na armadilha da cocaína, a mesma já usada por Marçal, e o entrevero caminhou em outras direções. Sem Marçal e com o duelo concentrado em Boulos e Nunes.

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Nessa terça-feira tem o debate no Rede TV/UOL. Ainda bem que o sorteio da ordem dos púlpitos afastou Marçal e Datena. Essa será a ordem no palco: Boulos, Datena, Nunes, Tabata, Marina Helena e Marçal.

O debate começa às 10h20, com transmissão ao vivo pela RedeTV, no site do UOL e no YouTube do UOL. Parece, mas não é brincadeira: a direção da RedeTV informou que as cadeiras serão parafusadas no chão.

Banquetaço

Os jornais publicaram uma correção na capa, quase um dia depois da cadeirada. Datena jogou uma banqueta em Marçal, e não uma cadeira. Foi uma banquetada ou um banquetaço.

Chegamos ao ponto em que sabemos tudo de follow, update, share, stories, haters e emojis, mas não sabemos a diferença entre uma cadeira e uma banqueta.

A Folha informa: cadeira da agressão de Datena contra Marçal é banqueta, pesa 5,5 kg e custa R$ 400 no Pix.

Ou seja, é possível que uma banqueta seja uma espécie de cadeira, o que confunde ainda mais. Um banquinho, desses que chamamos de mochinho, também seria então uma cadeira?

Assim não há democracia que aguente.

Armas

Datena pode alegar na polícia que é CAC (colecionador e atirador desportivo de cadeiras). E como a Folha mostrou, pode dizer que a cadeira de 5,5 quilos jogada em Marçal é de baixo calibre. E que tem porte de cadeira e até de sofá para uso em debates.

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A cadeirada na política

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cadeirada política democracia
Imagem: TV UOL

Anderson Pires*

O Brasil tem uma democracia jovem. A primeira eleição direta pós ditadura foi em 1989. Naquele pleito ganhou Collor de Mello, em um segundo turno contra Lula. Quem assistiu ao debate na Globo, deve lembrar da forma grotesca como editaram a repercussão no Jornal Nacional, com manipulação orientada pela direção da rede de TV, que tinha preferência explícita.

Naquela mesma eleição, aconteceu o sequestro do empresário Abílio Diniz, que foi solto exatamente no dia do pleito no segundo turno, e os sequestradores foram expostos vestindo camisas do PT e o local do cativeiro filmado com material de campanha do Lula. Uma clara armação com intenção de interferir no resultado.

Qual a relação desses fatos que ocorreram na eleição em 1989 com a cadeirada do Datena no Pablo Marçal em 2024? Notem que duas questões acompanham a política no Brasil invariavelmente: a espetacularização e a marginalização.

Saiba mais: Datena diz não se arrepender de cadeirada e conta que sogra morreu por conta da fake news ressuscitada por Marçal

O que deveria ser um espaço para valorização do embate ideológico foi corroído paulatinamente com episódios que tratam a política como uma prática criminosa. No mesmo tempo, as pautas políticas passam a ser recorrentes em programas de jornalismo policial e cunho sensacionalista.

Nesse âmbito, Datena e Pablo Marçal são a combinação perfeita desses elementos. O primeiro é um apresentador famoso pela forma enfática, muitas vezes jocosa, que trata as pautas que aborda em seu programa na TV. Usa sempre um discurso moralista, de cunho conservador e elitista. O segundo é um exemplo de como o crime compensa e que num país, onde o senso de justiça é cada vez mais relativo, ressalta o questionamento: o que haveria de errado em um bandido, com grande apelo midiático virar protagonista na política e ser prefeito da maior cidade do Brasil?

Clique aqui para ler todos os textos de Anderson Pires

Pois é, mas essa combinação entre o sensacionalismo propagado por Datena, que sempre criminalizou a política, e o bandido que resolveu ser político nunca esteve no mesmo campo de disputa. Geralmente, a existência desses atores era delimitada pelos espaços que ocupavam.

Porém, de alguma maneira, um dava suporte ao outro. Porque quando Datena expunha o político bandido, dependendo da forma como ele se portava, poderia ter o engajamento de outros tantos que pensam da mesma forma criminosa. Vide o que acontece com Jair Bolsonaro, que constantemente defende absurdos e ilegalidades e tem a adesão daqueles que pensam igual a ele.

A cadeirada do Datena não tem absolutamente nada a ver com enfrentamento político. É a prova cabal de que o debate deixou de existir. O apresentador autoritário que dizia o que queria sem qualquer revide, tinha agora o seu colega bandido dividindo o mesmo espaço e tendo que aturar chacotas que antes estava imune na segurança dos estúdios de TV.

Notem que a campanha para prefeito de São Paulo chega na reta final e não temos absolutamente nada que diferencie significativamente os candidatos. A perspectiva midiática tomou uma proporção tão grande, que mais interessa aos postulantes disseminar videozinhos descolados, do que propriamente promover o embate político.

Se Pablo Marçal tem se destacado pela sua intimidade com essa nova linguagem das redes, o velho Datena, que durante muito tempo usou dos espaços na TV para fazer política mesmo sem ser candidato, agora percebe que seu mundo ficou pequeno e que seria necessária uma cadeirada para furar a bolha.

Na falta de candidaturas com abordagem ideológica, teve até hino cantado em linguagem neutra, como se fosse possível ao mesmo tempo flertar com o pseudopatriotismo dos conservadores e, ainda, agradar os movimentos identitários, como fez Boulos.

A campanha em São Paulo escancara a vala por onde escorre a política brasileira. O debate rasteiro, cheio de sacadinhas divertidas nos posts, serve para nivelar por baixo os debates necessários à sociedade, enquanto a cadeirada vira tema central.

*Anderson Pires é formado em comunicação social – jornalismo pela UFPB, publicitário, cozinheiro e autor do Termômetro da Política.

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Schumacher vai a casamento da filha e é visto pela 1ª vez em público desde 2013

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casamento filha schumacher

No último fim de semana, o ex-piloto de Fórmula 1 Michael Schumacher supostamente fez sua primeira aparição pública em anos no casamento de sua filha, Gina-Maria. A jovem de 27 anos se casou com Iain Bethke em uma cerimônia realizada na villa da família em Maiorca, na Espanha. De acordo com o jornal alemão Bild, embora Schumacher não tenha circulado no evento, ele estava presente entre os convidados mais próximos, em uma área restrita, longe dos olhares curiosos.

O evento seguiu com rígidas regras de privacidade, e os celulares foram proibidos, o que impediu que qualquer foto ou vídeo fosse registrado. Segundo o Bild, Schumacher viaja regularmente de helicóptero da Suíça para a propriedade da família na Espanha, onde há uma área destinada para o pouso de aeronaves. Desde o grave acidente de esqui em 2013, o campeão recebe cuidados médicos intensivos e constantes em sua residência no Lago de Genebra.

A presença de Schumacher no casamento gerou especulações de que a família estaria sendo mais aberta sobre seu estado de saúde, algo que raramente ocorre desde o acidente. No entanto, ainda existe o desejo de manter a privacidade do ex-piloto.

Schumacher, que não aparece em público desde o acidente, encerrou sua carreira na Fórmula 1 pouco antes do ocorrido, após se consagrar como um dos maiores pilotos da história. Sua lesão, em dezembro de 2013, enquanto esquiava nos Alpes Franceses, mudou para sempre a trajetória de sua vida e deixou fãs em todo o mundo apreensivos sobre seu estado de saúde

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Emendão é só parte da explicação para o avanço da direita

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Emendão parte explicação para o avanço direita eleições 2024
Eleições 2024

Moisés Mendes*, em seu Blog

Em busca de calmantes, as esquerdas se agarram a informações que já foram transformadas em manchetes e rendem análises fáceis e rápidas, tão perfeitas como se fossem produzidas por inteligência artificial.

A primeira manchete, do Estadão do último dia 7, informava: “Centrão domina eleições e elege prefeitos nas cidades que mais receberam emendas parlamentares”.

E outra manchete, na mesma linha, é essa de hoje do Globo: “Emenda Pix turbina taxa de reeleição de prefeitos, que foi de 89% nas 178 cidades mais beneficiadas”.

A conclusão mais elementar: o governo, submetido à extorsão das emendas, acabou engordando o porco do centro, da direita e da extrema direita, ou disso tudo que cabe no que se chama de centrão ampliado e expandido.

Mas o estrago da dinheirama das emendas explica tudo o que aconteceu na eleição? Ajuda a explicar, mas serão ingênuos os que se agarrarem apenas a esse consolo.

As emendas só existem sob controle da direita porque a direita tem a maior base política, agora aumentada em todo o país. E essa base só existe a partir das eleições, começando pelas municipais, que formam quadros, vereadores, prefeitos.

As eleições para governadores, assembleias, Congresso e presidente da República completam o serviço. Funciona assim desde muito antes das emendas PIX e secretas.

A base do centrão e da extrema direita é montada a partir das eleições municipais, que são, claro, diferentes das eleições para legislativos, governadores e presidente.

São diferentes, mas são o começo, a base paroquial de tudo o que vem depois. O que a direita conseguiu agora foi aumentar esse poder, que repercute mais adiante em representação no Congresso.

E, com mais poder no Congresso, mais capacidade de extorsão, mais emendas, mais dinheiro, há mais votos, mais poder municipal, estadual e nacional. E mais formação de líderes e fortalecimento das estruturas que os sustentam.

Essa direita à la Kassab pode até não eleger o presidente da República, como vivem repetindo como consolo. Mas mantém um governo, como faz agora com Lula, sob controle quase absoluto das suas vontades, na coalizão dentro do Planalto e nas sabotagens dentro do Congresso.

Essa direita forte começa com a eleição do vereador dono do mercadinho de Cacequi e do prefeito criador de bois em campos de queimadas na região de Piracicaba. É assim nessas cidades e em pelo menos 80% do território nacional sob comando dessa gente.

O eleitor médio do PSD, que não liga muito para ideologia numa disputa municipal, pode não imaginar Kassab como presidente. Mas a maioria torce para que Kassab tenha base e muito poder para interferir na escolha do presidente e participar depois dos mecanismos de controle do governo. Como já tem hoje em Brasília e terá muito mais amanhã.

Mas se as emendas não explicam tudo, o que afinal desvenda por completo o crescimento do que ainda chamam de centro e da velha direita na eleição? São respostas que dependem muito de pesquisa e estudo e menos de chutes e calmantes.

Nos chutes possíveis, podem dizer que a eleição municipal, com suas feições próprias, finalmente livrou a direita da sombra de Bolsonaro e mostrou que o eleitor pouco quis saber de Lula.

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Que a polarização se diluiu. Que o Brasil redescobriu o centro e que as esquerdas, por cansaço, envelhecimento, omissões e desgaste, vão se conformando, desde 2020, com o tamanho que tinham antes do PT.

Poderemos estar entrando numa distopia regressiva, no vasto mundo fumacento do centrão-emendão de Kassab, com um cenário primo do que existia nos tempos de Arena e MDB, com as suas muitas nuances e graduações.

Estamos no meio de um transe do que parece ser um mundo pré-PT, com as muitas Arenas paroquiais 1, 2 e 3, com os variados MDBs dos autênticos, moderados e infiltrados e com as turmas do entorno, nas esquerdas que já foram classistas e agora são fortes por suas vozes identitárias.

Esse é o cenário. As emendas que engordaram o porco de Kassab na eleição só existem porque a direita já é forte, impositiva e faminta e fica com quase tudo. E as esquerdas se encolhem.

Essa direita apenas se fortaleceu um pouco mais agora na base de onde emerge, nos municípios de todos os tamanhos, incluindo as capitais. Que não se subestime o tamanho desse estrago daqui a dois anos.

*Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre. É autor do livro de crônicas Todos querem ser Mujica (Editora Diadorim).

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Historiador recupera memória de Tebas, o mestre de obras escravizado em São Paulo colonial

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Capa do livro A trajetória de Joaquim Pinto de Oliveira, o Tebas.

Joaquim Pinto de Oliveira, conhecido como Tebas, emerge da história para ocupar seu devido lugar na construção de São Paulo colonial. Nascido escravizado e com um pai desconhecido, Tebas superou as limitações impostas pela sociedade opressora, tornando-se um mestre de obras notável. O historiador Luis Gustavo Reis revela sua trajetória em A trajetória de Joaquim Pinto de Oliveira, o Tebas: Trabalho, escravidão, autonomia e liberdade em São Paulo colonial (1733-1811), publicado pela Editora Unesp. 

No prefácio, o professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) José Carlos Vilardaga destaca que “Luis Gustavo Reis traz à luz a importância de Tebas, cuja habilidade na cantaria de pedra moldou marcos icônicos de São Paulo, como a torre da antiga Catedral da Sé e o Mosteiro de São Bento. Sua pesquisa não só revive o legado material deixado por Tebas, mas também sua presença na memória documental, com uma impressionante capacidade de revelar o que estava ausente.”

Tebas, inicialmente um pedreiro sob seu senhor, tornou-se um mestre de obras reconhecido, com um legado visível em várias construções históricas da cidade. Sua biografia é dividida em três fases: sua vida em Santos e a viagem ao planalto paulista, seu destaque em São Paulo durante o governo do Morgado de Mateus, e, finalmente, sua liberdade, quando começou a contratar escravizados para auxiliá-lo.

“As transformações vividas por Tebas moldaram a urbanização de São Paulo. Sua história, apesar de muitas vezes ocultada, mostra a importância de um mestre de obras negro na configuração da modernidade da cidade”, comenta, na apresentação, o professor Eduardo Antonio Bonzatto, da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB).

A recuperação da história de Tebas ilumina a contribuição essencial de escravizados e libertos para a construção social, cultural e arquitetônica de São Paulo, oferecendo uma nova perspectiva sobre a formação da cidade e a nação.

Sobre o autor – Luis Gustavo Reis é graduado em História pela Universidade de São Paulo, mestre em História Social pela Universidade Federal de São Paulo e pesquisador do Laboratório de Pesquisa de História das Américas (Lapha-Unifesp).

Mais informações sobre a Editora Unesp estão disponíveis no site: www.editoraunesp.com.br

Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp: imprensa.editora@unesp.br

Informações

Título: A trajetória de Joaquim Pinto de Oliveira, o Tebas: Trabalho, escravidão, autonomia e liberdade em São Paulo colonial (1733- 1811)

Autor: Luis Gustavo Reis

Prefácio: José Carlos Vilardaga  

Apresentação: Eduardo Antonio Bonzatto

Número de páginas: 367

 

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Brasil não agiu apenas contra a Venezuela, mas contra todo o “Sul Global”

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Brasil não agiu apenas contra Venezuela mas contra todo Sul Global
BRICS

Eduardo Vasco

O governo brasileiro agiu contra os BRICS. Agiu contra os seus parceiros de maior confiança.

Os jornais da direita (seus inimigos, mas em quem Lula e o governo confiam mais do que em seus aliados históricos) citam fontes anônimas no Itamaraty dizendo que o Brasil foi “essencial” para barrar a entrada da Venezuela como parceiro oficial dos BRICS.

O Brasil não foi “essencial”, foi única e exclusivamente ele quem barrou a Venezuela. Há muito tempo havia um consenso sobre o convite à Venezuela e o único que se opôs, no frigir dos ovos, foi o governo brasileiro. Como as decisões fundamentais do bloco são sempre por consenso, se há um único divergente a proposta não é adotada.

Na verdade, o Brasil se isolou. Mas falo sobre isso daqui a pouco.

Foi um crime a postura brasileira. Um golpe nos princípios da esquerda, de Lula e do PT. Foi também contra os próprios princípios declarados da diplomacia brasileira, que supostamente prega a não intervenção na política interna de outros países. Mas o voto contra a Venezuela foi uma intromissão nos assuntos venezuelanos, como se Maduro tivesse alguma obrigação de prestar contas ao Brasil ou a qualquer outro país sobre as eleições venezuelanas – decididas, como ocorreu, pelo povo venezuelano.

Tanto o “veto” à Venezuela como a razão deste foram um golpe também nos princípios dos BRICS. O bloco não integra países em virtude de sua política interna, mas sim de suas aspirações internacionais. E a Venezuela compartilha das aspirações fundamentais declaradas por todos os países do bloco – mais do que outros países a cuja entrada o Brasil não se opôs.

Lula já falou tanto em acabar com as sanções unilaterais dos Estados Unidos contra a Venezuela, porque elas são o principal motivo da devastação econômica do país, levando à escassez de produtos e serviços básicos e à emigração de tantos venezuelanos.

Pois bem, os BRICS poderiam reduzir significativamente os efeitos nefastos dessa guerra econômica imposta pelos EUA à Venezuela há mais de dez anos. O acesso de Caracas aos BRICS como parceiro facilitaria a sua integração econômica com seus membros, possibilitaria elevar exponencialmente o volume de investimentos e recuperar o país, econômica e mesmo politicamente. A estabilização da economia conduziria à pacificação política, ao menos relativa, pois diminuiriam as tensões políticas e sociais. Não é justamente nisso que o presidente Lula aposta internamente?

Se Lula e o governo se preocupam com a situação dos direitos humanos no país vizinho, seria uma obrigação integrar a Venezuela nos BRICS. As causas principais da violação dos direitos humanos dos venezuelanos são a guerra econômica e as tentativas sucessivas de golpes de Estado, que empobrecem o povo e geram uma onda de violência.

Os BRICS poderiam concretizar aquilo que o presidente Lula limita apenas ao discurso. Fica muito feio para o Brasil, pois parece que tudo o que dizemos ao mundo não passa de demagogia barata.

E aqui chegamos à questão do isolamento do Brasil. Além de ser o único que se opôs à inclusão da Venezuela como país parceiro, também evidenciou que é contrário à rápida expansão dos BRICS. Assim como no caso da Venezuela, isso denota uma subserviência do governo brasileiro aos interesses dos Estados Unidos, que não querem a expansão do bloco – muito pelo contrário, querem o seu enfraquecimento, enxugamento e destruição.

Muito bem. Ao tentar agradar os Estados Unidos, o governo brasileiro queima o próprio filme com todos os cerca de 40 países que estão ansiosos para entrar nos BRICS – além das dezenas de outros que também querem se alistar. É uma ação contrária ao “Sul Global”, termo que o próprio presidente tem utilizado, buscando se apresentar como um líder dessa maioria mundial.

Todos esses países certamente começam agora a ver o Brasil como um parceiro não muito confiável, que diz uma coisa e faz outra.

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Por último, uma aspiração histórica do Brasil é ser membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Típico de um setor mais avançado da burguesia nacional – o outro é abertamente capacho e não quer o Brasil no meio dos grandes. Aquele setor acha que é possível entrar no clube da elite, fazer parte dele de igual para igual, porque o mundo é justo.

Ultimamente, o governo Lula tem indicado que já não acha o mundo tão justo assim e exige uma reforma para que o Brasil possa entrar no clube. Entendendo que um exemplo dessa injustiça é o poder quase despótico do Conselho de Segurança da ONU, o presidente quer o fim do poder de veto nas decisões da cúpula. Já criticou os vetos exercidos por Rússia e Estados Unidos.

No entanto, acaba de vetar, sozinho, a parceria oficial da Venezuela com os BRICS. Fez o que tanto tem criticado os outros de fazer.

Essa não é uma política soberana, independente, não-alinhada. É um pseudonacionalismo barato que às vezes beira o chauvinismo. Como costuma ocorrer com os chauvinistas, esse jogo está a serviço de uma terceira força, um poder imperialista.

Durante a campanha, em 2022, Lula disse que a política externa brasileira “nunca permitiu que a gente falasse grosso com a Bolívia ou com o Uruguai, ou qualquer outro país pequeno; mas também nunca permitiu que falasse fino com os EUA”. Isso não é bem verdade, porque em governos lacaios dos EUA o Brasil até enviou tropas como bucha de canhão para a República Dominicana (1965), ou para o Haiti, em pleno Lula 1.

Mas ele quis dizer que a diplomacia “ativa e altiva” de seu governo não lhe permitiria adotar dois pesos e duas medidas a depender da envergadura do país em questão. Porém, está contradizendo essa norma ao tratar a Venezuela do jeito que está tratando.

Isso pode até dar a impressão de que está impondo a sua vontade aos outros. Quando, na verdade, se está agindo como procurador de um outro país.

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Família Cunha Lima pode amargar derrota histórica em Campina Grande

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Família Cunha Lima pode amargar derrota histórica Campina Grande
Jhony Bezerra e Bruno Cunha Lima

Zé Barbosa Junior, Fórum

Às vésperas do segundo turno das eleições, a realidade em Campina Grande (PB) é de empate técnico entre o candidato a reeleição Bruno Cunha Lima (União Brasil) e o “estreante” Jhony Bezerra (PSB). A última pesquisa realizada, pela Real Time Big Data, mostra os dois postulantes empatados no limite da margem de erro, cenário que se reflete nas ruas da “Rainha da Borborema”: uma cidade dividida.

Defendendo a continuidade do mandato, o representante da maior oligarquia da Paraíba, Bruno Cunha Lima tem a seu lado, além dos primos Cássio e Pedro Cunha Lima (PSDB), o senador Veneziano Vital do Rego (MDB) e o deputado federal Romero Rodrigues (PODEMOS). Curiosamente, Cássio, Veneziano e Romero são os três últimos prefeitos da cidade e uniram-se para tentar a reeleição do atual prefeito. Bruno também conseguiu o apoio de um dos candidatos derrotados no primeiro turno: Artur Bolinha (NOVO), que tinha o apoio de Jair Bolsonaro.

Para enfrentar o poder de fogo desses políticos tradicionais de Campina Grande, o seu antagonista Jhony Bezerra tem o apadrinhamento do governador do estado da Paraíba, João Azevedo, a família Ribeiro (do deputado Aguinaldo Ribeiro, a senadora Daniela Ribeiro e seu filho, o vice-governador Lucas Ribeiro), além dos outros três candidatos derrotados no 1º turno: André Ribeiro (PDT), Inácio Falcão (PcdoB/PT/PV) e Nelson Junior (PSOL/REDE).

Vai e Vem

Após o primeiro turno, onde Bruno teve 48,22% dos votos contra 34,58% a corrida eleitoral na segunda maior cidade da Paraíba ganhou ares de cabo-de-guerra. Apoiadores de Bruno passaram para o lado de Jhony enquanto outros que apoiaram o segundo colocado passaram para o time do atual prefeito. Trocas de camisa feitas à luz do dia, sem pudor algum. Desde pessoas de confiança de ambos a marinheiros de primeira viagem, o troca-troca foi intenso nas duas primeiras semanas de campanha. Com festa e anúncios de ambos os lados.

A busca pelo voto conservador

Certos de que os votos mais conservadores, que no primeiro turno foram dados ao bolsonarista Artur Bolinha, serão fundamentais para decretar quem será o vencedor, os candidatos não perderam tempo em se adequar ao gosto do eleitor religioso e fundamentalista. Para aceitar o apoio oficial de Bolinha, Bruno Cunha Lima aceitou retirar do seu programa alguns projetos voltados à comunidade LGBTQIAPNB+, num retrocesso inaceitável que gerou até mesmo um protesto nesta quinta-feira (24) pela manhã, na praça da Bandeira, no centro da cidade.

Relembre: Ex-governador cassado diz que Dilma ‘aniquilou a ética e a transparência

Por outro lado, Jhony Bezerra se reuniu com religiosos da VINACC, que promovem o Encontro para a Consciência Cristã (um dos maiores eventos fundamentalistas do Brasil) e entregou uma carta-compromisso aos líderes evangélicos onde se compromete em manter o “carnaval da paz”, a não aceitar nenhum ensino com “doutrinação” nas escolas do município, além da valorização da família e políticas contra o aborto. Em entrevista, sua apoiadora Rosália Lucas chegou a afirmar que deve manter o esquema de pré-carnaval “Campina Folia”, seguido do “Carnaval da Paz” (com os eventos religiosos) durante os dias do feriado.

Dias de tensão

Pelo jeito, os últimos dois dias antes do pleito do próximo domingo serão de muita articulação, campanha e demonstrações de força e apoios. Uma coisa é certa: há tempos Campina Grande não tinha uma eleição municipal tão movimentada e aberta a surpresas até o dia final. A apreensão paira no ar da Rainha da Borborema, a “Canaã de leais forasteiros”.

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A próxima jogada de Boulos pode ser uma luta de boxe com Malafaia

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próxima jogada Boulos pode ser luta boxe Malafaia
Marçal e Boulos

Moisés Mendes*, em seu Blog

Guilherme Boulos ouviu de Pablo Marçal, na conversa que tiveram em live no sábado, que não terá o voto do ex-coach, porque ele não irá apoiar alguém da esquerda jamais. “Eu gostaria muito que você apertasse o 50 na urna no domingão aqui”, disse Boulos.

Já se sabia a resposta do indivíduo que fraudou um documento para tentar tirá-lo da eleição no primeiro turno: “Eu, Pablo, não voto na esquerda jamais”.

E se fosse o contrário, se Marçal dissesse que iria votar em Boulos? Vamos imaginar as reações possíveis. Boulos iria exaltar o apoio do explorador de velhinhas em golpes pela internet?

Iria dizer que se sentia orgulhoso de ter o apoio de uma das figuras mais repulsivas produzidas pela política brasileira em todos os tempos? Perguntaria a Marçal o que ele gostaria de ter em troca desse apoio?

É complicado. A live deve ser vista muito além do que pode ter resultado como conteúdo sobre comunismo, ocupações, Jesus Cristo e prosperidade. Deve ser vista pelo que é, pelo simples fato de ter existido.

É muito mais do que o aproveitamento de uma oportunidade única, num meio que Marçal domina mais do que ele. Está muito além de questões sobre expansão de alcances em qualquer forma de comunicação.

Boulos conversou a dois com um sujeito sem escrúpulos, já condenado, que reafirma o que é sem arrependimentos e que que pode, logo adiante, fazer tudo o que fez no primeiro turno para desqualificar todos os que considera inimigos.

Boulos entregou a Marçal um habeas corpus da esquerda da esquerda, que ele representa como nome do PSol, o que, para repetir um clichê, normaliza a presença de Marçal na arena da esfera pública da política em conversas quase íntimas. Onde está teu Deus?

Leia também: Marçal e Nunes brigam para saber quem engana mais com citações bíblicas

Boulos disse a Marçal que é possível, sim, conversar a dois, mesmo com um sujeito com o perfil do ex-candidato do PRTB, desde que essa conversa seja ‘civilizada’.

Equivale a dizer que é possível aceitar conversar com qualquer um, independentemente das graves questões de ordem moral e ética envolvidas. E do passado e do presente do interlocutor.

Boulos quis dizer que conversar com Nunes e Marçal é a mesma coisa, o que para muitos é mesmo. Mas será que é? Quais são os limites desse tipo de relação, considerando-se que Boulos foi atraído para o diálogo por um convite do sujeito, que poderia ter sido rejeitado?

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Em nome do que Boulos aceitou essa conversa com um elemento que deveria ser tratado a partir de agora apenas como caso de polícia? Para dizer, como disse, que nunca fugiu de dialogar com ninguém?

Para pagar o preço de um diálogo esdrúxulo, na tentativa de captar os eleitores de Marçal? Por que é assim que funciona a política?

Conversar com quem quiser a conversa, desde que possa tirar vantagem disso, como se essa fosse uma bala de prata, numa situação em que a vitória de Nunes parece irreversível?

A resposta pode ser a última, que engloba todas as intenções explicitadas ou dissimuladas para a realização do encontro. Boulos está dizendo, como a maioria diz, que é assim que se faz política, principalmente em eleições.

Boulos suavizou a imagem do cara que não só o agrediu durante meses, mas desqualificou minorias, atacou gays e pobres e depreciou as mulheres, enquanto era denunciado por todos os oponentes no primeiro turno por seus vínculos com o crime organizado.

Boulos é apenas uma das vítimas de Marçal. Ele sabe que foi usado. Qual será a próxima jogada desse vale tudo? Uma luta de boxe com Malafaia?

*Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre. É autor do livro de crônicas Todos querem ser Mujica (Editora Diadorim).

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2º turno confirma tendência: no país da Frente Ampla, direita e extrema-direita são as principais vitoriosas

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eleições confirma tendência país Frente Ampla direita extrema-direita vitoriosas
Imagem: Paulo Pinto | ABr

Danilo Paris*, Esquerda Diário

Confirmou-se também a tendência de reeleição. Com amplo controle do orçamento, os partidos do chamado Centrão prevaleceram no pleito eleitoral.

PSD e MDB passaram a ser os partidos com o maior número de prefeituras, controlando aproximadamente 38% do orçamento municipal no país: R$ 254 bilhões para o MDB e R$ 234 bilhões para o PSD.

Confira a análise do primeiro turno.

Jair Bolsonaro não obteve os melhores resultados no segundo turno. Muitos dos candidatos que ele apoiou não conseguiram se eleger. A derrota mais amarga ocorreu em Goiânia, onde ele enfrentou Ronaldo Caiado, seu mais novo desafeto.

Apenas um entre os 11 candidatos mais próximos de Bolsonaro conseguiu se eleger na primeira ou segunda etapa de votação: Abilio Brunini (PL), em Cuiabá. Ramagem, Engler, Queiroga, e Cristina Gramel estão entre os derrotados.

Desse ponto de vista, é possível afirmar que as alas mais radicalizadas do bolsonarismo não tiveram um bom desempenho.

No entanto, é importante não tomar uma parte pelo todo. Embora muitos bolsonaristas de perfil radical tenham sido derrotados, o PL foi um dos partidos que mais cresceu proporcionalmente – apesar de que menos do que previa Valdemar Costa Neto e Bolsonaro -, além de possuir uma expressiva bancada no legislativo.

Com diferenças regionais, Bolsonaro e seu clã se envolveram nas campanhas, buscando fortalecer seu peso institucional para reverter decisões recentes do judiciário, como sua inelegibilidade.

O PT voltou a vencer em uma capital depois de oito anos, com uma disputa acirrada em Fortaleza. Mas mesmo essa vitoria se deu em uma coligação com partidos como PP, Republicanos, PSD e MDB.

Ganhou também em outras cidades importantes, embora não sejam capitais, como Camaçari e Mauá.

Em outras disputas, o PT foi derrotado, destacando-se a performance de seu candidato em Cuiabá, que adotou um discurso mais alinhado com o bolsonarismo, com declarações contra a “ideologia de gênero”, entre outros disparates.

A eleição em São Paulo revelou pontos importantes. Apesar das concessões e sinalizações feitas a Marçal para atrair sua base, com destaque para a sabatina a que o candidatodo PSOL se submeteu vergonhosamente, Boulos obteve exatamente a mesma votação de 2020.

A diferença é que agora ele era o candidato apoiado pelo PT, com um fundo eleitoral oito vezes maior.

Nunes, logo após eleito, afirmou que Tarcísio era seu “líder maior”, enviando um recado direto a Bolsonaro e deixando claro que as disputas para 2026 já estão em curso.

O governador de São Paulo não escondeu suas credenciais de extrema-direita e, no dia do pleito, propagou uma fake news de que o PCC teria indicado voto em Boulos.

O PSOL saiu enfraquecido. Viu reduzir o número de vereadores – de 93 para 80 – e perdeu a prefeitura de Belém, com um dos maiores índices de rejeição, contrariando a tendência de reeleição que beneficiou a maioria dos prefeitos.

São Paulo, que era a grande esperança do PSOL, tornou-se uma enorme desilusão. Repetir o resultado eleitoral de quatro anos atrás foi um balde de água fria para os planos de Boulos.

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Ou seja, o partido deu conscientemente um giro pragmático eleitoralista à direita, passou a integrar o governo e a Frente Ampla, fez Federação com um partido burguês como a Rede, assumiu programas e discursos da direita com Boulos à cabeça desse giro, e perde peso eleitoral e especialmente peso militante, sendo hoje um partido movido em grande medida por uma militância paga pelo Fundo Eleitoral de 126 milhões de reais e pelos mandatos parlamentares.

A grande imprensa, ao insistir que há espaço para uma “terceira via”, tenta mostrar que Lula e Bolsonaro foram os grandes derrotados. Ela celebra o avanço de partidos como o PSD, que ocupa o espaço deixado pelo PSDB, agora apenas uma sombra do que já foi.

Apoiam-se nesse discurso para pressionar por mais ataques e mais austeridade fiscal, que o governo vêm indicando que pode fazer.

É verdade que tanto Lula quanto Bolsonaro enfrentaram reveses. Nenhum dos dois tem plena capacidade de garantir o sucesso eleitoral de seus apadrinhados.

Particularmente Lula está vendo Tarcísio se alçar talvez como um de seus principais adversários em 2026 com sua própria ajuda depois de tantos pactos e acordos como as privatizações em São Paulo e o Ministério que concedeu ao Republicanos.

Contudo, as disputas municipais diferem das presidenciais, e seria precipitado anunciar o fim dessa polarização.

O que é certo é que, à medida que a conciliação se amplia e traz mais ataques, as variantes de direita e extrema-direita se fortalecem. Na balança da Frente Ampla, a tendência é que o peso das alas de direita, já predominantes, continue a crescer.

Ligado a esse giro à direita, o governo já discute realizar uma reforma ministerial após a eleição das presidências das câmaras, para tentar contemplar ainda mais os principais ganhadores da eleição.

A principal conclusão para a classe trabalhadora é que é necessária uma política independente.

*Danilo Paris é editor de política nacional e professor de Sociologia.

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João Campos e os autores pernambucanos no Enem do Roda Viva

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João Campos autores pernambucanos Enem Roda Viva
João Campos no Roda Viva

Moisés Mendes*, em seu Blog

Na entrevista ao Roda Viva na segunda-feira, o prefeito reeleito do Recife, João Campos, atrapalhou-se e deu uma vacilada quando a jornalista Maria Cristina Carvalho perguntou quais foram os três livros que ajudaram a formar a sua visão de Brasil.

Citou ‘Por que as nações fracassam’, do americano Daron Acemoglu e do britânico James A. Robinson, de 2012, que ganharam o Nobel de Economia este ano.

É óbvio que não se trata de um livro sobre o Brasil, mesmo que aborde questões mundiais. Maria Cristina ouvia os comentários do moço meio espantada, com a testa franzida.

Campos respondeu, exaltando a importância das instituições para que os países sigam em frente sem solavancos, um dos temas do livro, e deu o assunto por encerrado.

A jornalista lembrou que pedira três livros e insistiu, como se fosse elaboradora de prova do Enem: e os outros dois? Ele tentou desconversar e citou então ‘Utopia para realistas’, do historiador holandês Rutger Bregman.

Explicou que costuma ler livros sobre políticas públicas e instituições “no momento contemporâneo”. Percebia-se que ele ganhava tempo, depois de citar o segundo livro, e olhava o celular colocado ao lado da perna, como se tentasse espiar uma cola enviada por alguém.

E a última obra, apenas citada, sem comentários, foi a trilogia sobre Getúlio Vargas, de Lira Neto. Esta sim ajuda na compreensão do que é o Brasil República. Mas os jornalistas não se interessaram pelo assunto e ficamos sem saber o que ele teria a dizer.

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Apenas como observação, Campos poderia ter citado livros monumentais, de pernambucanos, como ele. Duas obras incluídas na maioria das listas dos 10 mais importantes livros para a compreensão do Brasil. ‘Casa Grande & Senzala’, de Gylberto Freire, e ‘O Abolicionismo’, de Joaquim Nabuco.

Mas o registro aqui é apenas como curiosidade. Campos tem apenas 30 anos e ninguém pode cobrar dele o que nem Sergio Moro tem a oferecer sobre leitura de livros. Mas se tivesse citado esses dois ou João Cabral de Melo Neto, Manuel Bandeira ou Mario Pedrosa, teria arrasado.

O moço do PSB mostrou na entrevista por que é um dos fenômenos recentes da política brasileira. Talvez tenha faltado um pouco de sal, pelo excesso de preocupação em ficar bem com todo mundo.

Mas ficou evidente que é um bisneto em condições de levar adiante a história de Miguel Arraes, mesmo que, claro, não esteja sentado à esquerda do bisavô.

É um político de centro, que alguns consideram de centro-esquerda, com um vasto caminho pela frente. O namorado de Tabata Amaral é antifascista, antibolsonarista e do mesmo Pernambuco de Lula. Tem talento como gestor e é bom de conversa.

*Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre. É autor do livro de crônicas Todos querem ser Mujica (Editora Diadorim).

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