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Como vencer a ascensão da direita na América Latina?

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Me parece interessante pensar no movimento que pode ser o espaço no qual foi organizado um evento de tal magnitude, que é a Jornada Latino-americana e Caribenha da Integração dos Povos, por ter sido sediada em Foz do Iguaçu no marco das três fronteiras, onde sempre lembro e um paraguaio também lembrou em uma exposição, que foi o protagonismo de uma ou se não a guerra mais sangrenta de nossa história, que foi a da Tríplice Aliança (é errado chamar de Guerra do Paraguai, pois culpa o país que mais sofreu por essa guerra, sendo que a culpa é sobretudo da Argentina e do Brasil), em se tratando dessa relação entre Paraguai, Brasil e Argentina, é um espaço em que se decidiu, após esse momento tão horrível de nossa história, criar um espaço de paz e de conciliação e ainda mais, de integração desses povos e que hoje se expande para outros países como exemplo de harmonia e paz. Exemplo concreto disso, é a criação da Usina de Itaipu e da criação da UNILA – Universidade Federal da Integração Latino-americana, que dispensa comentários, pois o próprio nome já evidencia a sua intenção fundamental.

Diana Araujo Pereira – Reitora da UNILA

Quando falamos de união e integração, sempre lembramos desta região, que é uma parte importante para a paz no continente, por isso a escolha, assim como afirmou a reitora da UNILA, foi certeira ao definir esta localização como a do evento, além disso o prefeito de Foz do Iguaçu, Chico Brasileiro (PSD-PR), aceitou sediar o evento, por conta, também deste fator e entre outros, que não valem a pena serem comentados.

Me parece que por mais que as falar iniciais tenham tido um grande peso político, principalmente do prefeito, que não é tão próximo à esquerda ou às centrais sindicais, conseguiram em certa medida se colocar como “imparciais” e preocupados com a integração dos povos e não em discursos eleitoreiros sem sentido. Por mais, que eu quando vi o prefeito de Foz no palco, tenha pensado e necessitado pesquisar o partido que ele faz parte, porque pensei que era de algum partido de esquerda por estar ali. 

Nesse assunto, vale a pena que a jornada é por meio de centrais sindicais e estudantes, sejam eles membros da UNE, estudantes da UNILA, UNIOESTE e entre outras e milhares de sindicatos da América Latina que não irei conseguir nomear neste texto que carece de espaço para tal. Não é um evento eleitoral de partidos políticos. 

Saindo um pouco da temática do evento, foi feita uma exposição do povo Palestino, que sofre desde que o Estado de Israel se estabeleceu na região e que recentemente se intensificou a guerra de forma a que se decidiu exterminar os palestinos e que os povos ainda não haviam se preocupado tanto, mas parece que o último discurso de Luís Inácio Lula da Silva (PT), fez ressurgir das cinzas a preocupação dos povos, para o que se cria para o lucro de uns poucos e extermina a vida de uns muitos.

Mãe e filho (realidade da Palestina)

Ao ver uma mãe com sua filha no palco, chama muito a atenção dos participantes para o que ocorre na Palestina, deixando claro, que as vidas inocentes que estão sofrendo em território palestino, que o Estado israelense reivindica para ele, é algo extremamente violento, não estão mais interessados em atacar os terroristas que ali estão, mas em exterminar o povo que ali vive e isso, recentemente, vimos até mesmo o povo israelense contra, sendo protagonizados diversos protestos do povo, contra o que se está realizando. 

 

Leia aqui todos os textos de Danilo Espindola Catalano

 

Voltando ao tema, no primeiro dia, me pareceu que ao ver a mesa sobre a ascensão da direita na região, iria ver os povos latino-americanos preocupados com o nascimento de uma direita populista em El Salvador com Nayib Bukele, colocando até mesmo ênfase nessa forma de política, o que foi algo que vi com a apresentação de uma Argentina e com um comentário das políticas de Daniel Noboa no Equador de uma equatoriana, que não utilizou o nome, mas que esteve ali subentendido o que ela estava falando, que é justamente a cópia do presidente equatoriano da política salvadorenha contra o crime organizado, que foi também outro exemplo de algo que apareceu muito, mas acho que ai devo apresentar algo que uma menina brasileira comentou.

 

Pois a esquerda, está sempre vendo que os fenômenos existem, está sempre percebendo os problemas, mas nunca contextualiza e analisa academicamente, sempre carece de definições claras e bem formalizadas, até mesmo com o exemplo de uma apresentadora da mesa, que disse que o populismo é de esquerda, algo que é um erro conceitual importante de se corrigir, pois o populismo não tem um lado político definido e um conceito bem complicado de se definir e que não podemos dar juízo de valor para ele, por permear todos os lados de uma análise política.

Mas o que pareceu importante desse dia, foi a forma em que teremos que estruturar as análises que devemos ter sobre o capitalismo e a sua relação com as elites que se expõe em uma relação de destruição da democracia, por isso, devemos entender qual seria a luta que devemos armar, para poder mudar o que criamos após o fim da União Soviética, até porque, o que nasceu depois disso, hoje em dia, parece não estar mais chamando a atenção da população, que vive o dia a dia e depende do salário para a sua subsistência e não fica pensando em um sistema diferente, mas que o que tem para ver nas eleições e no sistema, é sempre mais do mesmo, o que já lhe deixou socialmente cansado e sem interesse em nenhuma proposta que se faz, ou, como estamos vendo recentemente, procuram se acercar a políticos que buscam o fim dessa lógica democrática de forma extremistamente de direita, como se essa fosse a única saída para as estruturas anteriores, sendo que na verdade não o é e as centrais sindicais e os movimentos sociais, devem se colocar para estruturar uma nova forma de atuar e agir, que mude o sistema dando ao povo, uma opção que seja de igualdade social e do como diz Francia Márquez-Mina: “vivir sabroso”.

Francia Márquez-Mina (Vice-presidenta de Colômbia)

A presença da vice-presidenta da Colômbia, fez os ânimos de quem estava participando do evento, aumentassem e até mesmo os corações começassem a bater mais fortemente, devido a sua importância tão representativa para a América Latina e o Movimento Negro, tanto colombiano, como ao movimento latino-americano dos afro-americanos (não, não são dos Estados Unidos). O que mais chamou a atenção em sua fala foi a de que devemos criar e incentivar mais o trabalho acadêmico nos países latino-americanos, para que os estudantes, parem de achar que é mais vantajoso ir para países nórdicos do que se manter no regionalismo, o que é também, um pensamento que apoio profundamente, pois somos capazes de muito sem precisar da muleta dos colonizadores ou dos norte-americanos.

Outro ponto apresentado pela vice-presidenta e que considero importante para os povos latino-americanos poderem finalmente terem confiança em seus políticos, é não se distanciar da base, não deixar de lado o que realmente é o político, como ela mesma faz ou até mesmo o ex-presidente José Mujica, que se mantem até hoje com seu fusca e sua casa simples, sem sair de sua verdadeira origem, porque se tornou presidente, pois o mais importante quando se é representante do povo, não é o cargo, mas sim a forma pela qual o político deve agir para ajudar aqueles que mais precisam, lembrando sempre, que tenha feito parte de quem precisa ou não, que esteve na pele do povo.

Por ter sido certeira e extremamente provocativa, finalizo com a apresentação do ex-candidato a vice-presidente da Argentina em 2023, Juan Grabois, que conseguiu com uma fala de trinta minutos, abalar os pensamentos e realizar grandes propostas para a integração latino-americana, principalmente com o projeto de uma moeda única para a região, fazendo com que os países parem de depender de economias externas para o seu crescimento econômico, que é um dos principais culpados das crises atuais na região.

Para finalizar, deixo aqui uma provocação aos leitores, se estamos diante de uma reviravolta da direita, qual a forma que devemos abraçar para alcançar a luta e poder transformar-se para que, aqueles ditos da extrema-direita, parem de chamar tanto a atenção para a população dos países latino-americanos. Qual o melhor processo e a melhor forma para os povos latino-americanos prosperarem de forma una e única, possibilitando o famoso buen-vivir?

 

 

 

 

 

 
 
 
 
 
*Danilo Espindola Catalano é escritor, pesquisador e professor de espanhol, dedicado a passar a cultura latino-americana aos seus alunos. Graduado em Sociologia e Política pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, pós-graduado em Metodologia do Ensino da Língua Espanhola, Especialista em Educação e Cultura pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais Brasil e formado em licenciatura em Letras Português/Espanhol. Mestrando no Programa de Integração Contemporânea Latino-americana da UNILA – Universidade Federal da Integração Latino-americana.
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A nova crise do capitalismo e a criminalidade

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Quando falamos de capitalismo, estamos falando de um sistema que tem por sua origem estar sempre em crise; as crises dentro desse sistema capitalista, são fundamentais para que ele continue com os seus processos de crescimento, de uma elite que nada mais faz do que pensar no lucro do seu próprio capital.

Isso porque, as crises do capitalismo não afetam os grandes empresários, donos de grandes empresas, elas vão afetar uma classe média, a mesma classe média, que apoia esses grandes capitalistas e ao mesmo tempo a classe trabalhadora, que não exclui dentro dela, aqueles que estão de forma autônoma ou que são donos de pequenas mercearias, pequenos produtores e donos de pequenas empresas, por exemplo.

Recentemente por mais que alguns países já tenham tido historicamente questões com a criminalidade como é o caso do Brasil e entre outros países, como: México, Haiti, El Salvador, Honduras e até mesmo o Equador. Estamos num processo de endurecimento dessa lógica. O que afeta não tanto os processos de cada país em pensar nas elites, mas se afeta a realidade daqueles que sofrem com esse processo.

Ou seja, as vítimas de um processo capitalista, são e sempre serão a população, a classe trabalhadora. E claro, quando você fala de classe trabalhadora, nós nãoestamos falando apenas daqueles sindicalizados que estão sempre organizados, estamos falando daqueles, também, que têm que sair de casa, trabalham para essas grandes empresas e acham que devem apoiar os seus patrões, porque como se seus patrões pensassem na realidade deles, a realidade que estamos vivendo não apoia essa população, mas sim as elites.

 

Leia aqui todos os textos de Danilo Espindola Catalano

 

Por isso, o que vive o Haiti recentemente, o que vive Honduras, o que vive o Equador, não são processos novos, são processos de endurecimento pós crise de uma lógica que precisa desses processos, que necessita que isso ocorra, para o seu lucro e ao mesmo tempo utilizam-se dos processos democráticos das vitórias democráticas de certos políticos para benefício próprio.

Até porque, o aumento da criminalidade, tem a ver com a falta de visão de futuro dos jovens, que muitas vezes, saíram de universidades ou que terminaram o ensino médio e que não vem dentro do processo democrático, do processo de emprego capitalista, o futuro, mas vem dentro da criminalidade esse futuro, vem dentro das organizações criminosas, esse futuro.

Ou seja, estamos falando de um processo que faz com que os jovens, não se sintam inclusos no capitalismo e o próprio capitalismo, os inclui, mas os incluem de forma criminosa, utilizando-se do processo de produção e venda de produtos ilegais; estou falando aqui da droga de contrabando e entre outros.

E eles buscam, não um processo de criar políticas públicas para que essa população possa ver um futuro, o Estado não procura isso, o Estado nesse processo, está procurando intensificar essa violência, aumentar essa violência, utilizar-se dos seus aparatos de guerra para lutar contra esses aparatos de guerra e podemos enumerar os milhões de processos e de lucros que algumas empresas poderão se beneficiar com essas guerras, não estou falando de guerras como guerras como o que ocorre na Ucrânia ou na Palestina, que também dão um lucro extremo ao capitalista, mas estou falando de guerras internas, esas que são característica desses países latino-americanos,que é o que está ocorrendo no continente.

Assim, cabe a nós, nos preocuparmos com essa mudança de lógica e com esse processo de guerra, pois sabemos que nós trabalhadores e que também lutamos por direitos sociais, estamos no meio desse processo e devemos lutar contra ele, para que essa lógica mude dentro do continente e apareça uma nova forma de democracia e uma nova forma de capitalismo, ou até mesmo a própria destruição desse capitalismo, pois com a lógica que está, atrelada diretamente com a criminalidade, a gente vê um grande aumento da violência, o que acaba resultando em dezenas e dezenas de corpos imóveis.

 

 

 

 
*Danilo Espindola Catalano é escritor, pesquisador e professor de espanhol, dedicado a passar a cultura latino-americana aos seus alunos. Graduado em Sociologia e Política pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, pós-graduado em Metodologia do Ensino da Língua Espanhola, Especialista em Educação e Cultura pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais Brasil e formado em licenciatura em Letras Português/Espanhol. Mestrando no Programa de Integração Contemporânea Latino-americana da UNILA – Universidade Federal da Integração Latino-americana.
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Influenciador é preso em Fortaleza por estuprar 7 vítimas, entre elas mãe e filha

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Thiago Ferrari
Thiago Ferrari

A Polícia Civil do Ceará prendeu, neste sábado, um influenciador digital suspeito de praticar pelo menos sete crimes de estupro contra mulheres com idades entre 15 e 40 anos, em vários bairros de Fortaleza e do interior do estado.

Thiago Ferrari, de 35 anos, foi capturado após sete dias de ações de inteligência coordenadas pela corporação. Reincidente no crime, foi localizado no Centro da capital.

Com antecedentes pelos crimes de estupro de vulnerável, estupro, crime contra a dignidade sexual, violação de domicílio e furto, Thiago Ferrari é investigado por praticar uma série de estupros nos bairros Barra do Ceará, Montese e Itaoca, em Fortaleza, na cidade de Tauá, no interior do Ceará, e no Cumbuco, no município de Caucaia.

Entre os últimos crimes praticados pelo influenciador, um foi registrado pela vítima, no dia 18 de fevereiro. Desde então, os investigadores deram início às diligências que resultaram na prisão.

Conforme apontam as investigações, o crime do dia 18 de fevereiro foi praticado contra mãe e filha, no bairro Itaoca. O suspeito se intitula empreendedor e influenciador digital — com mais de 90 mil seguidores em seu perfil no Instagram —, e observava as vítimas na rua, antes do crime.

Em seguida, Thiago as obrigava a entrar em sua casa. Cometia, então, o crime de estupro, geralmente na frente de familiares.

Segundo a polícia, ele usava uma balaclava, um simulacro de pistola e dizia às vítimas que pertencia a uma facção criminosa. No ato do crime, ele fazia fotos das vítimas e as coagia para o fazerem transferências via Pix, além de roubar seus aparelhos celulares.

Ainda de acordo com as investigações, ele usava diversos veículos e bicicletas para sair e iniciar a prática dos crimes. Depois, se desfazia. Thiago Ferrari, que é mineiro, também praticou crimes em seu estado de origem. Autuado em flagrante pelos crimes de estupro, roubo e extorsão, ele segue à disposição da Justiça.

No local da prisão, foram apreendidos veículos, roupas usadas por ele para cometer os crimes, celulares e um simulacro de pistola.

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ONU alerta em cúpula que planeta está “à beira do abismo”

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ONU alerta cúpula planeta à beira abismo
António Guterres (Imagem: Lisa Leutner | Reuters)

LUSA

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, voltou hoje a alertar que o planeta está “à beira do abismo” devido às crises ambientais. Ele abriu a 6ª Assembleia ONU para o Ambiente (Unea-6).

“O nosso planeta está à beira do precipício. Os ecossistemas estão em colapso”, disse Guterres em vídeo apresentado na abertura do encontro da Unea-6, o principal órgão de tomada de decisões ambientais do mundo, realizado em Nairobi, no Quênia.

Segundo o secretário, o clima está a implodir e a culpa é da humanidade.

“As consequências, desde rios envenenados até a subida dos mares, afetam a todos”, alertou Guterres, acrescentando que “os menos responsáveis são os que mais sofrem”.

Para combater a crise, ele apelou a um trabalho conjunto, a fim de colocar o mundo no caminho da sustentabilidade e acelerar o desenvolvimento.

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“Isso significa tomar medidas urgentes para acelerar uma transição justa dos combustíveis fósseis para as energias renováveis, adaptar-se a fenômenos meteorológicos extremos, proporcionar justiça climática, controlar a poluição e proteger e restaurar os ecossistemas”.

Segundo António Guterres, os países devem definir objetivos nacionais para cumprir esse quadro, ou seja, criar novas contribuições em nível nacional para toda a economia antes de 2025 que estejam em linha com a limitação do aumento da temperatura global a 1,5 graus Celsius.

“Juntos, precisamos que os governos elaborem novo tratado sobre a poluição causada pelo plástico e aumentem o financiamento para o desenvolvimento sustentável e ações climáticas e de biodiversidade nos países em desenvolvimento”, afirmou.

Em mensagem aos líderes da Unea-6, que inclui o presidente queniano, William Ruto, e outros chefes de estado africanos, bem como vários ministros de todo o mundo, Guterres pediu que os países cumpram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

“Vocês têm muitas resoluções importantes, então aproveitem essa oportunidade para pressionar por soluções multilaterais. Vamos fazer o espírito de Nairobi funcionar mais uma vez”, concluiu.

A UneaA-6 reúne mais de 5 mil representantes de governos, da sociedade civil e do setor privado, no complexo da ONU na capital queniana, desde segunda-feira até hoje.

Na sessão deste ano, a sexta desde o lançamento da assembleia em 2014, os países devem avaliar cerca de 19 resoluções que incluem desafios como parar a desertificação, combater a poluição atmosférica ou limitar a poluição química.

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Deputados barrados em trio de Bolsonaro na Av. Paulista criticam Silas Malafaia

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barrados trio bolsonaro
Salles, Zambelli e Zanatta foram alguns dos parlamentares barrados no trio principal de Bolsonaro

Alguns deputados bolsonaristas ficaram descontentes com a escolha das pessoas autorizadas a subir no trio de Jair Bolsonaro (PL) no ato do último domingo (25), em São Paulo.

Os parlamentares argumentam que fazem enfrentamento diário ao governo Lula e foram preteridos na avenida Paulista. Criticam que o ex-presidente teve a companhia de aliados do passado, como ex-ministros sem mandato, e pessoas que até pouco tempo atrás faziam oposição ao bolsonarismo.

A lista dos barrados contém dois dos parlamentares mais votados do PL em São Paulo e ex-ministros do antigo governo: Carla Zambelli, Ricardo Salles, Osmar Terra, Mário Frias, General Pazuello.

A lista de barrados também inclui a líder da minoria na Câmara, a deputada Bia Kicis (PL-DF). Outros ferrenhos defensores de Bolsonaro que não puderam acessar o trio foram Júlia Zanatta (PL-SC) e Evair de Melo (PP-ES).

O descontentamento foi tamanho que alguns tentaram forçar a entrada. Foi nessa hora que o pastor Silas Malafaia, organizador do ato, tomou o microfone e deu uma bronca nos parlamentares.

Ele usou um tom duro, considerado desnecessário por deputados. “Ô minha gente que tá aqui embaixo fazendo confusão, só sobe quem tem pulseira verde. Por favor! Não vai subir, não adianta. Pra que essa briga aí, meu filho?”.

O trio de Bolsonaro tinha limite de convidados e só entrava quem tinha pulseira VIP. Elas foram distribuídas ao longo da semana que precedeu a manifestação pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), integrante da bancada evangélica e próximo a Malafaia.

Foram permitidos 35 deputados no trio. Aos demais, coube ficar em um veículo secundário onde não houve discursos e chamou pouca atenção.

Na avaliação do pastor Silas Malafaia, as pessoas que reclamam não entendem a importância do ato. Ele declarou que estes parlamentares que “esperneiam” pensam somente em si e em aparecer.

Houve críticas ao deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) e o ex-deputado Deltan Dallagnol acessarem o trio. Os bolsonaristas alegam que ambos criticavam o ex-presidente até pouco tempo atrás e, mesmo assim, tiveram mais consideração do que aliados de longa data. E nem do partido de Bolsonaro são.

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Eduardo Bonzatto*, Pragmatismo Político

Esse tipo de falácia tem por objetivo atingir a pessoa que expressou (contra o homem) o argumento. Um exemplo: quando alguém diz, Sou a favor da descriminalização das drogas. A pessoa que ouve a frase responde: Só sendo uma usuária de drogas para ser a favor dessa ideia.
Vivenciamos a era mais superficial da modernidade. E esse é um problema bioquímico.
Metabolismo é o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. A expressão metabolismo celular é usada em referência ao conjunto de todas as reações químicas que ocorrem nas células.
Einstein dizia que quem não pensa opera pela coluna espinhal. Isso é parcialmente verídico quando tentamos entender os caminhos do pensamento atual.
A modernidade ocidental colonizadora nasceu sob dois prismas difusos. De um lado, a escatologia cristã e de outro a moralidade do certo e do errado.
A escatologia cristã naturalizou que o futuro será premiado ou punido àqueles que caminham sob o prisma moral. Faça o bem, e terá a glória de deus no apocalipse. Faça o mal e será punido pelo inferno.
Vivemos sob esse determinismo colonial até hoje, sem questionarmos as bases teleológicas ou morais. Nossa racionalidade se constituiu assim, aprisionada, limitada, acanhada para que não pudéssemos voar sob as cidades constrangedoras que o novo mundo estava a construir. Há muito mais do que cidades no mundo.
Mas as cidades, os mapas, foram emulando em nossa fisiologia impulsos geográficos. E a biologia foi imprimindo em nossa psique uma prisão cartesiana da razão. E essas esculturas foram edificando nosso corpo como o corpo das cidades e do mundo.
Então a geografia do corpo, a geografia da mente e a geografia do mundo foram se coincidindo e repercutindo os mesmos fundamentos.
O tempo e o espaço fizeram com que essa forma colonizadora fosse produzindo efeitos importantes. Tecnologia, cultura, religiosidade, cientificidade, educação, intelectualidade, formulando um pensamento dicotômico que é importante para a criação de dualidades que se apresenta como alternativa e possibilidade. É a consagração da dialética como ordenamento geográfica, social, histórica, psíquico e biológico.
A dialética é um sistema completo que engloba oposição, conflito originado pela contradição entre princípios teóricos e fenômenos empíricos. Um processo de diálogo entre interlocutores comprometidos com a busca da verdade, através do qual a alma se eleva, gradativamente, das aparências sensíveis às realidades inteligíveis e ideais. Trata-se, como se vê, de uma espécie de raciocínio lógico e coerente em seu encadeamento interno que, no entanto, pode e deve ser refutado.
Tem em si todos os elementos para edificar a razão humana em seu locus de superioridade inata e divina, apesar de ser colonial e redutora das possibilidades da vida.
É o elemento metodológico que faz com que a teleologia e a moral se ajustem para o benefício de todos, daqueles que concordam e daqueles que discordam. Não há como afirmar qualquer injúria inaugural para a jornada colonial. Quem quiser que a refute. O que não é possível é recusá-la.
Automatismo do concordo discordo, ou isto ou aquilo. Eis a natureza da teleologia e da moralidade.
Tanto a moralidade quanto a teleologia são mágicas no sentido de apresentar um mundo em processo por corredores estreitos. Basta percorrer.
Em tempos diferentes, tanto a moralidade quanto a teleologia servem a propósitos corretores. Os estados burgueses elegeram o cidadão como elemento ordenador da sociedade. Os estados totalitários, os líderes e seus apelos. Os estados democráticos, a política da escolha limitante. Tudo em nome da ordem e do progresso.
Hoje, o politicamente correto contempla o que é certo e o que não é e os caminhos para a teleologia. Seus aportes são poderosos e ameaçadores. Sob a bandeira do politicamente correto, outros empoderamentos foram sendo tecidos. Ai daqueles que se opuserem á moralidade politicamente correta.
Intelectualmente falando, é apenas censura ameaçadora. Pense o que quiser, mas cuidado com o que expressa. Mas esse é um recurso frágil e covarde. No entanto é vasto e insidioso, pois se apresenta como totalidade. Como se a moral fosse absoluta e infalível. Basta que um grupo eleja certos temas como certos e tá pronta a censura e a pena.
Lugar de fala, cancelamentos, empoderamentos, patrulhas ideológicas, cada elemento se apresenta como válido e justo. Mas nenhuma guerra é ganha com palavras. E se por alguma razão alguns pareçam estar dormindo, é apenas por instantes. O despertar é ruidoso e ruinoso. Mas é apenas a dicotomia sendo dicotômica e isso tá previsto e esperado para manter o sistema de vulgaridades funcionando.
Condenar pela aparência, pela forma parece bastar para a mentalidade mediana que consagrou as redes.
A questão que importa é se aquele que julga domina seus códigos de julgamento.
O pensamento moral e progressivo, base da moralidade cristã e da teleologia cristã, está apto a exercer o papel no tribunal vivo das redes?
Não me entendam mal. A moralidade do certo e do errado é basicamente a cultura colonial e cristã. A teleologia é basicamente cristã, a promessa do progresso é que no futuro teus esforços serão recompensados, no paraíso.
Quando você ouve falar de uma cultura africana que amputa clitóris, julga rapidamente como prática selvagem. Mas quando a cultura reformista das cirurgias plásticas amputa clitóris, é apenas uma escolha de mães e meninas para corrigir efeitos colaterais da natureza imperfeita.
A ilusão de que a moralidade é parcial e aplicada é um erro grave, pois oculta os vínculos morais de cada tema e proposta. Acreditar que o socialismo é bom e o capitalismo é ruim é moralidade cristã. Que a direita é boa e a esquerda é ruim, moralidade cristã. Cada elemento em que se aplica o certo e o errado, o bom e o ruim está aprisionado na moralidade fundamental colonial cristã. O civilizado e o selvagem até o politicamente correto são abas da mesma moralidade.
Certo e errado, são categorias morais e para nós, colonizados existe apenas a moralidade cristã. A cultura é absolutista. A ideologia é absolutista. São os discursos e narrativas que ocupam um lado no espectro cultural e ideológico. E a dicotomia se transforma no modo de pensar o mundo, a realidade, o social e a história.
O mundo intelectual não está imune a essa dicotomia, embora haja uma historicidade em suas formulações.
Por um tempo importante, essas formulações atingiram um pico canônico, em que cada pensador recorria aos ombros de gigantes para questionar, propor, inovar ou condenar ideias no espectro.
Havia certo labor no esforço canônico de discutir ideias, princípios e fundamentos. Isso ampliava o cânone. Criava linhagens teóricas. Estimulava outros a invadir certos redutos políticos para expor incongruências e falhas teóricas. Mas isso demandava estudo e imersão e, principalmente, escolha no espectro moral da cristandade.
O século XIX foi prolífico nessas jornadas e diversas correntes teóricas ali fizeram fonte e promessa. O século XX não descurou do esforço de se apresentar como questionamento e proponente de novos caminhos aparentemente novos, embora não fossem. Mas o esforço é válido num jogo ideológico. É preciso estudar, ler, pensar. Não era possível questionar impunemente. A reação estava ali, próxima, atenta e feroz.
O território das ideias era frutuoso e perigoso ao mesmo tempo. Mas quando caiu o muro de Berlim, o tempo do esforço foi pro ralo. Pois alguns acreditaram malandramente que a história havia acabado. Outros, que o território estava livre para a preguiça.

Leia aqui todos os textos de Eduardo Bonzatto

Os gestores da esquerda nos países periféricos, como o Brasil, acreditaram na estratégia de Gramsci da luta cultural precedendo a luta política. E os territórios da cultura foram sendo palmilhados.
Diferente da luta intelectual, a luta cultural é exógena, ou seja, é externa ao ser, ao intelecto e seu território é de proverbiais zonas de discursos, de estéticas, de narrativas. Pois todo esforço reside em dominar espaços de divulgação. Mídias, produções culturais, universidades, cada território em suas regras próprias, dinâmicas singulares mas que estão sempre afeitos da discursos. Tudo muito longe das querelas intelectuais, em que o labor, o domínio de teorias alavancam as tretas com aqueles que estão igualmente preparados para o confronto. Nas lutas culturais é a superfície que fala primeiro e se a contenda for rápida, o território está garantido. Se há domínio dos órgãos emissores, resta apenas a recepção, que não está atenta às lutas para a conquista. Exatamente por essa razão, quando a concessão de direitos de privilégio aparece, aqueles que os recebem consideram que foi por lutas históricas compensatórias. Sequer imagina que as lutas no âmbito da cultura estão por trás dos benefícios.
Isso porque o território da cultura é superficial e sua nomenclatura não precisa de iniciáticos, mas apenas de esperteza antecipatória no domínio das instituições sempre vulneráveis.
“O elemento popular ‘sente’, mas nem sempre compreende ou sabe; o elemento intelectual ‘sabe’, mas nem sempre compreende e, menos ainda, ‘sente’. […] O erro do intelectual consiste em acreditar que se possa saber sem compreender e, principalmente, sem sentir e estar apaixonado […] mesmo quando distinto e destacado do povo nação, ou seja, sem sentir as paixões elementares do povo, compreendendo-as e, portanto, explicando-as e justificando-as em determinada situação histórica, bem como relacionando-as dialeticamente com as leis da história, comum a concepção de mundo superior, científica e coerentemente elaborada, com o ‘saber’; não se faz política-história sem esta paixão, isto é, sem esta conexão sentimental entre intelectuais-povo” (GRAMSCI, 2001).
No caso de uma sociedade intelectualmente superior, tais indicativos poderiam provocar novas percepções do papel do intelectual, mas no Brasil que desembocava no neoliberalismo, tais indicativos fizeram apenas a supressão de uma zona de esforço para que o povo, essa entidade sociológica misteriosa assumisse o próprio lugar do intelectual. Como por aqui a superfície é tão notável, bastou que uma parcela substantiva que ocupava as zonas culturalmente ocupadas se considerassem marxistas. E pronto.
Todo o papel da esquerda ficou reduzido a esse estereótipo de esquerda. Se perguntamos a um professor universitário que se considera de esquerda o significado de qualquer teoria, solicitando explicações sobre, por exemplo, o que é o marxismo, teremos um rosto indignado diante de nós. E então virá o inevitável, o recurso ad nominem.
Os impropérios virão sem pudor. Mas se você formular alguma teoria qualquer que contrarie a aridez intelectual do esquerdista, será taxado de direitista, de fascista, de homofóbico, de misógino e além.
Esse professor, que se alimenta do discurso ideológico raso da esquerda, nunca leu Marx, nunca estudou os fundamentos que lhe garantiriam um lugar no cânone e sequer sabe o significado de cânone, pois lhe basta o grito, a injuriosa revolta por ter sido questionado por alguém tão insignificante como você, seja lá quem for.
Ele é de esquerda porque a moral do seu lugar de fala é absoluta e inquestionável, afinal ele protege o planeta contra a destruição da camada de ozônio, ele é contra a misoginia, contra a homofobia, contra o machismo, enfim, contra tudo que é ruim e está ligado afetivamente a tudo que é certo e bom.
Essa soberania ignorante, ancorada no politicamente correto, não exige nenhum esforço, apenas a fala mágica do lado certo da moral cristã.
Como todos os recursos morais foram culturalmente apropriados, quem não estiver concordando, é fascista, nazista, e sei lá o que mais.
O esforço, o estudo, a leitura das obras canônicas que definiram sua opção ideológica de esquerda não foram sequer arranhados. Nunca entendeu uma vírgula escrita por Marx. Mas usa seu nome como a fé cristã indica.
O recurso ad nominem, que desqualifica qualquer um que ouse pensar diferente é moeda fácil nesse mundo superficial e estético. Ninguém precisa estudar, laborar, refletir, se equivocar, recompor pelo esforço intelectual historicamente dado para incorporar uma zona moral de domínio, basta afirmar. Sou de esquerda e você é fascista. Sou marxista e você é o que? Não ouse perguntar a esse bosta o que é marxista, que ele dirá, sem dúvida, é quem protege os pobres, os fracos, os despossuídos. E sua proteção se resume a isso. Um covarde, um inútil, um ser intelectual que não se distancia em nada de uma bactéria.
Certa vez, aqui na varanda de casa, chamei um desses imbecis de bactéria intelectual e ele ficou visivelmente ofendido, reagindo assim: poxa, você me chamou de bactéria, caramba!
A estas amebas intelectuais preguiçosas e oportunistas, só restam diante daqueles que pensam, injúrias, o argumentum ad hominem.

*Eduardo Bonzatto é professor da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) escritor e compositor

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EFEITO MANDELA E COLABORAÇÃO MEMÉTICA

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HQ Monstro do pântano, parte em que Alec oferta a Aby parte do seu corpo para comer, a fim de compartilhar a sua percepção do mundo.

Eduardo Bonzatto*, Pragmatismo Político

A memória é um poço sem fundo, uma sala de edição, um estigma no córtex cerebral e um rasgo no corpo profundo da vivência.
As redes virtuais de existência consumiram os últimos vestígios de uma autoridade baseada completamente na verificação. Os discursos da ciência típicos do século XIX estavam repletos de mecanismos de fazer verdades. No século XXI, a velocidade intermodal das redes informacionais transigiu as fronteiras vivas para novas dimensões etéreas cujo significado está se tornando tramas de verdades sem verificação.
Comparado com os ritmos da criação de verdades de agora, as verificações científicas podem ser comparadas aos homens de pedra de Nala, na Austrália fantasmagórica. São projeções que insuflam não mais que crenças sagradas inquestionáveis.
Atualmente é muito difícil se fiar na concretude, como se tudo que é sólido desmanchasse no ar, como havia previsto Marx.
Numa conferência em 2010, Fiona Broome, uma investigadora paranormal, cunhou o conceito de Efeito Mandela para explicar fenômenos típicos de redes sociais na criação de verdades coletivas aparentemente injustificadas.
O efeito psicológico carrega o nome de Mandela devido à crença coletiva equivocada de que o ativista político sul africano teria morrido na prisão na década de 1980 e não em 2013.
O efeito Mandela aponta para os muitos usos da memória e para seu complexo movimento de atualizações. Embora muitos se refiram ao efeito como falsas memórias, o mais correto seria considerar que a memória não é infalível, pois as redes cerebrais alteram a forma como nos lembramos de um evento e a cada novo mergulho no resgate de determinada memória será sempre nova a recordação.
O que pode ser considerado estranho no caso do efeito é que muitas pessoas se lembram da mesma forma o evento, exemplo da morte do líder sul africano.
Por isso necessitamos recorrer a outro fenômeno de ordem colaborativa: a bolha memética.
O conceito de memes surgiu em 1976 com Richard Dawkins, como um análogo cultural dos genes. Deveria ser possível estudar a cultura através do processo de evolução por seleção natural de memes, ou seja, de comportamentos, ideias e conceitos. O filósofo Daniel Dennett utilizou tal conceito como central em sua teoria da consciência e pela primeira vez divulgou para o grande público a possibilidade de uma ciência dos memes chamada “memética”. A pesquisadora Susan Blackmore (1999) foi quem mais se aproximou de uma defesa completa de tal teoria. No entanto, a memética sofreu pesadas críticas e ainda não se constituiu como uma ciência, com métodos e uma base empírica bem definida.

Leia aqui todos os textos de Eduardo Bonzatto

A manifestação memética envolve inúmeros radicais e vou focar apenas naquele que diz respeito à invasão das mentes com a mesma ideia, considerando distancias impossíveis de promover diálogo.
Se observamos alguns exemplos, como o da invenção do rádio ou do avião, em que os inventores, por caminhos diversos e aparentemente sem comunicação chegaram ao mesmo lugar, podemos igualmente perceber ideias literárias que em lugares diferentes do mundo manifestaram-se.
A coincidência de temas entre Neil Gaiman e Terry Pratchett no início da produção de seu quadrinho Sandman não é o único testemunho do funcionamento da memética.
Depois de escrever capítulos inteiros, com uma leitura ocasional descobria que o outro autor tivera a mesma ideia. Depois de acontecer algumas vezes, ele procurou o outro para falar sobre a estranha coincidência e a resposta foi mais ou menos esta: estamos ligados como antenas no mesmo rádio e não há problema de cada um de nós materializar a ideia.
Tanto a qualidade editável da memória quanto a manifestação memética explicitam uma estranha permanência de redes de colaboração que ocorrem nos níveis mais sutis da criatividade. A lembrança coletiva de um evento ou a criação de ideias comuns entre diferentes pessoas revelam zonas de fluidez que não podemos explicar.
Mas sempre entra em posição os critérios de verdade, falsidade, invenção.
Ao mesmo tempo em que a crença de difícil consumação nas verdades científicas foi sendo desfeita, um nó de rato ia se constituindo nas veias das redes virtuais com verdades provisórias, mas consistentes, com acusações de fakes News contra aquelas que se levantavam contra alguns senhores de castelos de areia globais ou locais, pois as redes são multiversos indefectíveis.
Nas redes, a incorporação de uma verdade se assemelha a um processo de adoção. Primeiro se decide adotar e depois elege-se as características. Cada uma de acordo com as preferências.
Dirigido e escrito por Kristoffer Borgli, o filme O homem dos sonhos conta a história de Paul Matthews, “um homem comum com uma vida banal que, misteriosamente, começa a aparecer nos sonhos de pessoas que ele nem conhece. Logo, esses sonhos se tornam pesadelos, fazendo da fama súbita do personagem que aparecia pacificamente nos sonhos fosse alterada, pois a partir da segunda metade do filme ele surge nos sonhos como um terrível assassino. Embora seja inocente nos dois casos, a vida de Paul será cancelada e de nada vale seu apelo de inocência, pois tudo ocorre no mundo dos sonhos. A vida real será o palco da glória e da destruição.
A metáfora dos cancelamentos não é ocasional. E esse artifício informacional está aí para usos e frutos de cada um. A destruição moral pela mente coletiva da rede é fácil e oportunista.
A mentalidade coletiva é real, proverbial e informacional e estamos sempre solicitando ou sendo solicitado a redigir com ela nosso acordo. O diabo diz: “eu sou legião!”
De acordo com tradicional crença Cristã em bruxaria, o pacto é entre a pessoa e Satã ou um demônio. A pessoa oferece a própria alma em troca de favores diabólicos. Estes favores mudam com o conto, mas normalmente incluem juventude, conhecimento, riqueza ou poder.

*Eduardo Bonzatto é professor da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) escritor e compositor

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Curule

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Curule

Eduardo Bonzatto*, Pragmatismo Político

Roma Antiga. No período republicano e, mais tarde, no imperial, a cadeira curul (em latim: sella curulis, um termo supostamente derivado de “currus”, “carro”) era o assento no qual os magistrados romanos com poder de imperium tinham o privilégio de se sentar.

Carlo Bugatti (1856-1940), um designer milanês que revolucionou a arte decorativa, criou a cadeira curule como um resgate para os dignos magistrados que no século XX ousariam sentar no lugar de reis.

Trono de forma assimétrica, a cadeira de Bugatti convida a reflexões importantes nos dias que seguem.

No Brasil, o império surgiu com Fernando Henrique Cardoso.

Sua inspiração vinha direto de D. Pedro II, certamente o mais elegante, sofisticado e inteligente senhorio do poder na história pátria. E Fernando Henrique trouxe de volta essa aura imperial brasileira para o raiar da democracia neoliberal. Essa não seria a única contradição do tempo.

Primeiro presidente ilustrado por uma formação acadêmica a registrar em livros e artigos as potencialidades que a transição pós ditadura implicariam.

Nesse sentido, preparou as bases para uma longa jornada da esquerda que viria a seguir. Foi um dos fundadores do PT e um dos articuladores da emergência de Lula no cenário político para o século XXI.

Essa fusão entre ilustração e projetos de esquerda, ou em outras palavras, entre as elites ilustradas e projetos de justiça social, ecologia, fim das desigualdades e supressão das hierarquias culturais fermentavam um caldeirão que incluía todas as vertentes políticas numa jornada virtuosa para acolher no poder os representantes populares.

As arrogantes elites industriais e rurais seriam paulatinamente substituídas por oligarcas sem passado, sem ilustração, sem berço.

Leia aqui todos os textos de Eduardo Bonzatto

Todos os elementos do social seriam revertidos na mesma direção. Parecia ser o preço da globalização que avançava.

A educação perdia definitivamente seu componente de modificação no futuro do trabalho; a política passava a ser identificada com acordos fisiológicos razoáveis; a produção cultural sacrificava qualquer aprofundamento em nome da massificação dos conteúdos; o direito se consolidava em formas artificiais de empoderamento; a supressão das fronteiras nacionais eliminava qualquer proteção capaz de preservar valores tradicionalmente reconhecidos como fundamentais para vincular o sujeito a um passado genealógico que lhe daria sentido.

A partir desses movimentos, a desvinculação interna da nação e as linhagens familiares foram ao mesmo tempo eliminadas. O mundo social parecia propor uma tábula rasa por onde se teria oportunidade de começar de novo a partir do zero.

Cada elemento de ligação com a velha ordem social foi sendo desfeito e substituído por um voluntarismo que em tudo parecia ânsia por uma justiça que o tempo sombrio da ditadura havia suprimido.

A instituição da família, da educação e do trabalho refundavam formas novas de relacionamento. A religião se diversificava em opções horizontais igualmente abdicando de hierarquias ancestrais.

Justiça é o termo que em todo canto vêm à tona. E ali se estabeleceu, na tona. Justiça social, salvamento dos danos causados pela velha ordem industrial ao meio ambiente e às camadas protetoras de ozônio, fim das desigualdades sociais, de gênero, de classe, de raça, de opções sexuais.

Esse momento inaugural parecia refazer todas as promessas para o futuro erradicando os malefícios totais do passado. E tudo estava lastreado pela constituição de 1988, fundadora de uma nova e benéfica cidadania. A democracia tinha a partir de então rosto e forma, prática e prédica. Fortalecia como um discurso a prova de queda.

Era uma palavra mágica que incluía o futuro e julgava o passado como velho e ultrapassado e no qual devíamos depositar só desconfiança e rancor.

Enquanto as urgências neoliberais favoreciam a formação de novos magistrados que avançavam a proteger indivíduos e organizações que surgiam armados para a guerra civil, as tensões fomentadas pelos novos direitos completavam o cenário em que discurso, narrativa e prática compunham o novo universo da política da comunidade.

A comunidade passa a ser o locus fundamental do social e suas relações, de alta complexidade, serão reduzidas a jogos de força e influência. A partir de então nunca de formou tantos advogados, tantos juízes, tantos magistrados. A figura central do mundo neoliberal será marcada definitivamente pelos rábulas. Nunca tantas oportunidades de vagas de emprego estiveram disponíveis para as levas de praticantes da justiça.

A aprovação no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil passou a ser obrigatória em 1997. Isso porque a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (lei nº 9.394/96) retirou barreiras para a implantação das Instituições de Ensino Superior no Brasil, o que trouxe um expressivo crescimento no número de faculdades de Direito no país.

A proporção do número de advogados a partir de então aumentou exponencialmente, embora a aprovação no exame sempre foi bastante inexpressiva. Apenas recentemente os índices de aprovação foram aumentados.

A justiça dos novos tempos carece de togados.

De modo geral, o caráter de um império é a qualidade de seu governante. No caso específico do Brasil, os ocupantes do cargo político não carregaram consigo nenhuma ilustração. Mas isso acabou por ser marcante no caso dos magistrados. Todos ilustrados, uma boa parte deles ocupantes de ritos quase clericais alçados ao serviço público e alguns capazes de ocupar a cadeira curule com tanta pose e dignidade que podemos sentir que vivemos em Roma, ao tempo dos césares.

A justiça e a lei operam por níveis para conter abusos. O ministério público monta o caso, a polícia investiga e as cortes julgam acolhendo acusação e defesa. No caso brasileiro, em nome da democracia e da justiça social, os dois primeiros níveis foram suprimidos e a corte acusa, investiga e condena.

Não conheço melhor definição de Império.

Essa noção de império do reino da justiça, sua representação orgânica manifesta no social, implica em fluxos de discursos, que são políticos, educacionais, midiáticos, dentre tantos outros, em que o clamor por justiça, o capital efetivo que promove hegemonia, no fundo apenas estimulou o próprio sistema jurídico, em que por tradição originária ainda constante na carta de direitos do homem e do cidadão resultante da revolução francesa, diz apenas da justiça daqueles que são os cidadãos e que, ao tempo de Napoleão, era os burgueses.

Mudaram os termos e também mudaram os ritos, mas a esfera jurídica conserva em seu núcleo o mesmo teor enganoso do passado. Quando afirma a justiça é ainda a do proprietário ou nos termos atualizados, dos que podem pagar.

O império é uma coluna infinita de trocas fisiológicas, de salamaleques de privilégios e de cortesania da civilidade, em que a voz pausada, o português castiço e postura de austeridade dizem tudo nos tribunais superiores.

Salvador Allende reconhecia as assimetrias jurídicas quando anunciava: “não basta que todos sejam iguais perante a lei. É preciso que a lei seja igual perante todos”.
A cadeira curule é assimétrica não a toa.

*Eduardo Bonzatto é professor da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) escritor e compositor

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O silêncio em torno dos ricaços investigados como golpistas

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silêncio torno ricaços investigados golpistas
Bolsonaro, Luciano Hang e Augusto Heleno

Moisés Mendes*, em seu Blog

Jornalistas lavajistas e militaristas, que bateram continência para os generais de Jair Bolsonaro até pouco antes da aglomeração de Silas Malafaia na Paulista, deixaram as barricadas.

Braga Netto, Augusto Heleno e oficiais subalternos presos ou ainda soltos foram abandonados. Sergio Moro e Deltan Dallagnol já haviam sido largados muito antes. Apenas Merval Pereira ainda oferece proteção e consolo a Moro.

Os generais, o ex-juiz, o ex-procurador e todos os lavajatistas sofreram avarias irreversíveis. São descartáveis por inutilidade. Prestaram serviços relevantes e viraram estorvo.

Mas as estruturas de comando das corporações de mídia e o colunismo de direita e extrema direita não abandonam o núcleo empresarial do golpismo. Esse é o último reduto ainda intacto e sob proteção das organizações.

Foi pulverizado o núcleo civil e militar do entorno de Bolsonaro, com idealizadores, planejadores e operadores do golpe. Desmantelou-se o grupo político-miliciano. Estão pegando até 17 anos de cadeia os integrantes do núcleo delirante dos manés do 8 de janeiro.

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Mas continua inalcançável e esquecido o núcleo dos empresários ricos que sustentavam com muito dinheiro as milícias bolsonaristas, dentro e fora do Palácio do Planalto, desde 2019.

Poucos falam deles. Na semana passada, o colunista Elio Gaspari, da Folha e do Globo, abordou a prisão dos atacadistas golpistas Joveci Xavier de Andrade e Adauto Lúcio de Mesquita, de Brasília, com uma ressalva.

“Há mais gente na fila de ricos coitados do 8 de janeiro”, escreveu Gaspari, como se estivesse comunicando uma descoberta ou oferecendo-se como vidente. O colunista não deu um nome de rico na fila, nem conhecido nem ainda não divulgado.

Poderia ter informado quem são, não por especulação ou intuição ou chute, mas por informação concreta, pelo menos os suspeitos que vêm sendo investigados há muito tempo.

Mas Elio Gaspari e seus colegas colunistas dos jornalões respeitam muito os ricos coitados e não os identificam. Porque eles são, sem deboche, muito mais ricos do que coitados.

A grande imprensa abandona até altos generais amigos, como se fossem tanques que viraram ferro velho, mas não mexe com o poder econômico, mesmo que os endinheirados estejam a caminho de condenações.

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Se quisesse dizer os nomes dos ricaços coitados, citando os inquéritos em andamento, Gaspari poderia informar que grandes empresários continuam impunes, apesar de sob investigação desde março de 2019.

Poderia ter citado Luciano Hang (na foto com Bolsonaro e Heleno), Edgard Corona, Otavio Fakhoury, Mário Luft, Fabio Wajngarten, Meyer Nigri. Poderia ter citado Afrânio Barreira Filho, delatado por Mauro Cid. Poderia ter dito que estão na fila os grandes financiadores dos bloqueios de estradas. Todos ricos e impunes.

Poderia, mas não diz nada a respeito dos que botaram dinheiro nos projetos golpistas desde muito antes de Bolsonaro assumir o governo, como prevenção a qualquer eventual derrota do fascismo.

Há na fila empresários participantes da turma que sustentava o esquema de disseminação de mensagens em massa e que motivou as duas ações contra a chapa Bolsonaro-Mourão, rejeitadas em outubro de 2021 pelo TSE.

Há muitos ricos coitados entre os patrocinadores do 8 de janeiro, a maioria de facções ligadas ao agro pop do centro-oeste, já identificados em textos da jornalista Denise Assis aqui no 247. É uma lista extensa.

Mas há muito mais, do outro lado, jornalistas coitados e temerosos do que empresários ricos coitados. Também por isso, pela cumplicidade das corporações, os grandes patrocinadores do fascismo, e não só do golpismo, ainda não foram nem indiciados.

Não há pressão do jornalismo amigo para que sejam enquadrados pelo sistema de Justiça. O núcleo poderoso dos ricos coitados da extrema direita foi esquecido pela coitada da grande imprensa.

*Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre. É autor do livro de crônicas Todos querem ser Mujica (Editora Diadorim).

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Falacioso benefício do fim das saídas temporárias

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Falacioso benefício fim saídas temporárias
Imagem: Akira Onuma | Agência Pará

Marcelo Aith*

Está a passar – sem maiores alardes do mundo jurídico, e com grande apoio da população e da grande mídia, embebedados por equivocadas informações – o Projeto de Lei 2.253/2022, que, dentre algumas alterações à Lei de Execução Penal, extingue a saída temporária, vulgarmente conhecida por “saidinha”.

Cumpre destacar, por oportuno, que a proposta de pôr fim ao referido direito dos presos está entorpecida por uma equivocada fundamentação, consistente no suposto risco de colocar em liberdade, por períodos certos e determinados, aqueles presos que estão em regime semiaberto e ostentam bom comportamento carcerário, por conta de eventuais crimes que possam cometer em liberdade e o não regresso ao cárcere na data estabelecida pelo decreto de concessão.

Todavia, os dados oficiais são absolutamente diversos das informações lançadas na proposta de projeto de lei. Consoante se observa dos dados governamentais, a média de incidentes envolvendo egressos das saídas temporárias é de 5%.

O instituto da saída temporária permite que presos que cumprem pena em regime semiaberto tenham o direito de sair temporariamente do estabelecimento penal, sem vigilância direta, para visitar a família ou participar de cursos. Essas saídas são concedidas por um período máximo de 7 dias, podendo ocorrer até 5 vezes por ano, desde que o encarcerado apresente bom comportamento e cumpra outros requisitos previstos na Lei de Execução Penal.

Há que se ressaltar que a saída temporária tem como objetivo principal a reinserção social do preso. Acredita-se que, ao permitir que o detento mantenha ou restabeleça laços familiares e sociais, além de participar de atividades educacionais ou laborais externas, facilitara o processo de readaptação à vida em sociedade após o cumprimento da pena. Isso pode contribuir para a redução da reincidência criminal, uma vez que fortalece os vínculos do indivíduo com a comunidade e aumenta suas chances de conseguir emprego e educação.

A taxa de não regresso é baixa, indicando que a maioria dos presos que recebem o benefício da saída temporária retornam ao estabelecimento prisional no prazo estipulado. Os relatórios oficiais divulgados em anos anteriores indicam que as taxas de não regresso ficaram em torno de 5% ou menos do total de liberados. Em relação ao cometimento de crimes durante a saída temporária, o percentual é ainda mais baixo, chegando a índices menores do que 1%.

Não há dúvida de que os percentuais são extremamente baixos se considerarmos a realidade do cárcere, explico.

O Supremo Tribunal Federal (STF), ao analisar a ADPF 347, reconheceu o estado de coisas inconstitucional dos presídios brasileiro. A Corte Suprema, com base em dados concretos e provas robustas apresentada na inicial da referida ação, asseverou que as prisões brasileiras são desumanas e degradantes, na medida em que estão superlotadas e não oferecem, minimamente, uma vida digna ao encarcerado.

O Ministro Relator da ADPF n° 347/DF, Marco Aurélio Mello, reproduz a situação dantesca do sistema prisional brasileiro: “Os presídios e delegacias não oferecem, além de espaço, condições salubres mínimas. Segundo relatórios do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), os presídios não possuem instalações adequadas à existência humana. Estruturas hidráulicas, sanitárias e elétricas precárias e celas imundas, sem iluminação e ventilação representam perigo constante e risco à saúde, ante a exposição a agentes causadores de infecções diversas. As áreas de banho e sol dividem o espaço com esgotos abertos, nos quais escorrem urina e fezes. Os presos não têm acesso a água, para banho e hidratação, ou a alimentação de mínima qualidade, que, muitas vezes, chega a eles azeda ou estragada. Em alguns casos, comem com as mãos ou em sacos plásticos. Também não recebem material de higiene básica, como papel higiênico, escova de dentes ou, para as mulheres, absorvente íntimo”. (Brasil, STF, 2015).

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Muitos vão dizer: “Os presos recebem o que merecem!”. Mas, obviamente, desconhecem a realidade dos estabelecimentos prisionais brasileiros, para dizerem um absurdo atroz como esse. Na vida como ela é, os presos vivem amontoados uns sobre os outros, dividem, por vezes, celas que caberiam 6 pessoas com 40 outros presos, com estruturas precárias de higiene, vasos sanitários que transbordam dejetos, baratas, ratos e os seres humanos enclausurados. A alimentação, por vezes, além de vencida e azeda, é acompanhada de cacos de vidro, esperma, asas de insetos etc. Portanto, não seria nada inesperado que os detentos, quando tivessem oportunidade de não regressarem, permanecessem fora dos presídios. No entanto, 95% daqueles que saem nas saídas temporárias voltam. São masoquistas? Não, são pessoas que pretendem cumprir suas penas e “pagar a dívida com a sociedade”.

O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), órgão ligado ao Ministério da Justiça, aponta que a saída temporária é “imprescindível à execução penal” por impedir que condenados sejam colocados em liberdade sem um “período de experimentação”. E de fato é imprescindível.

Para o Conselho, órgão formado por profissionais da área jurídica, professores e representantes da sociedade civil, “Durante o período de concessão de liberdade por período restrito, a pessoa custodiada detém a oportunidade do convívio familiar e social, realizando atividades cotidianas distintas daquelas feitas em um ambiente de privação de liberdade, o que gera a sensação de pertencimento à sociedade e traz à tona, também, o esperado senso de responsabilidade daquele que está em saída temporária”.

Entretanto, sem qualquer fundamentação lógica, o Congresso Nacional quer por fim a esse importante instrumento de integração do preso à sociedade. Faz isso pautado em um discurso raso, sem embasamento empírico, para agradar a desinformada plateia, que quer, não se sabe porque, sangue jorrando das celas dos presídios brasileiros. Como se isso não ocorresse, constantemente, sem que fosse divulgado para os puritanos de plantão.

A solução, por óbvio, não está na extinção de direitos dos presos, e sim na melhora das condições de cumprimento das penas, bem como em uma discussão séria e concreta de desencarceramento. No Brasil, infelizmente, prende-se muito e desnecessariamente, razão pela qual o Congresso Nacional deveria se debruçar no sentido de estabelecer políticas de controle do encarceramento em massa, e não propor o seu recrudescimento. Esse, por sua vez, aumentará a pressão interna, gerando revolta entre os encarcerados que cumprem corretamente suas penas, agravando, ainda mais, o estado de coisas inconstitucional dos presídios brasileiros.

*Marcelo Aith é advogado criminalista. Mestre em Direito Penal pela PUC-SP. Latin Legum Magister (LL.M) em Direito Penal Econômico pelo Instituto Brasileiro de Ensino e Pesquisa – IDP. Especialista em Blanqueo de Capitales pela Universidade de Salamanca.

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Redes sociais expõe sintomas de adoecimento da sociedade

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Fernando Diniz e John Kennedy - Copa Libertadores (foto: Carl de Souza/AFP)
Fernando Diniz e John Kennedy – Copa Libertadores (foto: Carl de Souza/AFP)

Lucio Massafferri Salles*, Pragmatismo Político

As redes sociais expõe a céu aberto os sintomas de adoecimento da sociedade. E hoje falaremos um pouco sobre isso no campo da cultura do futebol.
Propor que “as redes sociais expõe a céu aberto os sintomas de adoecimento da sociedade” não significa dizer que o problema está somente nas redes sociais “porque elas são ruins” ou porque que elas “são más”. A sociedade é que parece adoecer, cada vez mais. E, como apontou Castells, a sociedade está em Rede.

Manuel Castells: “a comunicação em rede está revitalizando a democracia”

Já faz algum tempo que o futebol brasileiro entrou em declínio, em mais de um sentido (técnico, violência em estádios, imprensa pouco profissional e por aí vai…). Sei que muitos concordam com isso. E há quem não enxergue assim (sim, tudo que não implica contradição é possível). Dito isso, vale destacar que há mais ou menos dez anos que a camisa da seleção do Brasil se prestou a uma migração de uso curioso. Desde a virada de 2014/2015 ela passou a ser usada como indumentária partidária política. E essa observação visa reforçar a leitura de que, no contexto do adoecimento psicossocial apontado no título desse ensaio, futebol se relaciona, sim, com política. A questão é o que se fez, se faz e se fará com isso.

Esse mesmo período (2014/2015) marcou o início da consolidação de fenômenos em redes sociais que hoje são modus operandi, seja individual ou em grupo. Por exemplo: a lacração, o cancelamento, os ataques de enxames, os ataques de reputação, os haters sistemáticos, as milícias digitais (remuneradas), a disseminação compulsiva de ódio, as guerras de informação/desinformação, entre alguns outros. Tudo isso faz parte das diversas consequências que essa grande revolução tecnológica, no campo das linguagens, chamada genericamente de internet (grande Rede), operou sobre as mentes das pessoas.

O Gamergate 5 anos depois. E seu papel para a extrema direita

Vivemos em uma era de alta tecnologia digital informatizada que trouxe no seu rastro uma desarmonia psíquica chamada “Síndrome da Fadiga de Informação“. E, a internet, a grande Rede, as mídias sociais e as redes sociais não são “culpadas” por isso. Diante de problemas complexos, nossa humana inclinação talvez seja a de localizar o “bem”, para rapidamente expurgar o “mal, o vilão, o culpado”.

Síndrome da Fadiga de Informação: o neoliberalismo da era digital

E num campo cultural como o do futebol, no qual examinamos aspectos que tocam as relações entre clubes, os seus jogadores/componentes, as torcidas e a imprensa, esse desequilíbrio é bem evidente. As pessoas estão adoecendo, consumindo compulsivamente conteúdos de linguagem embebidos em ódio, radicalismos, ressentimentos e outros afetos. Há quem lucre com isso. E essa é uma chave da questão.

Ataque ao ônibus do Fortaleza completa duas semanas sem prisões

De cara, apontamos para as Big Techs com as suas seduções de monetização e parceria. As tretas lacradoras, em rede, geram engajamento, caçam cliques, promovem agito, movimentação e conflito. A máquina algorítmica surta de felicidade com fofocas, tretas, intrigas, fakenews, polêmicas fáceis/estéreis, assim como uma ou outra reputação destruída viralizando nos feeds.

Uma das motivações desse ensaio, foi ter acompanhado, nos últimos dias, redes sociais diversas sem conseguir compreender como que um coletivo como o da torcida do Fluminense Football Club pode estar apresentando uma agudização desses sintomas, tendo o seu time realizado, no espaço dos últimos quatro meses, conquistas intercontinentais como a Copa Libertadores de America e a Recopa Sul-Americana; ambas em partidas emocionantes no estádio do Maracanã.

Leia aqui todos os artigos de Lucio Massafferri Salles

Ora (vários escrevem algo assim), o time está mal, pagou vexame contra o Botafogo. Não jogou nada contra o Flamengo”… e segue … “Fernando Diniz é horrível, é o professor Pardal”, ele “deu sorte em 2023”, “fora Diniz!”. Sim, isso é sério. Não por acaso, Diniz está há anos apontando que muitos dirigentes de clubes são cúmplices do enfraquecimento do futebol, como um todo. E a imprensa pouco profissional? Também, pelo menos boa parte dela. Ah, não é assim? Revejam a coletiva dele pós vitória sobre o Boca Juniors, no Maracanã. Apontando que não se considerava como peça fundamental na conquista da Libertadores, Diniz lembrou que o Fluminense podia ter caído antes, como outros caíram, e que os adversários não são menores por terem perdido para o seu time.

Afirmando que não dá bola para elogios e muito menos para críticas fáceis ou depreciativas, Fernando Diniz enfatizou pela milésima vez que a cultura do futebol e de toda a nossa sociedade é a do “só o vencedor importa”, venceu = bom, perdeu = ruim. É assim que se perdem milhares de Jonh Kennedy, jovens talentosos e oriundos de meios tipicamente brasileiros, da periferia ou favelas, todos com histórias de vida bastante difícil.

Porém… “não se pode passar pano para o Fernando Diniz!” Dessa, eu li várias, nos comentários das diversas lives ocorridas após o último Fla x Flu (09/02). O time treinado por Diniz foi mal nos dois últimos jogos? Sim, foi horroroso. Fizeram tudo errado nesses jogos, atuações medonhas. Praticamente todos erraram quase tudo. Na última delas, no sábado (09/02) contra o Flamengo, dominados em quase toda a partida perderam por magros 2 a 0 feitos nos acréscimos de cada tempo, com gols de cabeça, mesmo tendo jogado metade da partida com menos um em campo. É covardia deixar de apontar que esse elenco iniciou sua preparação física/técnica no dia 25 de janeiro, quase vinte dias depois de todos os adversários que não tiveram compromissos como teve o Fluminense no ano passado. Por ter vencido a Copa Libertadores, o Fluminense se classificou para o Mundial de clubes (do qual foi vice-campeão), a final ocorreu em 22 de dezembro de 2023.

A memória da goleada de 4 a 1, sobre o Flamengo, onze meses atrás, numa final em domingo de Páscoa, parece ter sido embaçada pela “genial” estatística que aponta que, dali em diante o time só empatou ou perdeu clássicos cariocas… Sim, acredite.
Querendo ou não abalar os mais inseguros, alguma alma obsessiva plantou essa baboseira.
Baboseira?
Sim, experimenta perguntar a um botafoguense se ele preferiria ver o seu time empatar e perder 11 clássicos cariocas seguidos e conquistar a Copa Libertadores da America, no Maracanã, e a Recopa Sul-Americana 3 meses depois, também no Maracanã, ou se essa “humilhação” seria terrível demais para o seu coração que só sabe vencer, ser o melhor ou ser o primeiro sempre? Acredite, nas redes isso é capaz de gerar enquete, com envio de PIX e superchat pago…

Se, alguém chegasse ao Brasil no último sábado (dia 9/2) sem saber que parte da nossa população está enferma da cuca, polarizada, em franco desenvolvimento de inúmeras manifestações de depressão, viciada em fluxos de dopamina metodicamente provocados por receitas algorítmicas que são turbinadas com técnicas de psicologia comportamental, jamais acreditaria que o Fluminense de Diniz conquistara, há nove dias, uma Taça importantíssima e inédita, intercontinental, em cima de um rival que se tornou um fantasma, desde 2008 (LDU).

Fluminense é campeão da Recopa com Arias herói e exorciza fantasma LDU

Vivemos hoje a era das guerras de informação e das “guerrilhas híbridas” internas, que tanto usam meios de comunicação e artifícios de psicologia embutidos em propaganda, desinformação e incitação ao ódio. Há pessoas que agem para desestabilizar, inclusive na própria imprensa que descambou em boa parte para uma imprensa do entretenimento, ao invés da informação. Aí vale o clubismo, assim como fazer propaganda de casas de apostas online/cassinos sustentando a hipocrisia de que “não faz merchandising de bebida alcoólica”.
É sério isso?
Ainda vai dar muito trabalho, compreender essas dinâmicas em uma era na qual a alta tecnologia envolvendo comunicação e linguagens diversas avança mais e mais, a cada dia, a passos largos.
É preciso se afastar um pouco, para enxergar melhor.

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*Lucio Massafferri Salles é filósofo, psicólogo e jornalista (membro da Associação Brasileira de Imprensa). Doutor e mestre em filosofia pela UFRJ, especialista em psicanálise pela USU, realizou o seu estágio de Pós-Doutorado em Filosofia Contemporânea na UERJ. É criador do Portal Fio do Tempo (YouTube).

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Lula, cadê os neutros que estavam aqui?

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Lula cadê neutros que estavam aqui
Imagem: reprodução

Moisés Mendes*, em seu Blog

Declaração de Lula, em entrevista a César Filho, no SBT (foto), quando foi questionado sobre a permanência do clima de guerra entre ele e Jair Bolsonaro:

“Essa polarização é boa, se a gente souber trabalhar os neutros, para que a gente possa construir maioria e governar o Brasil”.

Lula disse não se preocupar com a polarização, porque sempre foi assim, desde o tempo em que, a partir da segunda metade dos anos 90, passou a existir o confronto PT x PSDB.

Claro que não era a mesma coisa, até porque, como lembrou o próprio Lula, o embate agora é dele com Bolsonaro. Lula tem o PT e do outro lado o sujeito não tem nem partido. O inelegível ocupou o PL de Valdemar Costa Neto como agregado.

É a verdade, mas uma verdade com outras faces. Como a que envolve a controvérsia sobre ganhos e perdas no fato de que o presidente da República continua citando Bolsonaro e admitindo que essa é uma briga boa.

E seria boa, como está lá na frase do começo, se conseguisse atrair para a sua base, para alargar apoios, os eleitores que o próprio Lula chama de neutros.

Só que esses neutros, que parecem indiferentes ou vacilantes em relação a posições políticas, que não votaram nem em Lula nem em Bolsonaro em 2022, porque não saíram de casa ou votaram em branco ou anularam o voto, esses neutros preocupam. Eles chegam somados a 23% do total dos eleitores.

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Valter Pomar, em artigo no Brasil 247, mostra que a maioria das pesquisas recentes (Quaest, Atlas e Ipec) converge para dois dados que não ajudam o raciocínio de Lula.

O primeiro dado: Lula não consegue fidelizar o apoio de sua base como deveria, nesse primeiro ano de governo. E quem pode ser considerado neutro caminha na direção da extrema direita.

Leiam o artigo de Pomar (‘O que dizem as pesquisas?’), que é longo como deve ser uma análise com a ambição da profundidade. O resumo é este: a preservação da polarização teria, até aqui, favorecido Bolsonaro.

As outras controvérsias envolvidas nas pesquisas fazem parte de outros departamentos e têm provocado debates intermináveis. Como esse de que a percepção de bem-estar das pessoas teria mudado em relação ao que era até aqui, em decorrência da amplificação da manipulação de informações pelas corporações de mídia e das mentiras difundidas pelas redes sociais.

Mas essa é uma pauta para várias semanas de discussão. Leiam o artigo de Pomar, que ajuda a esclarecer e também a fomentar mais debate.

*Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre. É autor do livro de crônicas Todos querem ser Mujica (Editora Diadorim).

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Lava Jato destruiu 4,4 milhões de empregos no Brasil, revela estudo da UFRJ

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Lava Jato destruiu milhões empregos Brasil revela estudo UFRJ
Sergio Moro, juiz da Lava Jato (Imagem: Paulo Whitaker | Reuters)

Wellton Máximo, Agência Brasil

A operação que prometia combater a corrupção no setor de petróleo e gás custou caro à economia e deixa o desafio da reconstrução de setores . A Lava Jato resultou na destruição de 4,44 milhões de empregos entre 2014 e 2017 e reduziu o Produto Interno Bruto (PIB) em 3,6% no mesmo período. De 2015 a 2018, as maiores construtoras brasileiras perderam 85% da receita.

As conclusões constam de dois estudos que analisaram o impacto econômico da Lava Jato, que completa 10 anos. O primeiro, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), rastreou os efeitos de 2014 a 2017 dos setores afetados diretamente e indiretamente pela operação. O segundo, das universidades Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), mensurou as consequências sobre as construtoras e a indústria pesada.

O estudo da UFRJ e da Uerj estimou em R$ 142 bilhões as perdas nos setores de construção civil, indústria naval, engenharia pesada e indústria metalmecânica. Os efeitos, no entanto, vão além dos segmentos diretamente investigados pela operação e que tiveram de fechar delações premiadas e acordos de leniência.

Segundo o Dieese, dos 4,44 milhões de postos de trabalho perdidos, 2,05 milhões ocorreram nos setores e nas cadeias produtivas diretamente afetadas pela Lava Jato. Os 2,39 milhões de empregos restantes foram destruídos em setores prejudicados pela queda da renda e do consumo, como comércio, transporte e alimentação.

Saiba mais: Lava Jato do início ao fim: uma operação viciada e politicamente interessada

Menos emprego e renda se traduzem em investimentos menores. O estudo do Dieese estima que a Lava Jato reduziu os investimentos públicos e privados em R$ 172,2 milhões entre 2014 e 2017. O segmento mais atingido foi a construção civil, com perda de R$ 35,9 bilhões, seguido por comércio (R$ 30,9 bilhões); extração de petróleo e gás, inclusive setores de apoio (R$ 29,2 bilhões); atividades imobiliárias (R$ 22 bilhões); e intermediação financeira, seguros e previdência complementar (R$ 17,5 bilhões).

“Nosso estudo abordou o impacto em cadeia, porque os setores da economia são interligados e perdas em um segmento podem transbordar para toda a economia”, explica o diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Junior. A entidade usou a técnica de matriz insumo-produção, que registra os fluxos de bens e serviços e demonstra as relações intersetoriais dentro do sistema econômico de um país.

Impostos

Com a destruição de postos de trabalho, a massa salarial caiu R$ 85,4 bilhões de 2014 a 2017. Uma economia que emprega, investe e produz menos paga menos impostos. No período analisado, o governo deixou de arrecadar R$ 47,4 bilhões em tributos e R$ 20,3 bilhões em contribuições para a Previdência Social e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

O diretor do Dieese acrescenta que os efeitos da Lava Jato não se manifestaram apenas no encadeamento dos setores, mas com a desestruturação de tecnologias na cadeia produtiva de petróleo e gás e na construção civil que fariam a economia brasileira evoluir no médio e no longo prazo.

“No meio de tudo isso, a gente perdeu também o que chamamos de inteligência de engenharia. Os engenheiros não desapareceram, estão aí, mas as grandes equipes foram desmontadas. Mesmo com o investimento chegando, levará um tempo para reconstituir essas equipes. Talvez algumas nem sequer consigam ser remontadas porque a Lava Jato deixou um legado de desorganização da nossa indústria de infraestrutura”, diz.

Reconstrução

No décimo aniversário da Lava Jato, a reestruturação dos segmentos afetados pela operação representa o maior desafio. Mesmo com a recuperação da economia brasileira e com as promessas de investimento e de diversificação de atividades na Petrobras, a falta de investimentos nos últimos anos prejudicou a estatal.

“Por causa da Lava Jato, a Petrobras, a partir do governo [do ex-presidente] Michel Temer, concentrou-se na atividade primária, a extração de petróleo e gás, deixando de lado investimentos no refino e em tecnologia para privilegiar a maximização de lucro por acionista. A empresa passou a se orientar por uma perspectiva de gerar lucros no curto prazo e distribuir para os acionistas”, explica o professor Luiz Fernando de Paula.

Segundo o professor da UFRJ e da Uerj, a Petrobras ainda tem chances de recuperar o planejamento de longo prazo, ao investir na transição ecológica enquanto busca retomar a construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, cujas obras foram interrompidas em 2015 por causa da Lava Jato.

“Uma coisa não impede a outra. A Petrobras pode modernizar o refino de combustível fóssil e pensar na transição para a energia limpa. A Petrobras está numa mudança, na forma de gestão, não acredito que vai haver um retorno ao modelo do primeiro governo Dilma [Rousseff], que nacionalizou as compras. Mas acho que dá para a empresa buscar um protagonismo maior dentro de uma perspectiva administrativa, na diversificação das suas atividades. Aí, tem um fator novo, importante”, diz.

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Em relação à construção civil, o diretor do Dieese diz que o desmantelamento das maiores empreiteiras do país provocou danos permanentes para o setor. “É importante lembrar que os prejuízos para as empreiteiras não decorreram apenas de acordos de leniência e de bloqueios de bens, mas houve dano de imagem para todo um setor. A Odebrecht, por exemplo, quase faliu e mudou de nome”, ressalta.

A recente suspensão de acordos de leniência da Odebrecht, determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), abre brecha para um processo de reerguimento da construção civil pesada, mas Fausto adverte que a reconstrução do setor levará décadas. “Esses acordos de leniência, em alguns casos, representaram uma pá de cal sobre várias dessas empresas. A suspensão de parte desses possibilita agora um processo de reconstrução, mas não é uma reconstrução simples”, avalia.

Leia também: A pergunta que explica a fritura pública de Sergio Moro

Os dois especialistas concordam que o grande problema da Lava Jato consistiu em não separar a punição de executivos das atividades das empresas investigadas. “A grande lição da Lava Jato é que não se pode expor pessoas e empresas midiaticamente da forma como aconteceu. Estamos falando de um processo jurídico, em que se devem guardar as devidas proporções porque as empresas foram muito mais punidas que as pessoas físicas, com as companhias tendo os nomes e as marcas jogadas no lixo”, critica Fausto.

“Na época da operação, não se dava a devida atenção para os efeitos econômicos, mas esses dados hoje estão bastante consolidados. As pessoas não se atentavam para os efeitos econômicos e sociais da Operação Lava Jato. A gente que tem de achar um jeito de punir os executivos, as pessoas, mas não castigar as empresas nem destruir empregos”, avalia Luiz Fernando, da UFRJ e da Uerj.

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O show de Silvio Costa Filho no Roda Viva

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show de Silvio Costa Filho Roda Viva
Silvio Serafim Costa Filho

Moisés Mendes*, em seu Blog

A velha direita tucana, que vinha votando em Jair Bolsonaro, poderia começar a pensar numa alternativa, com a morte política do sujeito, fora do catálogo de figuras manjadas que andam por aí pra cima e pra baixo de braços dados com Silas Malafaia.

Prestem atenção no moço cujo partido é ligado, não à Assembleia de Deus de Malafaia, mas à Universal de Edir Macedo. O deputado federal pernambucano licenciado Silvio Serafim Costa Filho, ministro de Portos e Aeroportos de Lula, está pronto para alguma coisa maior.

Costa Filho, 41 anos, do Republicanos, deu um show nessa segunda-feira no Roda Viva. Quando foi desafiado por Vera Magalhães a dizer o que os ministros poderiam fazer para divulgar o governo, como Lula havia pedido na reunião do primeiro escalão pela manhã, começou falando de realizações e não parou mais.

Começou uma lista de feitos, elogiou Lula e embalou a fala com tanto entusiasmo que precisou ser interrompido pela apresentadora. Costa Filho estava fazendo o que Lula havia pedido. E respondia à provocação de Vera Magalhães. Defender o governo era com ele mesmo.

Falar bem de Lula foi o que fez do começo ao fim da entrevista. Citou o nome do presidente mais de 10 vezes, algumas com certo carinho. Falou bem de colegas de outros ministérios.

Quando os jornalistas o cercaram, para que abordasse a contradição de ser governo e pertencer a um partido de oposição (o mesmo partido de Tarcísio de Freitas, Hamilton Mourão e Damares Alves), disse que não há conflito nenhum e saiu-se com essa:

“O que hoje a gente está vendo é que setores mais à direita da sociedade brasileira ficam banalizando a fé. Isso é misturar política com religião. É contraproducente para o país”.

Disse que para Lula o Brasil só tem um povo, sem distinções, e garantiu que não pode existir alguém com maior fé do que o presidente (“um homem que saiu de Pernambuco num pau de arrara”). Que Lula respeita todas as religiões “e prega a paz no mundo”.

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Defendeu o deputado Marcos Pereira, bispo da Universal e presidente do Republicanos, e admitiu que “a oposição tenta disseminar fake news”. Parecia concordar, ao se referir à oposição, que há propagadores de mentiras dentro do seu próprio partido.

E disse que Lula não investe em controvérsias com a direita, tanto que não encaminhou ao Congresso nenhuma pauta da área dos costumes.

O ministro é articulado, tem uma toada boa e cita números e fatos com desenvoltura. Parece dominar a área e conhecer todo o governo.

É uma figura incomum, pela capacidade de defender o governo e ao mesmo tempo criticar sem volteios a oposição mais antiLula, sabendo que muitos desses ataques partem de líderes religiosos da igreja que tutela o Republicanos.

Claro que está desfrutando da exposição de ser ministro e calibrando sua ascensão em Brasília e no Nordeste, para ser um nome para o governo de Pernambuco, um Estado onde a política já está congestionada pelo poder das famílias Campos e Lyra.

Mas direita e extrema direita podem começar a pensar que o rapaz merece mais. Não é bronco e atrapalhado como Tarcísio, Zema e Caiado. Tem a política no sangue, é filho do ex-deputado Silvio Costa, admirador de Dilma (atacou o impeachment) e de Lula.

O filho também votou em Lula em 2022, mesmo sendo do Republicanos. Em 2016, filiado ao PTB, foi candidato a vice-prefeito do Recife, na chapa liderada por João Paulo (PT). O prefeito Geraldo Júlio (PSB) conseguiu a reeleição.

O ministro deu dribles nas obviedades da bancada do Roda Viva, disse que o ex-vice-presidente José Alencar também era do Republicanos e cravou:

“Desde a época do movimento estudantil, sempre votei no presidente Lula. Eu sou lulista, eu sou de centro. Defendo um Estado inteligente e o equilíbrio das contas públicas. Um Estado que tenha responsabilidade fiscal, mas sobretudo um Estado de bem-estar social. O partido sempre respeitou minha posição política”.

Costa Filho parece ser a mais complexa figura do governo, quando se olha para os conflitos que carrega como metade governo e metade oposição.

Tem toda pinta de que será o Eduardo Leite que dará certo, sem a fala gongórica e rococó do gaúcho. Talvez seja o político de centro que a direita finge procurar, enquanto não desgruda da turma de Malafaia.

Mas a direita supremacista do sudeste e do sul, viciada em fascismo desde 2018, acolheria um nordestino, neto de cortador de cana e pernambucano?

*Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre. É autor do livro de crônicas Todos querem ser Mujica (Editora Diadorim).

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Lições econômicas que podemos aprender com o poker

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Lições econômicas podemos aprender com poker

As pessoas que tentam criar um negócio online de sucesso devem estar conscientes do desempenho da economia e de como a sua ideia de negócio se enquadra nela.

No entanto, ter consciência econômica é mais do que apenas proprietários de empresas, porque as nossas finanças determinam a qualidade de vida de todos nós. Portanto, qualquer coisa que melhore a compreensão de um leigo é valiosa; surpreendentemente, o poker é uma dessas coisas.

Sim, aquele jogo de cartas que você joga nas noites de sexta-feira pode lhe ensinar lições econômicas sólidas. Outra opcao e das mais rápidas e práticas de aprender sobre o jogo e gestao de carteira e fundos é precisamente online através de sites de operadores como a 888 Poker que são devidamente licenciados e em total seguranca onde é disponibilizado tudo para aprender sobre poker.

As ligações entre o Poker e a economia

Quando você pensa sobre isso, a utilidade do poker na compreensão de questões financeiras faz todo o sentido. Afinal de contas, o poker é um jogo jogado com dinheiro vivo, então a consciência monetária será inevitavelmente crucial para vencer o jogo.

Estas são algumas das lições que o poker pode nos ensinar sobre questões econômicas.

Como avaliar o risco

Gerenciar suas finanças pessoais ou empresariais só está sob seu controle até certo ponto. Seria melhor se você tivesse mais capacidade de influenciar fatores econômicos mais amplos, o que tem em comum com o poker.

Existem várias mãos fortes disponíveis neste jogo, e o sistema de classificação de mãos do poker significa que algumas sempre vencerão outras. Um jogador pode observar as cartas e escolher as suas próprias apostas, mas não pode alterar as mãos dos jogadores rivais ou as chances que eles fazem.

Portanto, as jogadas de poker devem ser feitas sem certeza absoluta e estimando como os diferentes cenários potenciais funcionarão para você. Avaliar o risco e tomar decisões diante da incerteza irá ajudá-lo no planejamento econômico — na sua vida pessoal ou profissional.

Como administrar dinheiro

Os jogos de poker são frequentemente eventos demorados que acontecem durante horas seguidas. Isso significa que o uso cuidadoso do dinheiro é vital para sobreviver e ter chances de vencer.

A gestão do dinheiro num jogo de poker envolve apostar com cautela. Isso significa desistir cedo em jogos onde sua mão não é forte o suficiente para ganhar o pote. Dessa forma, você pode manter seu saldo em reserva para quando tiver um conjunto de cartas melhor.

Esta é uma lição econômica valiosa. Cada indivíduo ou empresa deve sobreviver com fluxo de caixa suficiente, o que significa pagar apenas o que recebe.

Gerenciar suas finanças para garantir que sempre haja dinheiro disponível suficiente ajudará você ou sua empresa a continuar enquanto espera o pagamento de faturas maiores. Equilibrar seu saldo em jogos de poker pode treiná-lo nessa habilidade.

Como investir estrategicamente

Muitas pessoas investem seu dinheiro para garantir um retorno financeiro saudável, mas um bom investimento consiste em pensar estrategicamente. Felizmente, o poker é um jogo altamente estratégico, podando ajudá-lo nisso.

No poker, a questão não é o tamanho da vitória; é se você está ganhando no final do jogo, o que também se aplica ao investimento. Muitas pessoas parecem se sair muito bem com os seus investimentos, exceto que os lucros estão todos no papel e precisam saber quando lucrar.

Jogando poker você aprenderá rapidamente que uma grande vitória não significa nada se você continuar a jogar e acabar perdendo tudo novamente. A estratégia de investimento envolve, em parte, saber quando desistir, o que pode ser aprendido no jogo de poker.

Significa manter um controle sobre as emoções que você pode sentir quando um investimento dá certo ou fracassa. Você não pode pensar estrategicamente se estiver em alta ou se sentindo deprimido. O poker requer um controle emocional férreo, portanto, jogar regularmente lhe ensinará o autocontrole necessário para um investimento inteligente.

Finalmente, o investimento estratégico é mais uma questão de processo do que de resultado. Por exemplo, você pode ter sorte com um único investimento especulativo em ações, mas confiar nisso é uma péssima estratégia.

Isso equivale a blefar para chegar ao pote no poker — pode funcionar uma vez, mas tentar repetidamente vai explodir na sua cara.

O poker vai te ensinar que jogar sensato — ou seja, apostar mais em mãos fortes — terá retorno mais consistente e aplicar esse pensamento aos seus investimentos produzirá melhores resultados.

Compreendendo a economia por meio de metáforas do poker

O poker e a economia compartilham um fio condutor: risco e recompensa. Ambos os campos exigem a capacidade de decifrar problemas e calcular ganhos potenciais.

Tal como os jogadores de poker avaliam a força das suas mãos em relação às probabilidades, os investidores e empresários também avaliam a rentabilidade dos seus empreendimentos em relação a potenciais responsabilidades.

Compreender as nuances do risco e da recompensa no pôquer pode fornecer informações valiosas sobre o mundo muitas vezes complexo da economia.

A arte do planejamento financeiro estratégico

Planejar seus movimentos financeiros é semelhante a traçar estratégias para seu jogo de poker. Os jogadores de poker devem considerar as implicações de longo prazo de suas decisões, seja fazendo uma aposta ousada ou optando por desistir.

Da mesma forma, em economia, o planejamento financeiro estratégico envolve a tomada de decisões informadas com base numa compreensão abrangente da sua situação financeira e das condições econômicas prevalecentes. Aprender a criar estratégias no poker pode abrir caminho para um planejamento financeiro eficaz.

A moeda da paciência e da resiliência

Tanto no poker como na economia, a paciência e a resiliência são moedas que podem render dividendos significativos. A capacidade de manter o rumo, manter uma perspectiva equilibrada e perseverar apesar dos desafios é uma habilidade crítica que os jogadores de poker desenvolvem.

Isto pode ser aplicado diretamente à gestão das finanças, onde muitas vezes são necessárias paciência e resiliência para navegar pelos altos e baixos dos ciclos econômicos.

Investimento: um jogo de movimentos calculados

O investimento bem-sucedido requer uma série de movimentos calculados, como uma mão de poker bem jogada. Não se trata apenas do tamanho da vitória; trata-se de estar à frente no final do jogo.

A prática de saber quando segurar e quando desistir no poker pode fornecer lições valiosas para os investidores, ensinando-os quando se comprometer com um investimento e quando desistir.

O poder da inteligência emocional na economia

O poker exige que os jogadores mantenham um controle emocional sólido, permitindo-lhes pensar estrategicamente e tomar decisões racionais. Esta inteligência emocional pode ser aplicada à economia, onde as emoções muitas vezes obscurecem o julgamento e levam a decisões financeiras erradas.

Praticar o controle dinâmico no poker pode melhorar a capacidade de tomar decisões econômicas sólidas.

As estratégias de poker podem ser aplicadas ao investimento no mercado de ações

Estratégias de poker como tomada de riscos calculada, planejamento estratégico e controle emocional podem ser aplicadas ao investimento no mercado de ações para tomar decisões informadas e gerenciar riscos potenciais.

O que o poker pode nos ensinar sobre investimento?

O poker pode nos ensinar sobre a importância de fazer movimentos calculados no investimento. Ensina-nos que não se trata apenas do tamanho da vitória, mas de estar à frente no final do jogo.

O que o poker nos ensina sobre risco e recompensa?

O poker nos ensina a decifrar riscos e calcular ganhos potenciais, um conceito central para a economia.

Resumo

Lições econômicas podemos aprender com poker

Em essência, o jogo de poker reflete o mundo da economia de diversas maneiras. Ensina-nos sobre a avaliação de riscos, a importância do planejamento financeiro estratégico, o valor da paciência e da resiliência e a importância de fazer movimentos de investimento calculados.

Também sublinha o papel da inteligência emocional na tomada de decisões econômicas sólidas. Ao compreender estes paralelos, podemos aproveitar as lições do poker para melhorar a nossa consciência econômica e perspicácia financeira.

Mais pessoas estão jogando poker agora, especialmente na versão online. Dado o número de lições monetárias sólidas que o jogo tem para nos ensinar a todos, isto só pode ser uma coisa boa.

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Sergio Moro vai escapar de novo?

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Sergio Moro escapar de novo
Sergio Fernando Moro

Moisés Mendes*, em seu Blog

Sergio Moro sempre foi questionado por colegas e juristas por agir também como acusador, em conluio com o Ministério Público, como chefe da República de Curitiba.

O relator das duas ações contra ele, no TRE do Paraná, desembargador Luciano Carrasco Falavinha Souza, deu um show como defensor de Moro na abertura da sessão que julga as duas ações, nessa segunda-feira.

Complicou-se o que chegou a parecer jogo jogado. Falavinha fez o que ninguém antecipou que poderia acontecer. Pulverizou a tese dos advogados da acusação e do Ministério Público, de que o senador cometeu abuso de poder econômico na campanha de 2022.

A mesa já estava posta para o banquete com marreco laqueado, mas o desembargador frustrou os comensais. Foi assertivo, categórico, impetuoso, no esforço pela preservação do mandato do ex-juiz suspeito.

Em um dos momentos em que mais se empolgou na defesa de Moro, Falavinha atribuiu as ações contra o senador a uma possível retaliação política.

Como se um processo eleitoral não tivesse, como é da natureza desses casos, forte componente político. Os perdedores reclamam de eventuais delitos dos vencedores. É assim que funciona. É um jogo da política e da democracia.

Disse o desembargador, que deve ter emocionado os advogados de defesa e constrangido quem esperava menos empolgação:

“É muita ingenuidade acreditar que o investigado, atuando como juiz em grande investigação de combate à corrupção que afetou razoável parte do quadro político, ao sair de magistratura e ingressar no governo beneficiado eleitoralmente pela indicada operação, não seria atacado”.

E continuou na mesma linha:

“Que saindo desse governo, atirando, não receberia retaliação futura e, ao fim e ao cabo, sair candidato e sagrando-se vencedor em candidatura ao Senado contra aquele que lhe abriu a candidatura presidencial, não poderia ser alvo de desforra”.

O relator desmontou as teses de uso abusivo de dinheiro e da antecipação da campanha de Moro ao Senado, como se fingisse disputar a presidência, e outros delitos cometidos pelo ex-juiz, com indícios de corrupção, triangulação de recursos e caixa 2, segundo a acusação.

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Falavinha agarrou-se aos argumentos dos defensores de Moro de que, bem separadas, as contas de campanha não sugerem abusos. E que não houve disputa desigual por outros deslizes que possam ter sido cometidos pelo ex-chefe da Lava-Jato.

Os que tentaram antecipar o voto de Falavinha chutaram para todo lado, como goleiro que tenta adivinhar o canto na hora do pênalti. Se todos chutaram, alguns acertaram. Foram vitoriosos os que previram que ele iria propor a absolvição de Moro.

Mas ninguém previu que seria de forma tão apaixonada. Com o pedido de vista do desembargador José Rodrigo Sade, que daria o segundo voto, a sessão será retomada quarta-feira, e aí tudo pode acontecer. Faltam cinco votos, mais o do presidente do TRE, no caso de empate.

O interessante é que Moro, que se dedicou a desqualificar a política e forjou sua imagem como anticorrupção e antissistema, acabou se elegendo senador para participar do sistema que combatia.

Não deixa de surpreender que, na apresentação do seu voto, o relator tenha feito a defesa de Moro como senador, com essa frase que seria definidora da postura de alguns que se dedicam à retaliação e à desforra antes citadas.

“Observa-se ainda a odiosa criminalização da política”, disse o relator, como se estivesse falando de um dos maiores defensores da legitimidade da representação política. Só faltou colocar o destruidor de reputações de Curitiba e líder do lavajatismo ao lado de Getúlio, Ulysses, Brizola e Tancredo.

Moro é, na verdade, um cínico que tirou Lula da disputa em 2018, foi trabalhar para Bolsonaro, desentendeu-se com o chefe por não proteger os filhos dele, saiu do governo, virou consultor de empresa, tentou ser candidato a presidente, viu que não tinha força para tanto, candidatou-se a senador e hoje se senta ao lado de figuras da extrema direita no Congresso.

Na Lava-Jato, escapou das investigações quase sempre frouxas da corregedoria da magistratura. Nunca foi punido pelas arbitrariedades cometidas como juiz, principalmente contra Lula, mas que incluem também as prisões preventivas intermináveis, para que os presos virassem delatores.

Continua sendo investigado pelo Conselho Nacional de Justiça por desvios de conduta na gestão da República de Curitiba. E enfrenta no Supremo o inquérito provocado pelas denúncias de Tony Garcia de que o ex-juiz o usou como infiltrado entre investigados pelos justiceiros e até entre autoridades que deveriam ser grampeadas. Mas está aí, mais vivo hoje do que estava até ontem.

É preciso que se considere como ameaça concreta a possibilidade de que escape, mais uma vez, do alcance de quem poderia e deveria enquadrá-lo. O juiz relator disse ontem, como se falasse para estudantes, que “não se julga aqui a Lava-Jato”. E falou por duas horas e 20 minutos.

Deltan Dallagnol, cassado pelo TSE, também escapou de condenação no TRE do Paraná. Mas o ex-procurador e ex-deputado não teve o tempo que Moro tem agora e que pode ter tirado fôlego das ações na Justiça Eleitoral.

O tempo, que Moro e o TRF-4 tiraram de Lula, para que a condenação se consumasse sem demora e ele não disputasse a eleição, e que sempre foi favorável à Lava-Jato, pode ajudar a absolver Moro.

O mesmo tempo que também está favorecendo todos os que continuam impunes como golpistas ou apenas como corruptos, que estiveram no governo Bolsonaro como colegas do ex-juiz.

O TSE poderá corrigir a absolvição de Moro, se o TRE decidir poupá-lo? Os recursos da acusação e do MP, nesse caso, serão julgados por um TSE que terá André Mendonça no lugar de Alexandre de Moraes. O marreco pode estar saltando fora da panela.

*Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre. É autor do livro de crônicas Todos querem ser Mujica (Editora Diadorim).

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Jovens de 16 a 18 anos podem tirar 1º título de eleitor até 8 de maio

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Jovens podem tirar 1º título eleitor maio
Imagem: José Cruz | AgB

Agência Brasil

Jovens de 16 a 18 anos que querem participar das eleições municipais deste ano têm até 8 de maio para tirar o título eleitoral, que habilita o cidadão ou a cidadã a exercer o direito do voto. Em outubro, as eleições serão para escolher os representantes que ocuparão pelos próximos quatro anos os cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador dos municípios.

Entre 18 a 22 de março, a Justiça Eleitoral realizou a Semana do Jovem Eleitor 2024 e nas redes sociais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) lançou a campanha dedicada a estimular o voto dos jovens, com o tema Participe do Festival Primeiro Voto com a Justiça Eleitoral – A sua voz vai fazer história. A ações especiais em escolas, com foco no público jovem também estão sendo desenvolvidas.

Na interação com este público, a Justiça eleitoral destaca que a cidadã ou o cidadão que participa do processo eleitoral fortalece a democracia. “Ao votar, cidadãs e cidadãos podem ajudar a mudar o futuro da sua cidade e do seu estado. Por isso, a eleição é tão importante!”.

Nas eleições presidenciais de 2022, a cantora Anitta e outros famosos, como a atriz Bruna Marquezine, os cantores Zeca Pagodinho, Luísa Sonza, Carlinhos Brown e até o ator norte-americano Mark Ruffalo, incentivaram jovens de 16 e 17 anos – que ainda não tinham título de eleitor – a tirar o documento e comparecer às urnas naquele pleito. De acordo com o TSE, em 2022, 2.116.781 eleitoras e eleitores com 16 e 17 anos emitiram seu título de eleitor e se tornaram aptos a votar. O número representou um crescimento de 51,13% em relação às eleições majoritárias de 2018.

Primeiro título de eleitor

O procedimento de alistamento eleitoral pode ser feito pela internet, por meio do sistema de sistema autoatendimento TítuloNet. Ao acessar o sistema, o jovem deve selecionar a opção “não tenho”, na guia “Título de eleitor”, somente se nunca tiver tirado o título. Posteriormente, deverá preencher todos os campos indicados com dados pessoais, como nome completo, e-mail, número da carteira de identidade e local de nascimento.

Além dessas informações, é preciso anexar pelo menos quatro fotografias ao requerimento para comprovação da identidade. A primeira delas é uma fotografia (selfie) segurando um documento oficial de identificação. As duas seguintes são da própria documentação utilizada para comprovar a identificação da primeira foto.

Na hora da foto, o futuro eleitor não deve usar qualquer adereço, vestimenta ou aparato que impossibilite a completa visão da face, tais como óculos, bonés, gorros, entre outros.

Por fim, é necessário juntar um comprovante de residência. E os eleitores homens com idade entre 18 e 45 anos devem enviar ainda o comprovante de quitação com o serviço militar obrigatório. Todas as imagens devem estar totalmente legíveis. Caso contrário, a solicitação pode ser negada pela Justiça Eleitoral.

Após o envio da solicitação, a emissão do documento pode ser acompanhada pela internet. A Justiça eleitoral explica que basta acessar a guia “Acompanhar Requerimento” e informar o número do protocolo gerado na primeira fase do atendimento. Depois, o cidadão deve procurar o cartório eleitoral mais próximo para emitir seu título eleitoral.

Após a solicitação pelo Autoatendimento Eleitoral, o futuro eleitor tem até 30 dias para fazer seu cadastramento biométrico no cartório eleitoral mais próximo. Após esse procedimento, a versão digital do título eleitoral pode ser baixada no aplicativo e-Título, disponível para smartphones e tablets.

O voto

Qualquer brasileira ou brasileiro acima de 16 anos tem o direito de votar e participar do processo de escolha de seus representantes. Para os menores de 18 anos, o voto é facultativo, assim como para idosos com idade acima de 70 anos.

Vale lembrar que adolescentes de 15 anos que completam 16 anos até 6 de outubro, a data do primeiro turno das eleições deste ano, já podem solicitar a primeira via do título. Ao completar 18 anos, o alistamento eleitoral é obrigatório e, se não tiver o título ou não comparecer às urnas, o cidadão pode ter problemas para emitir outros documentos, como passaporte, CPF, e até mesmo para se matricular em instituições de ensino.

A justiça eleitoral tem um site dedicado ao jovem eleitor para esclarecer dúvidas e incentivar o exercício da cidadania por meio do voto.

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A vida de um inocente torturado até a morte pelo estado vale R$ 200 mil?

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vida inocente torturado até morte estado vale 200 mil
Andreu Luiz Silva Carvalho

Moisés Mendes*, em seu Blog

A Justiça brasileira é ruim também nas contas quando o personagem de uma decisão dos seus magistrados é pobre, negro ou vítima da ditadura. Os jornais noticiam que a 7ª Câmara de Direito Público da Justiça do Rio condenou o Estado a pagar indenização de R$ 200 mil à família de Andreu Luiz Silva Carvalho.

Andreu (foto) foi assassinado aos 17 anos na noite do réveillon de 2008, no centro de triagem e recepção do Degase, órgão do governo fluminense que aplica medidas judiciais impostas a menores infratores.

O adolescente havia sido abordado por policiais na saída da praia do Arpoador, sob a acusação de roubar o celular de um turista. Levado para o centro de triagem, foi torturado até a morte por seis agentes.

Andreu foi preso e massacrado dias depois de conseguir um emprego de garçom. Um rapaz preso depois do assassinato confessou o crime que era atribuído a ele.

Andreu era negro. A ação foi movida pela mãe do menino, Deize Silva Carvalho, que no ano passado se formou em Direito. Deize é negra.

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Ela busca uma reparação na Justiça, além da condenação de seis agentes acusados pelo crime. Até agora, só o que ganhou foi o direito à indenização, 16 anos depois. Dezesseis anos.

Uma mãe é indenizada com R$ 200 mil pelo assassinato do filho de 17 anos dentro de uma instituição do Estado. E os assassinos continuam impunes.

Se o filho tivesse uma expectativa de vida de 70 anos, teria valido, pela matemática da Justiça, algo como R$ 315 por mês. Metade do valor médio pago pelo governo através do Auxílio Brasil.

Um menino morto aos 17 anos vale R$ 200 mil, enquanto qualquer fascista sonegador de impostos e contrabandista cobra na Justiça, sob o pretexto de danos morais, quantias semelhantes ou superiores. E muitos vencem.

R$ 200 mil depositados na conta de uma mãe que sabe que na maioria das vezes os assassinos de negros e pobres não são punidos. Leiam o que ela disse quando se formou:

“Pretendo atuar como advogada com mães vítimas de violência. Muitas mães não têm como pagar um advogado e muitas vezes um defensor público não dá atenção à família porque são inúmeros casos. O meu objetivo como advogada é dar assistência jurídica a essas mães para que elas possam sonhar e acreditar que a justiça vai acontecer”.

Lembremos que R$ 200 mil é mais ou menos o valor padrão a ser pago pelo Estado (nunca se sabe se pagam mesmo), por decisões judiciais na área cível, a familiares de presos políticos caçados, presos, torturados e mortos pela ditadura.

O bom seria que os familiares dos assassinados pelos ditadores e a advogada Deize Silva Carvalho pudessem esfregar os R$ 200 mil na cara da Justiça. Até porque a Justiça, essa que aparece com os olhos vendados, no Brasil não consegue esconder a cara e as garras.

(Essa semana, a Comissão de Anistia, vinculada ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, reconheceu que a publicitária e cientista social Clarice Herzog, viúva do jornalista Vladimir Herzog, assassinado pela ditadura em 1975, agora é anistiada política e por isso tem direito a uma indenização de R$ 100 mil. Clarice foi perseguida pelos militares que torturaram e mataram seu marido. Deize e Clarice poderiam sentar e conversar sobre liberdades, lutas, memórias, perdas, saudade e indenizações.)

*Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre. É autor do livro de crônicas Todos querem ser Mujica (Editora Diadorim).

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Gemstones Gold: Conheça o novo sucesso da PG Soft

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Gemstones Gold Conheça novo sucesso PG Soft

Novo jogo da PG Soft repete fórmula conhecida

O Gemstones Gold é o mais novo lançamento da PG Soft, produtora popular no segmento das apostas online. Esse jogo segue a fórmula do sucesso que elevou a PG Soft ao topo da disputa entre as provedoras de jogos de sorte.

O que é Gemstones Gold?

O jogo é uma slot online com gráficos bem trabalhados e animações fluidas, como é o caso de outras produções da PG Soft. O jogo é baseado na temática de mineração de pedras preciosas. Portanto, utiliza símbolos que retratam essas pedras e cada uma tem um valor diferente.

O Gemstones Gold conta com 10 símbolos de pagamento e mais um ícone com recursos especiais. Desse modo, para vencer é necessário conseguir combinações específicas de símbolos iguais. A partir disso, dependendo do valor da aposta e do símbolo, será calculado o retorno.

Assim como outros jogos desse nicho, existem riscos ao jogar, pois envolve dinheiro real. Além disso, cada rodada é gerada aleatoriamente e o jogador depende somente da sorte. Sendo assim, não há nenhuma forma de influenciar os resultados e conseguir mais ganhos. Os jogos da PG Soft passam por auditorias e testes de integridade antes de serem lançados, conforme as análises do site de fãs SlotsPg. Desse modo, o Gemstones Gold foi aprovado e considerado justo, já que não sofre manipulação externa.

Recursos do Gemstones Gold

Essa slot tem alguns recursos populares que fazem parte da fórmula dos lançamentos da PG Soft. Essas funcionalidades têm a função de gerar mais dinamismo à jogabilidade e se diferenciar de outros jogos. Sendo assim, veja abaixo como funcionam os recursos do Gemstones Gold:

⭢ Multiplicadores: A cada rodada, são distribuídos 3 multiplicadores sob as colunas da grade do jogo. Desse modo, ao conseguir 3 combinações vitoriosas na mesma rodada, você ativa o recurso. O valor do ganho da rodada será multiplicado pelo valor liberado pelo recurso;
⭢ Rodadas Grátis: No Gemstones Gold ao conseguir sortear 3 símbolos Scatter na mesma rodada, o jogador ganha 10 giros grátis;
⭢ Função Turbo: Essa funcionalidade agiliza consideravelmente o tempo de cada rodada, simplificando as animações;
⭢ Jogo Automático: O jogador pode definir um valor de aposta e número de rodadas automáticas para jogar. Desse modo, não precisa ficar clicando no botão de jogar a todo momento.

Essas funcionalidades são populares entre os jogos mais famosos da PG Soft. Entretanto, existem algumas diferenças na aplicação e forma de ativação dependendo da slot. Mesmo assim, é uma repetição da fórmula que elevou a reputação da produtora de jogos.

A ativação dos recursos de multiplicadores e rodadas grátis é aleatória e depende da sorte do indivíduo ao jogar o Gemstones Gold. Ou seja, não há nenhuma atitude ou estratégia que consiga gerar mais constância na ativação das funcionalidades.

Outras Informações do Gemstones Gold

O jogo funciona tanto em computadores quanto em dispositivos móveis, como tablets e smartphones. Além disso, funciona em aparelhos com sistemas operacionais Android e iOS. Essa variedade de plataformas para jogar é outra característica popular nos jogos da PG Soft.

As produções da PG Soft sempre são otimizadas para múltiplas plataformas. Ou seja, a jogabilidade é pensada para ser funcional em dispositivos móveis e também em computadores. Isso é possível, pois o jogo não exige muito do apostador, basta definir a aposta e clicar no botão para iniciar a rodada.

O jogo em teoria tem uma vitória máxima de até 7.500 vezes o valor da aposta, de acordo com a desenvolvedora. Além disso, os multiplicadores disponíveis podem variar de 2x até 500x dependendo da sorte. O Gemstones Gold já está disponível em sites consolidados e parceiros da PG Soft.

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A peixeira de Arthur Lira e o novo cangaço

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peixeira Arthur Lira novo cangaço
Arthur César Pereira de Lira (Imagem: Zeca Ribeiro | Câmara dos Deputados)

Moisés Mendes*, em seu Blog

A metralhadora de ódio e mentiras de Elon Musk pode ser menos efetiva hoje do que a peixeira de Arthur Lira. Musk é o chefe dos gângsteres das big techs e parece ter se acalmado, depois das ameaças a Alexandre de Moraes.

Lira é o líder do novo cangaço da Câmara, a delinquência do centrão e do fascismo. Os cangaceiros sempre avisam o governo que vão sabotar o que puderem no Congresso, se não conseguirem saquear todas as áreas, pela obtenção de dinheiro para ‘obras’ ou por ocupação.

Agora, andam dizendo que, por ter perdido a guerra em defesa da libertação de Chiquinho Brazão, por causa das brigas com Alexandre Padilha e porque um primo perdeu o cargo de delegado do Incra em Alagoas, Lira estaria preparando um pacote de maldades contra Lula e outro contra Alexandre de Moraes.

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Vem aí uma CPI para investigar abusos do Supremo e do TSE. E outras CPIs para investigarem o crime organizado, o consumo de crack e a exploração sexual de crianças.

A primeira pauta é, claro, para tentar assustar o STF com a produção de vídeos para as redes sociais e os tios do zap. E as outras, que misturam a farsa do combate à bandidagem com questões de costumes, são para atingir Lula.

O cerco ao Supremo acontece porque Lira não consegue conter os cangaceiros mais agressivos. É um problema, porque Lira tem sido tratado a pão de ló pelos ministros do STF.

Teve o arquivamento dos casos do recebimento de R$ 100 mil em dinheiro vivo e dos kits de robótica superfaturados para prefeituras de Alagoas. Lira teria sido um dos beneficiados pela rachadinha dos kits.

A primeira turma do Supremo, no primeiro caso, e o ministro Gilmar Mendes, no segundo, enfiaram os processos numa gaveta. Mas Lira, mesmo sendo bem tratado, não consegue deixar de ser o líder dos furiosos com Lula e o STF.

A peixeira está de novo a centímetros dos pescoços de Lula e de Moraes. E Arthur Lira está sob o controle dos cangaceiros.

Prefeitos Corruptos

Santa Catarina tem 295 municípios. Nos últimos dois anos, 19 prefeitos foram presos por todo tipo de roubo. Todos da direita e da extrema direita do Estado mais bolsonarista e supremacista.

O preso mais recente, nessa terça-feira, foi o prefeito de Urussanga, Luis Gustavo Cancellier (PP), junto com dois vereadores, por envolvimento em corrupção, organização criminosa, falsificação de documentos e licitações e compras fraudadas.

Financiador

Um dos financiadores do fascismo e do golpe, entre os alvos da ação da Polícia Federal de busca e apreensão nessa terça, é de Santa Catarina.

Mas é um financiador do time intermediário. Quando irão pegar o grande financiador do fascismo no Estado?

Sumido

Mais uma sobre Santa Catarina. O TSE não realizou nessa terça a sessão que julgaria a ação que pode levar à cassação senador catarinense bolsonarista Jorge Seif (PL).

O relator do caso, Floriano Azevedo, não apareceu. Mas já se sabe que ele defende a cassação e convocação de novas eleições.

Como as reações do fascismo são imprevisíveis em momentos como esse, havia preocupação em Brasília sobre o que poderia ter acontecido com o juiz.

Mas ele não foi ao TSE por problemas de saúde na família. Vão marcar nova data.

*Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre. É autor do livro de crônicas Todos querem ser Mujica (Editora Diadorim).

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