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Quiral da calça apertadinha

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Eduardo Bonzatto*, Pragmatismo Político

Quiral trata de fenômenos irreconciliáveis.

Geralmente, as hegemonias simulam uniformidades e agregações, mas esse é apenas um sintoma generalista de eventos microscópicos em ondulações dinâmicas e centrípetas que carecem de muita energia para sustentar a superfície.
Um bom exemplo de alastramento hegemônico é o telefone celular. Em pouco tempo se tornou endêmico e atingiu cada ser do planeta com seus benefícios e diretrizes.

Os benefícios são duvidosos e camuflados por ideologias simplórias, como a capacidade de comunicação democrática e generosa. Nunca nos comunicamos com tanta escassez de vontades e nunca demolimos à distância a estatura moral de nossos semelhantes.

Mas a ilusão de que uma tecnologia a nosso dispor é parte de uma evolução no trato social prevalece sobre o terrível e assustador poder de destruir nosso semelhante, de ignorar sua humanidade e de transformar sua jornada numa trilha de objetos e dejetos sobre os quais cobrimos com nossos pés alados.

O reino social se tornou, assim, aparentemente indissolúvel de nosso jardim e o habitamos como reis de um trono solitário e vazio.

Não entendo bem das indumentárias sociais, mas sei que o celular compõe um vestuário que carece de complemento. E num tempo de identidades cruzadas, os homens frágeis passaram a ostentar um tipo muito característico de calças. As calças com cortes em canelas fininhas.

Não sei bem quando essa moda começou, mas sei que agora é global. Homens, velhos, jovens, crianças, todos usam calças apertadinhas na canela. Como se a fragilidade de sua identidade de homem tivesse que ser expressa nas calças.

A elegância foi definitivamente escanteada em nome da fineza do corte, do sapato pontudo e das camisas justinhas, tornando a figura masculina um protótipo deselegante de um grilo.

Essa despersonalização de mau gosto atingiu todos os estratos sociais e uniformizou de presidentes a hipsters, de entregadores de pizza a proprietários de carros de luxo. Até parece que finalmente a igualdade foi conquistada.

Mas é só aparência de hegemonia, pois a quiralidade ocorre sob as calças e há uma irresoluta confusão entre o corte e a perna. Sob as penas fininhas das calças, habitam sujeitos sem alma.

Leia aqui todos os textos de Eduardo Bonzatto

A panturrilha é nosso segundo coração e apertar sua cobertura simboliza um estrangulamento de energias tão necessárias para um caminhar equilibrado e livre pela vida.

Essa desalmada configuração de trajes que é a expressão da fragilidade masculina em potência, tem um objetivo oculto pela uniformidade, promove uma sintomática reação química da desilusão. Por baixo da fragilidade expressa, a desunião dos indiferentes, a uniformidade dos indiferentes, a sombra da decadência revestida da igualdade estética e nada promissora.

Em química, uma molécula ou íon é chamado quiral se não puder ser sobreposto em sua imagem especular por qualquer combinação de rotações, translações e algumas mudanças conformacionais. Essa propriedade geométrica é chamada de quiralidade.

As calças de pernas fininhas são assim quirais, que em si não podem ser sobrepostos, pois todos são geometricamente iguais, produzindo uma imagem especular de isonomia absolutista. O mundo neoliberal finalmente expressa sua vontade de igualdade da forma mais irônica possível: pela exígua desproporcionalidade das calças, homens de todos os tipos reduzidos a moldes fininhos de calças, sapatos bicudos alçando voos pelas calçadas e um visual sem monumentalidade, sem grandiosidade, sem expressão, apenas a torção minúscula de um inseto que na multidão se apresenta como móbile em deslocamento, uma só forma amiúde sem cabeça, só pernas, só membros.

Se outrora o chapéu havia moldado as cabeças dos homens, hoje as calças definem seu lugar. E é o lugar mais deselegante da história da indumentária.

Mas esse lugar de isomeria ainda espera nossa ida ao trono de deus. E a questão é ainda pertinente. Se nossa força de julgamento que nos permite sem esforço destruir nossos iguais em calças de pernas apertadas, se diante de deus ainda poderemos ocultar nossos pecados acusando nossos semelhantes que perseguimos por uma vida sem trégua. Diante de deus, com nossas calças fininhas, seremos talvez redimidos?

Deus usa pantalonas?

*Eduardo Bonzatto é professor da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) escritor e compositor

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Bitcoin pode chegar a US$ 40 mil?

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Bitcoin pode chegar mil Previsões futuro BTC enquanto a pré-venda do Bitcoin Minetrix ultrapassa milhões

O Bitcoin, a maior criptomoeda do mercado, passou por algumas quedas recentes de preço. Mesmo assinm, nas últimas semanas, o BTC ultrapassou a marca de US$ 30.000. Com base nisso, analistas acreditam que o Bitcoin pode alcançar US$ 40.000 até o final de 2023.

Meio às as incertezas sobre o futuro do preço do Bitcoin (BTC), um novo projeto que aborda a mineração em nuvem foi lanlado. O Bitcoin Minetrix (BTCMTX) tem chamado a atenção dos investidores e, até o momento, arrecadou US$ 3,6 milhões durante sua pré-venda de tokens.

No momento da redação, o Bitcoin (BTC) é negociado na casa dos US$ 34.850. A queda mostra uma pequena alteração no preço da criptomoeda, principalmente quando comparado às altas recentes do ativo.

Um dos fatores aos quais a queda nos preços do Bitcoin (BTC) pode ser atribuída é o recente anúncio feito pelo Federal Reserve (Fed) sobre as taxas de juros. Jerome Powell, presidente do Fed, indicou que há o interesse em desacelerar o ritmo de aumento das taxas de juros. No entanto, é provável que este cenário de incerteza dure até o ano que vem.

>>> Visite o Bitcoin Minetrix <<<

O Bitcoin (BTC) pode se recuperar e atingir US$ 40 mil ainda este ano?

Em meio à retração do BTC, a grande dúvida é se o Bitcoin pode recuperar o impulso e avançar para US$ 40.000 antes do final do ano. A atitude do Federal Reserve sugere um possível fim no aumento das taxas de juros. Por fim, isso pode trazer mais liquidez de volta ao mercado de criptomoedas.

Ainda assim, as atuais tensões geopolíticas e as condições macroeconômicas podem continuar tensionando o mercado. Como consequência, elas impactam as decisões de compra e venda dos investidores e traders de criptomoedas.

Os padrões de preços do Bitcoin, antes dos eventos de halving, também podem influenciar no preço da moeda (e na possibilidade de atingir ou não a marca de US$ 40.000). O BTC possui uma tendência de seguir ciclos de quatro anos alinhados com eventos de redução pela metade, com os preços subindo meses antes disso acontecer.

A próxima redução pela metade está prevista para abril de 2024, o que leva alguns especialistas a prever que o valor do Bitcoin poderá aumentar a partir de agora. Os investidores também estão negociando suas stablecoins por BTC, sugerindo que a demanda está aumentando entre pessoas com alto patrimônio líquido.

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Se estes padrões de acumulação persistirem, juntamente com o impacto histórico dos halvings e da melhoria das condições macroeconômicas, o Bitcoin pode estar preparado para alcançar US$ 40.000 até ao final de 2023.

Novo projeto Bitcoin Minetrix ultrapassa o marco de US$ 3,6 milhões durante a pré-venda

Os investidores estão acompanhando de perto o desenvolvimento do Bitcoin e as possibilidade de o token chegar ou não a US$ 40.000. Enquanto isso, o novo projeto Bitcoin Minetrix (BTCMTX) se destaca como uma das pré-vendas mais promissoras de 2023.

Esta nova plataforma está chamando a atenção no mercado de criptomoedas. Isso porque o seu modelo exclusivo “Stake-to-Mine” permite que os investidores ganhem recompensas por fazer staking de BTCMTX, o token nativo do Bitcoin Minetrix.

Desse modo, com o Bitcoin Minetrix, a mineração de criptomoedas está ao alcance de todas as pessoas interessadas, independentemente de seu nível de experiência ou da quantidade de recursos financeiros disponíveis para investir em ativos digitais.

Com um caso de uso inovador, o Bitcoin Minetrix já arrecadou mais de US$ 3,6 milhões em sua pré-venda. Os investidores interessados podem adquirir os tokens BTCMTX, atualmente, por apenas US$ 0,0114 antes de sua estreia no mercado aberto, que está programada para ocorrer assim que a pré-venda terminar.

O BTCMTX foi classificado em primeiro lugar no CoinSniper e influenciadores famosos, como Michael Wrubel, deram seu apoio ao BTCMTX, acreditando que o token pode estar preparado para um aumento no final do ano.

Neste momento, os investidores interessados podem comprar tokens BTCMTX através do site do Bitcoin Minetrix usando ETH, USDT ou um cartão de crédito/débito.

>>> Visite o Bitcoin Minetrix <<<

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Flávio Dino anuncia processo contra Fernando Holiday por fake news sobre facção criminosa

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Flávio Dino Fernando Holiday
Fernando Holiday e Flávio Dino (Imagem: Fabio Rodrigues-Pozzebom | ABr)

O ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou em suas redes sociais que abrirá um processo contra o vereador paulista Fernando Holiday (PL), em resposta à produção de fake news alegando que ele teria se encontrado com uma representante da facção criminosa Comando Vermelho (CV). O vídeo utilizado pelo parlamentar municipal como prova na verdade era de uma comediante do Rio Grande do Norte.

Aliado e entusiasta de Jair Bolsonaro, Fernando Holiday é opositor ferrenho de Flávio Dino. Após a publicação da matéria do Estadão noticiando, na última segunda-feira (13), a presença da esposa de um dos líderes do Comando Vermelho, Luciana Barbosa Farias, em duas comitivas que se reuniram com secretários da pasta, o ministro foi questionado sobre o tema e afirmou nunca ter recebido ela em seu gabinete ou ter tido contato com ela.

Holiday respondeu em suas redes sociais alegando que a afirmação de Dino era mentirosa, e publicou um vídeo do que seria Flávio Dino abraçado com Luciana Barbosa, dizendo que lhe conhecia e era “seu fã”. “Se tivesse um mínimo de decência, já deveria no mínimo renunciar”, declarou na descrição. A publicação foi apagada minutos depois.

Flávio Dino abrirá processo contra Fernando Holiday fake news

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A mulher na gravação, porém, era a comediante Ví Álvares, que publicou um vídeo desmentindo a publicação de Holiday, que foi replicado por outros influenciadores bolsonaristas. “Agora vão ter que provar. Vocês estão mexendo com uma mãe de família que vocês nem conhecem. Vocês agora vão ter que provar tudo o que vocês estão falando aí”, respondeu.

Flávio Dino compartilhou o vídeo da comediante, acrescentando que “esses bandidos inventam essas calúnias para aglutinar gente da mesma espécie, a fim de praticar o mal”.

Mais tarde, tuitou avisando que “sim, irei processar os autores das mentiras”, apontando que seus adversários “precisam de uma reunião que não existiu e de uma fraude com um vídeo” para provar as acusações de interferência na atividade da Polícia Federal e de vínculos com o crime organizado.

Lucas Neiva, Congresso em Foco

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Apostas em política, um interessante estudo de mercado

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Apostas política interessante estudo mercado
Imagem: Element5 Digital | unsplash

A KTO ofereceu a possibilidade de apostar nas eleições nacionais e locais porque são altamente relevantes para a população brasileira como um todo. Corridas políticas de alta visibilidade empolgam as pessoas, no Brasil e em qualquer lugar do mundo. Milhões gastam somas consideráveis quando esperam que seu candidato vença, mas também lhes traga lucro no processo.

Após a conclusão das eleições, foi publicado um estudo apresentando diversas constatações importantes sobre como os brasileiros participaram e fizeram suas escolhas. Neste artigo, vamos analisar os principais insights apresentados neste estudo sobre um mercado de aposta um tanto alternativo, mas que é um bom indicador de como o público brasileiro tem interesse em apostas não apenas esportivas.

A pesquisa sobre mercados de apostas políticas

A equipe de pesquisa da KTO analisou mais de perto os mercados de apostas, os perfis dos usuários e as escolhas feitas por aqueles que decidiram apostar no ciclo eleitoral de 2022 no Brasil. Foi possível apostar em diversas disputas, mas as principais foram as corridas para governador, senador e presidente.

Apostar em eleições (e eventos sociopolíticos importantes em geral) se tornou um nicho global nos últimos dez anos. Abundantes informações sobre eventos mundiais, exposição em mídias digitais e acesso remoto a plataformas de apostas móveis criam uma cena dinâmica de apostas, atraindo milhares de apostadores que estão ligados nas disputas.

O potencial das apostas em eleições

Nos EUA, o mercado com o perfil mais alto na política, reguladores como a Commodity Futures Trading Commission (CFTC) foram conhecidos por comparar o jogo na política às bolsas de futuros. Até agora, eles bloquearam a legalização da indústria em solo americano, mesmo quando especialistas apontam que ela poderia ser “maior do que as apostas esportivas” e atualmente arrecada fundos para outros lugares.

No Brasil, por exemplo, houveram diversos casos de apostas informais sendo feitas entre amigos, com pessoas até mesmo lucrando alto com a vitória de Lula. Startups e investidores institucionais afirmam que as apostas em eleições têm o potencial de se tornar um mercado de trilhões de dólares.

No final de 2022, o debate sobre a abertura para apostas políticas regulamentadas recebeu muita atenção, apesar dos temores de que isso poderia prejudicar certos valores democráticos.

A dinâmica das apostas na eleição presidencial de 2022

As eleições presidenciais de 2022 entre Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro foram sentidas e relatadas como um evento marcante na política brasileira. A campanha ressoou globalmente, enfatizando a importância do país mesmo além das fronteiras continentais.

Voltando às apostas e ao cálculo de probabilidades, os apostadores estimaram Lula como o favorito, embora nem todos concordassem com o quanto. No primeiro turno, as apostas em Lula pagavam em média cerca de 1.50, enquanto a maioria tinha Bolsonaro acima de 2.00, mais próximo de 2.50.

No segundo turno, quando candidatos marginais estavam fora de cena e a realidade mostrou que a diferença entre os dois não era tão acentuada, Lula foi cotado em cerca de 1.30. As apostas em Bolsonaro eram muito mais tentadoras, acima de 2.50, com algumas casas de apostas pagando até 3.00 vezes o valor apostado. Ao fim da disputa, Lula foi eleito presidente do Brasil mais uma vez.

Os principais mercados de apostas nas eleições brasileiras

Mercado

% usuários % apostas

% volume

Vencedor geral da eleição presidencial 71,74 40,32 67,56
Eleição Presidencial: vencedor determinado no 1º turno 17,62 8,64 2,87
Candidato presidencial com mais votos em MG 9,13 4,49 2,62
Candidato a senador com mais votos no RS 8,92 4,54 1,78
Candidato a governador com mais votos no RS 2º turno 8,81 4,77 6,30

 

Como podemos ver, de forma não surpreendente, a questão principal do vencedor geral foi o mercado mais popular, atraindo 71,74% de todos os apostadores, mais de 40% das apostas totais e mais de dois terços do valor total apostado.

Em seguida, por alguma distância, estava a questão de saber se as eleições (presidenciais) seriam decididas em um único turno. Uma vez que nenhum dos candidatos recebeu mais de 50% (Lula tinha 48,43% e Bolsonaro 43,20%), as eleições foram para o segundo turno. No entanto, a maioria das apostas foram em Bolsonaro (51,48% contra 48,33%), embora a margem de erro não tenha sido alta.

Os números significativos nas disputas do Rio Grande do Sul se devem principalmente à significatividade da operadora, já que a KTO é a casa de apostas mais popular do estado. Além disso, a eleição para governador teve alta visibilidade pois foi a primeira vez que um candidato se reelegeu no estado em 25 anos.

Principais descobertas sobre aposta em política apresentadas

Por fim, podemos concluir que o brasileiro é um apostador motivado e explora mercados alternativos para além das principais modalidades esportivas e jogos de cassino online. As eleições foram um bom exemplo de que, quando os mercados têm visibilidade e relevância suficiente, os apostadores vão participar.

Ano que vem haverá novas eleições no Brasil e uma nova oportunidade para apostar em política para os brasileiros. Por se tratar de eleições municipais e regionais a visibilidade deve ser um pouco menor, mas ainda assim será uma boa oportunidade para revisitar o tema e voltar a analisar como os brasileiros vão fazer suas apostas.

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Como Entender de Geopolítica em 5 Passos: Desvende o Labirinto do Poder Global

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Você já parou para pensar como as tensões políticas entre superpotências globais podem afetar o Brasil? Se a resposta é não, você está no lugar certo. Talvez você tenha pensado: “Problemas de outros países não me afetam, eu estou no Brasil”. Ah, meu caro leitor, como você está enganado! A verdade é que a geopolítica é uma teia complexa que conecta todos nós.

Como Entender Geopolítica Passos Desvende Labirinto Poder Global

Um exemplo, as decisões tomadas em Washington ou Pequim impactam diretamente todo o mercado global, desde o preço do bitcoin ao PIB brasileiro, e podem reverberar de maneiras inesperadas aqui, no nosso país tropical. Se você ainda não se convenceu da importância de entender sobre geopolítica, esse artigo é para você.

Passo 1: Comece com o Básico – O Que é Geopolítica?

Antes de mais nada, vamos desmistificar o termo. Geopolítica é o estudo das relações internacionais sob a lente da geografia, economia e história. É como um jogo de xadrez em escala global, onde países são os jogadores e o tabuleiro é o mapa-múndi.

Passo 2: Entenda os Atores Globais

Não, não estamos falando de Hollywood. Os atores globais são os países, organizações e até mesmo corporações que têm um impacto significativo no cenário mundial. Estude-os. Saiba quais são as superpotências, as potências regionais e os países emergentes. Compreender essas dinâmicas ajuda a decodificar as relações de poder.

Passo 3: Fique de Olho nas Notícias Internacionais

A geopolítica é um campo em constante evolução. Portanto, estar atualizado é crucial. Mas não se limite a um único veículo de informação. Diversifique suas fontes para obter uma visão mais holística e imparcial dos acontecimentos.

Passo 4: Conheça os Conceitos-Chave

Termos como “realismo político”, “soft power” e “geoeconomia” são essenciais no jargão geopolítico. Entender esses conceitos não só enriquece seu vocabulário, mas também aprofunda sua compreensão das estratégias e táticas usadas pelos países.

Passo 5: Engaje-se em Discussões e Debates

A melhor maneira de solidificar seu conhecimento é colocá-lo em prática. Participe de fóruns online, leia artigos acadêmicos e, se possível, assista a palestras e seminários. O objetivo é expor-se a diferentes perspectivas e abordagens, refinando assim seu próprio entendimento.

A Importância da geopolítica transcende fronteiras

Entender de geopolítica pode inicialmente parecer uma tarefa digna de titãs, mas a realidade é que qualquer um pode se tornar versado nesse tema fascinante. E por que isso é tão importante? Porque a geopolítica não é apenas um tópico para acadêmicos ou diplomatas. Ela afeta nossas vidas de formas tangíveis e intangíveis, desde a economia até a segurança, passando por questões ambientais e direitos humanos.

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Ao se aprofundar nesse campo, você não apenas amplia sua visão de mundo, mas também se torna um cidadão mais ativo e consciente. Você começa a entender as motivações por trás das ações dos países, a complexidade das relações internacionais e, o mais importante, o impacto que tudo isso pode ter em sua vida cotidiana.

Mas a jornada não termina aqui. A geopolítica é um campo em constante mutação, moldado por eventos atuais, avanços tecnológicos e mudanças sociais. Portanto, o aprendizado é contínuo. Mantenha-se atualizado, continue questionando e nunca pare de explorar. O mundo é um livro vasto e cada página que você vira revela novos mistérios e insights.

Então, o que você está esperando? O mundo está à sua espera, repleto de enigmas a serem desvendados e histórias a serem contadas. Pegue sua bússola geopolítica e embarque nessa aventura sem fim. Afinal, como disse o filósofo Sócrates, “só sei que nada sei”, e cada gota de conhecimento nos aproxima de entender esse complexo quebra-cabeça global.

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Filha de policial civil presa em concurso público paga fiança de R$ 6,6 mil e é solta

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Filha policial civil presa em concurso público paga fiança solta
Nadine Novello Conde Carlos

A filha de um policial civil que foi presa após ser flagrada com câmera e escuta durante a prova de um concurso para investigador da Polícia Civil de São Paulo pagou fiança de R$ 6,6 mil e recebeu liberdade provisória.

Nadine Novello Conde Carlos, de 31 anos, passou por audiência de custódia na tarde desta segunda-feira (27). Além da fiança, ela terá de comparecer mensalmente em juízo para informar suas atividades, manter endereço atualizado, não poderá sair da cidade de residência por mais de oito dias sem prévia comunicação, tampouco se inscrever em concursos públicos enquanto durar o processo.

Na prova, realizada no domingo (26), Nadine foi flagrada com uma microcâmera, um ponto eletrônico e um receptor digital, que estavam escondidos no sutiã, no casaco e na calça que ela usava no momento da avaliação, realizada em uma faculdade particular na Barra Funda, zona oeste de São Paulo.

Os fiscais da prova desconfiaram do comportamento da mulher, que estava inquieta, mexendo constantemente no casaco e olhando em todas as direções. Ela foi conduzida para passar por um detector de metais, e o equipamento emitiu sinal sonoro.

Filha policial civil presa em concurso público paga fiança solta
Nadine estava com uma microcâmera no casaco

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A Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que a Polícia Civil investiga se há outras pessoas envolvidas no crime.

Nadine é filha de um policial civil do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Ela é formada em direito pela Unifaat, universidade particular da cidade de Atibaia, no interior de São Paulo.

Nas redes sociais, ela fala sobre sua profissão e mostra um dos seus hobbys favoritos, que é praticar tiro esportivo. Corintiana, ela tem uma filha de 4 anos. Ela também se aventurou como empresária ao abrir uma adega de bebidas, mas o negócio consta atualmente como inativo.

A advogada será reconduzida à prisão caso deixe de cumprir qualquer uma das exigências determinadas na audiência de custódia.

Sobre um suposto envolvimento do pai da suspeita, que é policial, a pasta afirmou que, “se confirmada a participação de algum servidor da instituição no caso, as devidas medidas serão tomadas pela Corregedoria da Polícia Civil”.

via Thomaz Molina, Metrópoles

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AS CIDADES OBSCURAS E A COLEÇÃO DE SIGNIFICADOS

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Eduardo Bonzatto*, Pragmatismo Político

As Cidades Obscuras é uma série de álbuns de histórias em quadrinhos franco-belga desenhada por François Schuiten e escrita por Benoît Peeters. O primeiro álbum, “Les Murailles de Samaris”, foi lançado em 1983, o último em 2008 na França.
Não foi, contudo, o primeiro que li.
A ficção científica aqui construída se afasta completamente das utopias ou distopias características do gênero. Não existem poderes totalitários que alimentam sonhos ou opressões. Cada personagem contempla sua existência como uma singularidade.
Nos ajuda a entender melhor sobretudo a grande falácia das narrativas ficcionais envolvendo o futuro. Hoje, quando o empoderamento define a forma como as sociedades são orientadas, fazendo suprimir qualquer poder maior em nome do poder pessoal disponível como direitos conquistados, podemos olhar para o passado e vislumbrar como o futuro foi radicalmente alterado das prédicas elaboradas.
A série se passa em um continente imaginário localizado em um mundo paralelo, em princípio invisível ao nosso, no qual uma multiplicidade de influências se mistura, do surrealismo metafísico de Jorge Luís Borges à literatura de Júlio Verne (principalmente suas viagens extraordinárias). A série destaca os projetos arquitetônicos detalhados de Schuiten para as diferentes Cidades Obscuras, que são, na maior parte, reinterpretações ou versões “sombrias” de cidades reais, como Brüsel, de Bruxelas ou Pâhry, de Paris.

O que impulsiona esses personagens é de outra natureza. Se não ainda o poder para oprimir, aquele poder para impulsionar, num movimento interior que surge pelo mistério e pelo incômodo.
O apelo ficcional que surge das dimensões desconcertantes que são paralelas às nossas é um recurso fundamental para fugir das diretrizes habituais da ficção científica tradicional em que o futuro é um problema ou uma solução. Ao lado habitam estranhas cidades.

Leia aqui todos os textos de Eduardo Bonzatto

De modo geral, o exercício da ficção científica e seus elementos contém um forte discurso moral sobre o que é bom e o que é mau no futuro. Confesso que sempre tive dificuldade de lidar com esses princípios dicotômicos. Quando encontrei numa banca em São Paulo em 1987 a história Febre de Urbicanda, o segundo livro da série das cidades, fui tocado por sua singularidade substantiva. Uma porta, o álbum, abria outra porta ainda mais inesperada e única.

Os personagens percorrem os mistérios das cidades como aedos, poetas com a imaginação nas mãos, estranhamente maravilhados com o que testemunham, como aqueles que leem essas narrativas gráficas deslumbrantes.
Minha primeira leitura desses universos intrigou a ponto de ficar atento ao que viria a seguir. A edição que li foi de uma editora portuguesa, edições 70 que àquela época poderia ser encontrada em algumas bancas ou livrarias. Alguns anos depois li A Torre, pela mesma editora. Os mundos expandiam fronteiras que minha imaginação não podia alcançar. E dentro da cada um deles, ainda outras passagens inusitadas.

O Arquivista foi o seguinte álbum, numa edição espanhola em formato gigante que tornava a arte um deslumbre visual que não precisava de palavra impressa para deslocar minha percepção. E assim os universos das cidades obscuras foram me transportando para dimensões que jamais poderia imaginar àquela época.

Eu ainda não havia entendido as surpreendentes possibilidades quânticas e vivia num mundo tridimensional deslocado pelo tempo. As cidades obscuras estavam realizando alterações profundas na percepção que eu tinha do mundo linear e plano. E cada provação a esse mundo colonial era uma expansão extraordinária para o desconhecido.
Lembro com nítida alegria de ter encontrado A Menina Inclinada muitos anos depois numa livraria qualquer, em que uma personagem de outra dimensão cai num outro mundo cuja forma habitual a obriga a se mover sempre inclinada. O estranhamento visual dessa história é tão absurdo que pilhas de livros que havia lido baseados no nonsense se tornam diminutos diante da nova percepção.

E assim, cada álbum foi surgindo diante de mim em momentos especiais que me trazem à memória a sensação e o lugar que ocupam na minha vida.
Muito recentemente encontrei nessas novas livrarias virtuais A Sombra de um Homem numa edição americana, cujo deleite não havia diminuído nem um pouco. Abri o pacote recebido com uma genuína emoção de juventude.

A mulher por quem estou apaixonado, vendo como isso é significativo para mim, me presenteou com A Teoria do Grão de Areia, os dois volumes importados de Portugal lançados pela editora Asa.
E assim, recentemente, comprou na Alemanha os álbuns restantes. Depois de quase 40 anos posso ver novamente essa história completa que se confunde também com a história da minha vida.

Vi que recentemente a editora francesa Casterman lançou em 4 volumes muito bacanas a série completa das Cidades Obscuras.
O significado que cada álbum imprimiu é fundamental para explicar essa jornada da minha forma de sentir a coleção e a própria vida como extraordinária. Não é só uma questão de preço, de lombada ou de acesso, é a história em que cada elemento dialoga com o tempo, o espaço e as dimensões e como as pessoas vão participando em cada uma dessas temporalidades de modo especial e único.

*Eduardo Bonzatto é professor da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) escritor e compositor

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SEMPÉ NEM CABEÇA

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Eduardo Bonzatto*, Pragmatismo Político

Sou historiador e usualmente o olhar do historiador é moralizado pela história que vislumbra, embora não devesse ser.
Minha visão de historiador sobre a França está ancorada em três monumentos de indignidade.
O primeiro, o tratado de Verdun em que o imperador Napoleão III, para consolidar a paz com a guerra contra a Alemanha, exige que os batalhões alemães entrem em Paris para dizimar a comuna em 1871. O segundo, outro tratado, agora o de Versalhes (1919) que põe fim à primeira guerra, em que os aliados da França inviabilizam a Alemanha como país quando a nação tinha ainda alguma importância, favorecendo com isso o surgimento do nazismo e fomentando a continuidade da guerra industrial com o nome de segunda. E o terceiro, quando a França ocupada colabora em Vichy com os nazistas, aliada aos propósitos de entregar seus cidadãos judeus franceses para os trens em direção ao extermínio e, ao final da desocupação, persegue vergonhosamente as mulheres que se envolveram amorosamente com soldados alemães.
Essa França do historiador sem cautela, no entanto, é uma França sob o prisma do poder. Felizmente existem outras Franças e uma delas chegou a mim recentemente num livrinho do Sempé, evocando minha adolescência.
E essa França evocada me levou às pequenas vilas e cidades do interior, com suas ruas enfeitadas de passantes de sombrinha, dos cafés edulcorados com acordeons, das mulheres levemente aburguesadas emanando sorrisos e algazarras nas tardes de calor.
Jean-Jacques Sempé (1932-2022) foi um ilustrador francês nascido em Pessac, uma comuna francesa da região da Nova Aquitânia, que teria importância na obra do mestre ilustrador justamente pelo seu caráter bucólico.
Começou cedo como ilustrador de imprensa, criando a série O Pequeno Nicolau, um imenso leque de ilustrações dos pequenos estudantes da escola primária, com suas características zaragatas.

Essas desordens cotidianas, aliás, seriam marcantes em outras obras, como Marcelino Pedregulho, que ruborizava, Raul Taburin, o mecânico de bicicletas que não tinha equilíbrio, Monsieur Lambert, frequentador do bistrô Chez Picard, cuja súbita paixão de Lambert por uma misteriosa mulher traz desequilíbrio entre os frequentadores.
Sua vasta obra inclui ainda capas da revista americana New Yorker, em que sua visão irônica dos defeitos humanos sempre convidava ao riso.
Seu traço cartunesco, cuja resolução sempre se resolve na página, tradição dos ilustradores de jornais, é de uma singeleza confortável e leve.
Em documentário recente, “Petit Nicolas – Qu’est-ce qu’on attend pour être heureux?” (“Pequeno Nicolau, o que está esperando para ser feliz?”) de Amandine Fredon e Benjamin Massoubre, que ganhou o prêmio Crystal d’Or no Festival de animação de Annency, Sempé conta da vida de violência que acompanhou sua infância dentro de casa. E faz muito sentido que todas as crianças-personagens de sua obra sejam leves e alegres, uma vingança certamente para edificar um mundo sobre escombros que seja leve, alegre e divertido, sem que os defeitos sejam ocultados.

Leia aqui todos os textos de Eduardo Bonzatto

*Eduardo Bonzatto é professor da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) escritor e compositor

Sempé nasceu em uma família humilde em Bordeaux. Seu padrasto o espancava, sua mãe era negligente. Ele fugiu então daquele ambiente em direção a Paris, com seu caderno de desenhos debaixo do braço.
Nicolau é um personagem exemplar nesse sentido. É doce e um tanto rebelde, sem nenhuma acrimônia. O traço simples de Sempé é enganoso. Extremamente elaborado, compondo cenários em que cada elemento dialoga displicentemente com os personagens, o leitor recebe a mensagem diretamente ao coração.
E foi assim que a arte de Sempé eliminou da cabeça a racionalidade instrumental da história, que é sempre uma história do poder.
Lê-lo é um refrigero, principalmente hoje que a seriedade racional tem prevalecido, atingindo em cheio as crianças e os jovens.
Charlie Brown Jr., Não é sério, é o sintoma de um tempo de sofrimentos:
Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério
O jovem no Brasil nunca é levado a sério
Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério, não é sério
Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério
O jovem no Brasil nunca é levado a sério
Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério, não é sério
Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério
O jovem no Brasil nunca é levado a sério
Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério, não é sério
Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério
O jovem no Brasil nunca é levado a sério
Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério, não é sério
Mas ainda é tempo de não ser levado a sério. Sempé está por aí!

*Eduardo Bonzatto é professor da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) escritor e compositor

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Sem saber, vereadores de Porto Alegre aprovam lei totalmente escrita por Inteligência Artificial

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vereadores Porto Alegre aprovam lei totalmente escrita Inteligência Artificial
Proposta do vereador do PSDB, Ramiro Rosário (Imagem: CMPA)

Gustavo Foster, g1

Uma lei escrita por uma ferramenta de inteligência artificial foi aprovada por unanimidade na Câmara de Vereadores de Porto Alegre e sancionada pelo prefeito Sebastião Melo (MDB) no dia 23 deste mês.

Proposto pelo vereador Ramiro Rosário (PSDB), o projeto de lei que isenta moradores de cobrança sobre a substituição do medidor de consumo de água, caso o objeto seja furtado, foi totalmente redigido pela ferramenta Chat GPT, da empresa OpenAI.

A “autoria” do projeto só foi revelada aos outros vereadores, ao prefeito e à população depois que a lei foi aprovada e sancionada.

“Nossa estratégia foi não comentar com ninguém que havia sido feita por inteligência artificial, justamente para deixar tramitar normalmente e fazer esse experimento”, conta Ramiro Rosário.

Para que o ChatGPT elaborasse o texto do projeto de lei, o vereador pediu que a ferramenta criasse uma “lei municipal para a cidade de Porto Alegre, com origem legislativa e não do executivo, que verse sobre a proibição de cobrança do proprietário do imóvel o pagamento de novo relógio de medição de água pelo Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE) quando este for furtado”.

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A resposta da ferramenta foram oito artigos e uma justificativa, que foram enviados para o sistema interno da Câmara de Vereadores da cidade sem qualquer alteração. O texto passou por revisão, correção ortográfica e adequação à linguagem legislativa pela Seção de Redação Legislativa, ficando com dois artigos, um deles com diversos incisos, em sua redação final. Dessa forma, foi enviado às comissões, que o aprovaram, e posteriormente para votação em plenário.

vereadores Porto Alegre aprovam lei totalmente escrita Inteligência Artificial

“Precedente perigoso”

Os oito artigos do projeto de lei detalham a proibição de cobrança ao proprietário do hidrômetro para que seja feita a substituição do objeto. Versam ainda sobre a responsabilidade de substituição e custeio do DMAE, o prazo de 30 dias para que a troca seja feita e a isenção de pagamento da conta de água enquanto o relógio não for substituído. Esse último artigo foi uma sugestão do próprio ChatGPT, sem qualquer provocação do vereador.

“Escolhemos um projeto de lei que fosse simples e fugisse de temas polêmicos. A inteligência artificial não se limitou a entregar o texto que eu propus, ela foi além: propôs prazos e incluiu esse artigo, que não tínhamos pensado. Eu achei sensacional”, diz o vereador.

Um dos votos favoráveis à aprovação da lei na Câmara de Vereadores foi do presidente da casa, Hamilton Sossmeier (PTB). O vereador diz que o projeto passou por todos os trâmites legais e legislativos, que não encontraram impeditivo para a aprovação da lei.

Mas Sossmeier diz que considera a forma como o projeto foi redigido “perigoso” – e ressalta que ainda não há uma discussão sobre o tema, muito menos barreiras jurídicas para que leis escritas por inteligências artificiais sejam aprovadas.

“Considero estranho. É a primeira vez que acontece, e não tem nenhuma lei que indique que eu não possa aprovar. Hoje, não tem nada que proíba. Mas, na minha ótica, é um precedente perigoso, complicado. Podem vir outras leis mais complexas, que gerem outros tipos de impacto. Por enquanto, fica minha preocupação pessoal. Acendeu uma luz de alerta”, diz o parlamentar.

Leia também: Jornalista recebe resposta assustadora de Inteligência Artificial da Microsoft

Até esta quarta-feira (29), nenhuma objeção ou tentativa de reversão da aprovação da lei havia sido apresentada à Câmara de Vereadores de Porto Alegre.

Sobre ter dividido parte de seu trabalho com uma ferramenta de inteligência artificial, o vereador Ramiro Rosário brinca:

“Já me perguntaram: e agora, qual é o próximo passo? Vão acabar os políticos? Não sei, mas diminuir, quem sabe…”, diz.

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Será o “assassino” do Pepe Coin?

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Será assassino Pepe Coin Novo projeto Web3 Meme Kombat arrecada milhão potente pré venda ganha APY bate nova alta preços

O instigante novo projeto Web3 Meme Kombat acaba de atingir um grande marco em sua pré-venda.

O projeto, inspirado na franquia multibilionária Mortal Kombat – mas com o twist da meme moeda associada a uma pitada de humor sarcástico – arrecadou US$ 1 milhão na pre-venda do seu token nativo $MK.

Traders estão correndo para se antecipar ao preço previsto dentro dos próximos dois dias, antes do lançamento do programa de staking do token $MK, que vai oferecer uma vultosa APY anual para os participantes iniciais.

Meme Kombat espera arrecadar um mínimo de US$ 5 milhões por meio da venda de 50% da oferta $MK, com os tokens atualmente disponíveis por US$ 0,1833.

Daí em diante, o preço vai subir a cada sete dias, até chegar a US$ 0,279, num intervalo de 10 semanas. Isso significa que os investidores que aderirem à pré-venda agora deverão ter ganhos de nada menos que 67% quando a pré-venda chegar ao estágio final.

>>>Visite a pré-venda do Meme Kombat<<<

Stakers estão ganhando APY de 112% – Staking Dashboard estreia nesta semana

O dashboard do programa de staking do Meme Kombat estreia nesta semana, de acordo com fontes que acompanham o projeto de perto.

O website do projeto já está divulgando que aqueles que aderirem ao early staking poderão ganhar APY de 112%.

Todos os tokens comprados na pré-venda automaticamente entram no programa de staking do Meme Kombat, o que significa que quem investir na pré-venda começa a ganhar recompensas imediatamente.

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30% da oferta de $MK será destinada a staking e recompensas das batalhas, 10% vão para recompensas das comunidades e 10% para ecentralized exchange liquidity. O fundador do projeto, Matt Whiteman, é COO (Chief Operations Officer) da North Technologies, baseada na Holanda, uma plataforma voltada para NFT trading e analytics.

O que é Meme Kombat?

Meme Kombat ($MK) é uma moema meme “multiuso”: está construindo uma singular plataforma para batalhas de personagens de memes e deverá exercer uma grande atração para os mais diversos tipos de investidores e traders no setor de moeda memes.

Você não apenas poderá disputar batalhas com personagens de memes, como também poderá apostar no resultado desses confrontos.

Dá para sentir como o projeto deve viralizar pela forma como o time de artistas já está se divertindo com os personagens de memes.

Sejam adeptos de Dogecoin, Shiba Inu, Pepe ou Sponge, os que acompanham as moedas memes vão encontrar seus personagens preferidos, e muito mais, repreentados no Meme Kombat.

Para os degens focados em descobrir o próximo 100x gem, Meme Kombat promete se tornar o centro das atenções.

Em reumo, o projeto captura o potencial dos setores mais valorizados do mercado cripto atualmente: apostas e games.

Veja por que esta moeda multiuso pode superar o Pepe

Com preço atual de US$ 0.00000115, Pepe Coin ($PEPE) tem um enorme market cap de aproximadamente US$ 500 milhões, uma conquista impressionante quando se considera que a moeda não apresenta, literalmente, nenhuma utilidade para seus investidores, além do sentimento de que fazem parte da reconhecidamente ampla e engajada comunidade Pepe Coin.

Não há dúvidas de que há valor em rede de pessoas altamente engajadas, algo que Pepe certamente tem.

Mas, enquanto o mercado cripto entra em seu próximo bull cycle, algo que se observa neste setor é que os investidores estão se tornando mais exigentes com relação ao que esperam de uma moeda.

Essas expectativas mais altas também recaem sobre as moedas memes.

Cada vez mais investidores do setor de criptomoedas têm migrado em direção a projetos que oferecem usos genuinamente singulares e potencialmente valorizados – para ter sucesso atualmente, um projeto precisa contar com um diferencial que agregue valor.

Meme Kombat se encaixa bem nesse perfil. Não apenas explora os efervescentes setores GameFi and GambleFi, como também atua no dinâmico segmento de moeda memes, onde deve jorrar dinheiro da velha e da nova guarda, enquanto o crypto winter recua.

Nem é precio ir tão a fundo para perceber imediatamente a valiosa proposta do Meme Kombat e como ela ganha ainda mais robustez quando comparada a moedas como Pepe.

A indústria cripto está ligada – Adquira $MK agora antes que aumente 100x

Meme Kombat está literalmente no centro de dois setores que estão bombando na indústria de criptomoedas. Dados do Statista mostram que o mercado de apostas online está avaliado em US$ 95 bilhões em 2023.

Cripto está na dianteira do crescimento da indústria de apostas, pelo fato de que as propriedades da tecnologia blockchain são perfeitas para produtos como apostas, que dependem de verificação aleatória, confiança e transparência.

Ao associar apostas a games e moedas memes, tem-se uma receita de sucesso que pode levar Meme Kombat a ser avaliada em bem mai de US$ 1 bilhão.

Com Meme Kombat prevendo arrecadar entre US$ 5 milhõe e US$ 10 milhões por meio da venda de 50% da oferta de token $MK na pré-venda, o aumento do market cap do projeto para mai de US$ 1 bilhão pode significar um aumento de 100x no valor do projeto.

Para chegar lá, naturalmente, Meme Kombat precisará se tornar um household name no univero cripto.

Campanha de marketing gigante gera cobertura crescente na mídia especializada

Isso requer um grande empurrão do marketing, e é exatamente o que o time do projeto vem fazendo nas últimas semana.

Meme Kombat tem recebido cobertura de conceituadas organizações jornalísticas especializadas no setor cripto, incluindo Cointelegraph, Coinpedia, Decrypt, Coincodex, BeInCrypto, FXStreet, e CryptoPotato.

Também foi abordada por populares sites de games, como Game is Hard. Além disso, o expert em cripto Joe Parys, que tem 382 milhões de assinantes no YouTube, apontou Meme Kombat como uma das cinco principais meme crypton coins para 2024.

Michael Wrubel, outro respeitado YouTuber epecializado em cripto, com cerca de 310 milhões de seguidores, está igualmente otimista com relação ao potencial do Meme Kombat para criar um valioso nicho.

O canal do YouTube No Bs Crypto afirmou para eu 36 mil assinantes que Meme Kombat poderia “matar” o Pepe.

>>> Visite a pré-venda do Meme Kombat <<<

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Mulher pernambucana é a primeira vencedora da pergunta de R$ 1 milhão no “Quem quer ser um milionário”

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Mulher pernambucana primeira vencedora pergunta milhão Quem quer ser milionário
Jullie Dutra

Com FolhaPE e G1

Uma rotina com até 18 horas de estudo é o cotidiano de Jullie Dutra, de 38 anos, a primeira pessoa a ganhar o prêmio de R$ 1 milhão no quadro “Quem Quer Ser um Milionário”, no “Domingão com Huck”, neste domingo (10). Realizando cursos preparatórios para prestar concurso para diplomata, ela conta que não fez nenhum esquema especial para o programa.

Ao longo das oito temporadas da atração, ninguém – até então -, tinha conquistado a premiação. Jullie sempre viu na educação o caminho para ter uma vida melhor. Ela é mãe solo de Maria Helena, de 3 anos, que foi diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Jullie acertou 15 perguntas. A última era sobre o número da camisa usada por Pelé na Copa de 1958, quando o Rei do Futebol tinha só 17 anos. A resposta: a icônica camisa 10. Para acertar, Jullie ligou para a amiga Nerfetite Amanajás, que mora em Belém, no Pará.

A nova milionária é jornalista, tem uma agência de comunicação e estuda para ser diplomata do Itamaraty, o Ministério das Relações Exteriores.

“Eu vivo para estudar. Sempre fui a nerd, o patinho feio da turma. Quando todo mundo estava na farra, eu estava estudando”, conta a jornalista nascida em Limoeiro e criada pela mãe e pela avó na cidade de João Alfredo, ambas no Agreste de Pernambuco. Seu pai foi assassinado quando ela tinha apenas cinco anos. Aos 18 anos, Jullie decidiu ir para Recife, onde estudou os dois últimos anos do ensino médio no Colégio Contato e fez matérias isoladas para se preparar para o vestibular.

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“Minha mãe era professora das redes públicas estadual e municipal, em João Alfredo. Desde pequena consegui estudar em escolas particulares conseguindo bolsas”.

Assim ela chegou a cursar radiologia, no Recife, e medicina em universidades da Bolívia e de Cuba, antes de se formar em jornalismo pela Uninassau (Centro Universitário Maurício de Nassau) e fazer pós-graduação em Direitos Humanos pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).

Ao longo dos quatro anos do curso universitário, Jullie conta que nunca parou de estudar. “Eu vivia em São Paulo, em congressos e foi quando conheci o projeto Repórter do Futuro, prestei a seleção e eles selecionaram 25 estudantes de jornalismo a dedo. Desse curso eu comecei a ter o sonho de ser correspondente internacional”.

Com o desejo em mente, articulou com um dos palestrantes, conheceu pessoas da ONU e da Cruz Vermelha e conseguiu viajar ao Haiti. Um ano depois de voltar de lá, publicou o livro “Caro Haiti“, sobre os momentos de antes, durante e depois do terremoto que marcou o país, em 2010.

A partir do livro, várias portas se abriram para a jornalista. Ela ganhou uma bolsa do Google para estudar jornalismo investigativo em Madri e estagiar no El Mundo. Porém, semanas antes de viajar, a mãe dela teve um AVC (Acidente Vascular Cerebral) e veio a falecer. Jullie então entregou a bolsa e decidiu direcionar os planos para atuar em Pernambuco.

A experiência acendeu nela o desejo de entrar para a carreira diplomática, uma disposição ainda maior para os estudos e a ideia de se inscrever para participar do quadro no “Domingão com Huck”.

“Comecei a estudar ainda mais. Mas o custo dos cursos preparatórios é elevadíssimo. Comecei a correr atrás de bolsa, consegui algumas, mas não tenho todas. Agora, com o prêmio, vou conseguir estudar como se deve”, afirma.

Jullie diz que nunca duvidou de que ganharia. “Sempre soube que ia ganhar. Era uma certeza divina, minha fé. Me inscrevi em 2021 e não mudei meu foco. O concurso do Itamaraty exige até a alma”.

Segundo a nova milionária, a dedicação ajudou muito no resultado da competição. “Quase todas as disciplinas fazem parte do meu programa de estudos. Foi uma felicidade cair coisas que eu sei, como a COP [conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas], por exemplo”.

Com exceção das três questões em que usou o recurso de ajuda, Jullie afirma que tinha muita convicção de todas as respostas. “Não chutei nenhuma”, garante.

“Eu acho que não tem receita, mas eu tive a sorte e felicidade de navegar por tantas disciplinas que acabavam fazendo parte do cronograma de estudos do Itamaraty. Tem que ter pluralidade de conhecimento, de literatura a artes plásticas, passando por economia, por exemplo”.

A dica para quem quer ser um milionário como ela vem em seguida: “Todo mundo é capaz. Mas, além do conhecimento, tem que ter o fator sorte e usar estrategicamente as ajudas. Deixei os três recursos para o final”.

O valor ganho já tem destino certo, além de financiar os estudos para trilhar a carreira dos sonhos.

“A primeira coisa é dar uma casa para Carmelita, a minha mãe do coração. E quero tirar férias, que nunca tirei na vida. Sempre que fiz viagens de lazer, também estava trabalhando”.

Atualmente, Jullie mora em Salvador, na Bahia, e é CEO do Grupo Coros Comunicação, agência de comunicação e marketing que abriu em 2014, onde tem 14 colaboradores e cerca de 50 clientes espalhados em todo o Brasil. A agenda repleta de novos compromissos depois de ganhar o prêmio, Jullie ainda não tem ideia de quando as férias virão. Numa rede social, ela passou de 8 mil seguidores para mais de 150 mil, minutos após o final do programa.

“Não sei quando será nem para onde vou, mas preciso realmente parar”.

Antes de concluir a entrevista, ela pede para deixar um recado para as mulheres. “Quero que as mulheres não desistam dos sonhos. A gente precisa se agarrar com a educação, porque ela é ferramenta de transformação e é a maior arma de combate ao machismo. Uma mulher com educação consegue ir muito além”.

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O sionismo é neonazismo?

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sionismo neonazismo israel guerra mundo preconceito
(Imagem: Olivier Fitoussi | Flash90)

Israel Aparecido Gonçalves*

É preciso iniciar afirmando que, em nenhuma hipótese, podemos confundir o sionismo, com a totalidade da sociedade israelense ou que o radicalismo islâmico é uma vontade da maioria dos civis palestino. É um direito dos palestinos e dos judeus pertencerem a um território, criarem seus filhos com dignidade e promoverem seus costumes.

É fato que o grupo armado Hamas começou com os massacres dia 7 de outubro, no sul de Israel, assassinando inocentes e deixando um rastro de terror injustificável e condenável. Consequentemente, o governo de Israel declarou guerra total à facção do Hamas, bombardeando todo o norte de Gaza e, posteriormente o sul, ambos os locais densamente povoado. Estima-se que o Hamas tenha entre 30 a 40 mil soldados, mas não tem aviação, marinha ou qualquer carro de guerra. Sempre usou os civis como escudo humanos, túneis e instituições civis como instrumento militar. Porém, do outro lado, o Exército de Israel é o quinto maior do mundo, moderno, e seus mais de 350 mil soldados têm equipamentos de primeira geração, sendo uma potência. Possui satélites, drones e apoio total da maior força militar do mundo, os Estados Unidos.

Destaca-se que a Alemanha nazista também era uma potência militar, isso se deve a sua ideologia militarista e nacionalista. Entretanto, a ideologia nazista, gestada no início do século XX, apresenta como essência a ideia de uma raça pura, chamada de ariana, que é uma invenção sem comprovação científica. Portanto, se existisse um povo, os arianos, esses precisariam de um território, o denominado espaço vital, que seria o espaço territorial de Berlim a Moscou. Hitler buscou militarmente construir tal espaço vital, contudo, para a felicidade da humanidade, esse périplo não deu certo.

O sionismo é anterior ao nazismo, surgido no século XIX, nacionalista, que buscou criar um território para os judeus, e conseguiu realizar esse intento. Por uma questão política e um acordo com a Grã-Bretanha, o local escolhido foi a Palestina, a qual era habitada em maior número pelos árabes, que foram expulsos com a criação do Estado de Israel, em 14 de maio de 1948, e depois de várias guerras. Mas o sionismo deseja expandir o território israelense, por isso, invadiu militarmente a Cisjordânia, matando civis, ações essas criticadas pela ONU. Além disso, também invadiu Gaza até 2005 e, posteriormente, cercando militarmente a fronteira de região.

De fato, o sionismo é radical e mata até os judeus moderados. Assim, o assassinato do Primeiro Ministro de Israel, Yitzhak Rabin, em 1995, pelo sionista Yigal Amir, é um exemplo do radicalismo sionista. Rabin buscava efetivar o acordo de Oslo que colocaria fim à expansão territorial de Israel na Palestina. O crime contra Rabin demonstra uma prática já comum na época do nazismo: assassinar todo cidadão alemão que não aderisse as suas diretrizes políticas e totalitárias.

A atual Faixa de Gaza está cercada por todos os lados por Israel e o sul dela faz fronteira com o Egito, que é vassalo de Israel e dos interesses estadunidenses. Gaza é um campo de concentração a céu aberto, comandado pelos membros autoritários do Hamas e rodeados de soldados judeus. A morte indiscriminada de inocentes, ataques a hospitais, ambulâncias, casas, campos de refugiados, deslocamento de civis, interrupção de água, de energia elétrica são ações de Israel, em nome da vingança, pois não procuram negociar para recuperar seus reféns, por isso, eles praticam o mal supremo, com a morte fria e calculada de civis palestinos. Mas nem Israel, nem o Hamas têm vergonha dos crimes que cometem, não querem esconder, pelo contrário, divulgam os assassinatos de civis como se fossem uma festa, cheia de sangue de inocentes.

Leia também: Município de Santa Catarina exibe símbolos nazistas na Secretaria de Educação

Verifica-se, então, que a ação do sionismo em Gaza apesenta muitas semelhanças com as da Alemanha nazista. Aliás, o atual governo alemão, já sob as signas da democracia, abraçou a causa sionista como se fosse dela, talvez, por um passado comum. Um exemplo desse passado de parceria, foi quando ocorreu, em 1933, a Conferência Sionista na cidade de Praga. Nesse evento os sionistas rejeitaram uma moção contra Hitler, ou seja, apoiaram os atos do governo nazista. Reforça-se que o povo israelita não pode ser comparado com os nazistas, embora algumas instituições do país semita se aproximem das diretrizes nazistas.

Gaza, com as devidas proporções, é o “gueto de Varsóvia”, da época da Segunda Guerra Mundial. As estratégias e as táticas conferem ao Exército sionista uma proximidade com neonazismo, porque mata de forma direta pessoas sem armas, ataca escolas, hospitais, ambulâncias e campos de refugiados, demonstrando, a todo momento, que a guerra contra o Hamas é uma farsa, porque o objetivo é matar o povo. Logo, o principal interesse do governo sionista é a conquista total do território palestino, obviamente, sem que eles estejam vivendo lá, pois todos receberam pela mídia Ocidental e pelos sionistas alcunha de terroristas. Mas, infelizmente, a “história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa” – frase de Karl Marx.

*Israel Aparecido Gonçalves é cientista político. Autor principal do artigo “HORROR AS A SPECTACLE: AN ANALYSIS OF THE CONFLICT BETWEEN HAMAS AND ISRAEL IN 2023” Disponível em: https://www.periodicojs.com.br/index.php/gei/article/view/1742/1529

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Z-Library: Vasta Coleção Livreira Digital

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Z-Library serve orgulhosamente as comunidades académica, científica e literária, ao providenciar acesso livre a mais de 14 milhões de textos a 30.000 instituições e 600.000 alunos e professores em todo o mundo.

Z-Library Continua a Apoiar Estudantes e Instituições Mundialmente

Washington, DC: Ao analisar as as zonas de domínio dos endereços de correio eletrónico dos seus utilizadores, a Z-Library conseguiu estabelecer as localizações de indivíduos utilizadores da sua plataforma – em última análise ajudando a Z-Library a melhor compreender a sua comunidade virtual.

Z-Library Vasta Coleção Livreira Digital

Este gráfico exibe estimativas conservadoras mas fiáveis do número de utilizadores por país; atualmente, há cerca de 60.000 estudantes e professores. Alguns membros optam por não aderir à plataforma com os endereços de email das suas escolas. Por conseguinte, o número total pode ser mais elevado.

É também usada por mais de 30.000 instituições académicas em todo o mundo, conforme o ilustrado neste gráfico – bem como muitos utilizadores destas instituições localizadas na China.

Z-Library Vasta Coleção Livreira Digital

(A Z-Library goza de popularidade generalizada entre um elevado número de utilizadores taiwaneses; portanto, Taiwan é exibido separadamente).

Z-Library Vasta Coleção Livreira Digital

A Z-Library deve o seu crescimento continuado à sua próspera comunidade online. A sua equipa agradece igualmente às seguintes entidades pelo seu envolvimento generoso e notável na construção da comunidade online:

O Que Podem Esperar os Utilizadores da Z-Library?

Movendo-se para além dos seus recursos digitais, a Z-Library lançou a Interlibrary (também conhecida como Global Paper Book Library). Anunciada em finais de 2023, a Z-Library lançou esta iniciativa em mais de 150 livrarias físicas denominadas de Z-Points.

Estes Z-Points estão distribuidos por 42 países em todo o mundo e servem como pontos de distribuição onde livros físicos serão armazenados, carregados digitalmente e enviados fisicamente para utilizadores. A Z-Library planeia abrir ainda mais Z-Points em todo o mundo. Em breve, os utilizadores terão também a capacidade de enviar livros para trás e para a frente através do serviço de correio postal.

A Z-Library possui uma ferramenta de registo fácil para registar livros que os seus membros queiram dar, utilizando câmaras de telemóvel.

Sobre a Z-Library

Z-Library é uma livraria online com mais de 14 milhões de livros, artigos e outras publicações disponíveis gratuitamente. A missão da Z-Library é garantir o acesso a recursos a utilizadores em todo o mundo

Contacte a Z-Library em support@z-lib.se

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Piso da enfermagem: STF mantém 44 horas semanais e regionalização para o pagamento

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Piso enfermagem STF mantém horas semanais regionalização pagamento
Imagem: Agência Brasil

Agência Brasil

Por maioria, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter as 44 horas semanais trabalhadas como referência para o pagamento do piso salarial nacional da enfermagem. E também determinou a negociação coletiva regionalizada sobre o pagamento do piso no setor privado. Os ministros encerraram às 23h59 de ontem (18) o julgamento de sete recursos sobre o assunto no plenário virtual, em que eles registram seus votos de forma remota.

Fique por dentro: Lula assina projeto que garante piso salarial de R$ 4,7 mil para a enfermagem

Ao final, prevaleceu o entendimento do ministro Dias Toffoli, que defendeu 44 horas semanais como referência. E também autorizou a redução salarial, com pagamento proporcional do piso em caso de redução de jornada.

O julgamento tem impacto sobretudo sobre o pagamento dos profissionais celetistas, que trabalham em hospitais privados. No caso de profissionais de enfermagem do setor público, o Supremo já havia validado o pagamento imediato do piso.

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No caso dos profissionais celetistas, a maioria dos ministros votou, no julgamento encerrado nesta segunda-feira, que seja realizada negociação coletiva para definir o pagamento do piso com prevalência do negociado sobre o legislado

Dissídio coletivo

A maioria dos ministros entendeu ainda que, caso as negociações coletivas não avancem, fica autorizada a abertura de dissídio coletivo – processo judicial trabalhista que visa dirimir impasses. Esta foi uma mudança em relação ao entendimento anterior. Antes, o Supremo havia entendido que, em caso do não acordo, o piso deveria ser pago na forma da lei.

Toffoli foi acompanhado pelos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Gilmar Mendes, Luiz Fux e Nunes Marques. Ficaram vencidos o relator, Luís Roberto Barroso, e os que o acompanharam, ministros Edson Fachin, Cármen Lúcia e André Mendonça. Em seu voto vencido, Barroso defendia a redução da carga horária semanal para 40 horas, bem como a nacionalização da regra, em oposição à regionalização.

Pela lei, o novo piso para enfermeiros do setor público ou privado – contratados sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) – é de R$ 4.750. Técnicos de enfermagem recebem, no mínimo, 70% desse valor (R$ 3.325) e auxiliares de enfermagem e parteiras, 50% (R$ 2.375).

Saiba mais: O que falta para que o piso salarial da enfermagem seja aprovado?

Em 2022, o pagamento do piso havia sido suspenso pelo STF devido à falta de previsão de recursos para garantir a quitação dos profissionais da rede pública, mas foi liberado em maio após o governo federal abrir crédito especial para o repasse de R$ 7,3 bilhões para estados e municípios pagarem o piso.

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Indulto de Natal de Lula exclui criminosos condenados pelos atos de 8 de janeiro

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Indulto Natal Lula exclui criminosos condenados atos janeiro
(Imagem: Ed Alves | CB)

RBA

Está em fase final a elaboração no Palácio do Planalto do texto de indulto de Natal. O decreto deve ser concluído nos próximos dias e depois publicado no Diário Oficial da União. Em 2023, o benefício vai excluir aos condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por participar dos atos terroristas de 8 de janeiro. Até o momento, o Supremo condenou 30 pessoas por atacar Brasília e os edifícios-sede dos três poderes. As penas para esses criminosos vão de três a 17 anos de prisão.

Em 2023 não serão libertados também os condenados por violência contra a mulher. O indulto natalino deste ano deve excluir ainda uma série de outros condenados, segundo a colunista do Uol Carolina Brígido: integrantes de facções criminosas e condenados por crime hediondo, organização criminosa, tortura, terrorismo, peculato, corrupção, lavagem de dinheiro, preconceito de raça ou cor, genocídio, crimes contra o sistema financeiro nacional, redução à condição análoga à escravidão e crimes previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente.

Trâmite do texto

Antes de se tornar oficial, o texto do decreto precisa ser aprovado pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), vinculado ao Ministério da Justiça, o que aconteceu nesta segunda-feira (18). A minuta é agora encaminhada ao Ministério da Justiça, ainda comandado por Flávio Dino, que faz e revisão. Depois de revisado vai à Casa Civil para o presidente da República assinar.

O decreto deverá conceder indulto coletivo a condenados com até oito anos de prisão que tenham cumprido um quarto da pena, caso não sejam reincidentes. Se forem reincidentes, precisam ter cumprido um terço.

Leia também: As lições do 8 de janeiro: sem punição forte o golpismo se fortalecerá

Na gestão de Jair Bolsonaro, o indulto de 2022 beneficiou policiais e militares que cometeram crimes culposos. O indulto bolsonarista beneficiou policiais militares considerados culpados pelo massacre do Carandiru. Em 2023, não haverá tratamento mais favorável a policiais e profissionais de segurança pública.

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O Sequestro do Voo 375: como piloto evitou tentativa de matar Sarney

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“O Sequestro do Voo 375” chegou aos cinemas com um enredo baseado em fatos reais sobre a história do que quase se tornou uma das maiores tragédias da aviação no Brasil.

O que aconteceu?

Raimundo Nonato Alves da Conceição, que estava desempregado em setembro de 1988, durante mais uma crise econômica brasileira, sequestrou um avião que partiu de Porto Velho rumo ao Rio de Janeiro. Quando partia da sua última escala, em Belo Horizonte, o sequestrador ordenou que o voo fosse para Brasília.

O objetivo de Raimundo era jogar a aeronave contra o Palácio do Planalto para matar José Sarney, o então presidente — a quem culpava pelo desemprego e problemas financeiros.

Cerca de 20 minutos após a decolagem, ele resolveu colocar seu plano em prática.Levantou-se do seu assento e foi em direção à cabine de comando. Antes de chegar à porta, o comissário de bordo Ronaldo Dias tentou impedir sua aproximação. Raimundo reagiu, dando um tiro, que pegou de raspão na orelha do comissário.

O barulho foi suficiente para que os pilotos percebessem que algo errado se passava dentro do avião e, rapidamente, trancaram a porta da cabine. O sequestrador começou a atirar contra a porta -naquela época, elas ainda não eram blindadas.

Mudança de rota e copiloto morto

Fernando Murilo de Lima e Silva, piloto do avião, conseguiu acionar o código 7500 no transponder. Esse é um código internacional usado para avisar aos órgãos de controle de tráfego aéreo de que o avião está sob “interferência ilícita”. Com o alerta, um caça Mirage da FAB (Força Aérea Brasileira) decolou da base aérea de Anápolis (GO) para acompanhar o voo.

Ainda sem saber as reais intenções do sequestrador, o comandante seguiu as orientações dele e mudou o rumo da aeronave. O controle de tráfego aéreo entrou em contato pelo rádio para confirmar a mudança de rota, sem mencionar que já havia recebido o alerta do comandante.

Sequestro Voo 375 como piloto evitou tentativa matar Sarney
Imagem: Luiz Antonio | Globo

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Quando o copiloto Salvador Evangelista se abaixou para pegar o rádio e confirmar a mudança de rota, Raimundo Nonato colocou o revólver em sua cabeça e atirou. Evangelista caiu morto sobre o manche do Boeing 737.

Avião de cabeça para baixo

Uma tática usada por Fernando para evitar o Planalto foi convencer o sequestrador que o clima estava ruim em Brasília e não conseguiria sobrevoar a região.

O piloto ainda alegou estar com pouco combustível para percorrer a distância até a capital federal. Sarney foi avisado do plano e o caça acompanhava o voo 375, enquanto Fernando conseguiu convencer Raimundo de que deveriam desviar a rota para Goiânia.

Quando o sequestrador ordenou uma nova mudança, para São Paulo, e mantinha o piloto com a arma na cabeça, Fernando fez uma manobra ousada, um “tonneau”, que consiste, de maneira simplificada, em virar o avião de cabeça para baixo e, depois, voltar à posição normal de voo.

A manobra é comum em caças, mas ninguém sabia, até então, que era possível realizar com um avião comercial. Sem sucesso em afastar Raimundo, ele mergulhou o avião em parafuso rumo ao solo. O sequestrador foi jogado para fora da cabine na manobra, dando tempo para o pouso em Goiânia.

Troca de tiros na pista

O sequestrador ainda ficou cinco horas dentro da aeronave, pedindo um avião menor para fugir.

O sequestrador desceu do Boeing 737 levando o comandante e dois comissários como reféns. Em troca de tiros, os comissários conseguiram correr para um matagal ao lado da pista. O sequestrador descarregou seu revólver na direção do comandante, que acabou atingido na perna. Outros policiais que estavam no local atiraram contra o criminoso, que foi atingido três vezes.

Raimundo foi encaminhado para o hospital após levar três tiros e morreu dias depois. A causa da morte foi descrita como um quadro infeccioso por ter anemia falciforme – uma doença genética e hereditária causada por anormalidade de hemoglobina dos glóbulos vermelhos.

No voo, Gilberto Renhe, que também trabalhava na Vasp, foi baleado na perna. Ele sobreviveu.

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Primal, quando a imaginação acessa o mundo anterior à soberania humana

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Primal quando imaginação acessa mundo anterior soberania humana

Eduardo Bonzatto*, Pragmatismo Político

A soberania humana foi engendrada a partir de certos elementos que convergiram para uma forma de imaginar a realidade a partir de um centro.

Essa imaginação promoveu uma idéia, uma ideologia que tinha por sentido centralizar no homem a faculdade única de se ancorar na razão como centro irradiador de princípios não humanos.

Claro está que tais princípios recusavam o lugar do humano-terra no ciclo vital, em que não havia hierarquia entre humanos e as outras formas de vida. Poderia haver simbiose, partilhamento, diferenças, mas não desigualdade.

A idéia de que o homem detinha a exclusividade de uma habilidade determinista que ele próprio denominou de razão, autorizava a tomada de decisão a partir desse centro que dominava toda a natureza, pois a razão o separava desta em nome de um pedestal de poder.

O centro irradiador passou de deus ao homem e deste à sua racionalidade e a partir dessa altitude imaginária, desceu à terra escalonando primeiro os homens, depois as mulheres, depois as crianças, depois os animais, depois a própria natureza, vinculando quem voluntariamente se colocava como servidor esperando sua vez de dominar e oprimindo os seres que não articulavam pela força organizada que refazia o mundo à sua imagem e semelhança.

Mas essa história precisa ser encarada em sua própria historicidade, qual seja, que o momento da centralização inventou uma história que promovia uma ruptura na natureza e jogava para traz no tempo de origem exatamente a mesma ideologia, de que o homem sempre foi o soberano no planeta, sempre oprimindo ou se responsabilizando pela evolução que lhe era cabido pela razão. Pois para os ideólogos dessa primeira usurpação, a razão sempre estivera na mente do homem, distinguindo-o de outras espécies vivas.

Primal é uma série animada da televisão americana criada por Genndy Tartakovisky e apresentada a partir de 2019, contendo três temporadas, mostrando Spear e Fang na luta pela sobrevivência num mundo pré-histórico repleto de criaturas mortais.

O núcleo da série gira em torno de dois personagens, Spear, um neandertal cuja parceira e filhos foram devorados por um grupo de tiranossauros vermelhos com chifres. Em sua busca por superação da perda, o homem encontra outra família de tiranossauros verde-azulados, cuja fêmea, Fang, foi atacada pelos mesmos tiranossauros que devoraram a família de Spear, que também devoram os filhos de Fang. Estas duas criaturas improváveis se aproximam pela perda comum, encontrando um profundo vínculo que representará uma união sem que nada indique a superioridade de um sobre o outro, apenas a conexão isonômica que oferece respeito, proteção, partilhamento.

Uma serie de histórias mudas que enaltece o que os aproxima e não o que os separa. Sem uma palavra trocada, sabem o que precisam na teia gestual da convivência.

Qualquer um que já conviveu respeitosamente com um animal ou com uma planta entende a necessidade apenas pelos gestos proximais.
Essa imaginação é suficiente para derrubar a torre de babel em que transformou a modernidade colonizadora, operando a partir da mente e que, se suprimida da relação, promove imediatamente conexões virtuosas para uma forma de autonomia plena no interior da convivência.

Claro que para essa discussão acerca da soberania humana fundamentada na racionalidade carecemos de uma definição para inteligência.
A ideologia da modernidade considerou que a privatização do conhecimento socialmente produzido por um determinado grupo lhes garantiria um lugar de superioridade em relação não só aos outros seres vivos, mas principalmente em relação aos outros humanos diferentes que foram paulatinamente habitando os lugares mais baixos da hierarquia social.

Mas essa forma de inteligência é apenas uma, fundamentada pelo conhecimento, um artefato de produção de discursos e de hegemonia que opera sempre a partir do centro.

Einstein já havia considerado que sinal de inteligência não é conhecimento, mas imaginação. A partir dessa premissa, poderíamos identificar inúmeras formas de inteligência espalhadas por todos os seres vivos. No caso específico de Primal, a inteligência exercida opera a partir da convivência. Chamamos essa inteligência de comunal, que atualmente chamamos de complexidade, cujo significado é fazer juntos. Todas as soluções para problemas e contingências são realizadas sem um único discurso, apenas pela ação da convivência. Basta um olhar e os dois seres se confundem na reação e avançam, destemidos, para eliminar o problema.

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Os seres admitem inteligências diversas tantas quantas necessitem para enfrentar os problemas e adversidades que lhes advêm. Não há primazia para que a habilidade da inteligência, que é em si celular, é emergente, é uma solicitação do corpo vivo de uma humanidade compartilhada, operando a partir do interior mais virtuoso do corpo, sem nenhuma necessidade de domínio ou de expressão.

Em Primal, quando entendemos a conexão entre seres diferentes sem nenhuma necessidade de explicação, também entendemos que fomos jogados no mesmo círculo virtuoso da compreensão sem autoridade, sem superioridade alguma e sem poder.

Por isso separo estrategicamente a palavra relação da palavra conexão. A relação só é possível num mundo colonial, em que os seres estão sujeitos aos abusos do poder central. A realidade da vida vivida é outra. As conexões são ocasionais e estão disponíveis a cada ser, tenha ele o tamanho que tiver, a esperteza que acha que garantiu ou a perfeita sensação de que a diferença jamais pode ser confundida com a desigualdade.

Na separação homem-natureza, a resultante foi a submissão da última em relação ao primeiro. Mas na realidade, essa separação é apenas ideologia, ainda que a força dessa ideologia tenha cooptado muitos humanos que se sentiram superiores ao resto do mundo.

O encontro respeitoso com o outro, seja ele quem for, é o encontro entre diferenças apenas. Entre eu e uma formiga há apenas a diferença que podemos, eu e ela, considerar e nada mais. E quem determina o meu lugar no mundo sou eu, exclusivamente. Isso tem implicações importantes, pois posso recusar simplesmente a soberania e me transformar naquilo que sempre fui, um humano-terra que vive entre humanos-terra, em suas formas humanas, animais, vegetais ou microscópicas. Essa é a única determinação que posso considerar, a que diz respeito exclusivamente a mim mesmo.

Fui jogado na colonização e fizeram comigo o que bem entenderam, pautados na idéia de que eu não poderia reagir, que assumiria a posição indigna do colonizador do outro, mas recusei esse papel, pois estou ligado aos vivos e não aos mortos que ostentam orgulhosamente suas insígnias de poder e vaidade.

A vida é uma vibração que só pode ser vivida com o livramento das armaduras do poder colonial, com o abraço aos vivos sem suas formas diversas e com a percepção do nosso tamanho no universo.

*Eduardo Bonzatto é professor da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) escritor e compositor

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Entenda por que uso de ar-condicionado sem manutenção causa incêndios

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Entenda por que uso ar-condicionado sem manutenção causa incêndios
Imagem: Pixabay

Cristina Indio do Brasil, Agência Brasil

O verão, com temperaturas chegando a recordes com as ondas de calor, faz aumentar o consumo de energia, e em boa parte o motivo está no uso de aparelho de ar-condicionado ou de ventiladores. O manuseio desses equipamentos, no entanto, exige cuidados para evitar incêndios que podem ser provocados pelo excesso de carga elétrica. Uma importante recomendação é verificar se o imóvel tem capacidade elétrica para suportar os equipamentos, principalmente o ar-condicionado, que consome mais energia.

O professor de Engenharia Elétrica do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ) Edson Watanabe explica que nos imóveis de construções antigas a preocupação maior era com a iluminação e a preparação para receber poucos aparelhos, bem diferente da atualidade, em que cada vez mais aumenta a quantidade de eletrônicos em um mesmo imóvel, e que ainda exigem maior carga de energia. “Tem muitos lugares com microondas, air fryer, fogão de indução magnética. Quem vai aumentando estas cargas têm que tomar cuidado”, alertou em entrevista à Agência Brasil.

Watanabe revelou que pediu a uma turma de alunos que verificasse se as instalações estavam corretas em suas casas, e a metade relatou problemas. “Quando um vai tomar banho outro não pode ligar o ar-condicionado, porque um vai derrubar o outro”, disse se referindo a falta de capacidade elétrica do imóvel para suportar uma carga maior de consumo ao mesmo tempo.

“A dica principal é contratar um profissional da elétrica para conferir se o quadro de energia da sua casa está compatível na dimensão, se suporta realmente o aumento de equipamentos como o ar-condicionado”, recomenda o porta-voz do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, major Fábio Contreiras.

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O curto circuito que costuma ser vilão em alguns casos de incêndios, segundo o professor, é uma ocorrência rara e normalmente quando acontece os disjuntores costumam proteger o local desligando o sistema. “É raro isso não acontecer, ou seja, a proteção não funcionar. Curto circuito não é o problema, o que acontece é que em muitos lugares a instalação é antiga e foi feita em uma época em que o ar-condicionado era raro. Tinha previsão de ar-condicionado em dois lugares, na sala e um quarto, o resto não tinha. Esse é o primeiro ponto. O outro é que o condutor, o fio, tem que ter capacidade de aguentar o aparelho de ar-condicionado que é totalmente diferente de lâmpadas e mesmo os ventiladores, que em geral têm o consumo bem pequeno comparado ao ar-condicionado”, explicou.

O longo período em que os aparelhos ficam desligados merece cuidados quando entram novamente em uso. De acordo com o professor Watanabe, no caso de ar-condicionado residencial de 12 mil btu o consumo pode crescer 10 a 20 vezes na comparação com o ventilador. “O problema é que em alguns casos os fios não estão preparados para isso. A tomada também é um risco por ficar muito tempo espetada no ponto elétrico sem o uso do aparelho”, alertou.

“Isso pode resultar em mal contato se só for utilizado no ano seguinte. O mau contato é muito ruim porque, em geral, não se nota. Quando tem o mal contato, a tomada começa a esquentar, em alguns casos derrete e pega fogo. Isso é bastante comum. O bom é tirar a tomada quando não está usando o aparelho”, recomendou, acrescentando que é importante também manter a limpeza da tomada.

Outra recomendação é não instalar o ponto elétrico próximo do chão e perto de materiais inflamáveis, o que também pode causar incêndios. “Está pedindo para pegar fogo. É melhor não ajudar”, ironizou, sugerindo ainda que a pessoa veja depois de uma hora de funcionamento do aparelho se a tomada está aquecendo.

“Se estiver quente chama um eletricista e pede para ele revisar o circuito. Se o disjuntor estiver desarmando sozinho, também tem problema. É bom conferir se o fio está na dimensão correta. Se não estiver, e ele pegar fogo, o prejuízo é muito grande”.

Além de uma manutenção anual feita por um profissional especialista em ar-condicionado, o professor lembra que é bom também manter o filtro do aparelho limpo, mas nesse caso é por uma questão de saúde por causa do acúmulo de poeira. “Fica lá juntando poeira o ano inteiro e quando liga vai tudo para o espaço e para cima da gente”.

O professor Watanabe lembrou que os aparelhos mais modernos, os inverter, têm um sistema diferente. “É um pouco mais caro, mas em geral não têm pico de partida, são mais suaves, controlados eletronicamente e mais eficientes. Teoricamente são melhores”.

Outro perigo destacado pelo porta-voz dos bombeiros é o de ligar vários aparelhos no adaptador de tomada benjamin ou em um filtro sem fusível. “Esses adaptadores não são legalizados, não são regulamentados. O único meio de usar vários equipamentos em uma mesma tomada é usando um filtro de linha, aprovado pelo Inmetro, com um fusível disjuntor, que em caso de sobrecarga vai desligar toda a energia. Se precisar ligar diversos equipamentos em uma mesma tomada por necessidade da sua casa é fundamental ter o filtro de linha e não usar improvisos como adaptador de tomada benjamin, por exemplo”, indicou.

Para o professor Watanabe, os riscos ocorrem por falta de conhecimento.“O bom seria que a população soubesse um pouquinho de eletricidade. As tomadas normais de casa têm dois tipos. Uma delas tem 10 amperes. Se ligar um carregador de celular está muito abaixo de 1 ampere, mas se colocar mais de quatro ventiladores pode ser problema. O ar-condicionado não tem jeito. Tem que ser só ele e não ter nada pendurado com o ar-condicionado, que em geral é em 20 amperes”, disse.

Em mais uma recomendação para evitar acidentes, o major Contreiras destacou que ao comprar um equipamento é necessário observar a voltagem e a amperagem de cada um. Caso o imóvel não tenha a capacidade é preciso chamar o eletricista para fazer a conversão no quadro de energia. “É um ponto importante. Muitas vezes a pessoa quer botar um equipamento de 20 amperes em uma tomada de 10. Isso pode dar sobrecarga e pode incendiar por não conseguir suportar a temperatura”, explicou.

O porta-voz do Corpo de Bombeiros informou que grande parte dos atendimentos feitos pelos bombeiros no país tem causas elétricas provocadas por sobrecarga, curto circuito por defeito no equipamento e contato imperfeito que ocorre nas tomadas que soltam faíscas. “Em contato com uma cortina, um lençol, uma cama isso pode se incendiar rapidamente. São as três causas mais comuns nos incêndios”, alertou.

O major disse que em casos de incêndios por causa elétrica a principal recomendação é que a pessoa não tente apagar imediatamente com um copo ou com balde de água, por exemplo. “A gente sabe que a corrente elétrica passa muito pela água e a pessoa vai tomar um choque e pode até morrer. A primeira coisa a fazer é desligar a rede elétrica da casa para deixar de alimentar o fogo. Quando desliga o disjuntor ou a chave geral, onde quer que esteja, já ajuda a evitar que o incêndio ganhe proporção”, recomendou.

Se o imóvel tiver um extintor de incêndio, também pode ser usado para combater o fogo, desde que seja o equipamento apropriado. “Em geral no mercado são dois tipos de extintores que se usa. O de gás carbônico ou o que pó químico seco. São os dois que podem apagar um incêndio como esse, mas se não tem nada o mais importante é sair de casa, tirar as pessoas com segurança e chamar o Corpo de Bombeiros pelo número 193 para que a gente possa realmente fazer esse atendimento”, explica, destacando que caso a pessoa consiga afastar o eletrônico que está em chamas, como um ferro de passar, e levá-lo para fora de casa é importante para evitar a propagação do incêndio.

“Para fazer isso é importante também ter muito cuidado para não se expor ao fogo. Em regra geral é sempre recomendável chamar o Corpo de Bombeiros para fazer o combate e jamais usar água”, reforçou.

Baterias

Outro cuidado apontado pelo porta-voz do Corpo de Bombeiros é com equipamentos portáteis carregados por bateria. Geralmente, baterias extras de celular, de veículos novos, motos elétricas.

“Todas as baterias a base de íon de lítio, em situações de ondas de calor, são perigosas, porque esses equipamentos se forem expostos a altas temperaturas, por exemplo, dentro de um veículo trancado com muito sol em dia de muito calor, elas podem se danificar e em alguns casos mais extremos podem até se incendiar. A recomendação que a gente sempre dá é nunca deixar baterias e equipamentos específicos dentro de veículos fechados ou dentro de casa. Devem ficar sempre em locais ventilados, bem arejados, longe do sol também. Então muito cuidado com equipamentos elétricos em dias de muito calor. Apesar deles estarem preparados para suportarem altas temperaturas é sempre bom ter a prevenção”, observou.

Meteorologia

O verão, que começou à 0h27 do dia 22 de dezembro, e termina à 0h06 do dia 20 de março, promete temperaturas elevadas, mas também, segundo a meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Andrea Ramos, é uma estação chuvosa. “O verão é a estação mais chuvosa quando comparada às outras e tem umas irregularidades em forma de temporal com muitas pancadas de chuva, trovoadas e rajadas de vento, até porque está muito quente. O El Niño está gerando essas irregularidades ainda”, informou à Agência Brasil.

Em 2023, o Brasil enfrentou nove ondas de calor, sendo a última entre 14 e 17 de dezembro. Para ser motivo de aviso a onda de calor precisa ter a temperatura máxima acima de 5 graus em relação à climatologia que representa a série histórica desde o começo das medições de temperaturas, além de um período, de pelo menos, 4 dias consecutivos. A razão para as ondas de calor foi o fenômeno climático El Niño, que seguirá provocando impactos nos valores das temperaturas em janeiro.

“A partir de fevereiro deve diminuir um pouco a intensidade do calor, mas ainda assim vai persistir, pelo menos, até outubro de 2024”, apontou Andrea Ramos, que não descartou a possibilidade de uma nova onda de calor em janeiro.

De acordo com a meteorologista, a previsão do clima consenso entre o Inmet, o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cpetec) e a Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme) indica o prognóstico para janeiro e fevereiro de chuva na média nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e em parte de Minas Gerais, enquanto que no Nordeste e no Norte do país fica abaixo da média e no Sul ficará acima da média.

“Segundo a Organização Meteorológica Mundial, estamos vivenciando desde agosto os meses mais quentes desde o início das nossas medições. Isso é fato aqui no Brasil e de forma mundial. Com certeza 2023 vai ser o ano mais quente registrado, superando 2016, que foi também um ano considerado de super El Niño”, disse Andrea Ramos.

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PROPÓSITO

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Eduardo Bonzatto*, Pragmatismo Político

Para o pensamento de esquerda em sua versão atual, a melhoria do mundo depende do indivíduo.
Misturando religiosidade marxiana com policromias indianas ancestrais, o pensador projeta no futuro ações do presente como uma relação causal e caudal que terá efeitos do futuro.
A emissão de atitudes coletivas se tornou um mantra a justificar o presente.
A mais recente formulação está num curso oferecido como pós-graduação para a melhoria global e individual que precisa ser estudada para se confirmar no futuro.
Vamos à teoria:
“Há um bom tempo que a felicidade vem sendo estudado por diferentes campos do conhecimento, como a psicologia positiva e a neurociência. São muitas as vertentes desse conhecimento, mas um entendimento ao qual se chegou é que a felicidade tem duas dimensões: uma individual e outra coletiva.
A felicidade individual possui três estágios. O primeiro é o estágio do prazer positivo, é quando nos reconectamos com as coisas que gostamos de fazer e nos fazem bem. Dançar, desenhar, estar na natureza, ver um pôr-do-sol e assim por diante.
O segundo estágio é quando conseguimos ancorar a nossa consciência do dia a dia em emoções mais elevadas, como a alegria e a aceitação. Esse estágio permite que possamos atravessar os altos e baixos da vida com mais equanimidade.
Já o terceiro estágio é aquele em que experimentamos que a vida faz sentido, é um preenchimento interno que nos motiva a acordar todos os dias com disposição. E o que nos traz isso é o afinamento com a nossa verdadeira natureza, com o nosso propósito de vida, que é também o programa da nossa alma, aquilo que viemos fazer neste mundo.
E veja que interessante: é esse terceiro estágio da felicidade individual, o do propósito, que nos permite começar a colocar em prática a nossa visão de como o mundo pode ser um lugar um pouco melhor. Para alguns, isso vem através de uma nova educação, uma nova forma de viver em cidades, de se alimentar, e assim por diante. E, quando conseguimos colocar nosso propósito em movimento, começamos a trabalhar pela dimensão coletiva da felicidade, que é criar uma sociedade com condições para que todos possam florescer.
Por isso, o propósito é o estágio mais elevado da felicidade humana. Faz sentido para você?
Se sim, te convidamos a conhecer a nossa pós-graduação em Cultura de Propósito e Negócios Regenerativos”.
Nesse curso estamos na zona proximal do futuro, considerando ações no presente que poderão encontrar ressonância no futuro e na sociedade.
Entendendo o princípio do pensamento de esquerda como um emanador de ações para o futuro, o propósito se coaduna com sua finalidade e projeta dimensões de cálculo e soluções coloniais, pois exige que o sujeito modifique sua atitude em benefício do outro e do mundo. E para isso deve aprender num curso de pós-graduação. O ensinar está na prática colonial como o vento está para a andorinha.
O propósito pode ser um enorme horizonte não para o futuro, como imaginam os professores do propósito, mas para o instante, para o presente da vida daquele que se investe do propósito, erigindo horizontes polimórficos que navegam em ondas de caos, imprevisíveis e estimulantes.
Num sentido de desmobilizar o império cognitivo, fornalha colonizadora, o propósito não precisa ser apreendido, pois nasce dentro de nós.

Leia aqui todos os textos de Eduardo Bonzatto

Se entendemos que o império cognitivo nutre a hierarquia e a desigualdade entre os seres, numa mônada elementar que nega a diferença colocando cada um na posição de desumanidade em relação ao outro, podemos também negar essa naturalização em busca da igualdade inalcançável por um sentimento que já carregamos em nossos genes humanos-terra, sem a soberania humana e no encontro com todos os outros seres vivos, independente de sua condição específica. E esse encontro não se coloca nem como superior ou inferior, mas está na mesma humanidade compartilhada, em que tudo que vive é teu próximo.
A propósito, esse sentimento já convive com as narrativas salvacionistas em prol de um mundo melhor, mas ao contrário dessas mesmas narrativas, o sentimento é uma presença, um instante sem supervisão, sem professor e sem boas intenções.
Se paramos para ouvir esse sentimento, ele está a nos dizer que nosso único propósito é servir o nosso próximo.
O fluxo desse sentimento existe para servir ao outro, seja esse outro quem for, sem nenhuma necessidade de melhorar o mundo ou de esperar reciprocidade. É um sentimento vocacional, que há milênios flui por nós, por cada um, que não foi eliminado ou expurgado com a colonização e nos liga a tudo que vive, a despeito das teorias que alimentam o futuro.
Esse é o propósito da vida, de uma vida boa, que é suficiente e necessário para tornar o nosso mundo melhor, ainda que apenas quem se vale do propósito sinta essa dimensão.
Antes da colonização, quando ainda vivíamos como humanos-terra, ou seja, como seres humanos-terra entre humanos-terra, antes que a modernidade nos individualizasse elevando nossa soberania acima da natureza pautados numa razão que só parecia razoável, mas que de fato era apenas o engodo em que os portões do inferno se alargavam sem limites e que agora, passados mais de quinhentos anos podemos sentir claramente como derrocada, pois nossa separação da natureza pautados na racionalidade é apenas um engano lamentável, insistimos em salvar o mundo de nós mesmos, da destruição que cada um de nós impõe com nossos hábitos e nossa razão e que aos pensadores de esquerda, os salvacionistas mais heroicos, cabe a tarefa de ensinar o caminho aos demais, cuja razão se resume aos hábitos inatos da colonização.
Ao propósito de servir o próximo nada falta, pois esse serviço depende exclusivamente daquele que sente e ao sentir emana duas condições fundamentais do servir. A primeira, emana alegria, que é o sentimento de que nada nos falta. A segunda emana felicidade, que é saber que com o servir, nunca estamos sós, mas estamos ligados infinitamente a todos os fluxos vitais em que as conexões estão vibrando num nível complexo muito abaixo das relações sociais geradas pelas teorias coloniais salvacionistas.
O propósito nos faz viver em plenitude, pois nasce dentro de nós e nos preenche completamente, devotando ao outro completo respeito pela sua forma, servindo de modo incondicional com nossa atenção, cuidado e reverência, seja ele um humano, um animal, um vegetal, um fungo.
Na zona isomórfica em que passamos a habitar, não existem seres desiguais, apenas diferenças que sem esforço aceitamos, sem julgamentos, sem resiliências, sem ofensas, sem teorias.
Com o abraço da complexidade, o propósito abrange o mundo todo com o fluxo do sentimento, sem ensinamento, sem sacrifício, sem futuro, exatamente agora, pois tudo que precisamos já está em nós, fluindo, espalhando energia por onde caminhamos, ao encontro de outras energias que estão também próximas de nós, aguardando nosso abraço.

*Eduardo Bonzatto é professor da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) escritor e compositor

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ASHLEY WOOD: A IMPLOSÃO DA IMAGEM

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Eduardo Bonzatto*, Pragmatismo Político

Iconografia, imagética, artes visuais, depois de mais de quarenta anos na busca por alguma definição da imagem, posso garantir que não há limite capaz de tanger o artista.
Se existe um caminho de exaltação da imagem à semelhança de arte rumo ao céu, também há um caminho de danação rumo ao inferno. Se o primeiro caminho busca alguma forma de mimese, o segundo captura as escuridões da alma, em que as sombras dançam feéricas.
Se o primeiro caminho expressa a explosão da luz, o segundo caminha para sua implosão, como imaginamos um buraco negro no firmamento.
As histórias em quadrinhos são por excelência a linguagem da experimentação, considerando sua vulgarização.
Só mais recentemente os avaliadores da estética encontraram ali um nicho de pesquisas. Mas os consumidores veem há muito esfurigando as páginas em busca das surpreendentes possibilidades do sentimento fora, portanto, do lugar avaliador do pensamento.
Esse sentido, Bill Sienkievicz e Dave Mckean desceram aos portões do inferno visual para trazer ao gênero a perturbação que é o encantamento pela sombra.
Mas aquele que mais profundo foi se chama Ashley Wood, um australiano radical com alma de javali.
De todas as suas obras, considero duas para esse artigo. Zumbis vs Robôs e HellSpawn. A primeira com roteiros de Chris Ryall e a segunda de Brian Micheal Bendis e Steve Niles.
Confesso que escrever sobre arte é um tanto bobo e inútil, pois nenhuma palavra seria necessária para sequer se aproximar da descrição visual puramente dada.
Mas a questão aqui nem é descrever a arte de Ashlei Wood, mas tentar em vão delinear as formas e a espessura da sombra.
As massas sombrias cujas camadas dão um sentimento de medo ou repulsa, as ínfimas luzes que se bem aplicadas revelam tormentos e delírios, essa espécie de som que devem emanar de placas tectônicas a todo instante e que são inaudíveis, exceto quando explodem, cada um desses detalhes tornam a arte de Wood um convite para que possamos expectar o caos.
Agora, imagine tecer uma narrativa gráfica com esses elementos ancestrais, como devem se comportar aqueles que têm o privilégio de testemunhar tamanha ousadia.

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Ninguém é melhor que Wood para estabelecer uma sugestão do monstruoso universo subterrâneo. Se H. P. Lovecraft fez isso na escrita, Wood faz na imagem e com a imagem.
E a sugestão é que nesse universo, os seres não são mais humanos, são bólidos cósmicos de matéria escura, são rupturas na ordem cósmica para além dos universos conhecidos que habitam os subterrâneos escuros da mente. Onde não há mais nenhuma narrativa, apenas sentimentos. E esses sentimentos, que desprezam o conforto moral, fluem rumo ao desconhecido como que saltando para o abismo em que a escuridão é ainda mais espessa.
As imagens estão presentes na nossa vida de um modo avassalador. É por elas que aprendemos e mesmo quando tomamos a imagem como ícone, não é suficiente para impedir nossa jornada. Mas para além das manifestações visuais da imagem, sua multiplicidade é capaz de gerar espessuras que atingem o sentimento, ultrapassando as limitações visuais. As imagens dialogam com o corpo, numa fusão que não existe explicação plausível para o entendimento.
Em HellSpawn, Ashley Wood mergulha bem fundo no inferno de Spawn, até que possamos sentir a fúria que habita seus olhos de fogo. E a peculiar ambiguidade desse personagem, cuja escolha opera entre servir ao inferno e lutar contra o poder, mesmo que em nenhum desses casos sua alma irá repousar. As chamas que moldaram seu corpo, queimam continuamente.
Ele é a própria escuridão em luta com a escuridão do inferno e com a escuridão do poder. É o sem paz.
Todos esses artistas são fieis seguidores daquele que melhor interpretou visualmente o terror cósmico, Alberto Breccia inovou em mesclar diversas técnicas, que necessitaram até da invenção de lâminas e apoios para suas texturas.
No caso de Ashley Wood, acrescentou pintura a óleo e arte digital ao arcabouço de seus antecessores. A convivência de elementos distintos, como aço enferrujado, corpos femininos translúcidos, batons vermelhos, caninos brancos conferem à sua arte uma atmosfera de pesadelos não familiares, como se adentrássemos pela porta lateral do sonho.
De modo geral, temos uma cultura visual muito restrita aos enunciadores absolutistas de significados, o que implica em que artistas como esses não seja muito popular nos quadrinhos, por oferecerem alternativas estranhas e incomuns para um universo de linguagem que se popularizou pelo imediatismo.
Mas ainda que restritos, para apreciadores consumidores do estranho, é um prato cheio que nos permite mergulhos profundos em nós mesmos, em nossa ancestral devoção à sombra, aos habitantes das profundezas e da noite morfológica que ainda não desapareceu soterrada pela modernidade.

*Eduardo Bonzatto é professor da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) escritor e compositor

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O post ASHLEY WOOD: A IMPLOSÃO DA IMAGEM apareceu primeiro em Pragmatismo Político.

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