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Felipe Neto rebate ataque de Ratinho: “Limitação dos apoiadores de Bolsonaro é gritante”

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Felipe Neto rebate ataque Ratinho Limitação apoiadores Bolsonaro gritante
(Imagens: reprodução)

O youtuber Felipe Neto rebateu o comentário feito por Ratinho de que Felipe “deveria morar uns anos na Venezuela” por defender posicionamentos do espectro político da esquerda.

Na última quarta, na rádio Massa FM, Ratinho disse que o empresário defendia o país e que “o tal de Felipe Neto deveria morar uns anos na Venezuela“.

Crítico do governo Bolsonaro e de seus apoiadores, Felipe Neto rebateu dizendo que isso era estratégia dos simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

O apresentador Ratinho disse que eu tenho que ir morar na Venezuela. A limitação intelectual de apoiadores do Bolsonaro é gritante, mas isso é método. Vão voltar a falar da grande ameaça comunista e que o Brasil vai virar Venezuela se Bolsonaro perder. Burros, mas organizados”, escreveu Felipe.

Ratinho citou no programa “Turma do Ratinho”, na Massa FM, no dia 4 de maio que a situação da Argentina é preocupante e que os argentinos “estão passando fome porque entrou um timinho da esquerda que não vai“, se referindo ao governo de Alberto Fernández.

Os números sobre a pobreza na Argentina vêm crescendo desde 2017, durante a gestão de Mauricio Macri. Os dados do Indec — equivalente ao IBGE — mostram que hoje ela atinge 42% dos argentinos.

Com a pandemia, o desemprego também aumentou no país afetando 11% da população.

O apresentador ainda alegou que a CPI da Covid é “tentativa de travar, mais uma vez, o governo federal — a CPI foi instaurada para apurar irregularidades da gestão durante a pandemia de coronavírus, que já vitimou 444 mil brasileiros.

Querem complicar a vida do Bolsonaro para voltar essa me… da esquerda no poder de novo”

Na CPI, gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, confirmou três ofertas ignoradas de vacinas contra a covid-19 pelo governo brasileiro em agosto do ano passado e o envio de uma carta da farmacêutica ao presidente Jair Bolsonaro e outras autoridades com o objetivo de acelerar a negociação dos imunizantes.

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O documento ficou dois meses sem respostas.

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Bolsonaro chama Flávio Dino de ‘gordinho ditador’ e diz que libertará Maranhão do ‘comunismo’

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Bolsonaro chama Flávio Dino gordinho ditador libertará Maranhão comunismo
Tarcisio Freitas e Jair Bolsonaro em evento no Maranhão

Marina Oliveira, Congresso em Foco

Em alusão a um dos seus maiores opositores, o governador do Maranhão, Flávio Dino, Jair Bolsonaro questionou a população de Açailândia, há mais de 500 quilômetros de São Luis, sobre quem era o “gordinho ditador” do estado.

Lá na Coreia do Sul é uma ditadura, o ditador não é um gordinho?”, perguntou.

O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, chegou a corrigir o presidente, lembrando que a Coreia do Norte é quem tem o regime fechado, mas Bolsonaro continuou. “Na Venezuela também é uma ditadura, não tem um gordinho lá que é ditador? E quem é o gordinho ditador aqui no Maranhão”, completou.

Bolsonaro passou a palavra ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, em meio à aplausos e gritos da população: “Vai, Tarcísio”.

A comitiva do governo federal esteve no Maranhão na sexta-feira (21) para a cerimônia de entrega de títulos de propriedade rural. O vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos), acompanha o presidente na viagem.

Flávio Dino rebateu a fala de Jair Bolsonaro e disse: “Não tenho tempo para molecagens, cercadinhos e passeios com dinheiro público.”

Em visita ao interior do Piauí na última quinta (20), o ministro das Comunicações, Fábio Faria, saudou a presença do filho do presidente. ”Eles sabem que Carlos Bolsonaro foi responsável pela eleição de Jair Bolsonaro. Apareça, Carluxo”, disse.

O filho do presidente abraçou o ministro no palco, que continuou: “Não fique no Rio não, fique ao lado de seu pai, em Brasília“. A fala de Fábio se deu enquanto criticava a condução da CPI da Covid.

Saiba mais: “Apareça, Carluxo”, suplica Fabio Faria em discurso constrangedor

Sabe o que a gente está vendo na CPI? Que o filho não pode ficar perto do pai. Se tiver alguma reunião ou almoço do Bolsonaro, e algum filho tiver perto, é crime, general Heleno. Quero ver se o senador Renan [Calheiros] não conversa com o filho dele em Alagoas. Quero saber se os senadores que estão na CPI não conversam com seus filhos”, declarou.

Durante sessão da comissão do último dia 20, o senador Marcos Rogério (DEM-RO) exibiu um vídeo de governadores do Consórcio Nordeste – incluindo Flávio Dino – e do governador João Doria (PSDB), de São Paulo, defendendo uso da hidroxicloroquina de acordo com recomendação médica.

Leia também: Irritado com CPI da Covid, Carlos Bolsonaro divulga fake news sobre Flávio Dino

O vídeo, fora de contexto, era do início da pandemia, quando ainda não havia contraindicação do uso do medicamento para casos de covid-19.

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Confira onde será o ato contra Bolsonaro no dia 29 em sua cidade

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Confira onde será ato contra Bolsonaro dia hora sua cidade genocida
(Imagem: Mídia Ninja)

Mesmo em meio à pandemia da Covid-19, organizações de esquerda e partidos políticos de oposição estão organizando manifestações nacionais contra Jair Bolsonaro (sem partido) para o próximo sábado, 29, pouco menos de uma semana depois de o presidente ter participado de um ato em seu apoio com motociclistas no Rio de Janeiro.

Saiba mais: Manifestação contra Bolsonaro é convocada para o dia 29 de maio

Sob a justificativa de que não dá mais para esperar, grupos encararam o risco de promover aglomerações.

A promessa é de obediência aos protocolos científicos, com obrigatoriedade do uso de máscaras (que também serão distribuídas), oferta de álcool em gel e distanciamento entre as pessoas.

Uma das preocupações é diferenciar os atos da esquerda daqueles promovidos por apoiadores de Bolsonaro, que muitas vezes atraem pessoas sem a devida proteção para evitar o contágio, como tem ocorrido, inclusive com a participação do presidente.

Confira onde e qual horário será o ato contra Bolsonaro em sua cidade

Centro-Oeste
DF – Brasília – Teatro Nacional | 9h
GO – Goiânia – Praça Cívica | 9h
MS – Campo Grande – em frente a UFMS | 8h
MS – Dourados – 9h
MS – Três Lagoas – 9h
MT – Cuiabá – Praça Alencastro | 15h

Nordeste
AL – Maceió – Praça dos Martírios | 9h
BA – Salvador – Largo do Campo Grande | 10h
CE – Fortaleza – Carreata Arena Castelão | 15h
CE – Fortaleza – Praça da Gentilandia | 15h30
CE – Juazeiro do Norte – Praça da Prefeitura | 8h
MA – São Luís – Praça Deodoro | 16H
PB – João Pessoa – Carreata Praça da Independência
(até Parque da Lagoa) | 09h
PB – Patos – Correios | 8h
PE – Recife – Praça do Derby | 9 h
PI – Teresina – Praça Rio Branco | 8h
RN – Natal – Em frente ao Midway Mall | 15h
SE – Aracaju – Praça de Eventos entre os Mercados | 8h

Norte
AM – Manaus – Praça da Saudade | 16h
PA – Belém – Praça da República | 8h
PA – Santarém – Praça de Eventos | 17h30
TO – Palmas – Av. Juscelino Kubitschek – em frente ao Palácio Araguaia | 9h

Sudeste
ES – Vitória – UFES | 15h
MG – Barbacena – Praça da Matriz | 10h
MG – Belo Horizonte – Praça da Liberdade | 10H
MG – Caratinga – Praça da Estação | 15 H
MG – Governador Valadares – Praça dos Pioneiros | 9h
MG – Juiz de Fora – Parque Halfeld | 10h30
MG – Uberaba – Praça Rui Barbosa | 11h
MG – Uberlândia – Praça Ismene Mendes | 10h
MG – Viçosa – 4 Pilastras | 9h30
RJ – Rio de Janeiro – Monumento Zumbi dos Palmares | 10h
RJ – Campos – Praça São Salvador | 10h
SP – Assis – Em frente ao Homem de Lata (Av. Rui Barbosa) | 10h
SP – Campinas – Largo do Rosário | 10h
SP – Ilha Bela – Praça da Mangueira (em frente ao colégio ACEI) | 9h
SP – Ribeirão Preto – Esplanada do Teatro Pedro II | 10h
SP – Santos – UNIFESP | 15h
SP – Santos – Estação Cidadania | 16h
SP – São Bernardo do Campo – Paço Municipal de SBC | 10h
SP – São José dos Campos – Rodovia Carvalho Pinto | 9h
SP – São Paulo – MASP | 16h
SP – Taubaté – Praça Dom Epaminondas | 10h

Sul
PR – Cascavel – Calçadão Av. Brasil | 10h
PR – Curitiba – Praça Santos Andrade | 16h
PR – Ponta Grossa – Praça Barão de Guaraúna | 16h
PR – Maringá – Praça Raposo Tavares | 10h
SC – Florianópolis – Largo da Alfândega | 10h
RS – Passo Fundo – Praça da Mãe | 8h
RS – Porto Alegre – Prefeitura | 15h

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Atriz pornô internacional ironiza senador bolsonarista após ser citada em CPI

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O senador governista Luís Carlos Heinze (PP-RS), último a usar a palavra durante a CPI da Covid nesta terça-feira (25), reproduziu uma notícia relacionando o coronavírus e uma cientista que, supostamente, seria atriz de filmes adultos.

Ao fazer uma das interpelações durante depoimento da secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, ele disse que uma atriz estava por trás de estudos para desacreditar o uso de cloroquina no tratamento da Covid-19. A comunidade científica em peso rejeita a ideia.

Pesquisa da The Lancet, fraudulenta. Escutem o que eu vou dizer: essa fraude, que envolvia uma companhia de fachada chamada Surgisphere, alegava ter registro de 671 hospitais, que misteriosamente pediam para permanecer anônimos, e alegava que o tratamento com hidroxicloroquina teria matado pacientes do covid“, disse o senador diante dos pares.

O progressista seguiu até chegar ao centro da pretendida argumentação: “Pesquisadores começaram a investigar e descobriram que a gerente de vendas da Surgisphere era, pasmem, senhoras deputadas que estão aqui, senhores senadores, a gerente de vendas da Surgisphere era uma atriz pornô“.

Logo após, acrescentou: “Uma atriz pornô. Nada contra ela. E a diretora científica era uma escritora de ficção científica.”

Assista ao vídeo

A princípio, internautas ligaram a citação da atriz à libanesa Mia Khalifa, que estrelou filmes adultos. Não ficou comprovado, no entanto, que seria a atriz a pessoa citada por Heinze em sua fala.

A ex-atriz pornô foi levada aos assuntos mais comentados do Twitter após ser “citada” na CPI da Covid.

Mia Khalifa ironizou o senador Luiz Carlos Heinze (Progressistas-RS) por colocá-la no foco da política do Brasil nesta terça-feira (25).

Se você já se sentiu mal consigo mesmo, basta lembrar que pelo menos você não é o senador brasileiro que colocou Mia Khalifa na tendência da política do país”, afirmou Mia.

Sem fugir da responsabilidade, a ex-estrela do cinema adulto alertou seus fãs: “Hummm eu não sei quem precisa ouvir isso (Brasil), mas eu não sou uma médica, então não aceite conselhos médicos de memes falsos meus que você encontrou no WhatsApp … tchau”.

Entre outras interações divertidas com os brasileiros, Khalifa pediu para os seguidores ouvirem “Girl From Brazil”, da cantora Anitta, e até reproduziu a famosa pose da cantora em frente a um ônibus carioca.

O nome da atriz já circula nas redes sociais desde o início da pandemia, e sua foto ilustraria textos apócrifos e falsos sobre a pandemia.

Atriz pornô internacional ironiza senador bolsonarista após ser citada em CPI

A atriz libanesa já foi utilizada em outro meme, mais antigo, ao ser creditada como uma estudante brasileira que teria vencido um concurso de física nuclear na Rússia.

O senador não voltou a comentar o tema em suas redes sociais, mas os internautas não perdoaram e o assunto permaneceu entre os mais comentados do dia.

Com Congresso em Foco

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A MP do Apagão e a privatização da Eletrobras

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MP do Apagão privatização da Eletrobras governo bolsonaro
(Imagem: Agência Brasil)

A privatização da Eletrobras ganhou novo impulso com a apresentação do parecer do relator da MP 1.031, também conhecida como MP do Apagão, na Câmara dos Deputados. Essa medida absurda, que coloca em risco a segurança energética do país, está sendo votada em regime de urgência, de forma inconstitucional, já que não cumpre os requisitos para tal.

A rápida tramitação exigida pela MP impede que o tema seja debatido com o devido cuidado e, por isso, traremos ao leitor pontos importantes desse debate, como alguns dos principais impactos da medida para o consumidor e para o país, a fragilidade dos argumentos utilizados pelos defensores da privatização e quem ganha e quem perde com a medida.

Quais os impactos da privatização da Eletrobras para o consumidor e para o país

A privatização da Eletrobras provocará aumento das tarifas de energia elétrica e também trará maior instabilidade no mercado de energia elétrica. Um estudo de técnicos da Eletrobras, organizado pela AEEL, revela que esse aumento deve ser de aproximadamente 14%.

Quando considerada a economia potencial que ocorreria ao fim da concessão da Usina de Tucuruí, dá-se que o aumento efetivo causado pela MP chega a cerca de 26%. Para o consumidor, tal aumento representa uma cobrança extra de mais R$ 13 bilhões por ano, durante os 30 anos das novas concessões. Ou seja, a privatização custará ao consumidor aproximadamente R$456 bilhões em 30 anos.

Saiba mais:
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Privatização da Eletrobras penaliza pobres e população rural
Privatização da Eletrobras deve aumentar contas de luz em 20%

Esse aumento será provocado pela extinção do “regime de cotas”, que é a mudança do regime de concessão de usinas e linhas de transmissão mais antigas da Eletrobras. Por serem considerados ativos já amortizados, a Eletrobras recebe pela operação e manutenção desses ativos uma tarifa muito inferior às praticadas pelo mercado. Enquanto a energia das usinas em cota da Eletrobras é vendida por cerca de R$60/MWh, a média do preço praticado pelo mercado supera os R$250/MWh.

A MP do apagão prevê que, em troca da mudança do regime de concessão e da extinção do regime de cotas, a Eletrobras pague a União pela concessão de novas outorgas. Na prática, se configura como um pagamento pela autorização para passar a vender a energia por um preço mais alto.

A Medida provisória prevê ainda que parte desses recursos arrecadados pela União com as outorgas seja direcionada para contenção das tarifas de energia elétrica, na esperança de evitar que um grande aumento ocorra de imediato.

Todavia, os recursos previstos para minorar os impactos da elevação da tarifa (R$25 bilhões) são pequenos frente ao incremento dos custos para o consumidor (R$456 bilhões). Assim, ainda que no curtíssimo prazo os recursos direcionados para redução da tarifa possam ter algum efeito, ele será efêmero.

Portanto, é previsível que ocorra no curto-médio prazo um aumento provocado pela aprovação da privatização e fim do regime de cotas, que se somará aos aumentos que ocorrem anualmente nas distribuidoras, provocando em breve um verdadeiro tarifaço!

Além do aumento das tarifas para o consumidor, a privatização significa a perda do principal instrumento de políticas públicas para o setor elétrico.

A Eletrobras é a principal responsável por programas como o Luz para Todos, que leva energia aos rincões do país, o Proinfa, que promove energia renovável, o Procel, com seu programa de eficiência energética, e é a principal financiadora do CEPEL, o mais importante Centro de Pesquisas de Energia Elétrica da América Latina.

A privatização significa ainda uma inovação mundial, pois será o primeiro país onde há participação hidrelétrica relevante na matriz de energia elétrica a privatizar usinas com grandes reservatórios. As consequências dessa inovação podem ser desastrosas.

A fragilidade dos argumentos utilizados pelos defensores da privatização

Não é novidade a utilização de fake news pelo atual governo. Órfãos de argumentos para sustentar a defesa da privatização da Eletrobras, o governo teve de recorrer mais uma vez a esse expediente. Ele utiliza como principal argumento em defesa da privatização uma suposta falta de capacidade de investimento da empresa e redução de sua participação no mercado.

Contudo, a Eletrobras é, de longe, a empresa que mais investiu na expansão do setor elétrico nos últimos 20 anos. Foram mais de 245 bilhões em investimentos fomentados pela Eletrobras desde os governos Lula e Dilma.

Não fossem os investimentos da Eletrobras, as parcerias público-privadas em grandes investimentos e os programas de incentivo promovidos pela Eletrobras, estaríamos ainda hoje convivendo com racionamento de energia elétrica. Em contrapartida, o setor privado se mostrou totalmente incapaz de sustentar a expansão do setor, mesmo quando era fortemente ancorado por financiamentos subsidiados do BNDES.

Ao colocar os investimentos dependentes do setor privado, que 25 anos após a abertura do setor nunca mostrou a consistência suficiente para garantia da expansão, a privatização se revela como um grande risco para segurança do abastecimento.

O cenário se agrava diante de uma conjuntura onde o BNDES reduziu sobremaneira o volume de financiamentos e o setor privado se mostra cada vez mais avesso ao risco e distante de investimentos de longo prazo de maturação.

O argumento que alega perda de participação no mercado da empresa é ainda mais frágil, uma vez que essa perda de participação foi planejada e incentivada. Os governos passados incentivaram de diversas formas a entrada de novos agentes no mercado de energia elétrica, até mesmo através de programas geridos pela Eletrobras, como o Proinfa.

Para além disso, é absurdo o governo não considerar em seus cálculos que essa redução na participação do mercado foi fortemente influenciada pelas privatizações, como a venda da Gerasul e as recentes vendas de ativos e participações promovidas pela Eletrobras.

De toda forma, uma análise econômico-financeira da Eletrobras é suficiente para demonstrar que hoje ela possui grande capacidade de investimento. Os mais de R$ 30 bilhões de lucros nos últimos 3 anos, os R$14,7 bilhões de recursos em caixa e o reduzido nível de endividamento (1,4 dívida/Ebitda), e ainda a elevada geração de caixa (R$15,1 bilhões/ano), revelam que a redução de seu nível de investimentos é fruto de uma direção imposta pelos recentes governos, e não de falta de capacidade.

A quem interessa a privatização

Se, de um lado, está claro que a MP do Apagão será prejudicial à grande maioria da população brasileira, que sofrerá com aumento das tarifas e menor segurança do abastecimento, de outro, diversos segmentos do mercado financeiro estão radiantes com a possibilidade de abocanhar ganhos em cima dos consumidores e da população brasileira.

Grandes comercializadoras de energia, como as ligadas a grandes bancos de investimento como BTG e XP, e os grandes consumidores industriais, que atuam no mercado livre, apoiam a MP do Apagão porque serão beneficiados pelo fim das cotas das usinas da Eletrobras prevista na MP, que deve elevar a liquidez do mercado livre e incrementar os lucros desses agentes.

Além disso, mais diretamente, os grandes acionistas privados da Eletrobras serão também grandes beneficiários. Entre eles, estão os principais fundos de investimento globais (Black Rock, State Street, Legal & General, Franklin Resources, Vanguard), bancos globais (Santander, HSBC, Morgan Stanley, Citibank, Goldman Sachs, JP Morgan, Deustche Bank, Bank ofJapan, JapanTrustee Services Bank, Bank of America, Deutsche Bank, UBS) e até mesmo fundos de pensão estrangeiros (como os fundos de pensão de estados norte-americanos como o Alaska, Arizona, Califórnia, Texas, e de empresas como AT&T, Bell Atlantic, Caterpillar, General Electric, Goldman Sachs, IBS, Boeing, Chevron, UPS, Duke, BP , Ford, GM e Shell).

Esses serão os grandes beneficiários, que lucrarão com o aumento de receitas que decorrerá do aumento das tarifas, com a valorização das ações e com o incremento no pagamento de dividendos.

Fica claro, assim, que a MP do Apagão, além de representar grande risco a segurança energética, a supressão de um instrumento fundamental para implementação de políticas públicas e a perda de soberania, se configurará também como uma grande transferência de renda dos consumidores para os rentistas do mercado financeiro.

Uma transferência de renda de mais de R$ 450 bilhões! Por isso, estamos mobilizados e lutaremos até o fim contra essa medida absurda! Por isso, a AEEL reafirma sua defesa de uma Eletrobras Pública e para todos e clama a população a se unir a essa mobilização!

*AEEL – Associação dos Empregados da Eletrobras, fundada em 1983, é uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos, com sede na cidade do Rio de Janeiro.

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Líder da extrema direita se une à oposição para tirar Netanyahu do poder em Israel

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Líder extrema direita oposição tirar Netanyahu poder Israel
Benjamin “Bibi” Netanyahu, Primeiro-ministro de Israel (Imagem: Yonatan Sindel)

Opera Mundi

O líder do partido Yesh Atid, Yair Lapid, anunciou na noite deste domingo (30) a formação de uma aliança para um novo governo em Israel após meses de negociações que podem tirar Benjamin Netanyahu, atual primeiro-ministro, do cargo.

Nesta segunda-feira (31), Lapid e seu novo aliado, Naftali Bennett, líder do ultranacionalista Yamina, continuam com as conversas. Bennett havia manifestado o interesse de fazer parte do “governo de mudança”, abandonando seu apoio irrestrito a Netanyahu nos últimos anos.

Se a coalizão conseguir mais quatro parlamentares da Knesset, os opositores colocarão fim ao governo de 12 anos de Netanyahu, o mais longo da história de Israel. Para formar maioria, são necessárias 61 cadeiras no Parlamento israelense.

Saiba mais: Ataque mais letal de Israel mata 13 crianças palestinas e 10 mulheres

Lapid, que foi designado a formar governo após a fracassada tentativa do premiê, tem até esta quarta-feira (02/06) para conseguir maioria, segundo determinou o presidente Reuven Rivlin. A expectativa da imprensa local é que o anúncio, porém, seja anunciado na terça-feira (01/06). Se o acordo for firmado, o presidente da Knesset, Yariv Levin, do partido de Netanyahu, terá que convocar a plenária para a votação do novo governo.

Ainda nesta segunda, as reuniões envolveram membros do Yesh Atid, do partido Azul e Branco, de Benny Gantz, ex-chefe do Estado-Maior (que havia tentado um governo de união nacional com o partido Likud em 2020), e do Nova Esperança, de Gideon Saar. Além do bloco de direita e ultradireita, as siglas de esquerda Partido Trabalhista e Meretz e do partido conservador árabe Ra’am também demonstraram apoio à aliança.

Leia também: Bolsonaro pretende substituir Trump como líder mundial da extrema-direita

O líder do Yesh Atid disse que ainda “há obstáculos”, mas que acredita que todo o processo de anúncio do novo governo e formação ocorrerá até o “próximo fim de semana”.

Em uma semana, o Estado de Israel pode entrar em uma nova era com um premiê diferente. Esse é o nosso primeiro teste, ver se podemos encontrar compromissos inteligentes nos próximos dias para atingir o objetivo maior. Se querem entender porque precisamos mudar a liderança em Israel, escutem o discurso de Netanyahu. Perigoso e louco, de alguém que não tem mais limite. A sua fraqueza enfraquece todos nós“, acrescentou.

Quem é Naftali Bennet?

O integrante da coalizão formada por Lapid é um ex-empresário do setor de tecnologia. Ultranacionalista, Bennet, de 49 anos, é filho de norte-americanos que se mudaram como colonos para Israel. O líder do Yamina defende a anexação da maior parte do território da Cisjordânia ocupada e um posicionamento hostil ao Irã.

Bennett já chegou a dizer que a criação de um estado palestino seria suicídio para Israel, por “razões de segurança”. Ele foi conselheiro de Netanyahu entre 2006 e 2008.

Governo de Benjamin Netanyahu

Netanyahu está no poder desde 2009 e sempre contou com o apoio de toda o espectro da direita. No entanto, há dois anos, o Likud vem sofrendo para conseguir manter suas alianças, levando o país às urnas por quatro vezes no período. O possível enfraquecimento do primeiro-ministro perpassa pela série de escândalos em que Netanyahu está envolvido.

Atualmente, ele é o primeiro chefe de Governo no cargo a ser julgado pelos crimes de corrupção, fraude e abuso de poder. Além disso, o último episódio de violência de Israel contra a Faixa de Gaza, ´promovido por Netanyahu, matou mais de 240 palestinos, incluindo mais de 60 crianças.

Apesar de defenderem um “governo de mudança”, a coalizão formada por Lapid, Gantz e Bennett defende a mesma narrativa que o primeiro-ministro Netanyahu a respeito dos territórios palestinos.

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Menino de 5 anos entrega currículo em empresa após pai morrer de Covid-19

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Menino anos entrega currículo empresa pai morrer Covid-19 saõ paulo
Murilo Barbieri Braselino e o pai Evaldo (Imagens: reprodução)

Murilo Barbieri Braselino, de apenas 5 anos, decidiu entregar um currículo na empresa onde o pai trabalhava como segurança, em São João da Boa Vista, interior de São Paulo. O pai, Evaldo, morreu aos 46 anos, vítima da Covid-19. As informações são do G1.

Está lá em cima [no céu]. Deve estar jogando bola ou babando no sol”, disse o menino ao G1. De acordo com o jornal, a ideia do menino era de “trabalhar para ajudar a mãe“, mas acabou sendo uma forma de matar a saudade e ficar mais próximo dos amigos do homem que ele tanto amava.

De acordo com a legislação brasileira, o trabalho infantil é proibido por violar a proteção dos direitos das crianças e adolescentes.

Alguns dias depois da morte do pai, Murilo apareceu com um pedido bem inusitado, segundo a mãe, Tatiana Barbieri Braselino relatou ao jornal.

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Terceira onda da Covid-19 no Brasil pode ser muito mais mortal, alertam cientistas

Ele falou assim pra mim: ‘mãe, eu quero entregar um currículo na empresa do pai’. Aí, eu falei: ‘mas, filho, não tem como ir lá, né, agora eles tão trabalhando. Ele falou: ‘não, mas eu quero’. Ai eu fui fazendo pra ele, conforme ele foi falando e eu fui fazendo”.

No currículo, a mãe colocou que Murilo estuda, faz natação e “não fica cinco minutos parado“. Uma foto 3×4 também foi colada. “Coloquei num envelope que eu tinha e aí quando a gente foi no mercado antes a gente passou lá”, disse ela.

Menino anos entrega currículo empresa pai morrer Covid-19
(Imagem: Rodrigo Sargaço | EPTV)

Pagar as contas

Na entrega, segundo a mãe relatou ao jornal, o menino encontrou com um dos colegas do pai, o vigia Alan Fritoli Silva. “Eu fiz a ideia do currículo para trabalhar igual ao meu pai”, disse o garoto.

Aí ele me entregou, falou que era pra entregar no RH, que ele queria trabalhar de qualquer jeito. Falou que queria pra ajudar a mãe, que tinha perdido o pai, que ele é o dono da casa, que ele vai pagar as contas”, disse o vigia.

A mãe ainda disse que o filho entendeu que era o “homem da casa”. “Eu acho que ele entendeu isso assim: ‘que o pai morreu, então agora quem manda sou eu, quem é o homem da casa, sou eu, né? Então ele pegou uma responsabilidade que talvez não era dele ainda, mas ele entendeu que já seria”.

Pai ficou sete dias internado

Evaldo ficou 7 dias se sentindo mal em casa com sintomas de Covid-19. Só então foi buscar tratamento no hospital. Lá, foi internado em uma UTI e ficou apenas um dia antes de falecer.

No dia que ele internou, ele estava muito ruim e o Murilo chamou ele pela porta e falou: ‘Tchau, pai’. Ele não conseguiu olhar pra trás de tanta dor, de tão cansado que ele estava. Quando ele estava no oxigênio ele falou: ‘poxa, eu nem falei tchau pro meu filho’. Eu falei: ‘mas vai dar tempo de voltar lá e dar tchau’. E não deu”, disse Tatiana.

Yahoo

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Lula e FHC saem em defesa de Fernández contra medidas de Guedes no Mercosul

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Lula FHC defesa Fernández contra medidas de Guedes Mercosul
FHC e Lula (Imagem: Ricardo Stuckert)

Luisa Fragão, Opera Mundi

Os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva subscreveram, juntos, uma nota em apoio ao presidente da Argentina, Alberto Fernández, contra decisões do governo de Jair Bolsonaro no Mercosul que prejudicam o país vizinho.

Concordarmos com a posição do presidente da Argentina, Alberto Fernández, de que este não é o momento para reduções tarifárias unilaterais por parte do Mercosul, sem nenhum benefício em favor das exportações do bloco. Concordamos também que é necessário manter a integridade do bloco, para que todos os seus membros desenvolvam plenamente suas capacidades industriais e tecnológicas e participem de modo dinâmico e criativo na economia mundial contemporânea”, afirma a nota.

Segundo a coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, propôs uma redução tarifária unilateral no âmbito do Mercosul. A Argentina alerta, no entanto, que a medida colocaria em risco a indústria do país.

Com isso, os argentinos defendem percentuais menores de reajuste e querem que o corte incida principalmente em bens intermediários, de forma a preservar as tarifas dos produtos finais.

A nota dos ex-presidentes é mais um ato de união que ocorre nas últimas semanas. No último dia 20, a equipe de Lula compartilhou nas redes sociais uma foto de um encontro que o petista teve com FHC. Os dois almoçaram juntos em São Paulo, a convite do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Nelson Jobim.

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Exército impõe sigilo de 100 anos sobre processo administrativo contra Pazuello

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Exército impõe sigilo anos sobre processo administrativo contra Pazuello
Pazuello e o B Bolsonaro provocaram aglomeração sem máscara no Rio de Janeiro (Imagem: reprodução)

Brasil de Fato

O Exército impôs um sigilo de 100 anos do processo administrativo sobre a participação do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello em um ato político ao lado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

O jornal O Globo tinha feito um pedido formal ao Exército por maiores informações a respeito do caso. No entanto, as Forças Armadas responderam que o processo tem informações de cunho pessoal e citou dispositivo da Lei de Acesso à Informação (LAI) que dá sigilo de 100 anos a situações como essa.

O processo contra Pazuello já está arquivado.

Saiba mais: Generais temem insubordinação após ‘caso Pazuello’ terminar em pizza

Em 4 de junho, o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira decidiu não punir o general pela participação em evento político no dia 23 de maio. Na ocasião, o ex-ministro e o presidente provocaram aglomeração sem máscara no Rio de Janeiro.

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A decisão tomada pelo Exército em relação ao sigilo do processo ignora entendimentos que já foram firmados pela Controladoria Geral da União (CGU). Em situações como a de Pazuello, a CGU determinou que os documentos devem ficar em sigilo apenas quando a apuração ainda está em curso.

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Comunicação e psicologia das massas na geopolítica da internet

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                                                              [ Imagem de Luciano Mortula]

A excitação das massas pode ser produzida como resultado do recurso às novas tecnologias da comunicação de massa, para além da via farmacológica? E aqui chamamos de “novas tecnologias” de comunicação de massa as tecnologias digitais ligadas à hipermídia, que muitas vezes mesclam falas, escritos e imagens sob a forma de artefatos semióticos capazes de ser disseminados na superfície da grande rede e nos seus dutos.

Bem, pelo menos duas questões giram no eixo dessa reflexão sobre a possibilidade de se provocar excitação/convulsão de massas sem o uso de fármacos. Essa inquietação é compartilhada pelo filósofo italiano Domenico Losurdo em dois de seus textos: Resistência Falsa e Manipulações Verdadeiras – A Geopolítica da Internet” (2010)1 e “Estende-se o domínio da manipulação: o que se passa na Síria?” (2011)2.

PsyOps e guerras em rede na geopolítica da internet

Uma das questões diz respeito às perspectivas de Domenico sobre as estratégias de manipulação de opiniões e operações psicológicas (PsyOps) que vêm sendo postas em prática no tabuleiro geopolítico, sem nenhuma economia de recursos por parte dos EUA.

Como destaca Edward Snowden, no seu livro Permanent Record (2019), os estadunidenses ainda hoje estão na ponta da fabricação de hardware, software, cabeamento de redes e do precioso “como fazer” no campo das guerras de internet, guerras em rede e da fabricação das chamadas Revoluções Coloridas. Inserem-se todas essas ações no grupo das manobras de última geração que visam “resetar” sistemas políticos de uma maneira bastante similar (analogamente) a como fazem determinados vírus de computador, explorando falhas, brechas ou aberturas, isto é: forçando uma troca de regime ou derrubada de um governo, à distância, por procuração, em nome da “promoção da liberdade, da democracia, do bem e da paz”, quase sempre explorando fendas, fissuras, fraturas étnico-econômico-sociais; uma máscara para o afã das ofensivas neocoloniais da era web.

Sobre esse aspecto, cabe não esquecer do relato da ex-analista da Cambridge Analytica, Brittany Kaiser, no seu livro Targeted (2019)3, aludindo mais ao marketing político da era digital do que às chamadas guerras híbridas: com o advento da grande rede e o surgimento das suas plataformas sociais foram desenvolvidas novas dinâmicas para tomada de poder usando captação de dados e informações, esquadrinhamentos psicológicos, direcionamentos de mensagens e campanhas propagandísticas personalizadas para pessoas e grupos diversos (targeting e microtargeting). A superfície da grande rede, assim como os seus dutos, são a nova corrida armamentista. Os dados, as informações, os medos e desejos capturados nos cliques dos mouses são como o novo petróleo desse “novo Eldorado”4.

A comunicação de massa, as PsyOps e os fármacos

A segunda questão que chamou a atenção nesses dois textos de Domenico se refere a um relato sobre o desenvolvimento de técnicas e experimentos de caráter bio-psicológico, pela parte da agência de inteligência estadunidense CIA, no período inicial da guerra fria. Ao citar a via farmacológica como um recurso já conhecido para se fabricar excitação/convulsão nas massas, Domenico aponta para o estranho fenômeno de “loucura coletiva”, uma epidemia de surtos, delírios e alucinações que ocorreu na pequena cidade do sudeste da França, Pont-Saint-Esprit no outono de 1951.

Através da leitura de um trabalho da antropóloga Rebecca Lemov, da Universidade do Estado de Washington, sobre um tipo de experimentação que envolveu conhecidos psiquiatras da época, Losurdo tomou conhecimento que esse episódio de Pont-Saint-Esprit foi parte de um projeto experimental envolvendo a CIA para “destruir e reconstruir a psique das pessoas”, estivessem essas ou não sob tratamento médico.

O fármaco em questão, o ácido lisérgico (LSD), não só foi usado nesse episódio de Sant-Point-Esprit como também em outros experimentos. No caso de Pont-Saint-Esprit, doses de LSD teriam sido colocadas por agentes estadunidenses em pães e baguetes das padarias da cidade. Esse evento resultou em um desastre que levou várias pessoas à morte, colocando dezenas em estado de internação psiquiátrica e muitas outras sofrendo com surtos, delírios e alucinações.

Esse tipo de projeto envolvendo psiquiatras/psicólogos e agentes de inteligência trabalhando juntos no desenvolvimento de operações psicológicas voltadas para interesses políticos/geopolíticos pode ser conferido em uma passagem do episódio 2 do documentário The Century of The Self, de Adam Curtis (BBC/2002). Nesse documentário, os relatos sobre as experiências de manipulação psíquica usando LSD e ECT se encontram logo após a abordagem do golpe de estado na Guatemala (1954) que contou com a participação da CIA e de Edward Bernays, o mago da publicidade e da comunicação de massa da cultura estadunidense. Edward Bernays, sobrinho do médico Sigmund Freud e do filólogo alemão Jacob Bernays, contribuiu para o golpe de 1954 na Guatemala com a elaboração de operações psicológicas e de influência que usaram a fabricação massiva de fatos, boatos, desinformação e manipulação de notícias em mídias diversas.

Ao levantar a questão sobre se há outro modo de excitar/convulsionar as massas que não seja o meio da administração de fármacos, Domenico põe em relevo a potência da linguagem nas suas diferentes modalidades (grafada, falada/auditiva, visual) seguindo o curso da evolução das novas mídias, que não só ampliaram o alcance comunicacional entre pessoas e povos como introduziram altíssima velocidade e intensidade no volume de informações passíveis de serem disseminadas por todos os cantos do mundo.

As manipulações midiáticas usando imagens, vídeos, áudios, notícias e fotomontagens ocorridas nos contextos da Revolução de Veludo/1989 (antiga Tchecoslováquia), na Síria de Bashar Al-Assad, na Romênia de Nicolae Ceausescu ou no Irã de Mahmoud Ahmadinejad são apenas alguns dos exemplos de manobras que envolvem a comunicação de massa, com o intuito de descredibilizar e de alvejar/insuflar a opinião pública contra governos das chamadas demografias-alvo que se tornam mira da nação agressora.

Vírus de computador e artefatos semióticos?

Ora, para que mandar forças armadas regulares para “resetar” um governo, derrubá-lo, forçar uma troca de regime sem destruir diretamente os seus bens, os seus desenvolvimentos tecnológicos, os seus recursos, as suas cidades, o seu povo local/alvo, se é possível e mais barato, além de camuflado, usar campanhas estratégicas de comunicação e psicologia de massas via grande rede e redes sociais menores? Aplicar técnicas de administração de percepções, tal como hoje fazem habilmente certas plataformas de rede social não é algo exatamente novo, muito pelo contrário.

A respeito disso, a linha histórica do tempo não nos deixa esquecer do uso do cinejornalismo na Primeira Guerra Mundial com a intenção de inflamar afetos e ânimos, ou do intenso trabalho de propaganda de Edward Bernays e Walter Lippmann junto ao governo de Woodrow Wilson nesse mesmo conflito, visando plantar na Europa a ideia de que os EUA levariam para lá a democracia, uma vez entrando na guerra. Nessa linha temporal, especialistas inovaram no uso da propaganda via radiofonia (Segunda Guerra) e da televisão (Guerra Fria) visando a publicidade de caráter ideológico. No corredor desses acontecimentos, as chamadas operações psicológicas (PsyOps) se tornaram oficialmente matéria de estudo estratégico para aplicações diversas em conflitos de interesses políticos/geopolíticos.

Respondendo à própria questão que levanta, Losurdo indica que as comunicações de massa operadas no contexto de uma “Psychological Warfare” (PsyOp) na era tecnológica digital são capazes de excitar/convulsionar as massas para além das perturbações motivadas pela aplicação de fármacos/substâncias, tal como foi feito nos experimentos de Pont-Saint-Esprit e em outras experiências similares.

Na verdade, lembrando das ideias do filósofo siciliano Górgias, cabe apontar o que ele pensava a respeito da palavra falada, da escrita, das imagens, da linguagem como um todo ter um poder de ação similar ao dos fármacos, uma vez que a linguagem seria capaz de agir nas psiques humanas de uma maneira análoga ao que muitos fármacos fazem atuando nos corpos; quando é o caso de extraírem os humores mais diversos.

Em um sentido geral, a perspectiva da linguagem como um fármaco capaz de agir na psique é notada no próprio dizer cotidiano, na mensagem, no sinal, no ícone, no índice, no signo, no poder de convencimento e persuasão da palavra, no esforço por dar sentido ao que se escuta ou ao que se diz, lê, vê ou toca, assim como na capacidade da linguagem para influenciar pensamentos, juízos, ações, despertar afetos como alegria, tristeza, medo, repulsa, ressentimento, ódio ou encantamento.

Em um sentido mais específico, seguindo o fio das reflexões que se desdobram na provocação de Losurdo sobre o uso da psicologia e da comunicação de massa como arma de guerra neocolonial/geopolítica na era digital, talvez se deva tentar entender com pouca pressa, acolhendo a lentidão que costuma fazer parte dos processos fecundos de aproximação dos conhecimentos. A aplicação de táticas de guerra híbrida usando redes, mídias e o campo da comunicação e da manipulação psicológica das massas no terreno virtual da alta tecnologia digital é recente. E mesmo assim já se tem alguma noção que determinadas demografias são mais blindadas/imunes do que outras a esse tipo de assédio por abordagem indireta. Ao passo que outras demografias são enredadas com mais facilidade, se mostrando vulneráveis e manifestando sintomas de inação, paralisia e redução drástica na capacidade básica de orientação diante dos bombardeios incessantes de artefatos linguísticos/semióticos e (des) informação que costumam ser acompanhados da supressão do diálogo e da suspensão da escuta.

Por esse motivo, é importante que não fiquem de braços cruzados, inertes, os alvos de “guerras pela Internet”, em rede, ou das ondas das shitstorms5, as “tempestades de merda” compostas por produção de fatos, eventos e realidades paralelas que quase sempre são acompanhadas por ataques de difamação promovidos por enxames digitais, muitos dos quais parcialmente camuflados nas plataformas de redes sociais e mensageiros instantâneos.

Uma das principais contramedidas é interromper o compartilhamento compulsivo de conteúdos e artefatos linguísticos de fonte/origem duvidosa ou desconhecida, que se destinem a servir como combustível para alimentar e estender rupturas.

Com isso, se torna possível cortar ou interromper a propagação de detritos midiáticos e de mentiras, evitando que essas sejam repetidas mil vezes sob o risco de “se tornarem verdades”.

Notas:

1- LOSURDO, D. Resistência Falsa e Manipulações Verdadeiras – A Geopolítica da Internet (2010): https://www.marxists.org/portugues/losurdo/2010/09/22.htm

2- LOSURDO, D. Estende-se o domínio da manipulação: o que se passa na Síria? (2011): https://www.marxists.org/portugues/losurdo/2011/05/13.htm

3- KAISER, B. Targeted: The Cambridge Analytica Whistleblower’s Inside Story of How Big Data, Trump, and Facebook Broke Democracy and How It Can Happen Again (2019).

4-Aludo aqui ao loteamento da internet por grandes empresas e as atuais Big Techs, contrapondo-se a uma certa “ilusão de liberdade” na grande rede (sobre isso, ver o slogan da Microsoft em 1994: “Aonde você deseja ir hoje? – https://gizmodo.uol.com.br/a-curta-historia-dos-monocromaticos-logotipos-da-microsoft/

5- A expressão é usada pelo filósofo Byung Chul-Han, para caracterizar os violentos “ataques de indignação” promovidos pelos enxames digitais (cf. em No Enxame; Psicopolítica).

*Lucio Massafferri Salles é filósofo, psicólogo e jornalista. Doutor e mestre em filosofia (UFRJ), especialista em psicanálise (USU), concluiu o seu pós-doutorado em filosofia contemporânea pela UERJ. É membro pesquisador da Red Iberoamericana de Filosofía Política e da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Criador do Portal Fio do Tempo (You Tube)

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Conheça Pedro Castillo, novo presidente do Peru

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Conheça Pedro Castillo novo presidente Peru
Pedro Castillo (Imagem: Raul Sifuentes | Getty)

Camila Araújo, Opera Mundi

O candidato de esquerda Pedro Castillo venceu o segundo turno das eleições presidenciais do Peru neste domingo (06) e se tornou o novo presidente do país.

O sindicalista e professor derrotou a ultradireitista Keiko Fujimori. Ele assume o cargo no dia 28 de julho.

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Keiko Fujimori imita Trump e Bolsonaro e fala em ‘fraude eleitoral’

A vitória do candidato do Peru Livre marca uma histórica guinada à esquerda no país andino e desbanca pela quarta vez em uma eleição presidencial a filha do ex-ditador peruano Alberto Fujimori. Keiko, por sua vez, insiste em não admitir o resultado e diz, sem provas, que houve fraude.

Inexpressivo nas pesquisas eleitorais durante o primeiro turno, o sindicalista e professor rural surpreendeu o país ao sair vencedor da primeira volta com 18,9% dos votos.

Quem é Pedro Castillo

Nascido em Puna, uma cidade da região de Cajamarca, ficou conhecido nacionalmente ao liderar uma greve de professores por melhores salários em 2017, paralisação que durou 75 dias e se espalhou por quase todo o Peru.

Castillo se apresentou ao país vestido com os trajes típicos de Cajamarca, com chapéu de aba larga – a identificação dos líderes campesinos conhecidos como ‘ronderos’ – , poncho e os sapatos feitos de pneus reciclados, em cima de um cavalo, que é o principal meio de transporte da sua região de origem. O símbolo de sua campanha eleitoral e de seu partido político é o lápis, já que ele trabalhava, desde os 24 anos, como professor em uma escola rural.

No primeiro turno, o maior apoio que o candidato recebeu veio de regiões mais pobres, do sul do país, como Apurímac, Ayacucho e Huancavelica, onde ele teve cerca de 40% dos votos. Em Lima, ele ficou em quinto lugar, com cerca de 7% dos votos.

Durante a campanha, Castillo defendeu a revogação da Constituição de 1993, documento com inclinação neoliberal que foi promulgado durante o governo ditatorial de Alberto Fujimori, e prometeu a nacionalização de riquezas naturais como as áreas de mineração e hidrocarbonetos.

No campo dos costumes, o candidato recebeu críticas por se opor à educação sexual nas escolas, ao aborto legal e ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Ao longo da campanha, desde que o sindicalista venceu o primeiro turno, setores da extrema direita tentaram ligar Castillo ao grupo armado peruano Sendero Luminoso, acusando o candidato de “terrorista”, e o comparando com líderes de esquerda sul-americanos como Hugo Chávez, Evo Morales e Rafael Correa.

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Quem é o serial-killer do DF que está fugindo de 200 policiais

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lázaro serial killer
Polícia persegue Lázaro há 8 dias

Lázaro Barbosa Souza, de 33 anos, passou a ser chamado de “seril-killer do DF” após cometer uma série de assassinatos e fugir de um cerco de mais de 200 policiais. A operação para capturar o homem ainda conta com cães farejadores e helicópteros.

Apenas nos últimos dias, Lázaro matou pelo menos 4 pessoas, estuprou uma mulher e baleou outras três vítimas — duas em estado grave. A fuga de Lázaro ocorre numa região de matagal de Cocalzinho (GO), no entorno do Distrito Federal.

As 17 fazendas locais estão ocupadas por forças policiais para garantir a segurança da população”, informou a Polícia Militar do DF. “As tropas estão no local fazendo o cerco”.

Na tarde de domingo (13), ele quase foi preso na rodovia BR-070, próximo à cidade de Edilândia (GO), a 82 km de Brasília. Ele havia furtado um carro em uma chácara de Cocalzinho e abandonou o veículo, um Corsa vermelho, depois de avistar um ponto de bloqueio montado pela polícia na rodovia.

Os crimes recentes

Na madrugada de quarta-feira (9), o empresário Cláudio Vidal de Oliveira, 48 anos, e os filhos dele, Carlos Eduardo Marques Vidal, 15, e Gustavo Marques Vidal, 21 foram encontrados mortos em uma chácara na região conhecida como Incra 9, em Ceilândia, no DF. A esposa de Vidal, Cleonice Marques, 43, foi sequestrada e estuprada e seu corpo só foi encontrado na tarde de sábado, em um córrego próximo a Sol Nascente, na Ceilândia.

Na quinta-feira, Lázaro Souza também teria entrado armado em uma residência que fica a 3 km de distância da chácara onde cometera os três assassinatos. A proprietária da chácara e o caseiro estiveram sob a mira do criminoso por mais de três horas. No local, obrigou os reféns a fumarem maconha, e fugiu levando mais de R$ 200 reais, celulares, jaqueta e carregador de celular.

Na sexta, o homem fez mais um refém e rouba um carro em Ceilândia, no DF, e vai para a cidade de Cocalzinho (GO), onde incendeia o veículo. Segundo investigações, lá ele teria contado com a ajuda de um comparsa.

Lázaro entrou na fazenda de Cocalzinho, a cerca de 110 km da Capital Federal na tarde de sábado. O local pertencia à família de um soldado da PM de Brasília. O criminoso manteve o caseiro como refém. “Amarrou meu filho, o obrigou a cozinhar e a fumar maconha”, relatou a mãe do caseiro ao jornal Correio Braziliense.

Lázaro teria ainda ingerido bebida alcóolica, destruído o carro do rapaz e cortados os fios de wi-fi. Por volta das 19h, invadiu outra residência, baleou três pessoas, roubou duas armas e munições. Às 23h30, policiais foram acionados para uma ocorrência de incêndio em uma residência na região. A vítima diz que Lázaro ateou fogo na casa.

Um grupo de policiais militares de Goiás chegou à fazenda para abordar o criminoso. Mas houve a reação com 15 disparos de arma de fogo na direção dos agentes e ele conseguiu fugir.

Em 17 de maio deste ano, segundo a polícia, Lázaro fez uma família refém na mesma região, também ameaçando as vítimas com faca e arma de fogo. Nesse crime, ele mandou as pessoas ficarem nuas e, das 19h até meia-noite, ele prendeu os homens no quarto e as mulheres “ficaram servindo jantar para ele”, segundo a Polícia Civil.

Em 26 de abril, Lázaro invadiu uma casa no Sol Nascente, trancou pai e filho no quarto e levou a mulher para o matagal, onde estuprou a vítima, diz a polícia.

Perfil de Lázaro

Imagens de uma câmera de vigilância, divulgadas nesta terça-feira (15), mostram Lázaro se escondendo da polícia em um galpão de uma chácara em Cocalzinho de Goiás. Testemunhas relatam que ele dormiu no local e não ameaçou ninguém.

O vídeo mostra duas pessoas caminhando em um curral, onde os moradores fazem a ordenha das vacas. Lázaro aparece com uma mochila nas costas. Caminha de um lado para o outro. A chácara fica entre Edilândia e Girassol, povoados próximos de Cocalzinho. Pela manhã, ele pediu comida, mas fugiu quando os moradores foram buscar.

A criminóloga e escritora Ilana Casoy, que escreveu roteiros sobre os casos de Suzane von Richtofen e Isabela Nardoni e é uma das especialistas em serial killers no país, ressalta que Lázaro “precisa ser parado”.

“Agora ele é um cara em fuga. Ele não está brincando, claro que ele vai atirar para matar. Temos que fazer perguntas neste momento, e não dar as respostas.”

Segundo a especialista, está claro que ele é uma pessoa perigosa. No entanto, para Ilana, ainda é cedo para traçar um perfil psicológico.

“Ele é um fugitivo e precisa ser parado, ser preso porque é um cara de alta periculosidade, de grande experiência e está matando no caminho. Não é hora de pensar se ele é um serial killer, se teve uma infância traumática ou não, se ele é frio, psicótico, esquizofrênico, psicopata”, diz.

“Ele pode ser muitas coisas. Ele é um abusador em série? É obvio. Ele tem várias condenações por estupro. Agora, que tipo de abusador que ele é? Tem vários. Ainda não sabemos”, continua.

Para a criminóloga, o foco neste momento é a prisão de Lázaro. Após esse momento, ela ressalta que deve-se montar uma excelente estratégia de interrogatório para saber, por exemplo, se ele cometeu outros crimes ainda não descobertos pela polícia.

“É uma pergunta que ele que vai ter que responder. Teve outros crimes? Outros corpos que não foram encontrados? Tem vítimas que podem ficar sem resposta, pessoas que perderam pai, filho, esposa? A única chance de resposta é ele contando, e a chance é com um bom interrogatório. Que o cara é um homicida, não resta dúvida. O nosso papel é apoiar as polícias para fazer um bom trabalho tático e prender o fugitivo”, analisa a criminóloga.

Um laudo criminológico feito em 2013 sobre Lázaro destacou que ele tem características de personalidade como “agressividade, ausência de mecanismos de controle, dependência emocional, impulsividade, instabilidade emocional, possibilidade de ruptura do equilíbrio, preocupações sexuais e sentimentos de angústia”.

O documento ainda indica que Lázaro “tinha consciência de sua atitudes” e que, apesar de “assumi-las e perceber o sofrimento causado em terceiros (passos importantes no processo de ressocialização), percebe-se que todos os crimes cometidos estão diretamente relacionados a dependência química, fato do qual o periciando não tem autocontrole, haja vista uso abusivo de bebida alcoólica antes de sua reclusão e vício no crack após a prisão”.

Crimes anteriores

2007: Lázaro Barbosa foi preso em Barra dos Mendes, na Bahia, acusado de duplo homicídio. Secretaria de Segurança Pública do Estado diz que ele fugiu cerca de 10 dias após a prisão e é considerado foragido desde então.

2009: Lázaro foi preso no Complexo Penitenciário da Papuda (CPP), em Brasília, por suspeita de roubo, estupro e porte ilegal de arma de fogo.

2015: Lázaro foge da cadeia.

2018: Lázaro Barbosa foi preso em Águas Lindas de Goiás, em cumprimento de três mandados de prisão por homicídio qualificado, porte ilegal de arma de fogo, roubo e estupro.

23 de julho de 2018: Lázaro fugiu e estava foragido. Lázaro era procurado por cometer crimes de roubo, estupro e porte ilegal de arma de fogo no DF e em chácaras de Goiás.

8 de abril de 2020: Lázaro foi indiciado pelos crimes de roubo mediante restrição da liberdade das vítimas e emprego de arma branca e por tentativa de latrocínio. Ele invadiu uma chácara em Santo Antônio do Descoberto, em Goiás, e golpeou um idoso com um machado;

“Mateiro e caçador”

O secretário de segurança pública de Goiás, Rodney Miranda, informou que o criminoso é “psicopata” e tem facilidade de se esconder por ser mateiro e caçador. Chefe da SSP também disse que o investigado segue um ritual para atacar suas vítimas. “Ele leva para beira do rio, manda tirar as roupas e uns ele acaba matando”, disse.

De acordo com o porta-voz da polícia do DF, Michello Bueno, Lázaro conhece bem a região e que, por ser caçador, se esconde com facilidade. “Ele foi criado nessa região. Conhece cada detalhe. Além disso, ele é um caçador. Então, ele se esconde, dorme em cima das árvores. É um cara que tem uma expertise. Não é um bandido comum”, disse o porta-voz.

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Teorias da conspiração x vacinas: um dos países que mais comprou doses sofre para imunizar a população

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Teorias conspiração Vacinas países mais comprou doses sofrendo para imunizar população
Vacinação Sérvia (Imagem: Raphael Lima e Rodrigo Monteiro de Carvalho)

Raphael Lima, jornalista formado pela PUC-Rio e pós-graduado em Crise e Ação Humanitária pela Universidade de Lisboa, juntamente com Rodrigo Monteiro de Carvalho, mestre em História Comparada pela UFRJ e doutorando em Estudos Contemporâneos pelas Universidade de Coimbra, estiveram por alguns dias na Sérvia para cobrir os obstáculos que o país dos Balcãs tem enfrentado para imunizar sua população.

Através de uma reportagem sucinta e muito esclarecedora, Raphael e Rodrigo conseguem explorar o impacto das teorias da conspiração sobre as vacinas contra a COVID-19 dentro do ambiente social sérvio. A matéria ainda conta com uma entrevista com um professor de História e Política do Sudeste Europeu. Confira abaixo na íntegra o texto e produção da reportagem:

O Brasil tem capacidade de vacinar 2,5 milhões de pessoas diariamente, mas a falta de insumos para produção de vacinas e as omissões do Governo Federal na compra de doses fez com que o país atingisse esta meta apenas duas vezes desde o início da imunização contra a pandemia. Além das questões de logística e animosidades com a China, principal fornecedora de material para produção de doses, as fake news e teorias da conspiração atrasam ainda mais a capacidade de imunização da população.

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Segundo a União pró-Vacina (UPVacina, iniciativa articulada pelo Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto da USP em parceria com instituições acadêmicas e científicas), 368 notícias falsas sobre vacinas contra a Covid-19 foram publicadas no Facebook, 111 delas postadas em dezembro e 257, em janeiro, justamente no período do início da imunização no mundo e no Brasil. Em agosto de 2020, já se notava um aumento de quase 400% de fake news sobre vacinas.

Este tipo de conteúdo não é caso específico do Brasil. A Sérvia, país localizado na península balcânica, na Europa, assolado por guerras nos anos 90, garantiu antecipadamente quatro diferentes vacinas.

O grande contingente de vacinas vem da China (Sinopharm), mas também temos um grande número de Pfizer-Biontech, a Sputnik V, a russa, e a Astrazeneca-Oxford”, explicou Stefan Vladslavjev, coordenador do Belgrade Fund for Political Excellence. Além das doses adquiridas, a Sérvia deu início, em maio, à produção da Sputnik V, e se prepara para em breve produzir no país também a chinesa Sinopharm.

Embora a falta de doses não seja um problema, o número de pessoas dispostas a se vacinar está bem abaixo do esperado. Até o final de maio, 37% dos sérvios tinham recebido pelo menos uma dose e 30% já haviam sido completamente imunizados. Número bastante acima da realidade brasileira, mas ainda aquém da capacidade de vacinação do país.

Apesar do investimento, falta transparência do governo, como explica Aleksandra Tomanic, diretora executiva do European Fund for the Balkans:

É muito bom que a Sérvia tenha vacinas e que aqui possamos escolher entre diferentes fornecedores e que os jovens tenham acesso. Mas é apenas isso, infelizmente. Não sabemos como a Sérvia comprou as vacinas, não sabemos os custos financeiros nem os custos políticos. O que vemos é que o orçamento estourou em abril e quando não temos um balanço é muito fácil comprar o quer que seja e até mesmo ser generoso com seus vizinhos quando ninguém está controlando suas contas enquanto se está gastando dinheiro público. Toda a compra de equipamentos médico e vacinas, todos os gastos foram declarados segredos de estado, então não temos absolutamente nenhuma ideia de onde o material veio nem o real custo de cada coisa”.

Com doses sobrando, no último fim de semana de março, as fronteiras sérvias foram abertas para que cidadãos dos países vizinhos pudessem também se imunizar. Este foi o pontapé inicial na “diplomacia da vacina”, movimento que tenta aumentar o prestígio político do país em uma região historicamente marcada por desconfianças entre nações.

Mas o turismo da vacina durou pouco, e foi atribuído por especialistas apenas à proximidade do vencimento da validade de algumas doses.

O Kosovo não quis receber nenhuma doação de vacinas da Sérvia, então a população do Kosovo veio até a Sérvia para ser vacinada. Durante este processo, acabou sendo aberto para todos. Veio gente de todas as regiões, Albânia, Alemanha, Bósnia. Embora eu fique realmente feliz com essa cooperação, pelo lado epidemiológico não sei se foi uma boa ideia. Milhares de pessoas entrando no país, sem teste, sem nada, só para ser vacinado. Elas (as vacinas) estavam (com validade) expirando, mas dava para fazer de forma organizada. Na fronteira, ou doá-las para os países”, afirmou Tomanic.

No início da campanha do governo sérvio, quando a procura por vacinas era ainda alta, chegaram a ser aplicadas em torno de 7 mil doses diárias. Agora, no entanto, há pouco movimento e as cabines de aplicação permanecem quase todas vazias.

O governo falhou em construir uma campanha adequada de vacinação antecipadamente. Então chegamos a esse ponto em que temos vacinas, mas não temos pessoas suficientes que querem se vacinar. Então o governo agora separou alguns setores, como exército, policiais, para obrigá-los a tomar vacina, mas não há legislação que os obrigue a isso. Não há uma estratégia clara, nem um plano a longo prazo. Vemos agora tentativas financeiras, como pagar 25 euros para que as pessoas se vacinem”, ressaltou Tomanic.

Na cidade de Novi Pazar, a cerca de 250 quilômetros da capital Belgrado, a procura por vacinas é ínfima. Menos de 25% de seus habitantes decidiu se imunizar, parcela bem abaixo da média nacional. Situada próximo às fronteiras com Montenegro e com o Kosovo, aqui se avista mais mesquitas do que igrejas. Em contraste com a população da Sérvia como um todo, que é maioritariamente cristã ortodoxa, 82% dos residentes de Novi Pazar são muçulmanos. A cidade, que tem população de pouco mais de 70 mil pessoas, colapsou durante a segunda onda de Covid-19 no país, em julho de 2020. Hospitais ficaram sem equipamentos e a cidade chegou a registrar 300 casos diários e 100 óbitos em uma semana.

Essa crise mostrou que necessitamos de investimentos no setor público, infraestruturas, mas dependerá de nós exigir isso. Saúde, educação. Esta crise mostrou que as políticas de austeridades atingiram setores que nunca poderiam ter sido prejudicados”, concluiu Aleksandra Tomanic.

Conspirações x Vacinação

Florian Bieber, professor de História e Política do Sudeste Europeu da Universidade de Graz, na Áustria, que é um dos autores do relatório “O vírus suspeito: Conspirações e COVID-19 nos Balcãs”, afirma que além da falta de credibilidade do governo, a disseminação de notícias falsas e teorias da conspiração afeta a confiança de parte da população nas vacinas. Confira a entrevista completa com o professor:

– Como os Balcãs ocidentais e a Sérvia, especificamente, se diferenciam da União Europeia e do Ocidente?

O tipo de teorias da conspiração são muito similares às que encontramos pelo resto do mundo, e no Ocidente, em particular, a grande diferença é que nos Balcãs ocidentais, o número de pessoas que acreditam nessas conspirações, pelo menos até a data em que a pesquisa foi concluída, em outubro de 2020, é muito maior do que em qualquer outro lugar. Os números sugerem que 75% da população acreditam em teorias da conspiração sobre Covid, o que é muito mais alto do que se compararmos com países da União Europeia e Estados Unidos.

– Por que o senhor acredita que há esta diferença?

Acho que há duas razões: uma é a descrença geral no Estado, quero dizer, há uma grande desilusão com os Estados, em geral. Incertezas que, na última década, fizeram com que as pessoas desacreditassem nas autoridades, o que é menor em países mais bem estabelecidos, com governos consolidados. Pessoas que são críticas do governo acabam não acreditando neles, então acho que temos esta dinâmica, então temos estados mais autoritários. São pessoas que não acreditam no Estado, mesmo eles dizendo algo que é verdadeiro. Temos também muitos veículos de comunicação, incluindo jornais e revistas, disseminando teorias da conspiração sobre a pandemia. E encontramos este tipo de teorias não só sobre Covid, mas sobre outros fenômenos também. No caso da Sérvia, se você pesquisar nos grandes tabloides, praticamente todos os dias há uma nova teoria da conspiração disseminada, não só sobre Covid, mas sobre o Ocidente tentando destruir a Sérvia, outros grupos tentando buscar guerra contra a Sérvia, todos os tipos de teorias, que encontram um ambiente com solo muito fértil para ganharem força.

– Como estas teorias da conspiração afetam na vacinação?

Há uma clara relação entre pessoas que acreditam nessas teorias e pessoas que se recusam a tomar vacina. Em parte, porque obviamente as teorias criam um medo sobre a vacinação, e algumas pessoas creem que a vacinação pode ser usada para implantar chips nas pessoas, no caso da Sérvia, por exemplo, 33% das pessoas acreditam que disseminação do vírus serviu para que o Bill Gates coloque chips na população. É um número significativo de pessoas que não se vacinam por isso. Mas geralmente as teorias da conspiração criam este tipo de ambiente e as pessoas ficam relutantes em se vacinar. Mesmo a Sérvia tendo grande disponibilidade de vacinas, as pessoas continuam relutantes em se vacinar. Esta política de generosidade da Sérvia em doar vacinas para os países vizinhos se dá muito porque o governo é incapaz de vacinar a própria população porque ela não acredita no governo e crê cada vez mais em teorias da conspiração.

– Como a crença em teorias da conspiração segue as características geopolíticas na Sérvia?

Nós descobrimos que há teorias da conspiração mais anti-ocidentais, como é o caso da do Bill Gates, ou relacionadas com a da disseminação do vírus relacionada com a tecnologia 5G, ou com a que afirma que a indústria farmacêutica é responsável por espalhar a doença. Há as anti-chinesas, como as que dizem que o vírus foi deliberadamente desenvolvido pela China, ou por melhor dizer, “escapou” de um laboratório. Há diferentes tipos de conspirações: as possíveis, como a ideia de que o vírus pode ter escapado de um laboratório na China, mas que não é provada, mas também há as realmente bizarras, como a de que a tecnologia 5G disseminou o vírus, que obviamente foram rebatidas. Nós observamos que há na região uma linha divisória geopolítica. Na Sérvia, eu diria que uma parcela maior da população acredita em teorias da conspiração anti-ocidentais. Parcela maior que em outros países, como o Kosovo, onde as pessoas tente a acreditar mais em teorias anti-chinesas. Dessa forma, não é como se o vírus fosse o responsável por essa dinâmica, mas sim que as pessoas estejam interpretando o vírus e a vacinação pelas lentes de suas próprias visões geopolíticas. Vemos que a Sérvia adota uma política muito mais pró-China, assim como a cobertura da mídia, que tende a ser mais favorável à China, enquanto em outros países da região a China é vista sob um ângulo mais problemático e difícil. Então podemos observar como esses enquadramentos geopolíticos influenciam as percepções das pessoas em relação às teorias da conspiração.

– Os sérvios têm a chance de escolher entre diferentes tipos de vacina. Essas divisões geopolíticas também estariam condicionando a escolha das pessoas na hora de se vacinar?

Creio que a maneira como foi apresentada esta possibilidade de escolher a vacina que se deseja tomar acabou por reforçar essas divisões geopolíticas. Observamos que diferentes políticos de alto escalão da coalizão governista escolheram suas vacinas explicitamente em função de suas orientações geopolíticas. Tivemos alguns políticos mais favoráveis à Rússia enfatizando que tomaram a Sputnik, enquanto outros que advogam por políticas mais ocidentalizadas tomaram a Pfizer-Biontech, além do próprio Presidente Vucic, que preferiu a vacina chinesa. Dessa forma, nós vemos essas opções geopolíticas refletidas nas escolhas públicas das lideranças políticas. Não são fundamentadas em qualquer argumento científico, mas baseadas nas afinidades geopolíticas. E, claro, creio que o simples fato de oferecer uma escolha às pessoas foi uma forma deliberada de sinalizar para o público que seja qual for a preferência geopolítica pessoal, ela será atendida por uma das vacinas disponíveis. Mas tudo foi enquadrado mais pelo contexto geopolítico do que pelo o da medicina.

– O relatório menciona minorias que seriam mais vulneráveis tanto pelas teorias da conspiração, como também pela falta de confiança no governo. Qual a explicação para isso?

Os resultados que encontramos com relação às minorias são apenas indicativos, e não completamente representativos, porque as minorias são extratos muito menores da população total. Mas há uma tendência em toda a região de que as minorias acreditam mais em teorias da conspiração e são mais desconfiadas em relação ao Estado. Mas isso não é uma surpresa, porque as minorias costumam se sentir marginalizadas e não representadas pelo Estado. O Estado normalmente é visto como um agente da maioria, de modo que não surpreende que as minorias não confiem na autoridade estatal. E como resultado, elas passam a ser mais vulneráveis à teorias da conspiração como uma forma de não se sentirem cooptadas pela comunicação governamental. Nós observamos, por exemplo, que os sérvios do Kosovo, e repito que isso não é representativo, apenas um indicativo, são muito mais afeitos a acreditar em teorias da conspiração porque se encontram numa situação de muita precariedade política e envoltos em incertezas, além de estarem sendo bombardeados pela mídia sérvia que costuma promover essas teorias da conspiração. Assim, a combinação das incertezas geopolíticas com a situação precária das minorias faz com que esses grupos sejam mais vulneráveis.

– Então seria correto dizer que a falta de confiança nas autoridades governamentais também afeta a vontade da população em se vacinar?

Com toda a certeza! Creio que há um longo histórico de falta de confiança no Estado. Há episódios no passado que mostram o temor de que o governo teria se servido da medicina para promover políticas discriminatórias contra minorias. Há histórias do anos 80, por exemplo, em que albaneses do Kosovo temiam que médicos sérvios estivessem os envenenando. Estes eram apenas rumores, mas tiveram muita repercussão e serviram para mobilizar os lados opostos nos conflitos entre sérvios e albaneses. Assim, temos um longo histórico de minorias que não confiam no Estado e nos serviços médicos do governo, que são vistos como uma extensão do poder estatal. Então, se você não se confia no governo, passa também a não confiar nos serviços médicos, e pode também acreditar que as políticas sanitárias são usadas contra você. Vemos essa dinâmica ser replicada, de modo que não é surpreendente vermos a recusa de vacinas como uma continuidade de movimentos anteriores.

Para Bieber, o grande problema destas crenças da população vai além do risco envolvendo a crise sanitária pela pandemia, já que também está envolvida uma ameaça à democracia da região.

Assista a reportagem

*Lucien Vilhalva de Campos é doutor em Relações Internacionais pela Universidade de Lisboa e foi pesquisador visitante em Mídia, Política e Sociedade na Universidade de Düsseldorf.

*Raphael Lima é formado em Jornalismo pela PUR-Rio e pós-graduado em Crise e Ação Humanitária pela Universidade de Lisboa. Em 2014, criou o projeto Sociedade Dividida, que retrata separações entre povos pelo mundo. Já publicou dois livros: “Sociedade Dividida – Terra Santa” (Independente, 2015) e “Sociedade Dividida – Iugoslávia” (Ímã Editorial, 2018).

*Rodrigo Monteiro de Carvalho é mestre em História Comparada pela UFRJ, doutorando em Estudos Contemporâneos pela Universidade de Coimbra e investigador no Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS20, UC).

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Poder militar corre risco de ‘erosão’ e Brasil pode viver caos em 2022

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Poder militar corre risco erosão Brasil viver caos 2022
(Imagem: Alan Santos | PR)

Vitor Nuzzi, RBA

O Exército saiu “menos instituição” do episódio em que o general Eduardo Pazuello não foi punido por participar de ato político, avalia o tenente-coronel aposentado Adilson Paes de Souza, da Polícia Militar paulista, que vê sério risco de ruptura e comprometimento do processo eleitoral do ano que em. Para o cientista político Marco Aurélio Nogueira, esse e outros acontecimento fazem com que o risco de “erosão institucional, de perda da imagem de admiração, digamos assim, de que usufruíram na história brasileira”.

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Ambos participaram de debate promovido ontem à noite pelo escritório Crivelli de advocacia, que vem organizando discussões sobre a questão militar. Também esteve presente a vice-presidenta da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP), Ana Amélia Camargo. O tema era “hierarquia e disciplina” militar e os riscos de ruptura institucional.

Caos amplificado pelas polícias

Para o tenente-coronel da PM, esse risco é claro. Ele avalia que, a partir do episódio de Pazuello, qualquer pessoa pode se sentir encorajada para defender determinada posição política, não só a favor do atual presidente, mas contra ele ou por algum outro candidato. “Isso é o caos. E isso amplificado pelas polícias militares, que são exércitos estaduais espalhados com a mesma roupagem”, comentou Paes de Souza.

Durante o debate, ele citou várias vezes o Decreto-lei 667, de 1969, que “reorganizou” as PMs e os Corpos de Bombeiros. Instrumento típico da ditadura, o decreto-lei foi feito poucos meses depois do AI-5, que abriu o período mais repressivo do regime. O tenente-coronel lembrou que o texto ainda está em vigor. Falharam as tentativas de mexer na lei durante a Constituinte, e ele também apontou falta de empenho de todos os governos a partir da redemocratização. “Nós estamos pagando o pato de omissões.”

Condecoração após não punição

No caso de Pazuello, houve, segundo o tenente-coronel, um “arremedo de apuração” ou o que ele chamou de “pingue-pongue fajuto”. Uma semana depois de não ver “transgressão disciplinar” no caso, o comandante do Exército, general Paulo Sérgio Oliveira, foi condecorado com a Ordem do Mérito da Defesa. “Talvez por bons serviços prestados”, ironizou Paes de Souza, pra quem Pazuello cometeu, com dolo, crime militar de natureza leve, mas que prevê punição.

Ele lembrou ter sido formado na Academia Barro Branco da PM, local onde há duas colunas em que se leem as palavras “hierarquia” e “disciplina”, bases da organização. Transportando esses conceitos para o Exército, o tenente-coronel vê uma força submetida ao presidente da República, que age como “dono” ou “amo” da instituição. “Os generais abrem mão de sua função institucional e do juramento que fizeram para servir uma pessoa, e não como comandante, como amo”, afirmou.

Precedente perigoso

Ainda no caso Pazuello, o tenente-coronel disse que seria obrigação do comandante do Exército instaurar inquérito policial-militar, o que não aconteceu. Isso significa, acrescentou, outro crime, de prevaricação, também previsto no Código Peal Militar.

Abriu um precedente perigoso, mas há uma clara subversão da ordem, expressamente disposta nos estatutos militares. E agrava o quadro de uma politização das Forças Armadas, ou, no dizer do presidente da República, do ‘seu’ Exército. (…) Ele personifica as instituições, ele manda fazer, manda não fazer, e boa parcela dos policiais se identifica.

A questão, observa, é que ainda há valores autoritários “arraigados em nossa sociedade”. Resultado, diz o militar, “de um processo de redemocratização incompleto”. Agora, ao livrar Pazuello, o comandante “feriu de morte” a instituição, por não observar seus pilares – a hierarquia e a disciplina.

Vejo risco de uma ruptura institucional dentro do nosso Exército e no nosso Brasil, com emprego de policiais militares simpáticos a Bolsonaro caso ele venha a ganhar a eleição”, alertou. Segundo ele, há atualmente uma “zona cinzenta” que permite imaginar “rompantes autoritários”,.

Repressão contra democracia

Em um exemplo extremo, o governador paulista, João Doria (PSDB), não seria preso. Mas poderia haver “repressão violenta a quem for protestar pela lisura do processo eleitoral”. Paes de Souza observa que policiais já têm agido de forma “seletiva” em manifestações, geralmente mais simpáticos a ato pró-Bolsonaro. “Os governadores devem estar receosos, não sabem até que ponto comandam as polícias.”

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O também professor aposentado Marco Aurélio lembrou que, historicamente, os militares sempre participaram da política no Brasil. Citou fatos como a Proclamação da República ou moimentos como o Tenentismo e a Coluna Prestes. “Nunca deixaram de estar no centro ou próximo do núcleo de poder de estruturação do Estado.” Ao mesmo tempo, observou, os militares se sentem admirados e sabem que são temidos.

Custo social da ditadura

Isso desembocou, por exemplo, o golpe de 1964, dando origem a 21 anos de ditadura. “Causou um custo social muito grande para o país e afetou também a imagem dos militares diante da sociedade”, avaliou o cientista político. “Depois de 64, a sociedade passou a ter mais receio dos militares do que admiração.”

Depois de anos restritos às funções constitucionais, os militares retomaram o protagonismo com Bolsonaro, no que o professor chamou de certa ilusão – ou sedução de poder. “Foram atraídos para um projeto de poder que não é dos militares, mas do bolsonarismo. O fato é que, hoje, dois anos e meio depois do início do governo, os militares já não conseguem mais se distinguir com nitidez do governo. Eles são vistos como personagens do mundo político e administrativo de governo. Acabaram com isso por serem subordinados ao governo e entregaram-se às ordens e aos desejos do presidente. Ficaram, com isso, no centro das crises políticas e administrativas.”

Imagem trágica

Ele considera Pazuello uma “tragédia” para a imagem militar. “Não apenas (por ser) um péssimo ministro da Saúde, um negacionista sistemático, (mas) uma pessoa que teve conduta dúbia na CÌ do Senado”, avaliou. E a atitude do comando ao não puni-lo força uma situação de tensionamento imprevisível.

Para Ana Amélia, essa postura ameaça a defesa da ordem constitucional. Ela adiantou que a OAB paulista, preocupada com a letalidade policial, deverá entregar documento ao governador Doria com sugestões de protocolos e procedimentos.

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Guedes defende dar ‘excessos’ da classe média aos pobres para combater a fome

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(Imagem: Marcos Corrêa | PR)

RBA

O ministro da Economia, Paulo Guedes, sugeriu nesta quinta-feira (17) que sobras de restaurantes sejam destinadas às populações pobres e vulneráveis, como forma de política de combate à crise social e aos crescentes índices de insegurança alimentar do país.

Aquilo dá para alimentar pessoas fragilizadas, mendigos, pessoas desamparadas. É muito melhor que deixar estragar”, afirmou, durante participação virtual em evento promovido pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

O ministro propôs que “desperdícios” da cadeia e “excessos” cometidos pela classe média poderiam ser mais bem aproveitados e distribuídos à crescente massa de brasileiros em situação de pobreza, muitos já em condições extremas.

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Para justificar o raciocínio, o economista afirmou que o prato de um cidadão de classe média da Europa, “que já enfrentou duas guerras mundiais”, seria “relativamente pequeno”. E prosseguiu. “E os nossos, aqui, fazemos almoços onde (sic) às vezes há uma sobra enorme. E isso vai até o final, que é a refeição da classe média alta. Até lá, há excessos”, prosseguiu.

Como utilizar esses excessos que estão em restaurantes e esse encadeamento com as políticas sociais, isso tem que ser feito. Toda aquela alimentação que não for utilizada durante aquele dia no restaurante, aquilo dá para alimentar pessoas fragilizadas, mendigos, desamparados. É muito melhor do que deixar estragar essa comida toda”.

Vencidos

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que também participou do evento, fez coro com o colega da Economia, defendendo a flexibilização de regras que tratam da validade de alimentos, também como forma de atuação do governo para combater a atual disparada dos preços dos alimentos.

A ideia do governo Bolsonaro é que alimentos que atualmente poderiam ser considerados “vencidos” possam ser vendidos “a baixo custo” ou até mesmo doados. “A gente poderia fazer uma adaptação, sem precarizar nada. Podemos rever uma série de fatores e gargalos, principalmente em relação à validade dos nossos alimentos. A pandemia nos trouxe esse tema de maneira perceptível, temos que agir rapidamente”, afirmou.

Assista

Desconhecido

Reações às declaração de Paulo Guedes mostraram indignação pela ideia de distribuir restos de alimentos aos pobres, ignorando a questão da crescente desigualdade do país, ampliada pelas reforma neoliberais e pelos resultados da condução da pandemia pelo governo de Jair Bolsonaro.

A Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco) divulgou nota em que critica Paulo Guedes e diz que ele demonstra “desconhecimento do funcionamento de seu próprio país.” A entidade cobra “políticas sérias e efetivas” de combate à desigualdade.

Guedes novamente se posiciona de forma elitista, ao falar que os brasileiros de classe média comem demais e as sobras de alimentos deveriam ser utilizadas para mitigar o problema da fome”, diz a nota. No comunicado, a Fenafisco reafirma a defesa da tributação dos mais ricos para financiamento de programas sociais, entre outras.

Não é de hoje o desprezo de Guedes com os pobres. Mas a perversidade não tem limites e ele defende dar resto de comida pra quem tem fome. Pra completar o terror, Tereza Cristina, da Agricultura, fala em alimentos vencidos. Não basta o vírus e a fome, esse governo é higienista!”, escreveu a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann.

19 milhões de brasileiros

Segundo dados do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, conduzido pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), publicados pela Folha de S. Paulo, a fome alcançou 11,1% das residências chefiadas por mulheres e para 7,7% nos casos em que o homem é considerado o chefe da família.

Um total de 19 milhões de brasileiros sofreram com a fome durante a pandemia ao longo do ano passado. Ele estão entre as 116,8 milhões de pessoas que registraram algum grau de insegurança alimentar no final do ano passado, o que alcança a 55,2% dos domicílios.

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Após dizer que “comunistas criaram a Covid”, Elba Ramalho agora reclama da “polarização”

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dizer comunistas criaram Covid Elba Ramalho reclama polarização
Elba Maria Nunes Ramalho (Imagem: Reprodução | contilnet)

informações de DCM e Poder360

Em entrevista ao Uol, a cantora e compositora Elba Ramalho, de 69 anos, natural de Conceição, sertão da Paraíba, pagou de “isentona” e se disse “alérgica à política”. Ela reclamou da “polarização” e afirmou que rasgou seu título de eleitor “há muitos anos”.

Política me dá alergia. Começo a sentir coceira e desconforto. É uma polarização constante. Eu vivo um outro momento da minha vida e já desisti de torcer por candidatos ou políticos. Já rasquei meu título há muitos anos”, declarou.

No início deste ano, porém, ela alegou que o vírus da covid-19 foi criado por “comunistas” para “destruir cristãos”.

Para muitas pessoas, é apenas uma pandemia, para nós, o Senhor sabe e eu sei, é muito mais coisa por trás dessa pandemia e que vem ainda com o intuito de nos destruir. Nós somos o incômodo, o calo dos comunistas. Somos nós cristãos, mas nós somos também a resistência e vamos permanecer fiéis, porque Deus vai nos proteger”, disse Elba, que teve covid-19 em setembro do ano passado.

Ela falava com um sacerdote cuja identidade não foi revelada. Internautas criticaram a cantora pelas declarações.

Após a repercussão negativa da declaração, a compositora tentou se explicar: “Fui mal interpretada. Existia um contexto de cunho espiritual [na conversa] e as pessoas não entenderam. Eu sinto muito. Foi um grande mal entendido. Minhas sinceras desculpas”, disse ela.

Na semana do Ano Novo, a casa da artista em Trancoso, distrito de Porto Seguro, foi alvo da polícia por ser palco de uma festa com mais de 500 pessoas. Ela sofreu críticas, mas negou ter participado do evento na residência.

A casa foi alugada do dia 25 de dezembro ao dia 4 de janeiro, como todos os anos eu faço. Esse é um período em que alugo outra casa ou fico numa pousada porque venho mesmo para descansar. A casa está nas mãos de outras pessoas, que vão responder. A responsabilidade é delas, não é minha“, disse.

A festa foi interrompida com a chegada da Polícia Militar, seguindo a decisão do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) de que festas estão proibidas no território de Porto Seguro. A cantora explicou que estava na missa quando recebeu a denúncia, e que é totalmente contra aglomerações.

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Flávio Dino anuncia saída do PCdoB após 15 anos de partido

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Flávio Dino anuncia saída PCdoB anos partido psb
Flávio Dino (Imagem: Gilson Teixeira)

Luiz Calcagno e Jonatas Martins, Correio Braziliense

O governador do Maranhão, Flávio Dino, anunciou que irá se desfiliar do PCdoB. A informação foi publicada nas redes sociais do político na tarde desta quinta-feira (17). Publicamente, Dino, que está no segundo mandato à frente do estado, desejou êxito à legenda, na caminhada “em defesa de uma Pátria Livre e Justa”.

Uma grande Frente da Esperança é um vetor decisivo para um novo ciclo de conquistas sociais para o Brasil. A tal tarefa seguirei me dedicando. Agradeço ao PCdoB a acolhida fraterna nesses 15 anos de militância. Diferenças que hoje temos, de estratégia e tática políticas, são menos importantes do que o meu reconhecimento ao papel histórico do partido na defesa de um novo projeto nacional de desenvolvimento para o Brasil“, postou Dino.

A expectativa é de que Dino se filie ao PSB O governador já vinha participando de sucessivos encontros com o presidente do partido, Carlos Siqueira. O último deles ocorreu há cerca de 15 dias.

Leia também: “Esquerda deve se unir ao centro para derrotar Bolsonaro em 2022”, defende Flávio Dino

O governador do Maranhão também escreveu uma carta à presidente do PCdoB, Luciana Santos, onde ele declara que tem “visões diferentes” sobre o caminho que o partido vem tomando. O texto, no entanto, foi escrito em tom de rompimento cortês.

Registro minha gratidão pela fraterna convivência por 15 anos“, escreveu o governador. “Os motivos dessa decisão já foram apresentados às instâncias partidárias, reiteradamente. Meu apreço pelo PCdoB e pela sua militância me impõe respeitar ritmos e processos internos em relação aos quais tenho visões diferentes. Desejo êxito ao PCdoB na sua caminhada com a qual, em larga medida, sigo convergindo, em defesa de uma pátria livre e justa“, afirma Dino no texto.

O governador encerra a carta fazendo referência ao governo Bolsonaro. “Derrotar o projeto antinacional e antipopular que se instalou no Brasil é tarefa central e emergencial, que seguirá nos unindo sempre“, afirmou.

Siqueira disse ao Correio que há a expectativa de filiação de Flávio Dino, mas não há data definida. Ele também admitiu que conversa com outros parlamentares, de diversos partidos, mas não entrou em detalhes sobre nomes e legendas.

A saída

O anúncio acontece no mesmo dia em que o governo maranhense divulgou que Alcântara (MA) é a primeira cidade brasileira com 100% da população adulta vacinada com pelo menos a primeira dose pelo Programa Nacional de Imunização.

Esperança vencendo as trevas e a tristeza“, escreveu o governador nas redes sociais. A marca foi possível porque o município é formado, em sua maioria, por grupos quilombolas, grupo prioritário da vacinação contra a covid-19.

Pelo partido, Flávio Dino também foi deputado federal em 2007. Em 2010, desistiu da reeleição e concorreu ao governo do Maranhão, sendo derrotado por Roseana Sarney. Sem mandato, Flávio Dino foi nomeado para o cargo de presidente da Embratur. Em 2014, foi novamente candidato e conseguiu se eleger ao governo do estado. Nas eleições de 2018, o político foi reeleito.

O deputado Marcelo Freixo, que deixou o PSol para concorrer ao governo do Rio de Janeiro em 2022, também irá se filiar ao PSB. A solenidade ocorrerá em 22 de junho, às 11h. Ele anunciou a saída em 11 de junho último. Como Dino, Freixo destacou que encerra um ciclo e que seguirá “na mesma trincheira de defesa da vida, da democracia e dos direitos do povo brasileiro“.

Reações

A saída de Dino da legenda gerou reações entre políticos e eleitores. Orlando silva (PCdoB-SP), deputado federal e ex-ministro do Esporte, comentou: “Com emoção, vivi momentos sensíveis, pra ele e pra mim. Triste com a saída do PCdoB! Partido Comunista é como um trem, tem um destino. Avante, camaradas! Abraço, Flávio!”

Deputados da esquerda comentaram a saída de Dino do PCdoB nas redes sociais. A colega de partido, Perpétua Almeida (AC), destacou que o governador do Maranhão construiu, com o partido, “uma página de luta e beleza na história centenária do PCdoB”. “Sua decisão indica a necessidade de atitudes urgentes pela honra do legado, pela luta presente e pelo tributo ao futuro que cabem ao Partido Comunista do Brasil. Seremos sempre camaradas”, afirmou. O petista Reginaldo Lopes (MG) desejou sorte.

O perfil oficial do PCdoB no Instagram publicou uma nota da ex-deputada Manuela D’Ávilla, lamentando a decisão do colega de partido. “Lamento a saída de meu amigo Flávio Dino do PCdoB. Sei que nos encontraremos na luta em defesa de um Brasil justo e desenvolvido. Alguns perguntam e especulam sobre o meu destino: não acredito em saída individual para dilemas coletivos. Sou dirigente do PCdoB e sei que encontraremos solução para os nossos desafios”, afirmou.

O presidente do PCdoB no Maranhão, Márcio Jerry, disse que “diferenças de leituras e rumos em dada conjuntura não nos afastam de objetivos e compromissos comuns”.

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) também se pronunciou sobre o assunto e afirmou que o governador é um dos melhores do país. “Desejo boa sorte ao Flávio Dino na sua nova casa e vamos lutar pela aprovação da federação, em defesa do PCdoB”, disse Teixeira.

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Anúncio para ‘governanta’ exige imunização com a vacina da Pfizer

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Um anúncio publicado em um site de vagas de emprego exige que o candidato esteja vacinado com imunizante da Pfizer.
A vaga é para governanta, em Campinas, no interior paulista. O anúncio foi publicado no site Trabalha Brasil.

Embora a vaga seja para governanta, o trabalho inclui a maioria dos serviços domésticos, como fazer as vezes de babá e limpar a casa. O caso repercutiu nas redes sociais nesta terça-feira (22) e o site removeu o anúncio do ar.

Segundo o site Trabalha Brasil, plataforma onde a vaga tinha sido anunciada, o usuário que publicou a oferta também foi bloqueado. Por meio da assessoria de imprensa, o portal afirmou, na noite desta terça, que “repudia toda e qualquer manifestação de caráter discriminatório”.

A prática de escolher o imunizante, bastante comum nos postos de vacinação em São Paulo, foi apelidada nas redes sociais de ‘sommelier de vacina’. No caso desta vaga, a escolha pelo imunizante é listada ao lado de outras exigências, como ser cuidadosa, organizada, disciplinada e ter boa bagagem cultural.

Além da descrição da oferta, o anúncio só informava, no campo “empresa”, o nome Ana Clara Residências, mas não havia meio de contato com o empregador a não ser se candidatando para a vaga. A profissional trabalharia seis vezes por semana, com horários de segunda à sexta de 7h às 15h45 e meio período aos sábados. O salário seria de R$ 1,6 mil.

A advogada trabalhista Thaís Cremasco afirma que exigir, como requisito para vaga, a vacinação com um imunizante específico é discriminatório porque foge do controle do trabalhador que busca o emprego. Isso fere a Constituição Federal.

“O empregador não pode criar uma vaga de emprego discriminando dessa forma, especialmente porque estamos vivendo em um pais que a gente sabe das dificuldades para vacinação. É absolutamente discriminatório”, explicou.

A advogada reforça que, nos artigos 5° e 7°, a Constituição Federal define que todo e qualquer tipo de discriminação é proibida. Além disso, a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) também veda a prática.

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Lázaro dormiu em fazenda por 5 dias e fazia refeições; proprietário é preso

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fazendeiro Lázaro
Fazendeiro preso por ajudar Lázaro

Duas pessoas foram presas durante as buscas a Lázaro Barbosa, que é investigado por uma chacina em Ceilândia, no DF, e pelo menos outros sete crimes. Os detidos são suspeitos de ajudá-lo na fuga. A equipe ainda encontrou um esconderijo onde o criminoso pode ter se abrigado.

“Prendemos duas pessoas que estavam auxiliando ele nas fugas, principalmente a se esconder da ação policial. Eles estão sendo autuados agora por porte ilegal de arma de fogo e por facilitação da fuga”, disse o secretário de Segurança Pública Rodney Miranda.

“Ele andava sempre pelos canais. Dificultando nosso trabalho. Temos um indicativo forte de onde ele está. Vamos virar a noite até prendê-lo. Nós fechamos o perímetro e estamos cercando cada vez mais”, contou.

Rodney contou ainda que Lázaro foi visto nesta quinta-feira. “Ele foi visto de muito longe, um vulto que se confirmou. Uma testemunha ouviu e os dois que estão sendo autuados confirmaram. Descobrimos o esconderijo dele. Uma casa onde davam guarita pra ele”, explicou.

Com os presos, a polícia apreendeu duas armas de fogo, com mais de 50 munições, sendo que uma delas foi roubada em um dos crimes. Os homens foram detidos em Girassol, distrito de Cocalzinho de Goiás, e serão levados para a Central de Flagrantes de Águas Lindas de Goiás.

“Vem almoçar, Lázaro”

Um dos presos é o caseiro Alain Reis Santana, de 34 anos. Ele confirmou em depoimento que o fugitivo dormia havia mais de cinco dias na fazenda onde ele trabalha. A informação consta no boletim de ocorrência da Polícia Civil.

O caseiro confirmou também que Lázaro andava com uma espingarda e um telefone celular. Em outro trecho do depoimento, Alain conta que além de dormir no local, o fugitivo fazia refeições. Tudo isso com o consentimento do proprietário Elmi Caetano, de 73 anos, que também foi preso por facilitar a fuga de Lázaro Barbosa.

Segundo o caseiro, Elmi gritava na mata “vem almoçar, Lázaro” e à noite deixava a porta da fazenda aberta para que o foragido pudesse entrar. A polícia suspeitou do fazendeiro na quarta-feira (23) quando ele não permitiu que equipes da força-tarefa realizassem buscas dentro da propriedade.

O secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda disse que existe uma “rede de proteção que apoia absurdamente” o fugitivo na região de Cocalzinho (GO).

A força-tarefa atualmente conta com 270 policiais, helicópteros, cães farejadores, dezenas de veículos, drones com visão térmica e auxílio de imagens de satélite. Apesar de toda essa estrutura, a operação também pediu ajuda essa semana a um experiente caçador da região.

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Bolsonaro protagoniza 2º ataque histérico contra uma jornalista em quatro dias

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bolsonaro chilique
Bolsonaro dá chilique com jornalista da CNN

Congresso em Foco

O presidente Jair Bolsonaro tem problemas com perguntas que o incomodam. Sobretudo, quando feitas por mulheres. É o que se depreende do segundo show de grosseria promovido por Bolsonaro nesta semana contra uma jornalista que o entrevistava.

Depois de mandar uma repórter da TV Vanguarda, afiliada da Globo, calar a boca, o presidente gritou, nesta sexta-feira, com uma profissional da CNN Brasil em Sorocaba (SP), cujas perguntas chamou de “ridículas” e “idiotas”.

Durante a inauguração de um centro de excelência em tecnologia no interior paulista, Bolsonaro se irritou ao ser questionado pela repórter sobre o atraso na compra de vacinas contra a covid-19 e a denúncia de irregularidade na compra do imunizante indiano Covax.

“Em fevereiro? Onde é que tem vacina para atender todo o mercado aqui e em todo o lugar do mundo? Responda”, gritou Bolsonaro. Transtornado, Bolsonaro disse que a imprensa faz “perguntas idiotas” e “ridículas”. “Para de fazer pergunta idiota, pelo amor de deus. Então, seguinte, vamos fazer pergunta inteligente, pessoal”, afirmou, esbravejando. Bolsonaro disse que nunca houve corrupção em seu governo.

Na segunda-feira ele mandou uma profissional da Globo calar a boca depois que o questionou sobre o não uso da máscara ao desembarcar em Guaratinguetá. “Essa Globo é uma merda de imprensa. Vocês são uma porcaria de imprensa. Cala a boca, vocês são uns canalhas. Vocês fazem um jornalismo canalha, canalha, que não ajuda em nada. Vocês não ajudam em nada. Vocês destroem a família brasileira, destroem a religião brasileira. Vocês não prestam”.

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