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Sergio Moro sai do armário e assume o papel de Messias

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Sergio Moro manifestações
(crédito na imagem)

Kiko Nogueira, DCM

Sergio Moro resolveu colocar a capa de Morcego Vermelho e abraçar o papel de messias que as massas ignaras lhe outorgaram no dia 30 de junho.

“Eu vejo, eu ouço”, escreveu no Twitter em tom bíblico — não uma, mas duas vezes, abençoando a balbúrdia daquela gente que queria, por baixo, fechar o Congresso e o STF.

Segundo a Folha, a expressão caiu mal entre dirigentes de partidos, governadores e membros de cortes superiores.

“Aceitei o convite para o MJSP para consolidar os avanços anticorrupção e combater o crime organizado e os crimes violentos”, disse o ex-juiz.

“Essa é a missão. Muito a fazer.”

Se estivesse cumprindo a missão, o Queiroz, para ficar apenas num caso, não estaria desaparecido há seis meses.

O Moro que saiu do armário no domingo é um sujeito que se esbalda na megalomania.

Um profeta onisciente, onipotente e onipresente, guiando seu gado do alto da montanha onde recebeu as tábuas da lei do arcanjo Dallagnol.

A retórica lembra as viagens lisérgicas de John Lennon e Jimi Hendrix. Moro é o Olho de Hórus.

As palavras cairiam bem na letra de “Gita”, de Raul Seixas e Paulo Coelho (“Eu sou a luz das estrelas/Eu sou a cor do luar/Eu sou as coisas da vida/Eu sou o medo de amar”).

Quanto mais inflado o ego, pior a queda.

Um poema de Shelley chamado “Ozymandias” (apelido do faraó Ramsés II) ilustra bem aonde vão parar a arrogância, a ambição e o poder ilimitado.

Aqui, na tradução de Péricles Eugênio da Silva Ramos.

Ao vir de antiga terra, disse-me um viajante:
Duas pernas de pedra, enormes e sem corpo,
Acham-se no deserto. E jaz, pouco distante,
Afundando na areia, um rosto já quebrado,
De lábio desdenhoso, olhar frio e arrogante:

Mostra esse aspecto que o escultor bem conhecia
Quantas paixões lá sobrevivem, nos fragmentos,
À mão que as imitava e ao peito que as nutria
No pedestal estas palavras notareis:
“Meu nome é Ozimândias, e sou Rei dos Reis:

Desesperai, ó Grandes, vendo as minhas obras!”
Nada subsiste ali. Em torno à derrocada
Da ruína colossal, a areia ilimitada
Se estende ao longe, rasa, nua, abandonada.

Este será o legado de Sergio Moro: a ruína colossal — abandonada inclusive por aqueles que o cultuam bovinamente.

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A mitologia atual

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Jair Bolsonaro e Sérgio Moro (Imagem: Carolina Antunes | PR)

Delmar Bertuol*, Pragmatismo Político

Os povos da Antiguidade eram, em regra, politeístas e criaram explicações fantásticas para a o Universo, bem como construíram no seu imaginário deuses que também fizeram parte do processo de criação do mundo como também protegiam seus povos. Em verdade, nada diferente das religiões atuais. À única exceção das cristãs e outras que acreditam num único deus.

A toda essa história e personagens, dá-se o nome de mitologia. Cada povo tinha a sua crença, os seus deuses, a sua mitologia, portanto. A exceção fica por conta dos romanos que, quando dominaram os gregos, fizeram diferente do comumente na história quando se trata de dominação de um povo por outro: deixaram-se eles, romanos, se aculturar da mitologia grega, tão fascinados ficaram pelos modos de organização e de pensamento dos helênicos.

Falando então dessa religião que fascinou até mesmo um povo dominador, num período em que a virtude estava relacionada à imposição duma cultura sobre a outra, destaco a peculiaridade dos deuses desse panteão.

Os deuses egípcios tinham características humanas, com defeitos e virtudes. Zeus, por exemplo, a mais importante deidade, além de tarado, era egocêntrico e egoísta. Impunha castigos injustos a outros deuses e humanos, tudo por orgulho.

Mas não só Zeus manteve relações promíscuas com outras divindades e humanas. Outros deuses tiveram relações com mortais, donde do filho desse sexo deístico, nasciam os heróis.

Eu sou particularmente devoto de Dionísio, o deus do vinho, da festa, da orgia, da fecundidade e de outras atividades que, mais tarde, quando o ocidente trocou a mitologia greco-romana pelo cristianismo, foram taxadas de heresia.

A conveniência dos gregos (e, depois, dos romanos) em mitificar situações, explicações e personagens é que eles já conheciam, como disse, todos os defeitos que as divindades (mitos) possuíam. Já sabiam do egocentrismo de Zeus, da ira gratuita de Posseidon (deus dos mares) ou mesmo da ebriedade incorrigível de Dionísio (amém).

Leia aqui todos os textos de Delmar Bertuol

Num anacronismo histórico de fazer até mesmo a tão racional Atena, deusa da sabedoria, ficar uma Posseidon de tão descontrolada, alguns cristãos de hoje (que certamente nada conhecem de História, pois o importante é Português e Matemática, pra operar bem as máquinas de fábricas) dão o título de mitos a reles mortais. Afrodite enfeia-se de tão braba.

O primeiro erro é conceitual

Quando falam em mito, querem dizer que são uma espécie de deus. Mas o mito é algo maior que os deuses. Os mitos são todas as explicações e conjunturas em que os deuses estão inseridos. Isso em qualquer povo, em qualquer mitologia.

O segundo erro é também conceitual

Sendo de caráter religioso, uma divindade só pode existir na esfera do sagrado, ou seja, na imaginação. É certo que alguns povos deificaram pessoas, como os faraós egípcios, mas eles tinham a legitimação dos deuses, não do povo. Esse último só acatava a decisão dos primeiros. Era lógica teocêntrica de sociedade (Deus, ou os deuses, acima de tudo) que abandonamos(?), aqui no Brasil, pelo menos desde a República (a França o fez exatamente cem anos antes, na Revolução Francesa, em 1789).

O último aspecto é justamente a falta de conveniência

Na mitologia real, como já citado, não havia decepção, pois as deidades estavam prontas e imutáveis. Os seus problemas e fraquezas já eram de antemão sabidos. Eles não corriam o risco de serem desmascarados por algum jornalista investigativo que teve acesso a mensagens trocadas indevidamente, por exemplo.

Saiba mais:
Moro, Dallagnol e o que a história nos ensina sobre heróis
A metáfora que explica a trajetória de Sergio Moro
Bolsonaro: mito é um verbo que se faz carne
Estudo mostra que quem criou Jair Bolsonaro foi a grande mídia
Desvendando o “mito” Bolsonaro: embuste ou autenticidade?

*Delmar Bertuol é professor de história da rede municipal e estadual, escritor, autor de “Transbordo, Reminiscências da tua gestação, filha” e 1º Secretário do Simpo”

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Analogia de Glauber Braga faz Sergio Moro abandonar sessão

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Glauber Braga Sergio Moro ladrão
Glauber Braga

A audiência conjunta de três comissões da Câmara que ouviu o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, acabou em confusão e gritaria.

O tumulto começou depois que o deputado Glauber Braga (Psol-RJ) fez uma analogia entre a atuação do ministro como magistrado e um árbitro de futebol que toma um dos lados, prejudica o outro e depois vira dirigente da equipe. O parlamentar ainda afirmou que Moro entrará para a história como um “juiz ladrão”.

O deputado começou a sua explanação dizendo que não faria perguntas a Moro. Segundo o parlamentar, o ministro da Segurança Pública não responderia a nenhuma das indagações feitas por ele de qualquer forma. “Então, vou apenas fazer uma analogia”, disse Braga.

Dessa forma, Braga citou um jogo de futebol onde um suposto juiz marcaria um pênalti indevido. Diante do comentário, alguns parlamentares da base já demonstraram irritação.

VÍDEO:

“O senhor vai entrar para história como um juiz ladrão e corrompido que ganhou uma recompensa para fazer com que a democracia brasileira fosse atingida”, disse. Depois de um dia de oscilação entre momentos de tensão e provocação com horas de relativa calmaria, foi o que bastou para a sessão virar uma enorme confusão.

Parlamentares do PSL e de outros partidos governistas ficaram inconformados e partiram para cima de Braga. Sergio Moro aproveitou o momento para abandonar a sessão, sob coro de “fujão” e “ladrão”.

Poucos minutos depois, a pedido da base governista, a sessão foi retomada, mas sem a volta de Moro. Às 21h45, a deputada Professora Marcivânia (PCdoB-AP) encerrou oficialmente a reunião, alegando que Moro tinha ido embora “sem esperar o desenrolar da situação”.

Sergio Moro, ao sair da sala atrás do plenário da CCJ, falou rapidamente e afirmou que apenas abandonou a sessão por causa de Glauber. “Um deputado despreparado, que não guarda o decoro parlamentar, fez ofensas inaceitáveis. Tivemos que encerrar a sessão e a culpa é desse deputado. Glauber, acho, Glauber alguma coisa. Sabe Deus de onde veio isso aí”, disse.

O advogado Glauber braga é um dos deputados mais atuantes da Câmara Federal. Foi eleito em 2010 com 50 mil votos e em 2014 reeleito com mais de 82 mil votos.

Glauber é ex-presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. Em 2016, seu voto contrário à admissibilidade do impeachment de Dilma Rousseff foi um dos mais repercutidos na imprensa:

“Eduardo Cunha, você é um gangster. O que dá sustentação a sua cadeira cheira a enxofre. Eu voto por aqueles que nunca escolheram o lado fácil da história. Voto por Marighella, por Plinio de Arruda Sampaio, por Luis Carlos Prestes, eu voto por Olga Benário, eu voto por Zumbi dos Palmares, eu voto não”

SAIBA MAIS: Sergio Moro congela diante de duas deputadas na Câmara

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Por que as perguntas sobre Zucolotto deixaram Moro irritado?

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perguntas sobre Zucolotto deixaram Moro irritado gleise câmara vazajato
Moro com Zucolotto e com a mãe do advogado (Imagens: Reprodução e Fabio Rodrigues Pozzebom | ABr)

Joaquim de Carvalho, DCM

Antes de deixar a Câmara dos Deputados por uma saída secreta, Sergio Moro foi confrontado por questões que, se respondidas, podem esclarecer alguns pontos da trajetória de Moro quando era juiz.

Uma delas é: Quem pagava as despesas de Moro quando ia para o exterior?

A deputada Gleisi Hoffmann foi direto ao ponto: “O senhor ou a esposa tiveram ou têm conta no exterior?

Moro não respondeu e considerou que a pergunta era “maluquice”.

Não respondeu também se viajou para o exterior com Carlos Zucolotto Júnior.

Gleisi não tirou esta pergunta do nada. Nem foi provocação.

Moro teria, sim, viajado com Zucolotto para o exterior. Mas, se respondesse afirmativamente, abriria espaço para outras questões incômodas para o juiz.

Desde que Moro acertou com Bolsonaro sua ida para o governo, o advogado se tornou lobista de carteirinha. É membro da Associação Brasileira de Relações Governamentais.

Zucolotto também foi sócio de Rosângela Moro, conforme ela mesma anunciou, em post antigo no Instagram.

Sim! É meu amigo. Foi meu sócio, é meu compadre, é parceiro e é do bem. O tempo esclarece tudo! Enquanto isso seguimos na nossa amizade e de nossas famílias, enlouquecendo mentes criativas e destrutivas. Zucolotto faz o melhor churrasco da vida toda”, disse.

Moro é, digamos assim, da cozinha de Zucolotto Júnior, como mostra uma foto postada no Facebook pela mãe do advogado e agora lobista, Olga.

A postagem é do dia 13 de setembro de 2015, auge da Lava Jato. Uma amiga comentou:

Aeee dona Olga.. Tietando rs.

Outra, de sobrenome Moro, disse:

Quanto orgulho deste homem! Que Deus abençoe a vida dele, cada dia.

Outra perguntou:

Conta aí dona Olga. Quando vai ser o dia dos rojões? Fala pra ele prender logo o Lula e a Dilma kkkkk.

Olga diz que perguntou:

Já falei. Ele só deu risada, disse que seria o maior foguetório do Brasil, adoro.

Quando a foto foi postada, Lula nem sequer havia sido denunciado pelo Ministério Público Federal.

Moro decretaria a condução coercitiva de Lula seis meses depois; o interrogaria um ano e sete meses depois; e o condenaria um ano e nove meses depois.

Nesse meio de tempo, Zucolotto Júnior foi denunciado pelo advogado Rodrigo Tacla Durán por extorsão.

Zucolotto, segundo mensagens trocadas entre eles nos dias 24 e 25 de maio de 2016, apresentadas por Tacla Durán, queria 5 milhões de dólares em troca de facilidades num acordo de delação.

No dia 14 de julho de 2016 – menos de dois meses depois —., Tacla Durán transferiu 612 mil dólares (o equivalente a R$ 2,4 milhões) para a conta de outro advogado curitibano, Marlus Arns.

Gleisi perguntou a Moro se Rosângela tinha sido sócia de Marlus Arns. Moro não respondeu.

Rosângela trabalhou com Marlus em ações da massa falida da GVA, que tinha como sindica a família Simão, denunciada em uma CPI por integrar a máfia das falências no Paraná.

A transferência dos 612 mil dólares de uma conta da empresa de Tacla Durán para o escritório de Marlus Arns se deu após encontro entre os dois, nos Estados Unidos, onde Tacla Durán morava.

Paguei para não ser preso”, contou o advogado. A transferência seria a primeira parcela do total acertado com Zucolotto.

Em junho, antes de Marlus viajar lá, a Lava Jato tinha pedido a prisão de Tacla Durán, mas Moro ainda não a tinha decretado. A prisão só seria decretada cinco meses depois.

No dia 31 de agosto de 2016, segundo as conversas secretas vazadas pelo Intercept, Moro perguntou a Dallagnol se não era muito tempo sem operação.

É sim”, responde o procurador. “O problema é que as operações estão com as mesmas pessoas que estão com a denúncia do Lula. Decidimos postergar tudo até sair essa denúncia, menos a op do taccla (Rodrigo Tacla Durán) pelo risco de evasão, mas ela depende de Articulacao com os americanos”, acrescentou.

Quando a prisão foi decretada, em 10 de novembro de 2016, as autoridades americanas não quiseram cumprir o mandado.

Tacla Durán viajou dos Estados Unidos para Madri e foi preso no hotel Intercontinental em 18 de novembro.

Três meses depois, seria solto e, em seguida, fixaria residência na Espanha, após o país negar sua extradição ao Brasil.

Em Madri, começou a escrever um livro, Testemunho, ainda não publicado. O primeiro capítulo, postado na internet durante alguns dias, narra como foi a negociação com Zucolotto.

Quando Moro foi procurado pela jornalista Mônica Bergamo, em agosto de 2017, para comentar a denúncias relatadas no livro, Moro não quis responder.

Depois que saiu a reportagem, Moro se manifestou, numa manhã de domingo, através de uma nota dura, em que lamentou que “a palavra de um acusado foragido da Justiça brasileira esteja sendo usada para levantar suspeitas infundadas sobre a atuação da Justiça”.

Defendeu Zucolotto, que descreveu como “profissional sério e competente”, e faltou com a verdade, ao assegurar que ele nunca havia atuado na área criminal.

Zucolotto foi seu advogado em um processo criminal, movido pelo Ministério Público Federal contra o advogado Roberto Bertholdo, por calunia e difamação.

Moro nem cogitou determinar investigação para averiguar a denúncia de Tacla Durán — até para garantir que o nome dele (ou dos procuradores) não tivesse sido usado indevidamente.

Em vez disso, pensou em processar a jornalista que publicou a notícia, Mônica Bergamo, conforme revela a coluna Painel da Folha de S. Paulo de hoje.

Na troca de mensagens com Deltan Dallagnol, vazadas pelo The Intercept, aparece uma em que Moro considerou a reportagem de Mônica Bergamo “ridícula” e disse que pensava em processá-la:

Estou pensando em entrar com ação por danos morais contra ela.”

Não entrou, mas o caso, pelo visto ontem, ficou atravessado em sua garganta.

Ele se referiu à jornalista como “colunista social”, como se esta atividade fosse menor.

Ao não responder às perguntas de Gleisi, sobre viagem ao exterior, sociedade com Rosângela e conta, Moro atrai suspeita para si. Difícil entender por que Zucolotto é tão protegido por ele.

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Ex-assessora de Sergio Moro: “Não foi hacker, foi fogo amigo”

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Deputado que entregou troféu a Moro é campeão em processos no Congresso

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sergio moro troféu deputado processos
Boca Aberta e Sérgio Moro (Foto: divulgação/blog do tupan)

O deputado que entregou uma réplica do troféu da Champions League ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, é campeão em processos no Congresso Nacional.

Em seu primeiro mandato federal, Boca Aberta (Pros-PR) é alvo de mais de 20 ações por crimes eleitorais, de injúria, calúnia e difamação na Justiça estadual do Paraná.

Nenhum outro parlamentar no exercício do mandato é alvo de mais acusações criminais do que ele. As informações são do Congresso em Foco.

Boca Aberta contou que imaginava uma forma de homenagear o ministro há mais de duas semanas. “É o homem da mais alta conduta. Tinha que dar algum troféu a ele contra a corrupção. Fui atrás da taça no tamanho da original”, explicou.

Durante a audiência de Sergio Moro em reunião conjunta de três comissões da Câmara, nessa terça-feira (2), Boca Aberta surpreendeu o conterrâneo ao dizer que entregaria a ele um prêmio cobiçado por craques como Neymar e Messi.

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“Sergio Moro, neste momento entrego o troféu da Champions League ao senhor, que equivale aqui na gravura fiz questão de colocar: Sergio Moro, a maior estrela de combate à corrupção brasileira. Beijo no coração, Sergio Moro, a paz de Deus.”

Uma montagem feita no Instagram reproduz a cena ao som do hino da Champions, o campeonato de clubes mais importante do mundo. Boca Aberta ainda se ajoelhou diante de Moro em sinal de reverência. Sorridente, o ministro mostrou discretamente o troféu e o guardou.

 

Ver essa foto no Instagram

 

Deram um troféu da Champions League para o Sergio Moro e eu não tenho legenda pra isso

Uma publicação compartilhada por Daniel Oliveira (@naointendo) em

Para o deputado, os diálogos atribuídos a Moro que sugerem que ele orientou a força-tarefa da Lava Jato nas investigações não podem diminuir os resultados da megaoperação. “Não ferem a lisura e a ética do ministro.”

Boca Aberta criticou os deputados que atacaram Moro na Câmara. “Foi um ataque do tubarão branco (referindo-se ao PT, Psol e PCdoB) ao Sérgio Moro. Ele foi para explicar e não tinha a obrigação de responder. O PT queria atacar a honra do ministro e da família dele”, disse.

Durante cerca de sete horas, o ministro não reconheceu a autenticidade dos diálogos reproduzidos pelo site The Intercept Brasil e disse que não cometeu qualquer irregularidade na condução dos processos da Lava Jato.

SAIBA MAIS:
— Por que as perguntas sobre Zucolotto deixaram Moro irritado?
Sergio Moro congela diante de duas deputadas na Câmara

Congresso em Foco/Edson Sardinha

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Ameaçado após peitar Moro, deputado lança desafio em plenário

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Sergio Moro Glauber Braga
Sergio Moro durante audiência na CCJ (Foto: Lula Marques)

O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) passou a ser ameaçado por grupos extremistas após peitar o ministro Sergio Moro na audiência da CCJ sobre as ilegalidades da Lava Jato (relembre aqui).

Simpatizantes de Moro criaram campanhas difamatórias nas redes sociais contra o parlamentar e a sua família. Deputados da base do governo também tentaram intimidar Glauber.

O deputado federal Carlos Jordy (PSL-RJ), vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, publicou em suas redes sociais que a fala de Glauber Braga chamando Moro de “juiz ladrão” não vai passar batido e pediu rigor.

Líder do governo Jair Bolsonaro no Congresso, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) anunciou que abriu uma representação no Conselho de Ética da casa contra Glauber.

Diante das ameaças e intimidações, Glauber subiu na tribuna nesta quarta-feira (3) e falou para um plenário cheio. “Acordei com algumas ameaças de deputados bolsonaristas dizendo que vão me processar, entrar no conselho de ética. Se for aceito, podem ter certeza que eu vou propor a produção de provas, propor a convocação de testemunhas. Vai ser mais uma oportunidade para demonstrar que Sergio Moro é um juiz ladrão”, disse Braga.

Glauber ainda propôs um desafio a Moro e aos que tentam intimidá-lo:

“As fake news já são uma prática do grupo bolsonarista. Mentiram hoje pela manhã atacando a minha família. Mentiram hoje dizendo que a minha evolução patrimonial é ilegal”, iniciou Glauber.

“Eu faço aqui um desafio a Moro e aos que me caluniam. Quebro o meu sigilo fiscal, bancário e telefônico se o juiz Sergio Moro se comprometer a fazer a mesma coisa”, continuou o deputado.

“Tenho certeza que se quebrarem o meu sigilo fiscal, bancário e telefônico eu vou ficar de pé. Se quebrarem o de Sergio Moro ele vai cair. E digo mais, essas intimidações não vão me fazer retroceder. Repito: Sergio Moro se corrompeu e é um juiz ladrão”, finalizou.

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Previdência: Os 19 deputados da oposição que votaram com o governo Bolsonaro

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voto reforma previdência tabata amaral
Tabata Amaral foi a deputada mais criticada por seu voto na Reforma da Previdência (Imagem: Oath Inc.)

Aprovada com ampla margem no plenário, a reforma da Previdência revelou que muitos parlamentares discordam da posição dos seus partidos.

Prova disso está no comportamento da oposição, que contribuiu com 19 votos para a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019.

No PDT, que ameaçou punir quem não seguisse a orientação do partido de votar contra a reforma, oito parlamentares votaram a favor da matéria.

Entre eles, Tabata Amaral (SP). Nas redes sociais, ela justificou o voto: “Meu voto pela reforma da Previdência não foi vendido, é convicção. A bancada da educação continua lutando pela manutenção da aposentadoria especial dos professores”.

Veja também: Os deputados que prejudicaram os professores na Reforma da Previdência

A dissidência foi ainda maior no PSB. Apesar de a sigla ter fechado questão contra o texto, 11 dos 32 deputados do partido apoiaram a proposta no primeiro turno da votação.

Do outro lado, Tiririca (SP) foi o único representante do PL a votar contra a reforma. Já o PP sentiu algum efeito da resistência nordestina à proposta. São do Nordeste todos os três, dos 39 deputados da bancada, que votaram contra o texto substitutivo apresentado pelo relator Samuel Moreira (PSDB-SP).

Veja quem são os 19 parlamentares da oposição que votaram a favor da reforma da Previdência do governo Bolsonaro:

PSB
Átila Lira (PI)
Emidinho Madeira (MG)
Felipe Carreras (PE)
Felipe Rigoni (ES)
Jeferson Campos (SP)
Liziane Bayer (RS)
Luiz Flávio Gomes (SP)
Rodrigo Agostinho (SP)
Rodrigo Coelho (SC)
Rosana Valle (SP)
Ted Conti (ES)

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PDT
Alex Santana (BA)
Flávio Nogueira (PI)
Gil Cutrim (MA)
Jesus Sérgio (AC)
Marlon Santos (RS)
Silvia Cristina (RO)
Subtenente Gonzaga (MG)
Tabata Amaral (SP)

VEJA AQUI COMO VOTOU CADA DEPUTADO

Congresso em Foco

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Tabata Amaral é elogiada pelo MBL e recebe convite de Alexandre Frota

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tabata amaral alexandre frota
Tabata Amaral e Alexandre Frota (Imagem: Igo Estrela/Metrópoles)

O PDT vai abrir um processo interno na Comissão de Ética do partido contra os oito deputados que contrariaram a orientação partidária e votaram a favor do texto base da reforma da Previdência.

Tábata Amaral e mais sete parlamentares da sigla divergiram do posicionamento aprovado por maioria do diretório nacional pedetista, crítico ao projeto do governo de Jair Bolsonaro.

Depois de sinalizar apoio à expulsão dos oito deputados, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, adotou postura cautelosa sobre eventuais punições a eles.

Nesta quarta-feira, ele havia sinalizado que poderia expulsar parlamentares da legenda que votassem “sim” ao texto. “Quem quiser o lado dos banqueiros, que vá para o lado de lá”, escreveu no Twitter.

Nesta tarde, Lupi disse que a Comissão de Ética do partido terá o desafio de assegurar a sintonia de votos da bancada pedetista sem perder cadeiras na Casa.

“Muitos deputados desejam ser expulsos e contrariam o partido de propósito. Não podemos ser ingênuos de atender o objetivo de um deputado de votar contra o partido. Ao mesmo tempo, não podemos ficar com gente que não vota com a orientação partidária. Por que é deputado se não segue a orientação partidária? Mas também não podemos perder o mandato. Esse é o desafio da Comissão de Ética”, ponderou Lupi.

Tabata Amaral

Com o voto a favor da reforma da Previdência do governo Bolsonaro, a deputada federal Tabata Amaral figurou entre os assuntos mais comentados do Twitter. Ela garante ter votado por convicção.

Em entrevista à Rádio Gaúcha, Carlos Lupi afirmou que Tabata é cria do bilionário Jorge Paulo Lemann, dono da AMBEV, e obedece as ordens dele. “O que é mais importante, um grupo que tem o Lemann, que é a segunda maior fortuna do Brasil, que dá o direcionamento ou o partido?”, questionou.

Lemann foi durante seis anos consecutivos o homem mais rico do Brasil. Atualmente ele é o segundo do ranking, depois do banqueiro Joseph Safra. Lemann apoiou algumas candidaturas a partir dos movimentos ‘Renova Br’ e ‘Acredito’, sendo a de Tabata Amaral a de maior repercussão.

Na entrevista, Lupi disse que a deputada participou da convenção do partido que fechou questão contra o projeto do governo para a Previdência Social e que a votação “foi unânime”, inclusive com o voto dela.

“O que houve foi uma mudança de posição de muita gente depois que esse grupo ‘Renova BR’ anunciou que estava fechando posição a favor”, disse Lupi.

Alexandre Frota

Após a polêmica em torno de Tabata Amaral, o deputado Alexandre Frota se manifestou e convidou a jovem para integrar o PSL — sigla do presidente Jair Bolsonaro.

“Tabata Amaral, o PSL está de braços abertos para você”, escreveu no Twitter. “Partido não vai faltar. Força aí, PDT”, ironizou Frota.

Frota também provocou Ciro Gomes. “Rsrs 8 deputados do PDT de Ciro Gomes votaram com a gente. E aí Ciro falou que expulsaria quem votasse com a gente e agora?”, tuitou o deputado do PSL.

Bastante criticada por parte da esquerda, Tabata foi elogiada por setores que defendiam a reforma, como banqueiros, empresários e pelo Movimento Brasil Livre (MBL).

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Na ONU, governo Bolsonaro se alia a islâmicos em temas como sexo e família

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brasil na ONU votações retrocesso
Na ONU, Brasil tem votado com Iraque, Afeganistão, Bahrein, Eritreia e Somália/Reprodução)

Correspondente brasileiro em Genebra, o jornalista Jamil Chade tem testemunhado episódios grotescos e atípicos promovidos pela diplomacia brasileira na ONU.

“O discurso oficial é de que o novo governo brasileiro tem a missão de defender os valores ocidentais e até lutar pela preservação do cristianismo. Mas, nas votações na ONU, o governo descobriu que é um dos poucos no mundo a se associar às ideias ultraconservadoras do mundo islâmico”, relata Jamil.

“Nas últimas semanas, o governo brasileiro mudou radicalmente sua postura na ONU, tentando vetar termos que eram consenso internacional por 25 anos. Com base em avaliações religiosas, o Brasil passou a rejeitar termos como direitos sexuais, igualdade de gênero e outras palavras que possam contradizer a uma visão religiosa de reprodução, homens e mulheres”, acrescenta o jornalista.

Nesta quinta-feira (11), a diplomacia do governo Jair Bolsonaro seguiu países como Iraque, Afeganistão, Bahrein, Eritreia e Somália em votações sobre direitos sexuais e reprodutivos.

Entre as emendas seguidas pelo Brasil está uma proposta do Egito e Iraque que exclui a referência “ao direito à saúde sexual e reprodutiva” em resolução contra o casamento infantil e forçado.

Outra emenda apoiada pela embaixadora Maria Nazareth Farani Azevêdo foi movida por Bahrein e Arábia Saudita com o objetivo de enfraquecer a recomendação de educação sexual – não mais recomendá-la “de acordo com a maturidade apropriada”, mas dependente de “devida orientação dos pais e guardiões legais”.

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O Brasil apoiou o texto de resolução sobre educação sexual, com a proposta de extinção da garantia ao “acesso universal à educação abrangente sobre sexualidade baseada em evidências”, proposta pelo Paquistão.

Em todos os casos, o Brasil foi derrotado junto ao grupo de países fundamentalistas islâmicos, encabeçado por Arábia Saudita, Egito e Paquistão. No lado vitorioso, países desenvolvidos como Dinamarca, Inglaterra, Japão, Islândia, Itália, Austrália e os sul-americanos Chile e Uruguai (imagem acima).

A diplomacia brasileira também causou polêmica ao se abster em votação que aprovou investigação sobre as execuções extrajudiciais e sumárias nas Filipinas, governada pelo extremista de direita Rodrigo Duterte.

Leia o texto de Jamil Chade neste link.

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Como o “hacker de Araraquara” mostrou quem é quem no Brasil

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sergio moro hacker de araraquara
(Imagem: Reprodução/RepórterAM)

por Anderson Pires*

Um hacker escancarou as entranhas do Estado Brasileiro. Por vias tortas, Walter Delgatti mostrou que por mais mecanismos que se tente implementar nas democracias modernas, o papel do Estado continua sendo o mesmo da sua origem, proteger os interesses dos detentores dos meios de produção e garantir a hegemonia do capitalismo.

Além disso, o episódio permitiu verificar que as percepções a respeito das mensagens de autoridades que foram roubadas do Telegram, como o ex-juiz Sérgio Moro e o Coordenador da Lava Jato, Deltan Dalagnol, estão impregnadas de moralismo.

Para os apoiadores da Lava Jato, majoritariamente eleitores de Jair Bolsonaro, a moral que os guia vai no sentido de proteger seus heróis e direcionar todas as atenções para o ato ilegal praticado pelo hacker, tentando fazer correlações ilícitas com partidos e personalidades de esquerda, como forma de diluir os crimes que porventura sejam apurados nas mensagens. É a ótica de quem acredita no Estado como condutor de interesses da parcela dominante e que aos seus todos os pecados são permitidos. E, como legítimos herdeiros da moral cristã, a absolvição é fruto da cruzada que travam com o propósito de eliminar os demônios que assolam a sociedade brasileira.

São condescendentes com contradições as mais absurdas, como a proliferação de armas, a banalização do direito de matar, a flexibilização da atuação de milícias, o patrimonialismo, o uso da justiça de forma relativa, a condenação de quem lhes convém sem provas, o abuso de autoridade por agentes públicos, a interferência em processos eleitorais e a busca de ganhos financeiros privados a partir dos “resultados” da função pública.

Por outro lado, os identificados mais a esquerda, que dizem condenar essas práticas, talvez não percebam que essa armadilha estatal também é fruto das concepções que defendem. O Estado Brasileiro é uma radiografia da desigualdade, da divisão de espaços por critérios socioeconômicos. Os donos continuam sendo os mesmos. Os filhos de juízes são juízes. Os filhos de procuradores são procuradores. Majoritariamente, as funções públicas de maior remuneração e poder são ocupadas por pessoas vindas das classes de maior renda, com a conivência e defesa de quem diz combater a desigualdade. O mesmo ativismo de esquerda que questiona distorções sociais é o que defende a estabilidade no emprego público e a permanência dos concursados ad eternum, como um dogma que não pode ser questionado. Colaboram para perpetuarem desigualdades e garantem o controle do Estado por quem sempre o controlou.

A lógica que se tornou regra, dado que é legitimada por todas as classes, é que a entrada no serviço público garante a propriedade de uma parcela do Estado e, sendo assim, muitas funções chegam a ter um perfil hereditário. Nas mais diversas áreas é comum familiares ocuparem as mesmas funções por gerações seguidas. Isso pode ser verificado no judiciário, no executivo e até nas universidades.

Por mais que se aprofundem mecanismos democráticos, como eleições e consultas, será uma tarefa milenar quebrar essa lógica que estabelece quem são os donos do Estado e que, sendo assim, a esses é permitido fazer uso dele como um posseiro, muitas vezes passando por cima da lei e corrompendo o caráter público. Uma lógica que perpassa extremos da direita à esquerda. A diferença básica é qual o tamanho que o Estado deve ter e a quais prioridades servirá. O direcionamento político irá determinar para qual lado pender, mas em qualquer situação os agentes continuarão sendo os mesmos e, por conseguinte, a desigualdade mantida.

Todo esse resgate serve para debater as origens das práticas da Operação Lava Jato, que durante seu percurso vem fazendo uso da posse estatal, passando por cima de limites da legalidade e, por que não dizer da razoabilidade? Sobra moralismo, juízo de valor, e, principalmente, sob a lógica de que se são os donos e vivem numa sociedade capitalista, tudo se justifica, pois agem em torno dos interesses que defendem, a exemplo da busca por lucratividade, moralmente aceita, mesmo que ilegal.

Se as mensagens que o hacker expôs são verdadeiras ou não, isso é um questionamento que deverá ser feito ao longo das investigações. Mas uma coisa é certa, o conteúdo atesta que juízes e procuradores agiram de forma intencional e na busca de ganhos privados, tendo o serviço público como trampolim.

Na hora em que ministros do Supremo e membros do Ministério Público Federal passam a agir como consultores sobre os destinos das eleições brasileiras para grandes investidores, a exemplo dos ligados a XP Investimentos, fica claro que essa parcela do Estado transfigurada em proprietários é só uma extensão de grandes corporações financeiras, as quais resolveram dividir parte dos lucros, através do pagamento por palestras e reuniões secretas de consultoria.

Independente da condução dos processos da Operação Lava Jato, a relação perniciosa verificada entre promotores, juízes e ministros com setores do empresariado, deixa claro que existe lado e que os desdobramentos dessa operação favoreceram politicamente o presidente eleito, quebraram os principais grupos do setor produtivo brasileiro e proporcionaram um ambiente, no qual o rentismo voltou a ser a atividade mais lucrativa no país, basta verificar os recordes sucessivos que os bancos vêm acumulando.

Mas se os bancos ganham bilhões, alimentam seus agentes públicos com pequenos quinhões. Cachês por apresentações em que, além de se comprometerem fazendo previsões, ainda assumem compromissos formais posteriores, como fez o Ministro Luiz Fux no evento para investidores Expert XP 2019, quando prometeu aos seus ouvintes que na presidência do Supremo, a Lava Jato terá seu amparo para continuar a missão que vem cumprindo. Para quem acha que a corrupção é o maior dos males, isso pode servir de justificativa. Mas precisam fechar os olhos para as ilegalidades praticadas em torno desse fim.

Para quem enxerga que a principal mazela do Brasil é a desigualdade social, Fux fez um juramento: no que depender dele, o caminho continuará sendo o mesmo, com mais proteção aos banqueiros, portanto aumento da pobreza e, como “bom carioca” garantiu que o show vai continuar, porém espera ser reconhecido pelo seu desempenho. Saiu do evento aplaudido.

Num país onde Moros, Dallagnols, Fuxes, Fachins e outros sobrenomes pomposos agem como donos do Estado, falta discernimento para os Silvas entenderem que não será defendendo essa estrutura secular que irão mudar uma história de dominação. O hacker deu uma forcinha para relembrar quem é quem no Brasil, quais interesses estão em jogo e que em meio a tudo isso, escolheram até o ator político que lhes garanta mais segurança. Se para Moro e Dallagnol vale a máxima, “in Fux we trust”, lá em Portugal, diriam: “Tudo como dantes no quartel d’Abrantes”.

Anderson Pires é jornalista formado pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), publicitário e cozinheiro.

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Alexandre Frota é expulso do PSL após criticar Bolsonaro

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Alexandre Frota expulso do PSL
Alexandre Frota

O deputado federal Alexandre Frota foi expulso do PSL nesta terça-feira (13). A decisão foi oficializada em reunião a portas fechadas e anunciada pelo presidente da legenda, Luciano Bivar (PE).

A expulsão ocorreu por unanimidade (nove votos). O pedido de desligamento de Frota partiu da deputada Carla Zambelli (PSL-SP).

Segundo Bivar, a expulsão está relacionada às declarações do deputado sobre o presidente Bolsonaro e sobre seus correligionários, e não a seu voto na reforma da Previdência.

Alexandre Frota foi eleito pela primeira vez para o cargo de deputado federal com 156 mil votos. Ele não tem poupado críticas ao governo Bolsonaro.

No segundo turno da votação, na Câmara, ele foi o único deputado do partido que se absteve de votar. De acordo com a cúpula do PSL, a decisão pela expulsão foi unânime.

A situação de Frota no partido se complicou nos últimos meses, e o deputado foi retirado da vice-liderança do partido na Câmara e da comissão da reforma tributária.

Em maio, Frota criticou o filho do presidente, o também deputado federal Eduardo Bolsonaro, e questionou seu posto como presidente estadual do partido. Ele chegou a dizer que “colocaria fogo” no partido. O deputado depois criticou a indicação de Eduardo para o posto de embaixador do Brasil nos Estados Unidos.

Frota chegou a ser o coordenador do PSL na comissão especial da Previdência e se consolidou como um dos principais articuladores do partido na questão, o que levou a uma aproximação sua com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Expulso, Frota não poderá ser acusado de infidelidade partidária e pode buscar outra legenda. Segundo informou a coluna Painel, duas novas casas possíveis são o PSDB e o DEM.

Críticas

Frota filiou-se ao PSL em 4 de abril do ano passado, informa o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Entre a eleição de 2018, em outubro, e a expulsão do partido, a tônica dos comentários do deputado nas redes sociais mudou. De apoiador dedicado, converteu-se em crítico que foi subindo o tom cada vez mais.

Logo após a confirmação de sua vitória na eleição para presidente do ano passado, por exemplo, Bolsonaro fez um discurso e uma oração acompanhado de pessoas que deveriam formar o núcleo duro de seu governo. Alexandre Frota estava entre elas.

Em março, com três meses de governo e um mês de atuação dos deputados, Frota afirmou que agora era considerado “persona non grata no governo Bolsonaro”. De acordo com o deputado, o racha teria acontecido por ele “defender a prisão do [Fabrício] Queiroz”, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente. Frota também disse que “pediu o afastamento do senador [Flávio] para ele apenas se defender”.

Em junho, Frota voltou a criticar o presidente Bolsonaro por conta de Fabrício Queiroz. Frota apontou que Bolsonaro estava irritado com denúncias envolvendo o presidente do PSL, Luciano Bivar. “Engraçado as denúncias do Queiroz /Flávio/funcionários fantasmas/ — isso não irrita o nosso Presidente? Bolsonaro diz ser insuportável um partido assim, a gente também”, postou o deputado no Twitter.

Em julho, compartilhou uma entrevista concedida à revista “Época”, cujo título continha uma frase sua: “Bolsonaro é minha maior decepção”. Na entrevista, perguntado o que achava de Jair Bolsonaro, o deputado respondeu: “Eu conheço dois Bolsonaros. O meu amigo, até o dia da eleição, e outro, presidente. Prefiro não falar mais.”

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Eduardo Bolsonaro ataca Kim Kataguiri e recebe resposta indigesta

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eduardo bolsonaro kim kataguiri
(Imagem: Reprodução/Agência Lusa/Notícias No Minuto)

Em junho de 2019, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) vetou a Lei 13.834/2019, que pune com até 8 anos de cadeia quem divulgar fake news no Brasil.

No entanto, em sessão nesta quarta-feira (28) o Congresso Nacional derrubou o veto presidencial e a lei passa a valer, contrariando os propagadores de notícias falsas e quem delas se beneficia.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, irritou-se com a derrubada do veto e trocou farpas com Kim Kataguiri (DEM), seu colega de Câmara.

“Derrubado o veto da lei que pune com 2 a 8 anos de prisão quem divulgar fake news. Parabéns dep. Kim Kataguiri (DEM-SP) por ter viabilizado esse instrumento que vai calar exatamente aqueles que não divulgam fake news. A esquerda comemorou no plenário, será por quê?”, escreveu.

“A pena para quem divulgar fake news é o dobro da pena para quem comete homicídio culposo. Além disso, o que é fake news? Sabemos que mesmo falando a verdade nossos inimigos nos processarão dizendo que estamos divulgando fake news”, desesperou-se Eduardo Bolsonaro.

Kim Kataguiri rebateu: “A esquerda comemorou porque qualquer veto derrubado ela comemora. E você reclama porque não leu o projeto, aliás, nem estava no plenário durante a discussão, como nunca está. Se era contra, por que não participou do debate? Por que não foi virar votos a favor do veto? Férias pré-embaixada?”.

Kim continuou: “Desafio @BolsonaroSP para um debate sobre a lei que ele critica, mas que o próprio pai sancionou parcialmente com exatamente a mesma pena que eu defendo. Sei que não vai aceitar porque não leu o projeto, como não lê nem debate nada do que é relevante pautado em plenário. Vergonha”.

Mais tarde, Eduardo Bolsonaro foi até a tribuna do plenário reclamar da lei. O filho do presidente prometeu recorrer ao seu partido, o PSL, para tentar barrar a lei de alguma forma, alegando que ela irá “amordaçar a liberdade de expressão”.

O deputado ainda disse ser “constantemente vítima de fake news”, mas que prefere deixar as pessoas terem a liberdade de expressão e, caso se sinta ofendido, buscar reparação na Justiça.

Na votação de quarta-feira, foram 326 votos dos deputados para derrubar o veto e apenas 84 para mantê-lo. No Senado, foram 48 votos para derrubar o veto e apenas 6 para mantê-lo.

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Um consenso mínimo para um país à beira do colapso

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consenso mínimo país à beira do colapso
Jair Messias Bolsonaro (Imagem: Marcos Corrêa | PR)

Lucas Coradini*, Pragmatismo Político

No dia primeiro de janeiro de 2019, diante de 513 deputados federais e 81 senadores, naquele ato simbolizando a sociedade brasileira, o presidente Jair Bolsonaro proferiu o juramento constitucional comprometendo-se a “manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil“. Era o seu ato de posse na presidência da república, e o rito cumpria o previsto no Art. 78 da Constituição que jurava defender. Contudo, sete meses foram suficientes para romper esse juramento, e toda a agenda política de Bolsonaro demonstra que estamos diante de um governo anticonstitucional.

Batizada Constituição Cidadã, a carta magna de 1988 ofereceu ao povo brasileiro a mais ampla gama de direitos individuais e coletivos, e o mais completo conjunto de direitos sociais da nossa história. Além de um marco na transição do regime autoritário da ditadura militar para o Estado democrático de Direito, a promulgação da Constituição refletiu um amplo acordo de conciliação, no qual o Estado passaria a olhar para as desigualdades históricas e buscar superar os abismos sobre os quais se assentavam as relações econômicas, políticas e sociais. O novo pacto social brasileiro representava, assim, um “compromisso com a nação“. Uma nação pobre e desigual.

Essa concepção se traduz na tutela dos direitos sociais, nos princípios da proteção das minorias, no estabelecimento da igualdade étnica, na instituição da proteção social e uma série de dispositivos que objetivam, ao fim, a erradicação da pobreza e a construção de uma sociedade mais justa. O bolsonarismo tem se mostrado a antítese a tudo isso. Todos os decretos, projetos de leis e reformas apresentadas até o momento colidem frontalmente com os fundamentos constitucionais.

É importante reconhecer que o pacto social de 1988 foi o oxigênio para três décadas de alternância entre a democracia liberal e a social-democracia, com governos pendendo ora à centro-direita, ora à centro-esquerda, que de alguma forma produziram avanços frente aos problemas estruturais do país. Esse foi o inédito viável da conciliação dos interesses das elites com os interesses do conjunto da sociedade, durante o qual o Estado demonstrou alguma capacidade de promover ganhos para os dois lados – apesar de, não raras vezes, os interesses oligárquicos prevalecerem sobre os populares.

A mobilidade social possibilitada à parte da população mais pobre a partir das políticas públicas implementadas nas últimas décadas, e a consequente ampliação dos extratos sociais médios, alimentou as expectativas quanto à consolidação de um estado de bem-estar social. Essa expectativa, contudo, não se concretizou. Ao mesmo tempo, políticas compensatórias como o sistema de cotas nas universidades trouxeram à luz conflitos historicamente presentes na estrutura social brasileira – e por muito tempo velados – gerando reações das classes dominantes que, até então, possuíam acesso privilegiado à educação superior e exclusividade sobre determinados bens materiais e imateriais que garantiam distinção social.

A frustração das camadas em processo de mobilidade com a descontinuidade das políticas de bem-estar social, somada ao acirramento das tensões da classe média, que não se via representada na agenda governamental, iniciou um processo de ruptura no tecido social brasileiro. Essa ruptura se traduziu na polarização do debate político e no descontentamento mútuo com os rumos da política nacional, observado desde os grandes movimentos de rua ocorridos em 2013. Paralelamente, uma grande campanha midiática colocava a corrupção como centro de todos os problemas do país, num contexto de revelações trazidas a público pela operação Lava a Jato. Foi nesse ambiente que se agravou uma crise política no Brasil, fazendo insurgir novos movimentos com visões de Estado destoantes daquelas cristalizadas na Constituição de 1988, de matizes políticas que variavam do neoliberalismo à extrema direita fascista.

Esse período pode ser descrito como o “início do fim” de um ciclo social-democrático, e foi marcado pela crise do centro político. Percebe-se o desgaste de partidos tradicionais como o PT e o PSDB, que nos últimos pleitos eleitorais reduziram seus quadros nas prefeituras, estados e casas legislativas. Ao mesmo tempo, o “pêndulo” da democracia se desloca para o polo onde encontra uma incipiente extrema direita, ainda com identidade disforme, mas disposta a disputar o jogo político e a se capitalizar com a crise de representatividade dos partidos tradicionais.

Assim emerge o bolsonarismo, valendo-se da crise de representatividade da classe política, do antipetismo insuflado pela Lava a Jato, e do eco que o pensamento radical de seu líder promovia em grupos de extrema direita. Somente o PSL, que possuía um único deputado federal e nenhuma expressão na política brasileira, passou a ocupar 52 cadeiras no Congresso Nacional, servindo-se apenas da popularidade do seu candidato presidencial. Na esteira dessa projeção são alçados ao parlamento quadros improváveis do cenário político, oriundos do submundo do pensamento liberal e conservador.

Para além do apelo populista que esse movimento exerceu sobre parte da sociedade, Bolsonaro foi viabilizado como presidente, sobretudo, quando compreendeu a quais interesses deveria se alinhar para chegar ao poder, sinalização realizada ainda no período eleitoral, quando terceirizou o programa econômico a um representante do sistema financeiro, o agora ministro Paulo Guedes. Dessa forma o país foi afiançado às forças do capitalismo financeiro, que operam a nível global com o capital a juros, o rentismo e a especulação nas bolsas de valores. Esse modelo impõe de forma sistêmica a subordinação do Estado, através do seu orçamento, aos desígnios da exclusiva valorização do capital.

O país assumiu, assim, uma agenda econômica focada na imposição do superávit primário para sustentar o sistema da dívida pública e na abertura de mercado para o capital financeiro, o que demandou uma série de reformas de Estado. É o que se percebe na proposta para o sistema previdenciário, com a transição do regime contributivo e solidário para o regime de capitalização, ou na tentativa de desestruturação da educação pública através do projeto “Future-se”, que diminui a participação do Estado no orçamento das instituições, lançando-as à sorte dos fundos de investimento privados.

É preciso deixar claro que, ao assumir essa agenda, Bolsonaro coloca em risco as mais importantes conquistas sociais das últimas décadas e entra em rota de colisão com a Constituição Federal de 1988. Nenhuma ação do presidente demonstra apreço às garantias fundamentais nela estabelecidas, de construir uma sociedade livre, justa e solidária. Nenhuma prática até o momento, nem de longe, contribui para erradicar a pobreza, a marginalização e reduzir as desigualdades sociais. E menos ainda para superar os preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Pelo contrário, estes últimos princípios constitucionais são diuturnamente ofendidos pela agenda ideológica nas pastas da educação e dos direitos humanos.

As reformas encomendadas pelo mercado ao governo Bolsonaro colocam em risco todo sistema de proteção social a muito custo conquistado pela Constituição Federal, e em nada colaboram para a melhoria das condições de vida da classe trabalhadora. E a população mais pobre é justamente quem sofrerá – e já sofre – as consequências imediatas dessas medidas, pois nesse modelo econômico em que o capital é altamente valorizado, o trabalho, por sua vez, torna-se altamente desvalorizado. É o que fica evidente com a flexibilização e a retirada de direitos trabalhistas, como a ampliação do regime de trabalho intermitente, das terceirizações, e com a “pejotização”, que alargam as fileiras de trabalhadores sem vínculo formal com as empresas e em situação de desemprego. A fragilização dos dispositivos de proteção aos trabalhadores representa, ao cabo, mais uma incongruência com o estabelecido em nossa Constituição.

Diante destes flagrantes retrocessos, é imperioso estabelecer um consenso mínimo entre diferentes forças políticas para frear a destruição do Estado brasileiro e a polarização política que tem criado esse permanente clima de crise institucional. Nessa coalização de defesa cabem todos os setores da sociedade que preservam algum apreço pela democracia, pelo Estado de Direito e, objetivamente, pelo preconizado em nossa Constituição. Um esforço necessário para recuperar o centro político, e que não deve ficar restrito, portanto, aos partidos e movimentos de esquerda. Ao contrário, uma frente ampliada em defesa da Constituição deve ir além dos grupos de oposição, avançar para os setores da centro-direita do Congresso Nacional e buscar o apoio possível no poder judiciário e nas instituições. É o mínimo que se pode fazer diante de um governo anticonstitucional.

A defesa da Constituição representa, no curto prazo, um plano de contingência, em parte já alavancado pela derrubada de medidas provisórias e decretos presidenciais, seja no parlamento, seja no judiciário. Para além de uma estratégia essencialmente obstrutiva, deve constituir-se como um pacto pela preservação da ordem jurídica e do papel constitucional do Estado. Há, contudo, outras medidas posteriores, de médio e longo prazo, que são essenciais para a reorganização das forças progressistas e para viabilizar a oferta de um novo projeto político ao país, em alternativa ao que está em curso pela extrema direita.

A primeira delas consiste em consolidar definitivamente o entendimento sobre a ruptura democrática ocorrida desde o impeachment de Dilma Roussef, e denunciar a falta de legitimidade de um governo que foi viabilizado pelo uso político – e criminoso – dos aparelhos de Estado, como tem sido demonstrado pelo material jornalístico do The Intercept. Ao mesmo tempo, deve-se investir nas investigações sobre o uso indiscriminado de propaganda eleitoral financiada de forma não oficial e a propagação automatizada de fake-news, uma espécie de fraude que tem crescido e influenciado resultados eleitorais em nível mundial, através de empresas de comunicação estratégica como a Cambridge Analytica. Há aqui elementos tangíveis de crimes eleitorais que podem resultar na cassação da chapa Bolsonaro-Mourão.

Um segundo movimento estratégico é o de explorar as contradições do atual governo, que apresenta severas dificuldades em estabelecer uma base governista coesa ao aglutinar grupos de matizes antagônicos, reunindo extremos do pensamento liberal e conservador. A agenda de “costumes” é incongruente com o pensamento liberal, o que torna esdrúxulo, por exemplo, que a bancada evangélica esteja associada à armamentista – por mais que a coerência não seja atributo inalienável na política real. Da mesma forma, é ilógico o papel ao qual o segmento militar tem se prestado na composição do governo, com absoluta complacência diante de uma agenda antinacionalista que produzirá sérios prejuízos à soberania nacional, inertes à dilaceração de recursos naturais estratégicos e à entrega de estatais ao capital internacional. Nenhuma medida governamental, até o momento, tem se refletido na recuperação da economia ou na melhoria da qualidade de vida da população, e isso deve ficar cada vez mais evidente à opinião pública. Ademais, a fábrica de polêmicas e factoides, as descomposturas diárias do presidente, as reações autoritárias ao pensamento divergente, as interferências familiares e a desqualificação dos quadros governamentais – começando pelos ministérios – ultrapassam todos os limites do aceitável para um ambiente republicano, o que tem agravado o clima de instabilidade institucional no país, que cada vez mais passa a ser alvo de críticas, nacional e internacionalmente, fazendo o governo mergulhar num ritmo acelerado de desgaste.

O terceiro desafio, e talvez o mais importante, é o de restabelecer uma agenda política pró-constituição e em sintonia com os anseios da classe trabalhadora. Esse tem sido um objetivo complexo diante da crise de representatividade de partidos políticos, sindicatos e movimentos sociais tradicionais. As esquerdas, historicamente defensoras da democracia participativa, têm demonstrado perplexidade em compreender o fenômeno de crescimento da extrema-direita, a insurgência do pensamento conservador em segmentos expressivos da população e a consequente aderência ao discurso autoritário do bolsonarismo. O que fazer quando as camadas populares defendem pautas que atentam contra seus próprios interesses? É preciso de alguma forma recuperar o vínculo com a classe trabalhadora, reorganizar espaços públicos de discussão, explorar a afinidade com as classes artística, acadêmica e com as mídias independentes – dimensões importantes da elaboração discursiva e da conscientização social – e resgatar movimentos de base que disputem a conformação do pensamento das classes populares, inclusive eclesiásticos.

Por fim, é preciso superar algumas cisões no campo progressista. Muito tem se falado na urgência de uma frente ampla, mas são evidentes os limites dessa conjugação nos cenários eleitorais. É sabido que não há estratégia de esquerda que possa prescindir da colaboração do Partido dos Trabalhadores, por toda importância que possui na história da política nacional, mas é preciso de sua parte alguma concessão no papel “hegemonista” que tem exercido nas tentativas de coligações. Mais do que isso, é necessário apostar na renovação programática dos partidos e de suas lideranças, permitindo o protagonismo de novos atores que estreitem os vínculos dos partidos com os movimentos sociais de base.

Por outro lado, também as candidaturas de demarcação ideológica devem rever suas estratégias e abrir margem para composições. Há escolhas pragmáticas a serem tomadas no curto prazo, desde as eleições municipais, e bases comuns devem ser firmadas em nome da sobrevivência de um projeto de Estado com um mínimo de soberania e proteção social. A defesa da Constituição Federal tem se mostrado o que de mais progressista possa ser formulado na atual conjuntura, e talvez seja o consenso mínimo necessário num momento de retrocesso no processo civilizatório.

*Lucas Coradini é mestre em Sociologia e doutor em Ciência Política.

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Empresária que deu dinheiro a Dallagnol escapou de ser condenada na Lava Jato

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Jornal GGN

No dia 12 de agosto, o Intercept Brasil divulgou uma reportagem mostrando que o coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, atuou como diretor informal do “Instituto Mude – Chega de Corrupção”, organização não-governamental que nasceu primeiro para coletar assinaturas em favor das dez medidas contra a corrupção.

Nesta segunda-feira (2), em parceria com a Agência Pública, o Intercept divulga uma nova matéria mostrando que Dallagnol também atuou diretamente para levar grandes empresários a financiarem o Mude, um deles a empresária Patricia Tendrick Pires Coelho, dona da Asgaard Navegação S.A., que fornece navios para a Petrobras.

A empresária já atuou como consultora de Eike Batista. Inclusive seu nome foi citado em alguns jornais, quando, em outubro de 2013, sugeriu para Eike sacar 100 milhões de dólares no BTG Pactual. A retirada do montante foi barrada pessoalmente pelo fundador do BTG, André Esteves. Patrícia é ainda ex-executiva do banco Opportunity, do famoso Daniel Dantas.

O nome de Patrícia Coelho surge nos diálogos trocados entre integrantes do Mude e Dallagnol como “investidora anjo” no dia 29 de julho de 2016. Nas mensagens, o procurador diz que conheceu a empresária em uma viagem, sem dizer para onde estava indo.

“Caramba. Essa viagem de ontem foi de Deus. Além dela, estava um deputado federal que se comprometeu a apoiar rs”, escreveu.

*Os textos das mensagens foram mantidos como no original, sem qualquer tipo de correção ou alteração.

O nome do “deputado federal”, que também foi encontrado na viagem, não é citado na conversa feita no chat do Telegram. O valor doado pela empresária foi de R$ 1 milhão para o Mude.

Alguns meses depois da mensagem de Dallagnol, um dos fundadores do instituto, Hadler Martins, escreveu em 29 de agosto de 2016:

“Talvez vocês já tenham feito isso mas sobre nossa investidora anjo, dei uma boa pesquisada sobre seu histórico e realmente ela parece ser uma grande empresária multimilionária e com grande trânsito com grandes empresários nacionais. Hoje ela é sócia de empresa de frotas de navios (Aasgard) e de mineração e portos (Mlog). Algumas coisas que me chamaram atenção: – sua empresa fornece navios para a Petrobras; – ela é ex-banco Opportunity (famoso Daniel Dantas) – ela foi ou é muito próxima do Eike Batista e também do André Esteves (BTG)”.

Dallagnol ignorou o comentário. No dia 8 de setembro, o procurador, juntamente com outros integrantes do Mude, incluindo Hadler, o pastor Marcos Ferreira, Fábio Oliveira e Patrícia Fehrmann, se encontraram com Patrícia Coelho no Rio de Janeiro.

No dia 11 daquele mesmo mês, Hadler voltou a levantar preocupações. “Sobre nossa reunião com o Anjo, ainda estou com uma pulga atrás da orelha tentando entender a razão do apoio financeiro tão generoso (sendo cético no momento). “Me pergunto se ela quer ‘ficar bem’ com o MPF por alguma razão… Ela já foi conselheira do Eike e pelo que li dela, ela o representa em algumas negociações. Sugestão: fiquemos atentos. Desculpem o provérbio católico, mas quando a esmola é demais, o santo desconfia…”.

Em seguida ele enviou ao grupo o link de a reportagem da revista Exame “Eike tenta sacar uns US$ 100 milhões, mas André barra”, mostrando a relação entre Patrícia Coelho e o empresário.

Deltan teve que responder dessa vez: “Boa Hadler. Mais cedo ou mais tarde descobriremos isso”. Segundo a reportagem Pública-Intercept, minutos depois, o procurador chamou em particular, e também por mensagem, o colega da força-tarefa da Lava jato Roberson Pozzobon.

11 de setembro de 2016 – chat privado

Deltan Dallagnol – 19:45:26 – Robito é essa Patrícia Coelho que vai investir pesado no MUDE. 
Deltan Dallagnol – 19:45:26 – https://exame.abril.com.br/negocios/eike-tenta-sacar-us-100-milhoes-mas-andre-esteves-barra
Deltan Dallagnol – 19:45:42 – Não batemos em nada dela, confirma?
Roberson Pozzobon – 20:11:31 – Vixxe, fiquei preocupado agora
Roberson Pozzobon – 20:11:51 – Não chegamos nela não Delta, mas se tratando de Eike não duvido de nada
Roberson Pozzobon – 20:12:17 – A técnica preferida dele é a cooptação
Deltan Dallagnol – 20:20:16 – Acho que seria prudente rodar uma pesquisa nela e nas empresas dela… pela empresa, ASGAARD, dá para achar o nome dela, Patrícia Coelho, e então as empresas dela e fazer a pesquisa… Vc roda?
Deltan Dallagnol – 20:21:24 – Ela está investindo 1MM no Mude. Não é algo de que se possa abrir mão se ela não estiver enrolada. Por outro lado, se estiver, não queremos chegar perto dela e o MUDE não vai querer, certamente, nenhum aporte vindo daí

No dia 25 de outubro de 2017, Dallagnol, envia outra mensagem para o grupo do Mude atualizando informações sobre Patrícia Coelho:

“Caros, uma notícia ruim agora, mas que não quero que desanime Vcs. A Patricia Coelho apareceu numa petição nossa e me ligou. Ela disse que tinha sociedade com o grego Kotronakis (um grego que apareceu num esquema de afretamentos da petrobras e que foi alvo de operação nossa), mas ele tinha só 1% e ela alega que jamais teria transferido valores pra ele… Falei que somos 13, cada um cuida de certos casos, que desconheço o caso e que a orientação geral que damos para todos que procuram é: se não tem nada de errado, não tem com o que se preocupar; se tem, melhor procurar um advogado rs. Ouvindo sobre o caso superficialmente, não posso afirmar que ela esteve envolvida ou que será alvo, mas há sinais ruins. É possível que ela não tenha feito nada de errado, mas talvez seja melhor evitar novas relações com ela ou a empresa dela, por cautela”, disse.

“Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas”, completou.

Hadler respondeu: “Delta, sobre essa questão, lembro bem como apesar de estarmos felizes com o apoio que estávamos recebendo à época, ficamos com um pé atrás. Especialmente por prestar serviços à petro e por ter sido sócia do Eike. Essa notícia não chega a nos surpreender e também não nos desanima. Obrigado por compartilhar!”.

Mais tarde, em julho de 2019, a força-tarefa da Lava Jato abriu uma denúncia envolvendo a Asgaard Navegação S. A., mas curiosamente Patrícia Coelho não foi envolvida, apenas sócios dela na empresa, o ex-senador pelo PMDB Ney Suassuna e Georgios Kotronakis – filho do ex-cônsul honorário da Grécia no Rio de Janeiro, Konstantinos Kotronakis.

A acusação aberta pelos membros do MPF era do envolvimento de todos eles em um esquema de contratos de afretamento de navios celebrados pela Petrobras com armadores gregos. Ainda segundo a reportagem Pública-Intercept, o grupo estava sendo investigado desde 2015 e, de acordo com o MPF, a primeira menção à Asgaard ou a Patrícia ocorreu em 19 de abril de 2019, quando se verificou que um dos investigados estava ligado a um dos dois nomes.

Os procuradores da Lava Jato dizem que o ex-senador Ney Suassuna “realizou reunião na Petrobras com Paulo Roberto Costa para cooptar o então Diretor de Abastecimento da Petrobras, expondo as intenções e colhendo cenários para obtenção de contratos de afretamento”. A peça de acusação é assinada por Deltan e 15 procuradores da República e, apesar de relacionar o nome da empresária ao de Ney Suassuna, não coloca Patrícia Coelho como alvo da denúncia.

Ainda segundo a acusação, “os contratos que constituíram Ney Suassuna como sócio oculto de Patricia Tendrich Pires Coelho na Asgaard Navegação S/A e nas outras sociedades correlacionadas, correlatas, coligadas, controladas e/ou subsidiárias, ele era referido como potencial e efetivo captador de negócios e angariador de clientes”.

A reportagem lembra que, em 2 de maio de 2014, a Petrobras selecionou a Asgaard Navegação S. A. na sexta rodada do terceiro Programa de Renovação da Frota de Embarcações de Apoio Marítimo (Prorefam). O contrato celebrado tem duração de oito anos, prorrogáveis pelo mesmo período, para a construção de seis embarcações de apoio marítimo.

Na época em que o contrato foi assinado, a Asgaard se encontrava em situação financeira delicada e os contratos com a Petrobras equivaleriam a 60% do seu faturamento.

“De acordo com a acusação, Ney Suassuna se associou a Patrícia Coelho para que ambos se tornassem investidores do Grupo Superpesa, que atuava nas áreas de movimentação rodoviária e marítima de cargas superpesadas, construção e instalação de dutos e equipamentos submarinos, construção de embarcações, navegação de apoio marítimo, operação de terminal marítimo e aluguel de maquinário”, escrevem Aline Maciel e Bruna de Lara, que assinam a matéria Pública/Intercept.

“Segundo os procuradores, Ney Suassuna e Patrícia Coelho, diretamente ou por meio de suas pessoas jurídicas, acordaram com o Grupo Superpesa o aporte de valores milionários na empresa. Patrícia assumiu a vice-presidência do Conselho de Administração e a diretoria do grupo e sua outra empresa, Voga Empreendimentos e Participações Ltda., foi contratada para prestar consultoria à Superpesa”, completam.

Na denúncia, os procuradores apontaram também: “Nesse contexto, cumpre destacar duas medidas adotadas por Ney Suassuna e Patricia Tendrich para tentar salvar o Grupo Superpesa: i. foram recrutados os serviços de Jorge Luz e Bruno Luz, os quais possuíam amplo acesso ao alto escalão da Petrobras (principal cliente do Grupo Superpesa) e, como é sabido hoje, valiam-se da prática de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro para conseguir alavancar negócios dentro da estatal; e ii. foram estabelecidas tratativas para captação de investimento do armador grego Tsakos Energy Navigation”.

Atraindo grandes empresários

A reportagem destaca ainda a atuação direta de Deltan Dallagnol para captar recursos de empresários, além de promover palestras para arrecadar recursos ao Instituto Mude.

“Caros acho que vou conseguir uma reunião do Flavio bilionário evangélico do WizeUp com o MUDE”, escreveu no dia 3 de março de 2017. No dia 30 de abril, ele disse que estava agendando um café da manhã com o empresário para 18 de maio: “Caros, estou agendando café da manhã com o Flávio do wise-up para o dia 18/5. Ele vai mudar a data da volta dele para estar conosco. Quem pode ir? Têm sugestão de lugar? Importante preparar algo bacana pra apresentar a ele”.

No dia 7 de setembro de 2016, a co-fundadora do Mude, Patricia Fehrmann, escreveu em um chat:

“Olha a Rosangela Lyra na área gente: Oi Patricia acho que consegui 2 mega hiper Empresários, nao querem ver a palestra necessariamente mas dar um alo para Deltan, e seria importante ter alguem do Mude junto pra explicar rapidamente o que precisamos, eles nao gostam de “perder” tempo entao precisa ser objetivo e rapido ok?”

“Ela está falando sobre terça na Casa do Saber”, completou Fehrmann. A resposta de Deltan à reunião com os empresários foi “bora”.

Rosangela Lyra é empresária e ex-sócia da Dior no Brasil e a palestra citada aconteceu no dia 13 de setembro de 2016, na Casa do Saber, em São Paulo.

No mesmo dia da palestra, Deltan voltou ao grupo e escreveu: “hoje um mega empresário veio falar comigo no aeroporto, um cara de SC com nome diferente. Passei meu e teu tel Pati. Falei pra ele te contatar. Ele tinha uma empresa que acabou de vender com sede em múltiplos Estados, uns 250 funcionários….”.

Ainda no mesmo dia, porém mais tarde, o procurador da Lava Jato prosseguiu: “Pati passei seu contato para um dono de shoppings (Paulo) e pro dono do coco bambu”. No chat, Dallagnol destacou também que poderia conseguir recursos de um empresário da Opus Dei e pediu para os membros do Instituto se reunirem na sede da Procuradoria para discutirem as linhas de atuação do Mude.

Neste momento, Hadler ponderou sobre riscos à imagem de Deltan se o encontro acontecesse e na sede da Procuradoria.

A reportagem Pública/Intercept destaca que o Código de Ética e de Conduta do Ministério Público da União veda aos servidores do Ministério Público da União “utilizar bens do patrimônio institucional para atendimento de atividades de interesse”.

O documento, assinado em setembro de 2017 pelo então procurador-geral da República Rodrigo Janot, diz ainda que os procuradores devem “atuar com imparcialidade no desempenho das atribuições funcionais, não permitindo que convicções de ordem político-partidária, religiosa ou ideológica afetem sua isenção”.

Nas trocas de mensagens analisadas descobre-se também que, Dallagnol usou a sede da Procuradoria em São Paulo para se reunir com empresários convidados pelo Instituto Mude.

“Oi Grazi prazer! para quarta dia 09 temos cerca de 10 empresários de grandes empresas confirmados. Convidados do movimento Mude. Na procuradoria 14h com Dr Deltan. Mas ele disse que podemos ter até 20”, escreveu Patricia Fahermann no dia 7 de maio de 2018, completando que a assessora da organização “passou uma lista de pessoas que ele poderia aproveitar a oportunidade de falar”.

*Clique aqui para ler a matéria publicada na Agência Pública na íntegra.

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Mulher indígena escravizada por casal de classe média é resgatada

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mulher indígena trabalho escravo

Uma operação conjunta da Polícia Federal e do Ministério Público do Trabalho (MPT) resgatou nesta terça-feira (3) uma jovem indígena de 20 anos que era escravizada por um casal de classe média em São José dos Campos (SP).

A indígena foi trazida do norte do país e era mantida no apartamento da família, prestando serviços de faxina e cuidando de um bebê e uma idosa sem remuneração e contato com a família. O casal foi preso.

O casal assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para quitar os salários, dívidas trabalhistas e custear o retorno da jovem à aldeia, no Amazonas.

O MPT informou que a jovem teve o primeiro contato com o casal em Manaus (AM). Ela é membro da Aldeia Santa Rosa — a área urbana mais próxima fica a cinco dias de canoa.

Ainda segundo o MPT, a proposta era de que a jovem trabalhasse como babá da criança de dois anos do casal e recebesse R$ 500 ao mês — o salário mínimo paulista é de R$ 1.163,55 para domésticas.

Longe de casa, insegura e sem contato com os familiares, a jovem permaneceu trabalhando sem folgas e remuneração. Após o resgate, a mulher indígena contou à polícia que deixou a aldeia para ajudar a família, que vivia de subsistência.

Para a procuradora do caso, Mayla Alberti, a trabalhadora foi aliciada com falsa promessa. A polícia descobriu o caso após uma denúncia anônima.

“Ela nos relatou que cuidava dos afazeres da casa, cozinhava, cuidada do bebê e de uma pessoa idosa. Ela estava sem receber desde março, era uma situação muito grave, em que a jovem vivia em situação de isolamento”, disse.

O casal foi preso em flagrante e vai responder por tráfico de pessoas. A jovem indígena foi encaminhada para o acolhimento social da Secretaria de Justiça e Cidadania do estado. A Polícia Federal não informou as identidades do casal.

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Irmão compara Carlos Bolsonaro a Winston Churchill

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eduardo bolsonaro carlos bolsonaro churchill
Eduardo Bolsonaro (Dudu) e Carlos Bolsonaro (Carluxo)

Em discurso no plenário da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (10), Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) saiu em defesa de seu irmão, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), e disse que a declaração dele sobre a democracia não tem “nada de mais”.

“O que o Carlos Bolsonaro falou não tem nada de mais, ele falou que as coisas na democracia demoram porque tem debate, só isso”, afirmou o deputado. “A gente debate, a gente fala, por nós teria outra velocidade. Mas o tempo do Congresso não é o tempo da sociedade, ponto”, disse Eduardo.

Eduardo comparou o irmão ao ex-premiê e estadista conservador britânico Winston Churchill (1874-1965), autor de palavras que tratam da imperfeição da democracia, mesmo que sem defender ditaduras (“A democracia é a pior forma de governo, exceto todas as outras que foram experimentadas”).

“‘A democracia é a pior forma de governo’. Sabe quem falou essa frase? Winston Churchill. Se ele fosse deputado, filho do presidente, os opositores parariam por aí e não seguiriam a leitura da mensagem, que termina ‘com exceção de todas as demais'”, disse Eduardo, arrancando protestos da oposição.

Nesta segunda (9), o vereador Carlos Bolsonaro afirmou nas redes sociais: “Por vias democráticas a transformação que o Brasil quer não acontecerá na velocidade que almejamos… e se isso acontecer. Só vejo todo dia a roda girando em torno do próprio eixo e os que sempre nos dominaram continuam nos dominando de jeitos diferentes!”

A fala de Carlos não foi criticada apenas por parlamentares da oposição. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que a declaração não cabe em um país democrático. Já o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse que a fala merece desprezo.

Tonho da Lua

Nos corredores do Congresso Nacional e até entre membros do alto escalão do governo federal, Carlos Bolsonaro é conhecido pela alcunha de “Tonho da Lua” — famoso personagem interpretado pelo ator Marcos Frota na novela ‘Mulheres de Areia’ no ano de 1993.

Na época da revelação do apelido do filho do presidente, o nome ‘Tonho da Lua’ tornou-se o assunto mais comentado do Twitter. Ao saber que Carluxo era chamado de ‘Tonho da Lua’ pela incapacidade de manter um diálogo linear e por ter rompantes de raiva, segundo parlamentares do próprio PSL, o ator Marcos Frota tratou de defender o personagem, que tinha deficiência mental e grau de autismo.

“Na verdade o Tonho da Lua é um personagem altamente espiritualizado, feito por uma autora que tinha autoridade dentro do campo espiritual, que utilizava o autismo dele para provocar no público toda uma abertura e um conhecimento sobre o lado espiritual. Mal a gente sabe também que Tonho da Lua é identificado com as crianças, com a pureza, com a alegria, com o lado lúdico, tanto é que ele era um artista, fazia esculturas e desenhava. O Tonho da Lua está na boca do povo”, explicou.

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Famoso por denúncias na internet, comunicador é torturado e está em estado gravíssimo

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comunicador torturado elvis xavier
Imagens de Elvis Xavier publicadas por ele mesmo no Facebook (reprodução)

Elvis Xavier de Santana, de 37 anos, está internado em estado grave após ser torturado e baleado ao menos quatro vezes, nas pernas e cabeça, na noite da última segunda-feira (16). O crime aconteceu no Guarujá, litoral de São Paulo.

A vítima é empresário do ramo da comunicação e mantém páginas nas redes sociais para denunciar irregularidades no município. Familiares e amigos acreditam que ele foi alvo de vingança por conta das postagens que realiza na internet. Apenas no Facebook, o rapaz mantém cerca de 20 perfis.

Na última segunda-feira (16), Elvis foi até a comunidade Vila Baiana por motivo desconhecido e de lá não retornou. Algumas horas depois, o pai do comunicador recebeu um telefonema anônimo dizendo que o filho havia sido morto na rua Vereador Orlando Falcão.

Ao chegar no local, o pai encontrou Elvis ainda com vida, mas agonizando. De acordo com a polícia, o pai da vítima pediu ajuda dos moradores para descer com ele do morro e socorrê-lo.

Oficialmente, a Polícia Civil declarou somente que a equipe da Delegacia Sede da cidade apura qual a razão de o comunicador ter sido levado ou atraído para o local do crime e quem teria realizado os disparos.

Um amigo disse à polícia na manhã desta quarta-feira (18) que há cerca de duas semanas o comunicador começou a fazer denúncias de pontos de vendas de drogas na cidade.

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Terapia inédita na América Latina salva brasileiro com câncer terminal

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câncer terminal tratamento inédito
Vamberto com a equipe médica do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (Foto: Divulgação/HCFMRP/Divulgação)

Vamberto Luiz de Castro, 62, funcionário público aposentado de Belo Horizonte, sofria de um linfoma terminal e tomava morfina todos os dias. Seu destino parecia tragicamente irreversível, mas ele receberá alta no próximo sábado (12).

Após ser submetido a um tratamento inédito na América Latina, o paciente deixará o hospital livre dos sintomas do câncer graças a um método 100% brasileiro baseado em uma técnica de terapia genética descoberta no exterior e conhecida como CART-Cell.

Os médicos e pesquisadores do Centro de Terapia Celular (CTC-Fapesp-USP) do Hemocentro, ligado ao Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, apontam que o paciente está “virtualmente” livre da doença.

Os especialistas só não falam em ‘cura’ porque o diagnóstico final só pode ser dado após cinco anos de acompanhamento. Tecnicamente, os exames indicam a “remissão do câncer”.

Os pesquisadores da USP, apoiados pelo Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq), desenvolveram um procedimento próprio de aplicação da técnica CART-Cell.

A técnica está em fase de pesquisas e é pouco acessível. No EUA, os tratamentos comerciais já receberam aprovação e podem custar mais de US$ 475 mil.

Antes de ser submetido ao tratamento, Vamberto tentou quimioterapia e radioterapia, mas seu corpo não respondeu bem a nenhuma das técnicas.

Vamberto estava em fase terminal do câncer, com dose máxima de morfina. Ele deu entrada no dia 9 de setembro no Hospital das Clínicas em Ribeirão Preto (SP) com muitas dores, perda de peso e dificuldades para andar. O tumor havia se espalhado para os ossos.

Os médicos deram a Vamberto mais alguns meses de vida. Como uma última tentativa, os médicos incluíram o paciente em um “protocolo de pesquisa” e testaram a nova terapia, até então nunca aplicada no Brasil.

CART-Cell

O método CART-Cell consiste na manipulação de células do sistema imunológico para que elas possam combater as células causadoras do câncer. A estratégia consiste em habilitar células de defesa do corpo (linfócitos T) com receptores capazes de reconhecer o tumor. O ataque é contínuo e específico e, na maioria das vezes, basta uma única dose.

Segundo os médicos, Castro respondeu bem ao tratamento e logo após quatro dias deixou de sentir as fortes dores causadas pela doença. Após uma semana, ele voltou a andar.

“Essa primeira fase do tratamento foi milagrosa. Não tem mais manifestação da doença, ele era cheio de nódulos linfáticos pelo corpo. Sumiram todos. Ele tinha uma dor intratável, dependia de morfina todo dia. É uma história com final muito feliz”, disse o hematologista Dimas Tadeu Covas.

Renato Luiz Cunha, outro dos responsáveis pelo estudo, explicou que a terapia genética consegue modificar células de defesa do corpo para atuarem em combate às que causam o câncer.

“As células vão crescer no organismo do paciente e vão combater o tumor”, disse Cunha. “E desenvolvemos uma tecnologia 100% brasileira, de um tratamento que nos EUA custa mais de R$ 1 milhão. Esperamos que ela possa ser, no futuro, acessível a todos os pacientes do SUS.”

O hematologista Rodrigo Calado, professor da FMRP-USP, afirma que “esse tratamento foi possível pelo investimento em pesquisa e formação de pessoas feito pela Fapesp e CNPq ao longo dos anos e que agora se traduz em um tratamento melhor e mais eficaz em casos de linfomas refratários.”

Esposa

Rosemary Castro, esposa de Vamberto, conta que foram dois anos de luta e pouquíssimas expectativas desde que o marido foi diagnosticado com a doença.

“É inacreditável, até porque são dois anos de luta e a gente não via nenhum resultado com quimioterapia ou radioterapia, e agora nesses exatos 30 dias que nós estamos aqui [Ribeirão Preto] a gente já vê uma mudança completa na saúde, na vida, em tudo dele”, diz.

“Meu marido sempre foi uma pessoa que gostava muito de praticar esporte, caminhada, uma saúde sempre muito impecável, não tinha vício nenhum. A gente não imagina nunca que de repente possa aparecer uma doença dessas que, de um minuto para outro, desestrutura tudo na vida da gente”, relata.

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Vaza áudio de Bolsonaro conspirando contra líder do PSL; caso tem reviravolta

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áudio bolsonaro psl líder

As revistas Época e Crusoé divulgaram áudios em que o presidente Jair Bolsonaro fala com um interlocutor sobre a lista de assinaturas para tirar o deputado Delegado Waldir (GO) do cargo de líder do PSL na Câmara.

Pelas regras internas da Câmara dos Deputados, a escolha do líder partidário é oficializada por documento enviado ao presidente da Casa, atualmente Rodrigo Maia (DEM-RJ). O requerimento deve ser assinado pela maioria absoluta dos integrantes da sigla, que hoje tem 53 deputados.

“Olha só, nós estamos com 26, falta só uma assinatura pra gente tirar o líder, tá certo, e botar o outro. E gente acerta, e entrando o outro agora, em dezembro tem eleições para o futuro líder a partir do ano que vem”, afirma o presidente.

“A maneira como tá, que poder tem na mão atualmente o presidente, o líder aí? É o poder de indicar pessoas, de arranjas cargo no partido, é promessa pra fundo eleitoral pro caso das eleições… é isso que os caras têm. Mas você sabe que o humor desses caras muda, de uma hora pra outra, muda”, continua Bolsonaro.

“Numa boa porque é uma medida legal (inaudível). Eu nunca fui favorável à lista, vou deixar bem claro. Sou a favor da eleição direta, mas, no momento, você não tenho outra alternativa, só tem a lista”, afirma o presidente na conversa.

“Aqui tem 25. Já falei com Pedro (inaudível), vou ligar pra outras pessoas. Até quem sabe a gente passe aí do… tenha um número com folga até. Mas se você fechar agora, já tem o suficiente”, acrescenta Jair Bolsonaro.

Reviravolta e bagunça

Na noite desta quarta, o líder do governo na Câmara, deputado Major Vítor Hugo (PSL-GO), anunciou que 27 dos 53 deputados do PSL assinaram um requerimento para tornar novo líder da bancada o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro.

Logo em seguida, porém, o deputado Delegado Waldir (PSL-GO) apresentou uma lista com 31 assinaturas para retomar a liderança. Somadas, as duas listas continham 58 assinaturas, cinco a mais que o número de deputados do partido.

Pouco tempo depois, a ala bolsonarista composta por Carla Zambelli, Major Vitor Hugo e Bia Kicis, voltou a apresentar um novo documento, com 27 assinaturas, para manter Eduardo Bolsonaro na liderança. Segundo estes parlamentares, esta última é a que vale.

OUÇA O ÁUDIO:

Nos telefonemas que tem feito a deputados do PSL para pedir apoio para destituir o líder do partido na Câmara, Jair Bolsonaro tem oferecido vantagens.

“O presidente da República quer a minha destituição da liderança do PSL. Há um áudio muito claro onde o presidente fala das vantagens de ser líder e fala que quer o deputado Eduardo aqui na liderança. E diz que quer ter o controle de cargos, de fundo partidário, e coloca outros itens”, disse Delegado Waldir.

“É claro que é uma situação preocupante, porque o presidente no começo do ano, quando eu assumi a liderança e em outros momentos, ele disse que não iria interferir no parlamento, ou na escolha do líder do PSL”, se queixou Waldir.

Segundo o Delegado, o próprio Eduardo Bolsonaro apoiou a sua nomeação para o cargo que agora ele está tentando ocupar. “Eu cheguei na liderança com o apoio do filho do presidente e nesse momento ele age pessoalmente ao chamar vários parlamentares no palácio e ligar pessoalmente para vários deputados”, disse.

Os nomes

Leia abaixo a íntegra da lista mais recente dos 27 deputados a favor de Eduardo e dos 26 que são favoráveis a Waldir.

Deputados que assinaram apoio para DELEGADO WALDIR seguir sendo líder:
1-Profª Dayanne Pimentel (BA)
2-Heitor Freire (CE)
3-Julian Lemos (PB)
4-Daniel Freitas (SC)
5-Delegado Pablo (AM)
6-Delegado Marcelo Freitas (MG)
7-Sgtº Gurgel (RJ)
8-Júnior Bozella (SP)
9-Nicoleti (RR)
10-Soraya Manato (ES)
11-Charles Evangelista (MG)
12-Abou Ani (SP)
13-Fábio Schiochet (SC)
14-Felipe Francischini (PR)
15-Cel Tadeu (SP)
16-Delegado Antônio Furtado (RJ)
17-Joice Hasselmann (SP)
18-Delegado Waldir (GO)
19-Enéas Reis (MG)
20-Delegado Felício Laterça (RJ)
21-Léo Motta (MG)
22-Lorival Gomes (RJ)
23-Luciano Bivar (PE)
24-Marcelo Brum (RS)
25-Nelson Barbudo (MT)
26-Nereu Crispim (RS)

Deputados que assinaram para EDUARDO BOLSONARO ser líder:
1-Prof. Josiel (RJ)
2-Loester Trutis (MS)
3-Luiz Lima (RJ)
4-Cel. Chrisóstomo (RO)
5-Felipe Barros (PR)
6-Eduardo Bolsonaro (SP)
7-Chris Tonietto (RJ)
8-Caroline de Toni (SC)
9-Carlos Jordy (RJ)
10-Sanderson (RS)
11-Dr. Luiz Owando (MS)
12-Gen. Girão (RN)
13-Gen. Peterneli (SP)
14-Daniel Silveira (RJ)
15-Major Vitor Hugo (GO)
16-Bia Kicis (DF)
17-Carla Zambelli (SP)
18-Cabo Junio Amaral (MG)
19-Hélio Lopes (RJ)
20-Alê Silva (MG)
21-Aline Slejtes (PR)
22-Príncipe Luiz Philippe (SP)
23-Cel. Armando (SC)
24-Guiga Peixoto (SP)
25-Márcio Labre (RJ)
26-Bibo Nunes (RS)
27-Ricardo Pericar (RJ)

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Após foto com Alexandre Frota, deputado David Miranda pede desculpas

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Alexandre Frota e David Miranda

Revista Fórum

O deputado federal David Miranda (PSOL-RJ) publicou nesta quinta-feira (17) um pedido de desculpas nas redes sociais devido à foto tirada ao lado do também deputado Alexandre Frota (PSDB-SP).

O parlamentar reconheceu que errou e disse que posou para a fotografia pensando apenas nas fake news que foram feitas envolvendo ele e seu marido, Glenn Greenwald, editor do The Intercept Brasil.

“Ontem quando aceitei tirar uma foto com o dep. Alexandre Frota minha única intenção era desmentir fake news que rolavam sobre ele, eu e meu marido. Não pensei na hora, foi um erro, e por isso gostaria de pedir desculpas a todas/os aqueles que se sentiram ofendidos. Continuo na luta pelos direitos do povo brasileiro, sem nenhum alinhamento com a política de Frota e seu partido”, publicou no Twitter.

A referida imagem foi publicada na quarta-feira com o objetivo de desmentir notícias falsas que apontavam que Frota, Miranda e Glenn protagonizavam um triângulo amoroso.

“Para o Glenn com carinho […] Jornalista mente mas a gente não”, publicou Frota em seu Twitter, gerando um frisson nas redes. “Amo Brasil mesmo”, respondeu Glenn.

O gesto de posar ao lado de Frota gerou críticas nas redes sociais. Eleito com um discurso bastante conservador, atacando minorias e exaltando o presidente Jair Bolsonaro, Frota tem tentado se remodelar e se afastar das polêmicas do passado. Uma das mais lembradas foi quando ele fez piada em rede nacional sobre um estupro de uma ialorixá.

“Realmente sem acreditar nessa foto bem humorada protagonizada por David Miranda, um parlamentar que eu respeito, com um cara que relatou em TV Aberta ter estuprado uma ialorixá. A cena foi fotografada por Marcelo Freixo.É difícil engolir. A foto e o relato do estupro”, criticou a jornalista Isabela Reis.

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