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Adeus, Plínio

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Plínio de Arruda Sampaio morte
Plínio de Arruda Sampaio (Reprodução)

O ex-deputado Plínio de Arruda Sampaio, de 83 anos, morreu na tarde da última terça-feira (8), no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, vítima de câncer nos ossos. Desde 2005, era filiado ao Psol, partido pelo qual concorreu à Presidência da República nas eleições de 2010, quando obteve 886.816 votos e ficou na quarta colocação. Foi fundador do PT, em 1980, e deputado federal pelo partido entre 1985 e 1991. Nas eleições estaduais de 1990, disputou o governo de São Paulo, vencida pelo candidato do PMDB, Luiz Antônio Fleury Filho.

Plínio formou-se pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) em 1954. Militou na Juventude Universitária Católica (JUC), a qual presidiu, e na Ação Popular. Foi promotor público, deputado federal constituinte e presidiu a Associação Brasileira de Reforma Agrária (Abra). Deputado pelo PDC na década de 1960, foi relator do projeto de reforma agrária no governo de João Goulart. E foi um dos primeiros cassados depois do golpe, em 9 de abril de 1964. Exilou-se no Chile e depois foi estudar nos Estados Unidos. Retornou ao Brasil em 1976. Na primeira metade dos anos 1980, também se engajou na campanha das Diretas Já.

Sepultamento

O corpo do ex-deputado federal Plínio de Arruda Sampaio (PSOL-SP) foi sepultado na tarde desta quarta-feira (9) no Cemitério do Araçá, em São Paulo. Antes do sepultamento, bandeiras do PSOL e do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) foram colocadas sobre o caixão. Parentes e amigos também cantaram o hino da Internacional Socialista.

Repercussão

Chico Alencar (PSOL-RJ), deputado federal: “A vida de Plínio foi plena. Nosso Plínio de Arruda Sampaio partiu no exato momento em que havia um Brasil inteiro reunido em torno de uma mesma expectativa. Ele queria ainda mais: um povo que pudesse transitar de seus desejos individuais, pequenos, para um sonho coletivo, de justiça e igualdade, realmente duradouro. Temos o dever de continuá-lo. Plínio e a luta por um Brasil solidário e fraterno vivem!”

Cristovam Buarque (PDT-DF), senador
“Eu conheci Plínio no exlílio, em Honduras. Eu morava lá e ele passou fazendo um trabalho pelo Banco Interamericano. Criei uma admiração muito especial por ele. É um dos políticos com mais consciência dos problemas brasileiros e com propostas para fazer um país mais eficiente e mais justo. Eu senti muito.”

Eduardo Suplicy (PT-SP), senador
“Visitei ele anteontem, e estive com a esposa e filhos. Ele estava numa situação bastante grave. Ele é uma pessoa extraordinária, foi um excelente deputado federal, uma pessoa de extraordinário valor. Sinto muito por isso e expresso a minha solidariedade. Eu vou logo estar no velório e farei um discurso em homenagem a ele no Senado.”

Geraldo Alckmin (PSDB), governador de São Paulo
“Plínio de Arruda Sampaio dedicou sua vida a um Brasil justo, solidário e democrático. Foi um promotor de Justiça exemplar; um deputado constituinte vibrante; um homem público de convicções. Em nome dos paulistas, deixo meus sentimentos à sua família.” (por nota oficial)

Ivan Valente (SP), líder do PSOL na Câmara
“Para mim, que fui companheiro do Plínio, desde a fundação do PT, e depois na ida para o PSOL, nós travamos uma luta na saída do PT, e sem dúvida é uma perda muito grande. Um grande companheiro, que foi, assim, um camarada que prestou grandes serviços ao povo brasileiro. E mais do que isso, é uma referencia para a juventude brasileira, aos 83 anos, fez coisas memoráveis para o PSOL. Além de ser um amigo, camarada, irmão.”

José Serra (PSDB), ex-governador de São Paulo
“Plínio de Arruda Sampaio foi um grande amigo. Isso resume minha relação com ele. Nos longos anos de exílio convivemos intensamente, em Santiago do Chile, em Washington, e na Universidade de Cornell. Dele e de sua mulher, Marietta, sempre recebi afeto e, quando foi necessário, solidariedade. Depois que voltamos ao Brasil, tomamos rumos diferentes na política, mas a relação básica de amizade sempre permaneceu. A mesma relação que tenho com seus seis filhos, que conheci desde que eram crianças. Plínio foi um político estudioso e coerente na prática de suas ideias. Ou seja, um político incomum.” (por nota oficial)

Luciana Genro, candidata do PSOL à Presidência da República
“Eu estava lá com a família dele, e justamente ele havia falecido alguns minutos antes. É uma notícia muito triste para todos nós do PSOL. Ele foi uma pessoa que se dedicou imensamente às causas em defesa do nosso povo. Fez um esforço enorme para representar PSOL nas eleições de 2010 e tenho muito orgulho de contar com o nome dele no manifesto em apoio a minha candidatura. Ele estava lúcido quando foi consultado para dar esse apoio. A gente tem muito orgulho de ter tido ele no PSOL e ele vai fazer muita falta.”

Luiz Araújo, presidente nacional do PSOL
“O PSOL se solidariza com os familiares de Plínio e ressalta que sentirá a ausência de um dos maiores lutadores socialistas e colaboradores do partido. Certamente, continuaremos levando adiante os ideais por justiça social, defendidos incansavelmente por ele.” (por nota oficial)

Luiza Erundina (PSB-SP), deputada federal
“A partida do Plínio Sampaio nos causa a nós, seus amigos e companheiros, uma profunda tristeza e ao Brasil, uma enorme perda.” (pelo Twitter)

Marina Silva (PSB-AC), candidata a vice-presidente
“Morreu hoje o ex-deputado federal Plínio de Arruda Sampaio, aos 83 anos. Um homem de ideias, de caráter, a quem sempre respeitei por sua longa trajetória política em favor de um Brasil mais democrático, justo e fraterno. Que Deus console seus familiares, amigos e admiradores neste momento.” (pelo Facebook)

Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), senador
“Eu estava acompanhando o estado de saúde dele. Ele teve uma pequena recuperação, mas nós já sabíamos que o estágio dele era de irreversibilidade. O Brasil perde um dos seus principais guerreiros do século XX e do início do século XXI. Era alguém que, no PSOL, e desde o PT, inspirada a todos nós. No PSOL era, com seus mais de 80 anos, o mais jovem de nós. [...] É uma notícia muito triste, uma perda muito grande.”

com Agência Estado e RBA

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13 denúncias falsas de uma só testemunha

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Luis Nassif

Vamos combinar o seguinte: denúncia baseada em uma testemunha oral, sem o reforço de provas, é farsa, até prova em contrário. Repito: é farsa, até prova em contrário utilizada usualmente pela imprensa, redes sociais e agora entrando na seara do Judiciário. Quem pratica farsa é farsante. E o ônus de provar que não é farsante é de quem recorre a esse tipo de denúncia.

Analisem-se alguns casos recentes:

1. As denúncias de propina no BNDES formuladas por um estelionatário recém-saído da prisão – condição escondida para valorizar ainda mais a farsa.

2. O Ministro Joaquim Barbosa – do Supremo Tribunal Federal(!) – invoca uma testemunha anônima para acusar o advogado que o afrontou no plenário de estar bêbado e ameaçar sua vida.

3. A polícia e o juiz carioca incriminam os manifestantes baseados no depoimento de uma única testemunha.

4. O ex-prefeito acusa aliados de Eduardo Campos de tentar suborná-lo sem apresentar uma única prova.

5. O Ministério Público Estadual de São Paulo acusa o ex-prefeito Gilberto Kassab. Não apenas a prova era uma testemunha em off como a própria entrevista foi em off.

6. As denúncias de que ex-esposa e filha de Aécio Neves transportavam contrabando de jóias.

7. O Ministério Público do Distrito Federal se vale de uma única testemunha anônima para afirmar que José Dirceu estaria falando pelo telefone com pessoas do Palácio do Planalto.

8. As denúncias do lobista contra Erenice Guerra, acusando-a de exigir dinheiro para a campanha de Dilma e narrando uma história sem pé nem cabeça sobre um jantar para o qual ele precisou até abrir mão de caneta, para evitar gravações. A justificativa para a falta de provas era mais ridícula que o fato em si.

9. A história do envelope com US$ 200 mil no Palácio do Planalto em reportagem da Veja.

10. A armação contra o ex-Ministro dos Esportes Orlando Silva por um ex-PM ficha suja.

11. A armação do grampo sem áudio da conversa entre o Ministro Gilmar Mendes e o ex-senador Demóstenes Torres (mais aqui).

12. A armação do suposto grampo no STF – a instituição máxima do direito prestando-se a uma farsa.

13. O corregedor do CNJ (Conselho Nacional da Justiça) invoca uma testemunha anônima para armar contra seu adversário no Superior Tribunal de Justiça, acusando-o de comprar passagens de primeira classe para familiares.

É importante notar que os jornais – que deveriam ser os filtros para os abusos das redes sociais – praticam o mesmo tipo de expediente. Aliás, praticavam antes mesmo da chegada das redes sociais. E o próprio CNJ permitiu que seu corregedor se valesse dessas práticas infames.

Uma boa receita para analisar esses factoides é simples: esse tipo de denúncia é farsa. Quem recorre a esse tipo de denúncia é farsante. Até prova em contrário.

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Aécio, Dilma e a mídia no “manchetômetro”

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“Manchetômetro” revela como os jornais tratam desigualmente o governo federal e o governo paulista e como as notícias sobre Aécio Neves são mais equilibradas do que o material referente à Dilma Rousseff (Edição: Pragmatismo Político)

Luciano Martins Costa, Observatório da Imprensa

A Folha de S. Paulo acaba de descobrir que o racionamento de água que ocorre em São Paulo é racionamento mesmo, e não efeito colateral de obras de manutenção da rede. Essa constatação faz a manchete do jornal nesta sexta-feira (1/8): “Ação de SP na crise da água equivale a racionamento”.

No texto que se segue, o leitor fica sabendo que o racionamento que sofre na prática há um mês também é racionamento na teoria. O diário paulista só percebeu que o racionamento de fato é também um racionamento em termos técnicos quando alguns bares da Vila Madalena, região da boemia frequentada por jornalistas, tiveram que fechar por falta de água.

A nova interpretação da Folha para a crise de abastecimento chama atenção porque acontece ao mesmo tempo em que o jornal anuncia uma campanha para esclarecer aos leitores seu posicionamento diante de alguns temas tidos como importantes: casamento gay, pena de morte, cotas raciais, política econômica, aborto e legalização de drogas. A direção do jornal quer mostrar que, embora tenha posições claras sobre os assuntos, abre espaço para opiniões divergentes.

Essa mudança responde em parte a especulações feitas por protagonistas das redes sociais sobre a persistência da Folha de S. Paulo em pressionar o senador Aécio Neves (PSDB), candidato a presidente da República, a dar uma explicação para o caso do aeroporto privado feito em Minas Gerais com dinheiro público quando ele era governador do Estado.

Acesse o “manchetômetro” aqui

Foi a Folha que revelou essa história, obrigando os outros jornais a seguirem a pauta, e o veículo que mais mantém o assunto em evidência. Com a insistência do jornal paulista, Aécio Neves finalmente admitiu que usou o aeroporto “algumas vezes” e, nesta quarta-feira, acusa a Agência Nacional de Aviação Civil de atrasar a homologação do campo de pouso, o que pode ter feito com que ele, “inadvertidamente”, usasse as instalações irregulares.

No mesmo dia, em editorial, a Folha exige mais explicações, acusa o ex-governador de haver privilegiado a cidade onde sua família possui terras, observa que a obra “no mínimo, é conveniente para ele e seus parentes” e conclui que a questão “não está mais que esclarecida”, como quis Aécio.

O Brasil da imprensa vai mal

Alguns leitores escrevem comentários dizendo que o jornal paulista se descola de seus concorrentes, que poupam quanto podem o candidato tucano. No entanto, é mais fácil explicar a aparente guinada da Folha em dois aspectos: o jornal sempre foi muito próximo do ex-governador José Serra, que, embora correligionário, não tem qualquer entusiasmo pela candidatura de Aécio Neves; a Folha, como os outros diários de circulação nacional, segue demonstrando seu partidarismo em favor do PSDB em outros aspectos, principalmente no que se refere aos problemas de São Paulo.

Se não fosse pela simples observação crítica que o leitor mais atento costuma fazer, o partidarismo dos principais diários do País vem sendo registrado por um grupo de pesquisadores da UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Suas análises da valência das informações destacadas pela imprensa mostram uma dicotomia presente nas escolhas editoriais, que reforçam aspectos negativos ou positivos dos acontecimentos conforme os protagonistas.

O Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública (LEMEP) da UERJ demonstra, com seu “manchetômetro” (ver aqui), como os jornais blindaram Fernando Henrique Cardoso e expuseram Lula da Silva no passado recente, como tratam desigualmente o governo federal e o governo paulista, como as notícias sobre Aécio Neves são mais equilibradas do que o material referente à presidente Dilma Rousseff, bombardeada na proporção de 182 informes negativos para apenas 15 positivos, por exemplo, e como esse bombardeio se intensifica no período eleitoral.

Além disso, o noticiário econômico apresenta um resultado consolidado de mais de 90% de notícias negativas, numa linguagem dicotômica e com poucas nuances, “interpretando os fatos e dados econômicos como sinais de uma crise, ou em andamento, ou prestes a acontecer”.

Os gráficos da cobertura agregada dos três jornais, por exemplo, mostram que a economia teve em julho 97,6% de notícias negativas contra apenas 2,4% de notícias positivas.

Se o Brasil fosse o que mostra a imprensa, estaríamos todos mortos de fome. Essa é uma das evidências de que a imprensa hegemônica rompeu com o jornalismo.

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Vencer o ódio

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André Falcão*

Esse é um assunto de difícil esgotamento — certamente valeria tese de mestrado, quiçá doutorado —, mas o singelo objetivo, aqui, é de trazer à lume a estupefação pelo ódio à Presidenta à vista da absoluta falta de condições objetivas, concretas, para que assim se materializasse, bem como iluminar as alternativas, já existentes, de reduzir-se a manipulação e reformar-se a política, avançando enquanto sociedade pensante.

O fenômeno (ódio) é de tal modo irracional que nos meus devaneios fantásticos já considerei que nem na hipótese de este país, nesse curto espaço de doze anos, houvesse sido por Lula e Dilma transformado na maior potência econômica mundial, com irrisória desigualdade social — a existente seria decorrente apenas da vontade pessoal do cidadão que resolveu acomodar-se —, onde todos teriam alcançado os mais altos patamares em educação, nem assim, nem assim(!), Lula deixaria de ser o “milionário da Forbes”, seu filho o “dono da Friboi”, ou Dilma “a terrível” presidente que quer transformar o país numa ditadura, quiçá a “comunista” que (des)aprenderam nos iguais caminhos do preconceito e da ignorância (até acadêmica).

Não adiantaria. O preconceito e a ignorância, forjados numa história escravocrata de exploração social e econômica, até hoje enraizados em parcela da população brasileira, aliado à escancarada — desaforada, mesmo(!) — manipulação de um jornalismo-lixo praticado pelos grandes grupos midiáticos que distorce, mente, inventa fatos, além de disseminar esses mesmos preconceito e ignorância, amplificando-os e a nosso famigerado “complexo de vira-latas”, tudo isso parece tornar em vão a nutrição de qualquer expectativa de avanço dos telespectadores e leitores que lhe são vítimas e, ao mesmo tempo, alimento.

Daí a necessidade de promover-se, com urgência, não apenas a reforma política — com a instauração, no seu bojo, do financiamento público de campanha (evitando-se os ramos de corrupção permitidos e facilitados pelo que lhe é antagônico, o privado, cuja conta é cobrada depois, do país(!), eleito o candidato cuja campanha recebera os milionários “investimentos”) —, como a regulação da mídia (o que não se confunde com censura, embora digam o contrário, claro, os grandes grupos midiáticos, preocupados com a redução dos lucros inaceitáveis que auferem). Uma estimula diretamente a corrupção; a outra, diretamente o emburrecimento. Segue avançando, Brasil!

*André Falcão é advogado e autor do Blog do André Falcão. Escreve quinzenalmente para Pragmatismo Político

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Eduardo Campos poderia estar em avião que caiu em Santos

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eduardo campos avião santos
Eduardo Campos poderia estar em avião que caiu em Santos

A equipe do PSB, de Eduardo Campos, perdeu contato com o candidato a Presidência da República, na manhã desta quarta-feira. Campos vinha do Rio de janeiro em jato particular, onde cumpriria agenda na cidade de Santos, marcada para às 10h30. De acordo com a assessoria do PSB, “a agenda atrasar é normal, perder o contato com o candidato não é”.

SAIBA MAIS: Eduardo Campos morrem em acidente aéreo de Santos

Um jato particular caiu sobre uma casa na cidade de Santos, litoral sul paulista, na manhã desta quarta-feira. O Corpo de Bombeiros confirmou a queda, que ocorreu na altura do número 136 Rua Alexandre Herculano, esquina com Rua Vahia de Abreu, nas imediações do Canal 3, a cerca de sete quadras da praia. Logo após a queda, a primeira informação era a de que se tratava de um helicóptero. Sete pessoas ficaram feridas e pelo menos três imóveis foram atingidos.

A sala de imprensa do Corpo de Bombeiros informou que sete vítimas foram socorridas em hospitais da região, mas ainda não há informações se elas eram ocupantes da aeronave ou moradores dos imóveis atingidos. O Pronto-Socorro Municipal de Santos confirmou que há quatro feridos internados na unidade.

A queda ocorreu pouco depois das 10h. A poucos metros do local do acidente funcionam uma escola infantil e uma academia de ginástica. A região tem casas e comércios.

Procurada, a assessoria do comitê de campanha de Eduardo Campos diz que também tenta contato com o candidato, sem sucesso. De acordo com a assessoria da Rede, de Marina Silva, vice na chapa de Eduardo, ela não estava no voo que traria Campos do Rio de Janeiro para São Paulo. Ela o aguarda na capital paulista para então seguirem para a cidade litorânea.

Abaixo, notícia da Agência Estado a respeito:

O deputado federal Marcio França (PSB-SP) e sua equipe passam por momentos de tensão desde que souberam da queda de uma aeronave em Santos, no litoral paulista, na manhã desta quarta-feira, 13. No momento do acidente o candidato à Presidência pelo seu partido, Eduardo Campos, se deslocava para um evento no Guarujá, no jatinho da campanha.

França, que está no Guarujá à espera de Campos, diz ter visto o jatinho de Campos sobrevoar o local, mas a informação inicial é de que a aeronave do candidato teria arremetido e voltado em direção a Santos.

Segundo o corpo de bombeiros de Santos, foi um helicóptero que caiu, mas ninguém da equipe consegue contatar o assessor de Campos ou o próprio candidato desde as 9h30.

“Ele está há mais de uma hora sem contato”, comentou França.

A seguir, notícia da Agência Reuters:

O candidato à Presidência Eduardo Campos (PSB) estava a bordo do avião que caiu em Santos na manhã desta quarta-feira, disse à Reuters uma fonte do partido.

Segundo a fonte, que falou sob condição de anonimato, a candidata à vice na chapa do PSB, Marina Silva, não estava na aeronave.

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Por que os comediantes são tão tristes?

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robin williams depressão
Ator Robin Williams cometeu suicídio na última semana (divulgação)

Kiko Nogueira, DCM

O suicídio de Robin Williams aos 63 anos em sua casa na Califórnia levanta um velho mistério: por que comediantes são, em geral, tão tristes?

Williams, um tipo versátil, capaz de improvisar em velocidade notável (Jim Carrey deve muito a ele), lidava com a depressão há décadas.

Em 2006, deu entrada num rehab para se tratar da dependência de álcool. Dois anos depois, sua mulher Marsha Garces, mãe de dois de seus filhos (são três ao todo), pediu o divórcio. Em 2009, foi parar no hospital com dores no peito, onde se submeteu a uma cirurgia de emergência.

No mês passado, em sua batalha pela sobriedade, voltou a frequentar uma clínica. Falava abertamente de seu antigo vício em cocaína. O auge foi no início da carreira, quando fazia uma sitcom chamada “Mork & Mindy”.

Ele dizia que o pó era um jeito de “se esconder” e que o ajudava a desacelerar, ao contrário do efeito para as outras pessoas. Em 1982, após a morte do colega John Belushi por overdose, ficou limpo por algum tempo. O fato de a primeira mulher estar grávida ajudou.

Nunca parou totalmente de se intoxicar. Teve uma recaída forte na bebida quando perdeu o amigo Christopher Reeve. “Você se sente com medo. E você acha que isso vai resolver. E não resolve”, disse para o Guardian. Medo de quê? “De tudo. É geral. Medo e ansiedade”.

“Na primeira semana [bebendo] você mente para si mesmo e diz que para quando quiser e seu corpo responde falando ‘não, pare mais tarde’. E então se passam três anos, e finalmente você para”.

O humorista inglês Kenneth Williams comparava seu ofício ao de um toureiro. “É terrível. Você conta uma piada — e ela não gera uma boa reação. Você conta outra — a mesma coisa. Se a seguinte não dá certo, você entra em pânico. A comédia é um mundo maravilho, mas muito perigoso. Pode destruir sua alma”.

Kenneth Williams se matou com uma superdose de barbitúricos aos 62 anos. A última anotação de seu diário dizia o seguinte: “Oh, qual o sentido disso tudo?” (“Oh, what’s the bloody point?”)

A lista de grandes humoristas neuróticos é longa e vai de Groucho Marx a Woody Allen, passando pelo citado Belushi. O gênio Peter Sellers — um sujeito violento e imprevisível — disse, certa vez, que era inútil pedir-lhe que interpretasse o papel dele mesmo. “Eu não saberia o que fazer. Eu não sei quem ou o que eu sou. Eu não sou o Peter Sellers real. Eu sou apenas o boneco de plástico”.

Robin Williams estourou como o DJ de “Bom Dia Vietnã”, num desempenho incrível num filme idem. Vestiu-se de mulher em “Uma Babá Quase Perfeita”. Saía-se bem nos dramas. Foi indicado ao Oscar como o professor libertário de “Sociedade dos Poetas Mortos” (responsável pela proliferação mundial de tatuagens com o maldito dístico Carpe Diem).

Ganhou finalmente o Oscar de coadjuvante por “Gênio Indomável”, em que interpreta o terapeuta de Matt Damon. Esteve surpreendente como o assassino de “Insônia” e como o maluco que cuida de uma loja de revelação de fotos em “Retratos de Uma Obsessão”.

Emprestou a voz para algumas animações. Nos últimos anos, fez um punhado de coisas absolutamente esquecíveis. Mas, ei, o homem tinha crédito. A sequencia em que ele imita enlouquecido a coreografia de várias artistas em “Gaiola das Loucas” — “Martha Graham, Martha Graham” — é sozinha um atestado de seu talento gigantesco.

Ele contava uma piada. Um cara vai ao médico. Confessa que está deprimido, se sente sozinho e não consegue parar de chorar.

“Sabe a melhor coisa que você pode fazer?”, começa o médico. “Vá ao circo e veja o grande palhaço. Ele fará você rir e você vai se sentir melhor”.

“Mas, doutor”, diz o paciente. “Eu sou o palhaço”.

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Aécio Neves dá tiro no pé

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Aécio Neves e Lindberg Farias batem boca no Senado Federal (Ag. Senado)

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) deu dois tiros no pé ao querer desqualificar o senador Lindberg Farias, na sessão de terça-feira (22).

O primeiro foi desagradar milhões de internautas, ao tentar emperrar o Marco Civil da Internet.

O segundo foi jogar uma luz sobre o número absurdo de faltas ao trabalho no Senado.

Aécio Neves ficou sem argumentos depois que foi contestado por Lindberg Farias e partiu para a agressão pessoal afirmando que Lindberg havia chegado atrasado na sessão.

Lindberg rebateu explicando que enquanto ele é um dos senadores mais assíduos, Aécio tem um número de faltas elevado.

Na confusão, o senador Mário Couto (PSDB-PA) saiu em defesa do correligionário, partiu para cima de Lindbergh e foi contido pelo senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP) para não trocar agressões físicas com o petista, que é pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro. “Não bote o dedo na minha cara, não. Não bote o dedo na minha cara, não”, reagiu Lindbergh, diante do dedo em riste de Mário Couto.

Segundo levantamento do site Congresso em Foco, nos anos de 2011, 2012 e 2013, Aécio já faltou ao trabalho no Senador durante 61 dias. E Lindberg de fato é um dos mais presentes. Foi o sétimo senador mais assíduo de 2013.

Para Aécio, seria melhor ter faltado mais um dia na terça-feira para escapar desse vexame.

Lindberg  Farias / Faltas
2011: 2
2012: 4
2013: 3
Total: 9

Aécio Neves / Faltas
2011: 26
2012: 20
2013: 15
Total: 61

Fonte: Senado Federal e Congresso em Foco

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Imagens de uma tragédia

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tragedia eduardo campos

Desastres de avião geram comoção. Quando na aeronave há um político popular em seu estado natal, e ainda é candidato à presidência do Brasil, não se pode imaginar menos do que o estabelecimento do luto no país, e em seus eleitores um sentimento de vazio, quase orfandade, ainda que não ultrapassasse os 10% das preferências do eleitorado.

Assim é que a presidenta da república decretou luto oficial por três dias e suspendeu suas atividades de campanha, no que foi seguida pelo outro candidato melhor colocado nas pesquisas, Aécio Neves.

Alguns políticos do partido a que pertencia o jovem candidato manifestaram-se por igual respeitosa e discretamente. A expectativa natural é que se guardasse silêncio obsequioso ao menos até o dia do seu sepultamento. Que nada…

Já no dia do acidente, o irmão de Eduardo Campos dá entrevista pedindo aos brasileiros para refletirem… sobre os rumos do país(!), como se a tragédia trouxesse algum dado novo à reflexão sobre o tema!

Logo depois, afirma que o PSB deveria alçar Marina Silva à candidata no lugar de EC. Claro, com ele como vice (desejo não confessado, claro). Luto? Que luto?

Enquanto isto, o jornalão Folha de S. Paulo já estava com pesquisa nas ruas, perguntando ao eleitor quem deveria ser o candidato no lugar de EC, já que este falecera(!). Os comentaristas da mídia grande igualmente puseram-se a discutir, freneticamente, a sucessão de EC, escancaradamente pressionando para que Marina seja a escolhida, por nela enxergarem a possibilidade, real, de ao menos levar a eleição para o segundo turno, mesmo que fosse ela a disputar com Dilma. O primordial é tirar o PT.

VEJA TAMBÉM: As reações bizarras e infames à morte de Eduardo Campos

Descartar MS, depois, seria mais fácil. Não sei. Depois de sua declaração afirmando que a “providência divina” a impedira de estar naquele voo — não o fizera, porém, com EC —, melhor que a direita tenha cuidado com quem está mexendo. Messianismo? Talvez ela pense mesmo que sim.

O momento mais surpreendente, porém, foi testemunhado no velório, e protagonizado pela própria família do falecido. O que se viu ali mais se assemelhava a comício do que a cortejo fúnebre, palancório (mistura de palanque com velório) do que velório. Camisas com os dizeres “Não vamos desistir do Brasil” vestiam desde familiares e amigos a militantes espontâneos(?). No fim, as imagens que podem talvez falar mais do que tudo o que se possa pretender dizer: Marina sorridente posando para foto em cima do caixão; Lula se esvaindo em choro convulsivo.

*André Falcão é advogado e autor do Blog do André Falcão. Escreve quinzenalmente para Pragmatismo Político

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Plebiscito da Reforma Política: a importância do voto “sim”

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reforma política brasil 2014

Juliane Furno*, Brasil Debate

Espera-se colher até 10 milhões de votos ao longo da semana, em locais públicos e pela internet. A consulta, sem efeito legal, servirá para reunir assinaturas para o projeto de lei popular pela reforma política e para fazer pressão pela mudança efetiva no sistema político-partidário

“Você é a favor de uma constituinte exclusiva e soberana sobre o sistema político?” A pergunta única do plebiscito poderá ser respondida em locais públicos em votação organizada por movimentos sociais ou pela internet (acesse e vote aqui).

Veja 7 razões para votar sim:

1 – A sociedade brasileira clama por mudanças na forma como atuam as instituições políticas. As manifestações de junho de 2013 evidenciaram a descrença – em especial da juventude – no atual modelo de representação política no Brasil, mediante a palavra de ordem “não me representa”.

2 – As campanhas eleitorais hoje são demasiadamente despolitizadas. Não se verifica que está em jogo um projeto de nação ou uma perspectiva de transformação radical da sociedade. Além disso, quem hoje define os resultados eleitorais são os representantes do poder econômico, por meio do financiamento privado de campanha. A contrapartida dessa prerrogativa privada é o compromisso selado entre os financiados e os seus financiadores – mesmo que tácito – incluindo o favorecimento público de grupos privados, a corrupção e os compromissos políticos com os grupos econômicos que financiam as campanhas políticas.

VEJA TAMBÉM: Reação de blogueiro da Veja prova que Constituinte é o melhor caminho

3 – A composição do Congresso Nacional, das assembleias estaduais e câmaras municipais não reflete a correlação de forças políticas e sociais existentes na realidade brasileira. As mulheres e os negros, embora maioria na sociedade brasileira, são minoria nos espaços de poder, corroborando com a falta de políticas públicas afirmativas que enfrentem as desigualdades estruturais na nossa sociedade. A comunidade LGBT, jovem, indígena, sem-terra e trabalhadora também tem sido sub-representada nos espaços políticos, quando não ausente.

4 – É preciso que a haja uma constituinte EXCLUSIVA para debater uma reforma política, uma vez que não faz sentido que os próprios representantes do poder político legislem sobre si próprios, já que eles são os maiores beneficiados pela reprodução da política como ela está.

5 – A sociedade brasileira já constatou a impossibilidade de ver as suas demandas imediatas atendidas nesse Congresso Nacional (como transporte público de qualidade, mais verbas para a educação, reforma agrária, democratização dos meios de comunicação) uma vez que as grandes corporações privadas que hegemonizam esses serviços são os mesmos agentes financiadores desses parlamentares, e com eles mantêm um “compromisso” político. No linguajar popular: “Quem paga a banda escolhe a música”.

6 – É uma forma de mostrar a necessidade de aprofundar os mecanismos de consulta popular, permitindo que a sociedade civil organizada, mediante seus mecanismos, organize plebiscitos, consultas públicas e referendos, contribuindo para aprimorar os mecanismos que impulsionam a participação política.

7 – Realizar uma Constituinte significa aprimorar a democracia brasileira. Significa construir um caminho que avance na concretização das chamas reformas estruturais, ou seja, um conjunto de reformas nacionais, democráticas e populares, que nesse período histórico e na condição de subdesenvolvimento do Brasil, adquirem caráter revolucionário! A reforma política é condição primeira e imprescindível para o desenvolvimento brasileiro, conjugado com participação pública e mobilização da sociedade.

*Juliane Furno é graduada em ciências sociais pela UFRGS, mestranda em desenvolvimento econômico na Unicamp e militante do plebiscito constituinte do comitê Unicamp

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Você ainda pode votar no plebiscito da Reforma Política

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Está prorrogada a votação do Plebiscito Popular da Reforma Política. A decisão foi tomada após uma sobrecarga nos servidores neste domingo (7) – data marcada para ser o último dia de votação. Os internautas podem votar até as 23 horas e 59 minutos desta segunda-feira (8). Para votar, clique aqui.

A organização do Plebiscito informou ainda que o sistema de votação foi alvo de ataques online com o intuito de desestabilizar e derrubar a página.

Voto “sim”

Na semana passada, a cientista social e mestre em Economia Juliane Furno publicou um manifesto com 7 importantes razões para o “voto sim” (relembre aqui) no plebiscito popular da Reforma Política.

Propostas para a Reforma Política

A reforma política abrange diversos aspectos do atual sistema eleitoral brasileiro e da representatividade da população no Congresso Nacional, composto hoje por 513 deputados e 81 senadores. Saiba quais são as principais propostas para a reforma política:

Financiamento de Campanha. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2010, o gasto com a campanha de um deputado federal era, em média, de R$ 1,1 milhão. A estimativa subiu para R$ 3,6 milhões neste ano. Para um senador, o gasto saltou de R$ 4,5 milhões para R$ 5,6 milhões. Em 2008, as empresas responderam por 86% dos recursos totais de campanha, passando a 91% em 2010 e a 95% em 2014.

A principal proposta para alterar o modelo atual de financiamento de campanhas é proibir a participação de empresas privadas entre os doadores, que hoje podem apoiar um partido ou candidato específico. No sistema de financiamento misto, atualmente adotado no Brasil as doações são divididas entre doações de empresas privadas e verbas públicas do Fundo Partidário, abastecido pela União. A alternativa a esse modelo é o financiamento público de campanha.

Fim das Coligações Proporcionais. A reforma do sistema político também prevê o fim das coligações – união de dois ou mais partidos – nas eleições proporcionais (vereadores, deputados estaduais, distritais e federais). Além de ser determinante para a definição do tempo de rádio e televisão no horário eleitoral gratuito de cada candidato, no sistema atual as coligações definem também os eleitos, já que as vagas são distribuídas em proporção aos votos obtidos pelos partidos ou coligações. Esse sistema faz com que um candidato com muitos votos ajude a eleger candidatos da sua coligação ou partido com menos votos.

Paridade de Gênero. Uma das propostas para a reforma política é garantir o equilíbrio entre representantes de ambos os sexos no Congresso Nacional e nos executivos nacionais e estaduais. O Brasil é um dos países com os piores índices de participação de mulheres no Legislativo e no Executivo: ocupa a 156ª posição entre 188 nações no ranking sobre igualdade na presença de homens e mulheres nos parlamentos. Apesar de representarem hoje 52% do eleitorado, não chegam a 10% em representação parlamentar: de cada dez eleitos, em média oito são homens.No Congresso, as representantes do sexo feminino são apenas 9 dos 81 senadores e 45 dos 513 deputados. A desproporção se repete nos Legislativos e Executivos estaduais e municipais.

Diversidade da População. Outra proposta para a reforma política apresentada no plebiscito é a criação de mecanismos para garantir a representatividade da diversidade da população: negros, indígenas e população LGBT, entre outros. A metade da população brasileira é negra e parda, mas no Congresso são apenas 8,9%. Trabalhadores, jovens, população LGBT e indígenas também possuem pouca representação. Do total de parlamentares, 273 representam o empresariado (46%) e 160 (26%) são representantes do agronegócio, enquanto 91 deputados e senadores (15%) representam os trabalhadores.

Democracia Direta e Participativa. A participação da população nas decisões políticas do país também está prevista na proposta de reforma política defendida por meio do plebiscito popular, por meio da ampliação dos mecanismos de democracia direta e democracia participativa (referendos, plebiscitos, iniciativas populares) e a garantia do fortalecimento de instâncias deliberativas da sociedade civil por meio de conselhos.

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O silêncio da mídia sobre o Plebiscito da Reforma Política

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A grande mídia silenciou diante do plebiscito popular da Reforma Política (Imagem: Pragmatismo Político)

Wadith Damous*

Muitas das mazelas relacionadas ao exercício da política no Brasil podem ser superadas com uma reforma que atinja alguns objetivos.

Limite radicalmente o peso do poder econômico nas eleições, revendo as formas de financiamento de campanhas, o que ajudará a diminuir a corrupção e não fará mais de certos parlamentares reféns dos doadores.

Garanta a fidelidade partidária, fortaleça os partidos e diminua seu número, pondo fim às legendas de aluguel, outro foco de corrupção.

Redefina o papel do Senado e ponha fim à figura do suplente de senador, portas de entrada no parlamento para figuras sem representatividade política ou social.

VEJA TAMBÉM: Você ainda pode votar no Plebiscito da Reforma Política

Dê o mesmo peso ao voto de cada eleitor na escolha dos deputados federais, independentemente de seu estado de origem. Hoje o voto de um eleitor dos estados pequenos tem mais peso do que o de um estado mais populoso.

Não há quem, no Brasil, negue a importância do debate sobre essas questões e outras mais. Ocorre, porém, que, em muitos casos, isso acontece apenas da boca para fora. Um grande número de deputados e senadores não tem coragem para defender de forma explícita que tudo fique como está, mas, na vida prática, faz de tudo para impedir qualquer modificação.

Esses parlamentares foram eleitos com essas regras. Como não têm compromisso com a democracia e sem qualquer espírito público, querem mantê-las imaginando que, assim, a recondução aos cargos que ocupam ficará mais fácil.

É por essa razão que, ano após ano, nada muda. Apesar dos discursos em contrário, que, da boca para fora, enfatizam a necessidade e a urgência da reforma política.

Romper esse círculo vicioso só é possível se forem satisfeitas duas condições.

A primeira, que a sociedade se mobilize, ponha os atuais parlamentares contra a parede e torne inevitável a abertura de um processo de mudanças.

A segunda, que o debate e a aprovação de novas regras sejam feitos por pessoas que não tenham interesses individuais em jogo e que, portanto, não estejam preocupadas em legislar em causa própria. Assim, os integrantes da Constituinte exclusiva seriam eleitos para fazer a reforma política, e nada mais do que isso. Não permaneceriam como parlamentares depois que ela fosse concluída.

Com o objetivo, então, de fazer avançar a reforma política é que está acontecendo um plebiscito a respeito. O povo votou e ainda pode votar respondendo a uma única pergunta: “Você é a favor de uma Constituinte Exclusiva e Soberana sobre o Sistema Político?”

Para fazer desse plebiscito uma realidade, foram criados mais de 1.700 comitês em todo o Brasil. Estão envolvidos na campanha milhares de ativistas em todos os estados e um número superior a 450 entidades, movimentos e organizações sociais.

A grande imprensa tem tratado de erguer uma cortina de silêncio em torno da iniciativa, o que é compreensível. Ela vê com desconfiança qualquer mobilização popular. O boicote só reforça a necessidade de que o plebiscito seja divulgado o mais amplamente possível e por todos os meios disponíveis.

Foram instaladas urnas em locais de trabalho (como fábricas, agências bancárias, escolas, órgãos públicos) e em áreas de concentração popular. Para votar, basta que o eleitor se identifique e forneça seu CPF, o que evitará a duplicidade de participação.

Vai ser possível, também, votar pela internet, no site www.plebiscitoconstituinte.org.br, o que permitirá a participação de eleitores em locais em que não haja comitês organizados e urnas à disposição.

Esta não é uma luta qualquer.

Não haverá avanços significativos na sociedade brasileira sem uma reforma que modifique profundamente as atuais regras da disputa política.

E não haverá reforma política sem participação popular.

*Wadith Damous é Presidente licenciado da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB e da Comissão da Verdade do Rio de Janeiro

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A previsão para as bancadas da Câmara nas eleições 2014

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De acordo com o Diap, apenas dois partidos (PT e PMDB), que certamente terão mais de 50 deputados, poderão ser classificados como grandes

Com base em informações qualificadas – como serviços prestados, vinculação a grupos políticos, econômicos e sociais, influência regional, estrutura partidária e apoio financeiro – o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) promoveu um amplo levantamento destinado à elaboração de um prognóstico sobre a composição da Câmara dos Deputados, a ser eleita em 2014.

Adotou-se, como metodologia, a consulta a jornalistas, parlamentares, pesquisas eleitorais, especialistas, e também partiu-se do pressuposto de que os candidatos à reeleição, deputados estaduais, vereadores de capitais e ex-prefeitos de grandes centros, bem como os suplentes bem votados na eleição anterior, dependendo da coligação, são competitivos.

VEJA TAMBÉM: As diferenças entre voto em branco e voto nulo

Advirta-se, desde logo, que levantamentos com essas características, destinados a identificar os candidatos mais competitivos, estão sempre sujeitos a imprecisões e surpresas, razão para qual o fato de constar o nome nesta lista não significa que será eleito nem a ausência significará derrota. Trata-se de um esforço de antecipar tendência em relação à composição das bancadas, identificando os candidatos com potencial de eleição.

De acordo com a tabulação dos dados, que considera o possível desempenho eleitoral de cada partido em cada uma das 27 unidades da federação, a Câmara dos Deputados continuará muito pulverizada, com a redução das bancadas dos principais partidos em relação ao pleito de 2010 e aumento do número de agremiações com representação na Câmara, que deve passar de 22 para 28. Confira os 20 primeiros:

bancadas congresso nacional

(Os outros oito partidos que deverão eleger deputados federais são PRP, PEN, PTC, PHS, PRTB, PSDC, PCN, PTL)

A provável redução da bancada ou o número de eleitos se justifica, entre outras razões, pela criação de partidos em 2013, como PSD, Pros e SD, que tiveram importantes adesões, com a consequente perda de parlamentares em todos os grandes e médios partidos, com exceção do PT.

Segundo o prognóstico do Diap, apesar de menores, o PT e o PMDB continuarão, respectivamente, como primeira e segunda maiores bancadas. O PSDB continuará em terceiro lugar e o PSD e o PP disputam a quinta posição. O PR e o PSB disputam a sexta posição, seguidos do DEM, do PTB, do Pros, do SD, do PDT e do PCdoB.

Apenas dois partidos (PT e PMDB), que certamente terão mais de 50 deputados, poderão ser classificados como grandes. Na categoria de médio, com entre 20 a 49 deputados, podemos citar PSDB, PP, PSD, PSB, PR, DEM e PTB. Podem ser enquadrados como pequenos, com entre 10 a 19 deputados, os partidos: PRB, PV, PPS, SD, Pros, PDT, PCdo B e PSC. Na condição de muito pequenos, apelidados pejorativamente de nanicos, com menos de dez deputados, podemos citar: Psol, PMN, PTdoB, PRP, PRTB, PTC, PEN, PHS, PSDC, PTN e PSL.

A julgar pelos aspectos apontados, o próximo presidente da República, seja quem for, terá que negociar com vários partidos no varejo (caso a caso) para formar maioria pontual e, acima de tudo, ficará na mão dos partidos médios (muitos dos quais fisiológicos). Num cenário desses, as chances de reformas estruturais são praticamente nulas. Ou haverá pressão popular ou o toma-lá-dá-cá tende a aumentar.

Antônio Augusto de Queiroz, Diap, Congresso em Foco

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Apesar do silêncio da mídia, Plebiscito da Reforma Política é um sucesso

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Resultado final do Plebiscito da Reforma Política deve ser divulgado no dia 24; comissão organizadora considera que a campanha foi vitoriosa apesar do “muro de silêncio” montado pela grande mídia (reprodução)

Na denominada Semana da Pátria, entre os dias 01 a 07 de setembro, mais de 40 mil urnas foram instaladas por todo território nacional para a votação do Plebiscito Popular da Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político. Após uma intensa mobilização, nesta terça-feira (9), a Secretaria Operativa Nacional, divulgou nota com os primeiros resultados do processo.

Foram 1.744.872 votos de pessoas em todo o país na votação pela internet (via online). Destas 96, 9% (1.691.006) votaram SIM à Constituinte, e 3,1% (53.866) votaram NÃO. As urnas físicas ainda estão em processo de contagem.

VEJA TAMBÉM: 5 perguntas ajudam a entender a rejeição dos poderosos ao Plebiscito

“O resultado final da votação será divulgado no dia 24 de setembro, em Coletiva de Imprensa. [...] Em seguida, ainda sem data definida, entregaremos os resultados do Plebiscito Popular aos três poderes: Presidência da República (Executivo), Congresso Nacional (Legislativo) e Supremo Tribunal Federal (Judiciário), como forma de pressionar, especialmente o Congresso, por um Plebiscito Oficial com o mesmo tema do Plebiscito Popular”, diz a nota.

Muro de silêncio

A nota divulgada ainda ressalta a positividade da campanha ao envolver artistas, intelectuais, lideranças sindicais e populares, além de voluntários nas atividades. Para eles, a campanha foi vitoriosa “apesar do ‘muro de silêncio’, propositalmente montado pela grande mídia, o que só reforça a nossa posição pela democratização dos meios de comunicação no Brasil”.

Brasil de Fato

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Revoluções Silenciosas

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reducao desigualdade social

André Falcão*

Como muitos de vocês que me honram (de verdade!) com sua leitura, também nunca precisei de governo nenhum. Pra nada. Pelo menos não diretamente, se é que me entendem.

Assim, pude desfrutar de casa, comida e roupa lavada. Cama com lençóis limpos, farda de colégio e material escolar de primeira mão, dinheiro pra merenda, escola particular (para onde meu pai podia me levar de carro, todos os dias), remédios, mesada para o cinema e o lanche com a namorada.

Mais tarde, ficando taludo, faculdade pública e gratuita em outro estado (graças aos meus esforços e à boa base oferecida por ensino médio em colégio privado), estadia também financiada por meus pais.

Formei-me advogado, passei nos concursos públicos que quis, tornei-me adulto e pai. Tive, portanto, todas as condições econômico-financeiras para construir um futuro digno e decente, conferidas por meus pais. O mais só dependia de mim.

Leia aqui todos os textos de André Falcão

Nunca aceitei, porém, a desigualdade social alarmante que testemunhava. Não me conformava que a empregada doméstica da nossa casa, por exemplo, não pudesse almejar um futuro, nem a seus filhos, salvo se transformando numa guerreira quase mitológica; o suprassumo da exceção, pois. Aí, se feliz em alguma conquista, a maioria das pessoas da minha classe sócio-econômica a aplaudiria e exclamaria: Oh! Tá vendo? Quando se quer consegue! Basta ir à luta, deixar a preguiça de lado. Esse povo é muito preguiçoso!

Felizmente há cerca de apenas 12 anos essa realidade cruel, impiedosa, injusta e anti-Cristã(!) começou a mudar. Já hoje não é raro você se deparar com filhos da velha miséria formando-se doutor. Não é incomum, numa família humilde, não raro antes beirando ou banhando-se na miserabilidade, encontrar-se alguém fazendo um curso técnico graças ao PRONATEC, outro cursando uma faculdade com o PROUNI ou o FIES, mais outro estudando no exterior com o Ciência sem Fronteiras. Criança na escola e com comida na mesa graças ao Bolsa Família não tem preço, como não o tem ver a alegria de um participante do Minha Casa Minha Vida. É emocionante testemunhar tantas mudanças em meu país e para seu povo, principalmente os mais sofridos e até então nunca vistos com os olhos do coração.

Sim, tenho dificuldade em compreender como se pode ser contra essa verdadeira revolução pacífica. Há quem o seja. Mas no que depender de mim aquela realidade será parte definitiva de um passado; um passado para ser lembrado apenas para que nunca mais a gente deixe que volte.

*André Falcão é advogado e autor do Blog do André Falcão. Escreve semanalmente para Pragmatismo Político

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O que é Pragmatismo Político?

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pragmatismo político
Pragmatismo político não é um caminho exclusivo da concepção esquerdista, mas de todas: da direita, do centro ou das variantes de ambas (Imagem: Pragmatismo Político)

ALE – Pragmatismo Político

O emprego do termo “Pragmatismo” na abordagem da política não pode ser segmentado, reduzido, parcializado de acordo com interesses ideológicos ou de quaisquer espécies. O conhecimento mais simples a respeito do referido significado remete às palavras “objetividade” e “praticidade”; e há como, também, incluir “sustentabilidade” – no caso aqui representando conciliação, combinação, não entre desenvolvimento econômico e preservação dos recursos naturais e sim uma adequação de interesses em prol da essência da bandeira que se defenda no ativismo da política profissional.

Pragmatismo político, portanto, não é um caminho exclusivo da concepção esquerdista, mas de todas: da direita, do centro ou das variantes de ambas. Enfim, ser pragmático, tanto no campo político quanto em todos os setores da vida é inerente à vida humana no planeta Terra; porque a diversidade natural das coisas, disciplinada por regras de convívio, obrigada todos a integrarem sua individualidade à coletividade. Em palavras simples, não é possível fazer tudo o que se deseja, o que implica em, às vezes, ter que realizar o que não pretende. É o pleno exercício da renúncia, que todas as pessoas materializam em favor de uma sociedade menos turbulenta.

No espaço específico da política ocorre o mesmo: se toma decisões contrárias à própria vontade, como também se é levado a se omitir devido as necessidades contextuais. Isto é pragmatismo, sustentabilidade, objetividade, realismo, praticidade, conciliação. Quanto mais heterogênea socialmente for uma nação, mais é necessária a prática da adequação, da adaptação ao indesejável, ou seja, mais se é empurrado a se equilibrar em cima do muro, no fio da navalha, na corda bamba. Isto é pragmatismo.

VEJA TAMBÉM: O esquerdista fanático e o direitista visceral: dois perfeitos idiotas

O Brasil é um dos países onde o exercício pragmático acontece com mais frequência. Todos os matizes ideológicos o concretizam. A história política brasileira mostra que todos os esforços visando reduzir as desigualdades sociais, partindo das próprias elites ou do povo, não tiveram repercussões radicais com o passar do tempo; tanto que, hoje, na segunda década do século XXI, o que se vê é a direita e a esquerda domesticadas pelo centro. Ambas expressam seu estilo moderadamente; senão veja-se: a direita migrou para o centro, a esquerda idem. E o centro ficou muito mais substancioso do que sempre foi, repleto daquelas tendências puras que nele procuram se esconder e se apoiarem para melhor agirem.

Quando uma convicção está bem alicerçada, dificilmente é revogada, quanto muito é reciclada, adaptada aos novos fatos. Em relação estritamente às pessoas mais esclarecidas, o pragmatismo brota dos resquícios de uma convicção mais fragilizada pela inevitabilidade dos acontecimentos, isto é, pela dinâmica das coisas.

Exemplo: quando o PT de Lula e o PP de Maluf se compuseram politicamente, nenhuma das partes estava realmente satisfeita, mas tinham ciência de que não havia caminho melhor para ambas naquele momento. O auge do pragmatismo, no caso, se deu no início da união; depois, com o passar do tempo e o convívio natural no poder, o ardor das diferenças foi diminuindo e o foco principal ficou sendo a manutenção da aliança e os lucros dela advindos. Atualmente, as diferenças fundamentais entre Lula e Maluf (Sarney e outros) são meramente históricas. Suas trajetórias de vida são a marca indelével que carregarão eternamente, justificando que, para além de todas as sínteses e antíteses acerca das suas ideologias, a direita e a esquerda, em seus estados mais puros, jamais se unirão enquanto o ser humano não racionalizar seu instinto. No entanto, agora o brasileiro decidirá quem governará o país a partir de 2015. A realidade tem que ser vista sem lentes que superdimensionem o objetivo em foco. E só dá pragmatismo.

LEIA MAIS: O pior analfabeto é o analfabeto midiático

Começando pelo governo FHC, e principalmente nas eras Lula e Dilma, a governabilidade do país tem sido o maior álibi para as coligações e coalizões mais extravagantes. Na atualidade, em algumas regiões, se vê PC do B e DEM juntos, sem tanto pragmatismo os ungindo. Não se pode negar que ainda há e toda vida existirá pragmatismo sólido; todavia, é certíssimo também que os pioneiros pavimentaram a estrada para que os arranjos políticos não causem o forte impacto de antes. O pragmatismo contemporâneo pode ser visto, se comparado com o primordial, como um pragmatismo “debilitado” ou “acovardado”; porém, se encarado sob o prisma dos avanços conceituais e programáticos da política, necessita ser tratado como o NOVO PRAGMATISMO; quer dizer, a realidade invadindo e conduzindo as mentes rumo às proposições e iniciativas plausíveis e distantes das idealizações exageradamente fantasiosas.

De qualquer forma, o pragmatismo mais pesado e, consequentemente, mais difícil e sofrido é o da esquerda, que se vê obrigada a negociar com seus algozes. O da direita é ameno, até falso, visto que ela está tendo a sobrevida que seria impossível se ainda houvesse aquela ruptura traumática das revoluções armadas. O pragmatismo do centro, no Brasil melhor incorporado pelos tucanos, é igualmente leve, contudo não é sensato impingir-lhe o cinismo da direita, pois o PSDB já nasceu sob o égide da moderação.

Tudo isso colocado, evidente ficou que ser pragmático, em qualquer situação da vida, é um estado natural da condição humana e que, sendo assim, nenhum indivíduo ou grupo possui credencial para ser o detentor exclusivo da objetividade, da adequação, da conciliação, da flexibilização, da maleabilidade, enfim, da capacidade de negociar com equilíbrio, dando o tiro certo, na hora certa e no alvo correto. O debate político, ou de qualquer outra ordem, precisa ser o mais amplo possível e não apenas restrito a uma ou outra ideologia.

É necessário esclarecer que todas as correntes do pensamento político, filosófico, religioso ou de qualquer outra espécie podem considerar o Pragmatismo Político a sua casa, já que, todos sendo compatriotas, precisam discutir o Brasil de maneira democrática e sem subterfúgios. Em algum momento da existência, qualquer pessoa terá que ser, em certo nível, pragmático; então, também na política, é valioso que se saiba a razão de se estar sendo.

Só não é pragmático o indivíduo ou o grupo que encontra no pseudo purismo a imunidade aos desgastes das negociações. O pragmatista convicto vive engolindo sapos, mas, se degluti-los corretamente, estará nutrido para lutar por uma sociedade mais justa. Sejam sempre bem-vindos ao Pragmatismo Político.

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O resultado final do Plebiscito da Reforma Política

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Organizadores dizem que Plebiscito da Reforma Política foi um sucesso, mesmo com todo o boicote dos grandes veículos de comunicação do Brasil

O Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político, realizado entre dias 1° e 7 deste mês, chegou a quase 8 milhões de votos no país. Com cerca de 95% das urnas apuradas, o número de votantes atingiu 7.754.436 de votos, dos quais 97,05% votaram no “sim” e 2,57% disseram “não”. Brancos (0,2%) e nulos (0,17%) não chegaram a 0,5%. Os números foram divulgados na tarde de ontem (24), em entrevista coletiva que reuniu o presidente da CUT, Vagner Freitas, um dos coordenadores nacionais do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Paulo Rodrigues, e Paola Estrada, da Secretaria Operativa Nacional do movimento.

Os organizadores consideraram que a consulta pela Constituinte foi vitoriosa e superou as expectativas. “É um resultado extraordinário, principalmente por ter sido ignorado pela mídia”, disse Vagner Freitas.

VEJA TAMBÉM: O silêncio da mídia diante do Plebiscito da Reforma Política

“O (governador Geraldo) Alckmin come um pastelzinho ou toma um cafezinho e vira notícia da mídia, e do plebiscito, que foi apoiado por vários candidatos a presidente da República, não saiu nada”, criticou Paola. Freitas lembrou que a consulta sobre a Área de Livre Comércio das Américas contou com apoio de parcela do empresariado e da igreja católica e não foi boicotado tão ostensivamente pela imprensa como o da reforma política.

Rodrigues, do MST, ressaltou o caráter “pedagógico” da consulta. “Além disso, teve grande importância do ponto de vista organizativo.” Segundo ele, o resultado deve ser comemorado por três motivos: ficou demonstrado, pela participação, que a sociedade quer mudanças no sistema político; a realização, de acordo com o dirigente, bem-sucedida do movimento, foi decorrente das mobilizações de rua iniciadas em junho de 2013; e foi um incentivo para a continuidade das mobilizações pela constituinte exclusiva.

Apesar de a convocação de um plebiscito ser atribuição do Congresso Nacional, cuja composição pode ficar ainda mais conservadora com a eleição de 2014, os organizadores acreditam que ele aconteça. “Nossa disputa será junto com a sociedade. Com as forças organizadas e mobilização vamos criar um clima e um debate por um novo processo constituinte e não deixar a questão só com o Congresso”, explicou João Paulo Rodrigues.

O próximo passo dos movimentos reunidos em torno do plebiscito popular agora é levar os resultados para os principais representantes dos três poderes, nos próximos dias 14 e 15: a presidenta Dilma Rousseff; o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski; e o presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros.

Os organizadores lembraram que lideranças importantes, ao participar, deram legitimidade ao processo. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além dos candidatos à presidência Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB), Luciana Genro (Psol) e até Pastor Everaldo (PSC) participaram da votação. Dilma, Lula e Luciana votaram “sim”. Marina e Everaldo não revelaram seus votos. “Ainda assim, é importante, porque eles participaram e assim também legitimaram o movimento”, disse Paola Estrada.

Boicote nas escolas de SP

Os organizadores do plebiscito popular lembraram, na coletiva, que o governador Geraldo Alckmin impediu que as urnas entrassem nas escolas da rede estadual de ensino. Isso dificultou a participação da juventude da rede de ensino de São Paulo no processo. “Até entendo, porque ele deve ser defensor do financiamento privado de campanhas políticas”, ironizou o presidente da CUT. O governador enviou ofício às escolas estaduais para que os professores evitassem a discussão sobre o plebiscito em salas de aulas, além de ter solicitado que diretores não autorizassem as urnas, segundo os organizadores da consulta.

O fim da participação de empresas privadas como financiadoras de candidatos e partidos é uma das principais bandeiras do movimento social.

“Eu acho que se ele concordasse com as propostas do plebiscito ele teria facilitado a coleta de votos nas escolas. Só consigo imaginar por uma posição contrária dele ao que propunha o plebiscito. Como eu não sei a posição dele, penso que seja isso. Não acredito que o governador do estado tenha feito isso apenas por um ato de mesquinhez. Acho que ele deve ter mais coisas para fazer”, afirmou Vagner Freitas.

Eduardo Maretti, RBA

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Nem sempre é eleito quem tem mais votos

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congresso nacional eleição indireta deputado
Deputados no Brasil são eleitos indiretamente. Entenda abaixo como funciona o sistema proporcional (divulgação)

No Brasil, a escolha dos representantes para o poder Executivo, cargos como os de presidente da República e governador, é feita pelo sistema majoritário, baseado em uma conta simples: quem tiver mais votos ganha. Nas eleições para deputado federal, estadual e distrital, no entanto, o sistema é o proporcional, uma forma de escolha que possibilita a eleição de um candidato com poucos votos, enquanto um nome bem votado pode ficar fora do parlamento. Abaixo, entenda como funcionam as eleições proporcionais e saiba onde pode parar o seu voto:

Em quem o eleitor vota?

Cada eleitor vota em um candidato a deputado federal e outro a deputado estadual (ou distrital, se morar no Distrito Federal). Os deputados eleitos não são necessariamente os que têm mais votos, já que a definição passa pelo cálculo de dois números: o quociente partidário e o eleitoral.

Como se calcula quem ganha as eleições?

Primeiro, o total de votos válidos dos eleitores é dividido pelo número de vagas. Este é o chamado quociente eleitoral – ou seja, quanto cada partido ou coligação precisaria de votos para eleger um deputado. Por exemplo: em um estado com dois milhões de votos válidos e vinte vagas para a Assembleia Legislativa, o quociente eleitoral será de 100 mil.

Depois, os votos de cada partido ou coligação são divididos pelo quociente eleitoral. Se, no mesmo estado hipotético acima, um partido tiver 400 mil votos, ele irá eleger quatro deputados. Por fim, os quatro deputados mais bem votados do partido ou coligação serão eleitos.

Este sistema causa distorções?

Sim, pois candidatos com muitos votos podem não ser eleitos. Outros, com poucos votos, podem ganhar uma vaga.

Na última eleição, a hoje presidenciável Luciana Genro (PSOL) recebeu 129,5 mil votos para deputado federal pelo Rio Grande do Sul, sendo a oitava mais votada no estado. Genro não conseguiu um lugar entre os 31 deputados do estado, no entanto, e se tornou a candidata mais bem votada do País a não obter uma vaga. Isso ocorreu porque o PSOL não conseguiu atingir o quociente eleitoral do estado, e ficou sem vagas.

Também em 2010, Jean Wyllys foi beneficiado pelo mesmo sistema que prejudicou sua colega de partido. Com 13 mil votos, Wyllys se tornou o deputado federal eleito com a menor proporção de votos do País. O psolista ganhou uma vaga na Câmara graças à votação do seu colega Chico Alencar (PSOL-RJ), que teve 240 mil apoiadores. Com os votos de Alencar, Wyllys e outros, o PSOL-RJ teve direito a duas vagas na Câmara. Como Wyllys foi o segundo mais votado do partido, teve direito a essa vaga.

O que é um puxador de votos?

É um deputado que ajuda a eleger outros do seu partido com uma grande votação. Tiririca (PR-SP), por exemplo, recebeu 1,3 milhão de votos na última eleição, um valor bem acima do necessário para ser eleito. Com isso, conseguiu levar à Câmara mais três candidatos de sua coligação.

O efeito dos puxadores, porém, costuma ser hipervalorizado. Levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP) mostra que apenas 35 dos 513 deputados federais foram eleitos somente com seus próprios votos. Isso significa que conta mais o conjunto de votos nos candidatos do partido do que o efeito de grandes puxadores de votos.

O que é o voto em legenda?

É o voto dado a um partido, e não a um candidato. O eleitor pode escolher votar numa legenda e, desta forma, ajudá-la sem escolher um candidato em específico. Este voto conta para o partido, ou coligação, chegar ao quociente eleitoral.

O que é um suplente?

Se um deputado sai do seu cargo, o primeiro candidato mais votado da coligação assume a vaga. Geralmente a saída do cargo ocorre quando um parlamentar assume ministérios, secretarias ou o Executivo. Apenas em 2013, devido à posse de prefeitos e secretários, 17 deputados suplentes assumiram os mandatos na Câmara no início do ano.

É possível saber quem meu voto está ajudando?

Sim. Deve-se levar em conta os candidatos do partido ou da coligação em que se está votando. Em 2014, por exemplo, o eleitor de São Paulo que votar em um candidato do PT pode ajudar a eleger nomes do PCdoB, porque os dois partidos fizeram uma coligação no estado. Da mesma forma, o eleitor paulista que votar em um candidato do PSDB pode ajudar a eleger nomes do DEM e do PPS, coligados com os tucanos.

Em Minas Gerais, a situação é diferente. O eleitor que votar em um candidato a deputado federal do PT estará ajudando a eleger nomes de toda a coligação: PMDB, PCdoB, PROS e PRB. O eleitor de Minas que apostar em um deputado federal tucano, por sua vez, pode ajudar a eleger candidatos de outros 13 partidos, todos da coligação encabeçada pelos tucanos: PP, DEM, PSD, PTB, PPS, PV, PDT, PR, PMN, PSC, PSL, PTC e SD.

Todas as coligações proporcionais por estado podem ser verificadas no site do Tribunal Superior Eleitoral.

Quantos votos um partido precisa para eleger um deputado?

Depende. Este número varia conforme o número de eleitores do estado, o número de vagas, abstenção dos eleitores e votos que foram anulados. Segundo dados do TSE, nas últimas eleições o maior quociente eleitoral foi em São Paulo. Para eleger um deputado federal, o partido ou coligação teve de alcançar 314.909 votos. Para conseguir um deputado estadual, precisou de 230.585 votos.

Os menores quocientes em 2010 foram os de Roraima, onde os partidos tiveram de somar 27.837 votos para eleger um deputado federal e 9.370 para eleger um estadual.

Um senador é eleito da mesma forma?

Não. Um senador é eleito por voto direto. Caso ele saia do cargo, quem assume é um suplente que foi eleito junto com ele. Os suplentes de cada candidato também podem ser checados no site do Tribunal Superior Eleitoral.

Quais as alternativas para isso?

O sistema proporcional vigente hoje é alvo de diversas críticas, mas há grande variedade de propostas de reformas eleitorais e políticas para mudar este quadro.

A CNBB, a OAB e outras entidades propõe que o eleitor vote primeiro em um partido e, posteriormente, escolha um candidato daquela legenda. As diversas propostas de reforma política apresentadas pelo PT na última década também pedem a chamada votação em lista.

O PSDB, por sua vez, defende uma mudança na divisão geográfica dos eleitores para o chamado ‘voto distrital’. Na proposta tucana, os estados seriam divididos em diversas partes, e cada ‘distrito’ escolheria somente um candidato. Parte do partido defende o sistema misto, onde alguns dos candidatos seriam escolhidos por distritos e outros continuariam no modelo atual.

Piero Locatelli, CartaCapital

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Levy Fidelix deveria sair preso do debate

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levy fidelix homofobia debate
O candidato Levy Fidelix

As declarações homofóbicas do candidato à presidência da República, Levy Fidélix (PRTB), no debate de ontem (28), realizado pela TV Record, causaram revolta na comunidade LGBT e em defensores dos Direitos Humanos em geral.

Ao ser questionado pela candidata Luciana Genro (PSOL) a respeito da criminalização da homo-transfobia e casamento igualitário, Levy Fidélix iniciou dizendo que se tratava de “um assunto pesado” e que era preciso “reagir” contra a população LGBT. “O Brasil tem 200 milhões de habitantes, daqui a pouquinho vai reduzir para cem. Vai para a Paulista, anda lá e vê, é feio o negócio, né? Então, gente, vamos ter coragem. Nós somos maioria, vamos enfrentar essa minoria. Vamos enfrentá-los. Não tenha medo de dizer que ‘sou pai, uma mãe, vovô’, e o mais importante é que esses que têm esses problemas realmente sejam atendidos no plano psicológico e afetivo, mas bem longe da gente, bem longe mesmo porque aqui não dá”, declarou.

Debates

A insistente presença de Levy em todos os debates deste ano entre os candidatos à presidência da República se deve à eleição de um único deputado federal pelo partido em 2010 (o carioca Áureo, hoje no Solidariedade). Com esta vitória, as emissoras foram obrigadas a chamá-lo para todos estes encontros.

Representatividade nula

Levy não representa ninguém, o que é claro na sua incapacidade de conseguir qualquer votação expressiva após dez eleições a cargos como prefeito, governador e presidente. Apesar da falta de respaldo, o candidato é beneficiado pelo dinheiro do fundo partidário. Desde 1996, foram 6,1 milhões de reais entregues ao PRTB de Levy. Além disso, a sigla também é ajudada com espaço gratuito na televisão, comprado pelo governo, e com o rateio de multas da Justiça Eleitoral.

Acusações

O candidato também sofre diversas suspeitas. Aliados de Levy já afirmaram que ele cobraria 400 mil reais de quem quer se desfiliar do partido e de manipular as eleições do partido, em que sempre foi o presidente. Ele também foi acusado de envolvimento com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, que citava seu nome em escutas feitas pela Polícia Federal. Segundo as investigações, o PRTB era um dos alvos de Cachoeira, que buscava “comprar” um partido. Levy nega todas as acusações e se mostrou indignado ao ser questionado sobre essas denúncias no debate organizado pelo SBT e pela Folha de S.Paulo.

Protesto

Logo depois da resposta homofóbica de Levy Fidelix, o assunto viralizou na rede. Várias manifestações foram organizadas e, indignados, ativistas questionavam a possibilidade de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) punir o candidato por discurso de ódio e incitação à violência. À reportagem da revista Fórum, a assessoria de comunicação do TSE declarou que, para o Tribunal agir, é necessário que ele seja acionado externamente.

De acordo com a ativista do Coletivo de Feministas Lésbicas (CFL), Irina Karla, mais de 200 pessoas já estão mobilizadas para encaminhar uma ação judicial coletiva e acionar o TSE. Como o debate foi realizado no estado de São Paulo, os ativistas também pretendem enquadrar Levy Fidelix na lei estadual 10.948/02, que pune atos homofóbico; entre eles, discursos de ódio. Um beijaço também está marcado para o próximo domingo (5) na Avenida Paulista.

Criminalização

Se Levy Fidelix fosse julgado pela criminalização da homofobia, ele teria saído preso do debate da TV Record.

com informações de CartaCapital, Agência Brasil e Revista Fórum

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Curso Básico de Desintoxicação do Ódio Político

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curso ódio político
Curso analisa a função da raiva ou do ódio na política (Edição: Pragmatismo Político)

Curso Básico de Jornalismo Manipulativo

Já saiu e está disponível para download gratuito (fim do post) o novo Curso de Desintoxicação do Ódio Político, oferecimento da equipe CBJM [Curso Básico de Jornalismo Manipulativo] a seus alunos.

É um curso teórico-prático. Teórico porque expõe conceitos e princípios relativos à arte da manipulação política, além de fazer uma análise precisa da função da raiva ou do ódio em seus resultados.

E prático porque apresenta técnicas eficientes para conhecer, controlar e, depois, eliminar totalmente os sentimentos agressivos motivados por questões políticas.

Na parte teórica (denominada “explicativa”), nossos alunos terão acesso a revelações inéditas extraídas do ultrassecreto Curso Avançado de Jornalismo Manipulativo.

VEJA TAMBÉM: O pior analfabeto é o analfabeto midiático

Na parte prática, conhecerão mais de 20 técnicas de desintoxicação do ódio destinadas a eliminar, em si mesmos, esse efeito colateral indesejável (no caso dos manipuladores) que vem prejudicando sua atividade jornalística.

Aliás, o novo Curso surgiu exatamente da constatação deste problema: além de, corretamente, estimular o ódio nos verdadeiros alvos de sua manipulação política (isto é, os leitores), nossos alunos estavam se contaminando com esse sentimento. Os efeitos psicológicos e sociais da contaminação geraram vários problemas em sua vida pessoal e profissional. Hora de fazer algo a respeito. E nós, cada vez mais preocupados com essa situação imprevista, decidimos agir. OCurso de Desintoxicação do Ódio Político é a nossa resposta.

Um destaque na parte explicativa: a fórmula da manipulação política usada para produzir o ódio na psique dos manipulados. Essa fórmula é responsável pelo chamado “transe manipulativo” (na parte prática, o Curso ensina os nossos alunos a saírem do transe manipulativo criado pela grande mídia nesses últimos anos). O transe manipulativo é o estado no qual nossos leitores pensam sinceramente que estão vivendo num mundo fantasioso (e horrendo), bem diferente do seu mundo real (o cotidiano). Embora a maioria dos brasileiros, na prática, se sinta satisfeita com os caminhos de sua própria vida, vê-se irremediavelmente perdida ao pensar na situação atual do país e no destino trágico que nos espera.

Um destaque na parte prática: a “bala mágica”. Essa técnica praticamente desconhecida pode eliminar o sentimento de ódio em poucos minutos – muitas vezes, para sempre.

Agora, o inevitável legalês, sugerido (isto é, imposto) por nossa equipe jurídica. É bem rápido:

“As técnicas da parte prática deste Curso foram criadas por psicólogos capacitados e visam proporcionar bem-estar emocional a pessoas que se tornaram dependentes da vivência diária de raiva e ódio, por motivos políticos. Apesar disso, não podemos garantir que elas farão somente o bem, em todos os casos, dado que cada sistema psicológico difere bastante dos demais. Aplique as técnicas com critério, parando imediatamente caso sinta ou pressinta qualquer incômodo psicológico além do normal. Não podemos nos responsabilizar pelos possíveis efeitos, caso você continue a aplicar uma técnica nessa situação. Respeite o seu sistema e os seus limites psicológicos.”

Nós de novo. Segundo a nossa experiência pessoal e coletiva, essas técnicas são, sim, infalíveis. Qualquer pessoa normal que as aplicar com zelo conseguirá se livrar dos sentimentos sufocantes de indignação, raiva e ódio, que tanto mal fazem à saúde psíquica e orgânica.

Agora, se você aplicar essas técnicas direitinho e, mesmo assim, continuar sentindo ódio ao menor estímulo proporcionado pela grande mídia ou pelas redes sociais, fazer o quê? Você é um daqueles raros “casos perdidos”, e estará condenado a passar o resto da vida borbulhando em ódio, correndo o risco de sofrer doenças psicossomáticas como úlcera, gastrite, pressão alta e, quem sabe, um infarto (bem feito!), por não conseguir ter o mínimo de autocontrole emocional e de capacidade intelectual.

Mas ao menos tente. Precisamos de cada um dos nossos aliados da grande mídia, em sua capacidade manipulativa máxima, nessa luta derradeira pela mudança do governo central.

Importante

Estamos liberando, de início, a parte explicativa do Curso, com suas 129 páginas. A parte prática será liberada nas próximas semanas, ainda a tempo de permitir a aplicação antes do segundo turno das eleições (e antes das reações definitivas a estas). O hiato é importante para que a base seja bem assimilada por nossos alunos.

Leia com calma, aos poucos, porque esse material, além de secreto, é extremamente elucidativo do tempo presente na grande mídia e na política nacional.

Baixe o novo Curso, gratuitamente, abaixo (PDF).

Um serviço CBJM, a favor do Brasil e da civilização.

 

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O que não entendemos de Futebol e Política

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Saullo Diniz*

Há tempos tenho uma convicção: todo brasileiro é um ótimo churrasqueiro, um excelente técnico de futebol e um doutor em ciência política. Obviamente, como toda generalização, é um pensamento extremamente insensato e superficial, mas é o que de fato parece. São raras as pessoas no meio em que cresci que se consideravam ruins em alguns desses quesitos. É extremamente normal classificarmos, mesmo os treinadores mais experientes e vitoriosos, como burros simplesmente por alguns resultados ruins. Assim como é bem comum a classificação de toda política como ineficaz ou, para os mais “sabidos”, populista e clientelista.

O problema é que nos falta um pouquinho de profundidade ao analisarmos questões tão complexas como política e futebol, por exemplo (aqui já não falo mais do churrasco). Tomo a liberdade de escolher como meu primeiro personagem aqui o Fred, atacante do Fluminense. O jogador de carreira reconhecida como um jogador de área tem uma carreira no mínimo muito boa. Passando por clubes como Cruzeiro, Lyon (FRA) e Fluminense, tendo sido por mais de uma vez campeão nacional, adquirindo dezenas de convocações para a seleção brasileira chegando a disputar duas Copas do Mundo, sendo campeão e artilheiro de uma Copa das Confederações e etc. Números e premiações não faltam para a avaliação de tal jogador.

Porém, sua imagem agora está muito marcada pelo seu desempenho na última Copa. Esperava-se muito de nosso camisa 9 ainda mais por estar numa seleção repleta de craques, mas não foi isso que aconteceu. A história todos nós sabemos e não preciso dissertar aqui, o que quero usar como exemplo é a moral que (pouco) ficou. O jogador foi crucificado pela sua atuação quando ninguém – com exceção de nosso camisa 10 – jogou. O coletivo de nossa seleção falhou, logo, os individuais também. O que não aprendemos nessa competição foi que o problema não foi o Fred não ter feito gols, mas o esquema de jogo não ter lhe proporcionado muitas chances. A mais valiosa lição que devíamos ter aprendido com a Alemanha foi o seu estilo conjuntural de jogo contrapondo à nossa mentalidade individual, ela teve seus destaques, mas o coletivo funcionou e muito. A lição que deveria ficar era que o problema não foi individual, não foi do Fred ou de qualquer outro jogador, o erro estava na estrutura, o Brasil perdeu na estrutura do time.

Essa convicção individual nós também levamos – erradamente – para o ramo da política. Toda eleição nos convencemos de que um será melhor que o outro sem questionar a estrutura que está por trás. O que não entendemos é que aqueles nomes famosos por concorrerem a cargos públicos não podem fazer nenhuma mudança significativa se a estrutura for a mesma. Não estou dizendo que os candidatos são todos iguais, mas as diferenças se tornam ainda menores quando os financiadores de campanhas e a estrutura política são praticamente os mesmos. Nesse modelo político em que vivemos, independente do candidato eleito, as mudanças serão bem pontuais, pois todo o resto é o mesmo de todas as outras que já se passaram.

Enfatizo que não estou dizendo que o governo atual é ruim e que os outros são melhores, não estou mencionando nenhum dos candidatos, mas é que eles pouco podem fazer de diferente se todo o alicerce político é aquele que estamos cansados de criticar – com razão. A grande questão é que estamos depositando esperanças em indivíduos e nos esquecendo da conjuntura que está por trás. Não adianta termos um excelente atacante, se o time não joga, o máximo que conseguiremos é uma campanha mediana e nesse sentido a política não é diferente. Não podemos ter mudanças significativamente melhores se não reformarmos nossa estrutura. É essa a lição que devemos de aprender, é isso que não entendemos de futebol e política.

*Saullo Diniz, graduando em Geografia pela UFRJ e colaborador em Pragmatismo Político

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