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Carlos Bolsonaro e Julian Lemos trocam farpas publicamente

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Julian Lemos e Carlos Bolsonaro
Julian Lemos e Carlos Bolsonaro

Uma publicação de Carlos Bolsonaro (PSL-RJ) movimentou as redes sociais na noite desta quarta-feira (6) e continua repercutindo.

Na postagem, o filho do futuro presidente revela que o deputado federal eleito Julian Lemos (PSL-PB) não é e nunca foi coordenador de Jair Bolsonaro no Nordeste.

“Julian Lemos, a pessoa que tem se colocado como coordenador de Bolsonaro no Nordeste não é nunca foi! Detalhes creio que todos sabem”, escreveu Carlos em seu Twitter, que sugeriu ainda que Julian parasse de “tentar aparecer” à sombra do presidente eleito.

Julian Lemos decidiu usar o Instagram para se pronunciar após os ataques. “Na minha casa o que meu pai falava era respeitado, na minha casa eu aprendi honrar pai e mãe, só assim eu poderia ser feliz e ter paz, hoje percebo porque tenho filhos e uma esposa linda e vivo em paz”, escreveu Lemos, no Instagram.

O texto publicado por Lemos acompanhava um vídeo em que Jair Bolsonaro o chama de “nosso coordenador no Nordeste” e “nosso candidato pela Paraíba”.

Carlos foi até o setor de comentários do Instagram de Julian Lemos e escreveu a seguinte mensagem:

“Senhor Julian Lemos, não adianta postar vídeo antigo para se esconder atrás de meu pai, que apenas colaborou com sua campanha na Paraíba. Sua retórica sempre foi totalmente previsível. Quem elegeu Bolsonaro foram as pessoas de todos os segmentos e que nenhum momento pleiteiam algo a mais, a não ser um Brasil melhor! No vídeo você era candidato e Bolsoanaro quis somente lhe ajudar, como fez com várias pessoas. Não use isso para aparecer atrás dele por algum motivo como vem fazendo a todo momento”

Julian retrucou:

“Prezado Carlos, não irei expor seu pai, que é meu amigo, se você não o respeita, eu sim, um vídeo novo resolveria? Eu tenho! Mas não é esse o caso, não ataque gratuitamente os soldados do seu pai, sem motivos. Essa guerra é longa e cada soldado é importante, eu sou um deles quer você queira ou não. Por respeito a ele, unicamente a ele, irei parar a discussão, espero que encontre paz no seu coração. Você não é meu alvo nem meu inimigo. Quanto ao Nordeste pouco sabes, nunca pusestes os pés lá”

Ameaça de morte

Nas últimas semanas, Carlos Bolsonaro se afastou das atividades diretas da transição governamental. Segundo informações de bastidores, um desentendimento entre ele e Gustavo Bebianno, que deve assumir a Secretaria-Geral da Presidência, área à qual a comunicação é ligada, teria se acentuado e culminado no afastamento do filho do futuro presidente da República.

No Twitter, Carlos chegou a dizer que a morte de seu pai interessa “aos que estão muito perto”. “A morte de Jair Bolsonaro não interessa somente aos inimigos declarados, mas também aos que estão muito perto. Principalmente após sua posse! É fácil mapear uma pessoa transparente e voluntariosa. Sempre fiz minha parte exaustivamente. Pensem e entendam todo o enredo diário”, escreveu.

Carlos Bolsonaro, 35 anos, é apontado como o filho mais próximo de Jair Bolsonaro, que tem outros dois filhos na política: o senador eleito pelo Rio Flavio Bolsonaro (PSL), 37 anos, e o deputado federal reeleito por São Paulo Eduardo Bolsonaro, de 34 anos.

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Ex-assessor de Flávio Bolsonaro fez movimentação “atípica” de R$ 1,2 milhão

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Ex-assessor Flávio Bolsonaro movimentação atípica R$ 1,2 milhão rio de janeiro
Flávio Bolsonaro, enquanto Deputado Estadual do Rio de Janeiro (reprodução)

Reportagem publicada nesta quinta-feira (6) no jornal Estadão revela que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) rastreou a movimentação bancária de R$ 1,2 milhão por Flávio José Carlos de Queiroz, ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).

Segundo a reportagem do jornalista Fábio Serapião, o órgão foi acionado pelo banco, que considerou a transação atípica. Relatório do Coaf cita que os valores são incompatíveis com o patrimônio, atividade econômica ou ocupação profissional e capacidade financeira do ex-assessor parlamentar.

Fabrício é policial militar, motorista e era segurança do deputado. Ele foi exonerado em 15 de novembro deste ano.

O valor foi movimentado de janeiro de 2016 a janeiro de 2017, e parte em espécie. Os dados foram incluídos em investigação do Ministério Público Federal que culminou na operação Furna da Onça, deflagrada no mês passado. A ação prendeu dez deputados estaduais do Rio de Janeiro. Os políticos são suspeitos de envolvimento no chamado “mensalinho” da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Flávio Bolsonaro e Fabrício não foram alvo da operação. Porém, o ex-assessor de Bolsonaro é citado em levantamento feito pelo Coaf a pedido do MPF de movimentações financeiras suspeitas envolvendo funcionários e ex-servidores da Alerj.

Segundo o relatório do Coaf, de R$ 1,2 milhão; R$ 320 foram saques, sendo que R$ 159 sacados em agência no próprio prédio doo legislativo estadual.

Ao Estadão, o ex-assessor de Flávio Bolsonaro disse não saber nada sobre o assunto. O deputado estadual confirmou que Fabrício foi seu motorista e segurança por mais de dez anos e que não tem nenhuma “informação de qualquer fato que desabone” a conduta do ex-funcionário. Flávio disse ainda que o ex-assessor foi exonerado para tratar de sua passagem para a “inatividade”.

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Esposa de Bolsonaro é citada como beneficiária de dinheiro suspeito, aponta Coaf

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Esposa de Bolsonaro beneficiária de dinheiro suspeito Coaf RJ
Michelle de Paula Firmo Reinaldo Bolsonaro (reprodução)

Jornal GGN

A futura primeira-dama da República Michelle Bolsonaro recebeu um cheque de R$ 24 mil de Fabrício José Carlos de Queiroz, que trabalhou por cerca de 10 anos como motorista e segurança do deputado Flávio Bolsonaro.

Exonerado do cargo somente em outubro passado, Fabrício foi delatado por seu banco às autoridades por ter movimentado R$ 1,2 mihão em “transações suspeitas” ao longo de 2016. A instituição financeira entendeu que ele não tinha renda nem patrimônio compatíveis com a movimentação. O caso foi revelado pelo Estadão nesta quinta (6).

O nome de Fabrício aparece no relatório que o Coaf produziu a pedido do Ministério Público Federal sobre assessores da Assembleia Legislativa do Rio que tenham sido delatados por instituições financeiras por causa de movimentações suspeitas que somam mais de R$ 200 milhões. A lista de assessores tem 22 nomes. Fabrício é o 20º. O documento pautou a Operação Furna da Onça, que levou à prisão 10 deputados estaduais por esquema de mensalinho. Mas Flávio e Fabrício não foram atingidos.

De acordo com o jornal, uma das transações na conta de Fabrício “é um cheque de R$ 24 mil destinado à futura primeira-dama Michelle Bolsonaro. A compensação do cheque em favor da mulher do presidente eleito Jair Bolsonaro aparece na lista sobre valores pagos pelo PM.”

O relatório diz que “constam como favorecidos a ex-secretária parlamentar e atual esposa de pessoa com foro por prerrogativa de função – Michelle de Paula Firmo Reinaldo Bolsonaro, no valor de R$ 24 mil.”

Entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, o Coaf também encontrou cerca de R$ 320 mil em saque na conta mantida pelo motorista do filho de Bolsonaro. Desse total, R$ 159 mil foram retirados numa agência bancária no prédio da Assembleia do Rio.

Também chamou a atenção dos investigadores as transações realizadas entre Queiroz e outros funcionários da Assembleia. O documento lista todas as movimentações e seus destinatários ou remetentes“, acrescentou o diário.

O Coaf também foi notificado pelo banco de transações que ocorreram após o período relacionado aos R$ 1,2 milhão. Entre janeiro e abril de 2017, Fabrício teria sacado, em 10 transações fracionadas, cerca de R$ 49 mil que poderiam “configurar uma possível tentativa de burla aos controles”.

Procurada pelo Estado, a assessoria de Bolsonaro não respondeu explicou o cheque à primeira-dama. Michelle também foi procurada mas ainda não se manifestou.

Flávio Bolsonaro mandou a assessoria de imprensa dizer ao jornal que conhece Fabrício há 10 anos, com quem nutre uma relação de amizade e confiança, e que, ao longo da parceria, não tomou conhecimento de fatos que “desabonem” o profissional.

Ainda de acordo com o deputado, Fabrício pediu a exoneração em outubro passado.

Como assessor parlamentar, ele recebia R$ 8,5 mil do gabinete de Flávio Bolsonaro. Além disso, ganhava mais R$ 12 mil de remuneração da Polícia Militar. A soma dos dois rendimentos, ao longo de 1 ano, dá menos de um quarto dos R$ 1,2 milhão classificados como suspeitos.

Procurado, Fabrício disse que não sabe de nada sobre o assunto.

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Magno Malta lamenta: “Eu achava que ia ser ministro e não fui”

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Magno Malta lamenta ministro governo bolsonaro
Magno Malta (reprodução)

Rafaela Felicciano, Metrópoles

O senador Magno Malta (PR-ES) não mantinha contato com ninguém desde que se convenceu de que não faria parte do governo de Jair Bolsonaro.

O político se isolou em um sítio da família, cercado apenas de pessoas próximas, com celular fora de área. O senador declarou que não pretende mais participar da vida política, apesar de ainda torcer por Bolsonaro e o considerar um amigo. As informações são do site The Intercept Brasil, que entrevistou o senador.

O político também não escondeu a amargura na entrevista: “Você vê muita gente que falava mal dele, não pedia voto, e agora tá aí, se aproximando”.

A autoridade é dele, ele é o presidente deste país. A amizade não vai acabar porque durante dois meses da eleição eu achava que ia ser ministro e eu não fui ministro.”

Ao ser questionado se está arrependido de ter ter deixado de lado a própria campanha para se ver hoje fora do governo, ele disse “Não lutei para ter um cargo no governo”, mas “pelo Brasil”.

Como integrante da campanha do presidente eleito, Malta articulou o apoio do Pastor Silas Malafaia à campanha de Bolsonaro. Ao final da apuração das eleições, Malta conduziu uma oração em rede nacional em agradecimento.

Foi chamado pelo presidente eleito de “vice dos sonhos”, mas sua candidatura foi barrada pelo seu partido que decidiu apoiar o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Leia também: Mourão diz que Magno Malta é “elefante na sala procurando emprego”

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Conversa em que Eduardo Bolsonaro desmente o próprio pai vaza no WhatsApp

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eduardo bolsonaro psl joice hasselmann

Mensagens de WhatsApp que vazaram para a imprensa de um grupo interno do PSL mostram que Eduardo Bolsonaro, filho do presidente eleito, articula uma ofensiva contra Rodrigo Maia (DEM) para tomar a Presidência da Câmara.

Publicamente, Jair Bolsonaro tem afirmado que não pretende se meter na disputa pelas presidências da Câmara e do Senado. Eduardo Bolsonaro desmentiu o pai.

Na discussão, Eduardo revela que age sob as ordens do pai, mas age discretamente para evitar retaliações. “Se eu botar a cara publicamente, o Maia pode acelerar as pautas bombas do futuro governo. Eu não preciso e nem posso ficar falando aos quatro cantos o que ando fazendo por ordem do presidente”, assinalou.

“O PSL está fora das articulações? Estou fazendo o quê com o líder do PR agora?”, esbravejou Eduardo. O líder do PR é José Rocha (BA). O partido cogita lançar a candidatura de Fernando Giacobo (PR) à presidência da Casa, contra Maia.

Eduardo ainda revelou algo ainda mais espinhoso e que tem potencial para desencadear crise. Disse que Onyx Lorenzoni (DEM), futuro ministro chefe da Casa Civil, é um dos principais articuladores contra a candidatura de Maia à Presidência da Câmara.

Como se sabe, Onyx e Rodrigo Maia são do mesmo partido. “Quem tem feito mais essa parte é o delegado Waldir no plenário e o Onyx via líderes partidários”, admitiu Eduardo.

Joice Hasselmann

O grupo de onde as mensagens foram retiradas chama-se ‘Bancada PSL 2019’ e já protagonizou outras polêmicas, como o desentendimento entre a deputada eleita Joice Hasselmann (SP) e o senador eleito Major Olímpio (SP). Joice tem pretensões de assumir a liderança do partido na Câmara, mas encontra resistência por parte do próprio Eduardo.

“Salta aos olhos a intenção de Joice de ser líder e assim como já demonstrou na época de campanha ela atropela qualquer um que esteja a frente de seus objetivos pessoais. Não está pensando no Brasil como a plataforma do PSL sempre se propôs”, escreveu Eduardo.

Para o filho do presidente eleito, Joice estaria “preparando terreno para receber os votos dos novinhos” na futura disputa por cargos de liderança.

“Ademais, a Joice chamou uma reunião na data em que eu estava nos EUA propositalmente, para reforçar que eu estaria apenas viajando e não dando conta do partido. Assim como todos vocês, eu sigo ordens, quem acompanhou minhas viagens pelas redes sociais sabe que durmo pouco e nem turismo faço”, escreveu.

Eleita deputada federal pelo PSL, Carla Zambelli entrou na confusão para apoiar Eduardo Bolsonaro, diante da aparente divisão causada por Joice: “Não há racha, Eduardo. Estamos com você. E há a Joice, fazendo o que sempre fez, desde que começou a pré campanha”.

Resposta

Depois de algum tempo, Joice apareceu e rebateu as mensagens de Eduardo Bolsonaro. Ela criticou Eduardo Bolsonaro que estaria sendo omisso nos debates do partido, estaria desinformado sobre o que se passa na sigla, e agiria de forma infantil ao mandar “recadinhos no Twitter” em vez de conversar “olho no olho” com os colegas.

“Tentei conversar com você algumas vezes para te informar o que estava acontecendo e trabalharmos em conjunto. Ontem mesmo foi o caso. Mas você marca e some”, criticou.

Joice ainda diminuiu o capital político de Eduardo e disse que ele só teve votação expressiva por causa do sobrenome, enquanto ela alcançou muitos votos por conta própria.

“Você tem meu telefone, Eduardo. Quando quiser conversar como gente grande, sem mandar recadinhos pelo Twitter, ligue ou falemos olho no olho. Sou adulta o suficiente para passar por cima do que aconteceu na época de campanha com major e cia. Acho que vc tbm deveria ser. Hora de crescer”, finalizou.

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Major Olímpio se pronuncia sobre briga com Joice Hasselmann

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Joice Hasselmann Major Olímpio Eduardo Bolsonaro
Joice Hasselmann, Major Olímpio e Eduardo Bolsonaro

O senador eleito Major Olímpio (PSL-SP) confirmou a veracidade das conversas que vazaram de um grupo de WhatsApp restrito à bancada do PSL no Congresso Nacional.

O filho de Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), entrou em uma discussão com a deputada federal eleita Joice Hasselmann (PSL-SP) sobre a disputa da liderança do partido na Câmara. Ela tem articulado pela função e participa das negociações da formação do novo governo.

Olímpio afirmou que os deputados eleitos do PSL estão todos unidos. Questionado sobre quem seria a melhor liderança para o governo na Câmara, elogiou Eduardo Bolsonaro e o atual vice-líder da sigla, Delegado Waldir. Para o Senado, defendeu que o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), também filho do presidente eleito, fique na liderança.

“Se houve manifestação no imaginário dela de que não existia liderança e que só ela é capaz de exercer, isso é um grande equívoco. Joice sempre fala por ela, não pelo partido”, afirmou o senador eleito.

Quem vazou a conversa do WhatsApp, para Olímpio, foi Joice. “Não tenho dúvida. Alguém tem?”, indagou aos jornalistas.

Na conversa de WhatsApp, Eduardo Bolsonaro, atual líder da bancada na Câmara, acusa a deputada de “atropelar” os correligionários, a chama de “sonsa” e diz que ela tem “fama de louca”.

Joice rebateu: “Eduardo, não admito nem te dou liberdade de falar assim comigo, ou escrever algo nesse tom. Não te dei liberdade pessoal nenhuma, portanto, ponha-se no seu lugar”.

Joice rebate críticas

Joice Hasselmann rebateu nesta sexta-feira (7) as críticas contra ela feitas por Major Olímpio e ampliou o racha no partido provocado depois que o embate entre ela e Eduardo Bolsonaro (PSL) veio a público.

“A única pessoa que está se beneficiando disso é ele. O major está jogando com a militância eleita, que é uma parte pequena”, disse Joice.

No Twitter, ela escreveu que trabalha enquanto “a tropa da truculência espalha veneno, ameaças e mentiras”. A declaração, que não cita nomes, foi feita horas depois de Olímpio dizer que não existe racha na futura bancada do PSL já que são todos contra Joice.

Segundo Joice, Olímpio “comanda o partido com truculência, aos gritos, com ameaças aos desafetos”. “Expulsou pessoas, tentou me expulsar, colocou os ‘seus’ nos diretórios e excluiu gente que deu a vida na campanha”, escreveu em seu perfil no Twitter.

A deputada eleita disse que tentou falar com Olímpio para deixar as diferenças para trás. “Tentei todo esse tempo, mesmo tomando caneladas. Agora tentarei de novo. Veremos. Assistirei…”

“Machão da vez”

Sobre o filho do presidente, Joice afirma que Eduardo Bolsonaro, líder da atual bancada do PSL, se acha “o machão da vez”. “Eu sou mais forte que qualquer marmanjo naquele Congresso. Se ele [Eduardo] acha que pode falar assim porque é o machão da vez… ah, para com isso, né?”, disse Joice.

Joice diz ainda que acredita que as acusações do filho de Bolsonaro foram dirigidas a ela pelo fato de ser mulher. “Acho que teve sim [relação com o fato de ser mulher], mas não ligo, não”, declarou.

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General revela provável causa da execução de Marielle Franco

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General causa execução Marielle Franco milícia Rio de Janeiro
Marielle Franco (reprodução)

A vereadora Marielle Franco (PSOL) foi morta porque milicianos acreditaram que ela poderia atrapalhar os negócios ligados à grilagem de terras na zona oeste do Rio de Janeiro. O crime estava sendo planejado desde 2017.

As revelações foram feitas ao jornal O Estado de S. Paulo pelo general Richard Nunes, secretário da Segurança Pública do Rio.

Nunes, que assumiu a pasta em 27 de fevereiro, relatou problemas que encontrou e disse que vários generais que assumirão cargos na área em 2019 procuraram o comando da intervenção para levar o modelo de gestão a outros Estados.

O senhor imaginava o tamanho do problema que encontraria?

Imaginava. Primeiro: porque sou do Rio e acompanhei a evolução do quadro da Segurança no Estado. Segundo: porque comandei a força de pacificação na Maré (ocupação militar de complexo de favelas, zona norte do Rio, de abril 2014 a junho de 2015), vendo de perto no nível tático, na ponta da linha, o que estava acontecendo no Estado; e, depois, como comandante da Eceme (Escola de Comando e Estado-Maior do Exército) era tema de estudo nosso.

De R$ 1,2 bilhão enviado pelo governo federal, o gabinete da intervenção empenhou 39,06% ou R$ 468 milhões. Qual foi a dificuldade para gastar o dinheiro?

É um aspecto fundamental do início da ação: compreender as restrições impostas pelo regime de recuperação fiscal; Isso não estava claro para ninguém. O regime de recuperação fiscal estabelecido em setembro de 2017 nos causou embaraço de toda ordem.

Tanto que a verba federal alocada aqui teve de ser administrada por uma estrutura que não existia, que tivemos de criar. No âmbito da secretaria, colocamos em funcionamento o Fundo Estadual de Segurança Pública e Desenvolvimento Social. É uma dádiva. São 5% dos royalties do petróleo. Este ano, já superamos R$ 300 milhões e no próximo deve superar R$ 400 milhões.

Considera que esse foi o principal efeito da intervenção?

Esse foi o grande diferencial dessa intervenção, o legado que acredito que vai ser apropriado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública. O general Guilherme Cals Theophilo Gaspar de Oliveira virá aqui se reunir comigo e com o general (o interventor Walter Souza) Braga Netto; o (futuro) secretário de Segurança de São Paulo, o general (João Camilo Pires de) Campos, o futuro secretário do Paraná, general (Luiz) Carbonell, estiveram aqui conversando.

Está havendo interesse nas experiências da intervenção federal que possam ser úteis em outras partes do País. E o grande diferencial foi exatamente esse. Fizemos a intervenção com propósito muito mais de reestruturar os órgãos do que de tratarmos do dia-a-dia da criminalidade.

Segurança Pública é muito absorvida pela temática da criminalidade, mas não é só isso. Nossa preocupação é que o legado da intervenção tenha prosseguimento. O maior risco que corremos aqui é a divisão da secretaria, como pretendido pelo novo governo (do governador eleito do Rio, Wilson Witzel).

É como acabar com o Ministério da Defesa. Como acabar com essa estrutura e fazer integração? Já deixei patente isso em várias reuniões. Eu e o general Braga Netto, mas o tempo vai passando, e a gente fica cada vez mais preocupado.

Não adianta ficar pedindo GLO (operações de Garantia da Lei da Ordem com emprego de tropa das Forças Armadas na segurança pública). Esse negócio de GLO virou uma panaceia.

Aliás, continua GLO depois do fim da intervenção?

Não. GLO morre com a intervenção, no dia 31 de dezembro.

General, o caso Marielle foi uma afronta à intervenção?

Não foi. O que entendo hoje é que os criminosos superestimaram o papel que a vereadora poderia desempenhar. Era um crime que já estava sendo planejado desde o fim de 2017, antes da intervenção. Isso aí temos; está claro na investigação. O que aconteceu foi o contrário.

Os criminosos se deram conta da dimensão que tomou o crime por ter sido na intervenção. Não podemos entender como afronta porque assumi em 27 de fevereiro.

E dei posse ao comandante da PM em 14 de março, dia do crime. Estávamos iniciando um trabalho. E hoje, com dados de que dispomos de 19 volumes de investigação, fica claro que se superestimou o papel que ela desempenhava.

Que papel?

Ela estava lidando em determinada área do Rio controladas por milicianos, onde interesses econômicos de toda ordem são colocados em jogo. No momento em que determinada liderança política, membro do Legislativo, começa a questionar relações que se estabelecem naquela comunidade, afeta os interesses daqueles grupos criminosos.

É nesse ponto que a gente precisa chegar, provar essa tese, que está muito sólida. O que leva ao assassinato da vereadora e do motorista é essa percepção de que ela colocaria em risco naquelas áreas os interesses desses grupos criminosos.

Como ela colocaria em risco?

A milícia atua muito em cima da posse de terra e assim faz a exploração de todos os recursos. E há no Rio, na área oeste, na baixada de Jacarepaguá, problemas graves de loteamento, de ocupação de terras. Essas áreas são complicadas.

A atuação dela seria de fazer…

Uma conscientização daquelas pessoas sobre a posse da terra. Isso causou instabilidade e é por aí que nós estamos caminhando. Mais do que isso eu não posso dizer.

O senhor ou a intervenção receberam pressões por esse crime?

Zero. O que há é muita especulação. Houve um movimento para tentar federalizar esse investigação totalmente desprovido de fundamento. Houve essa sugestão sob a suspeita de que a Polícia Civil não estaria fazendo um trabalho isento. Isso não tem fundamento.

Temos de ter muito cuidado em não dar voz a criminosos que se encontram presos e colocam em xeque o processo de investigação (trata-se do miliciano Orlando de Araújo, o Orlando de Curicica).

Hoje depois desse tempo todo pode-se dizer que as milícias são um perigo maior para o Rio do que as facções criminosas?

Elas se equivalem. O que há de perigoso nas milícia é o modo como explora determinadas atividades. É mais insidiosa. Porém, facções têm adotado práticas de milícia e vice-versa. Como secretário, não há como estabelecer grau de risco diferenciado.

Quando a milícia passa a aceitar o tráfico e quando o traficante se dedica a modalidades de crimes semelhantes aos da milícia, para mim, isso indica que temos de combater esses movimentos criminosos com a mesma intensidade.

O senhor vai conseguir deixar a secretaria com o anúncio da prisão dos envolvidos nesse crime?

Não tenho ideia. Nossa luta é contra o tempo; é coletar muitos dados que precisamos checar, de característica técnica, em um quadro de deficiência estrutural que encontramos. Esse cruzamento de dados, para poder fechar em cima dos autores, é demorado e complicado; filtros têm de ser feitos com precisão para que não se cometa erro.

O erro que não pode cometer não é deixar de anunciar até 31 de dezembro. É anunciar precipitadamente e essas pessoas virem a ser inocentadas por um inquérito mal concluído. Não sou um ator político, até porque continuo no Exército, vou seguir minha vida.

Alguns dos suspeitos estão mortos?

É provável que sim.

Queima de arquivo?

Queima de arquivo ainda é difícil de caracterizar porque são pessoas que vivem da prática de crimes e estão mais sujeitas a esse tipo de desfecho.

Uma das críticas à polícia do Rio é sua letalidade. De 2013 a 2017, o Exército e a Marinha em suas operações mataram 19 pessoas e um militar morreu. Só em agosto a polícia matou 175 pessoas no Rio. O que faz a ação das Forças Armadas ter um nível de confronto menor?

A capacidade dissuasória. Comparar o Rio com outros Estados é complicado. O Rio convive com três facções de tráfico que disputam espaço, além de grupos milicianos. Por causa disso, as facções se armaram mais fortemente. Nossa orientação é que operações em comunidade sejam feitas com absoluta superioridade de meios para dissuadir o enfrentamento.

Não tem havido atuação indiscriminada da polícia. Este ano, vamos ter redução de mortes de policiais em confronto. O aumento de mortes em confronto com a polícia se tornou mais debatido porque outros indicadores de violência caíram, como roubos e homicídios, e esse não caiu na mesma proporção, pois tem havido uma atuação da polícia mais ostensiva. Eu não comparo com as Forças Armadas.

Quando ocupei a Maré, tínhamos a superioridade absoluta de meios. Ai de quem nos enfrentasse. Não nos enfrentaram porque não eram loucos.

O senhor acha que a regra de engajamento deve mudar, como na questão do bandido com fuzil?

É lógico que um criminoso armado com fuzil é uma ameaça. Não importa se ele está no ombro ou na mão. Alguém que porte um fuzil, sem ser policial ou militar, é uma ameaça à sociedade e é lícito, no meu entendimento, que ele seja engajado pela polícia. Mas não é mudando as regras de engajamento que vamos resolver isso.

Vários secretários da segurança serão generais. A que se deve essa opção do mundo político?

A sociedade chegou a um ponto de amadurecimento de entender que a nossa maior crise era ética, muito mais do que econômica e social. E as Forças Armadas conseguiram atravessar esse processo mantendo um alto grau de credibilidade, preservadas pelos valores que encarna.

O outro aspecto inegável foi a intervenção federal, que sinalizou para o País que há condições de se enfrentar problemas gravíssimos por meio de uma correta percepção da realidade e encaminhamento de soluções que não sejam midiáticas e pirotécnicas.

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Agência Estado

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Bolsonaro usa ‘velha política’ que criticou durante a campanha eleitoral

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Bolsonaro velha política campanha eleitoral cargos congresso
Jair Bolsonaro, Presidente eleito (Imagem: Marcelo Camargo/ABr)

Hylda Cavalcanti, RBA

Faltando poucos dias para tomar posse como presidente da República, em 1º de janeiro, Jair Bolsonaro contradiz seu discurso de campanha, quando dizia que seu governo seria formado apenas por nomes escolhidos segundo critérios técnicos, e não mais por indicações políticas, em que valem o tradicional “toma lá, dá cá” da política brasileira. Ele negocia, apoiado por sua equipe de transição, cargos nos segundo e terceiro escalões do Executivo a políticos do baixo clero, a deputados e senadores que não foram reeleitos e a indicados de líderes de bancadas consideradas estratégicas para a formação de uma base parlamentar, em troca de apoio no Congresso Nacional.

Até agora, de acordo com balanço feito junto às bancadas, foram atendidos pela equipe de transição do futuro governo 320 pessoas da Câmara e do Senado, entre senadores eleitos, deputados e parlamentares não reeleitos. Entre as bancadas, somente o PR declarou apoio ao governo. As siglas PSD, PSDB, PRB e Pode se manifestaram no sentido de vir a votar com o governo nas pautas convergentes, mas não declarar apoio explícito.

Na avaliação de quem tem acompanhado a dedo o Diário Oficial da União e as reuniões da equipe de transição, há três grupos influenciando nas decisões do presidente eleito sobre cargos no futuro governo.

Um deles é o formado por parlamentares que não se elegeram por motivos variados – por exemplo, envolvimento em casos de corrupção –, mas que são próximos de Bolsonaro e deverão integrar uma equipe dentro da Casa Civil para ajudar o titular da pasta, Onix Lorenzoni (DEM-RS), na articulação política.

Entre eles, já com funções definidas, estão o ex-ministro do Trabalho Ronaldo Nogueira (PTB-RS), que vai assumir um cargo na Casa Civil. Um dos principais nomes da bancada ruralista, Valdir Colatto (MDB-SC), assumirá uma função no Ministério da Agricultura. E Darcísio Perondi (MDB-RS) está garantido numa secretaria do Ministério da Saúde.

Outros não reeleitos que vão para a Casa Civil são Leonardo Quintão (MDB-MG), Danilo Forte (PSDB-CE), Alberto Fraga (DEM-DF), e Carlos Mannato (PSL-ES). O deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), outro derrotado nas urnas, que foi relator da “reforma trabalhista“, vai para a equipe econômica, no cargo de secretário da Previdência Social.

O segundo grupo que pleiteia um lugar, ainda que modesto, no novo governo, é o das indicações feitas pelos caciques de sempre da política. Muitos deles também foram derrotados nas urnas mas, na avaliação dos bolsonaristas ainda têm importância em seus estados de origem. Eles estão se empenhando em pedidos de indicação junto a Bolsonaro para ocupar assessores e aliados em conselhos e diretorias de estatais.

Entre eles está Eunício Oliveira (MDB-CE), atual presidente do Senado, que não se elegeu e não apoiou Bolsonaro – ao menos não abertamente –, mas que tem mantido conversas reservadas com alguns representantes do eleito. Teria partido de Eunício a indicação do advogado Vicente Aquino para um cargo no conselho da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o que ele nega, além de correrem informações ainda não confirmadas de que ele estaria indicando nomes para a direção da Caixa Econômica Federal.

Também está sendo esperado anúncio do nome da senadora Ana Amélia Lemos (PP-PR) para integrar a equipe de Comunicação de Bolsonaro, aproveitando ter ela formação como jornalista. Ana Amélia foi candidata a vice-presidente na chapa do tucano Geraldo Alckmin e conclui agora seu mandato.

Num plano de dimensão mais regional, está atuando na equipe de transição o ex-governador de Pernambuco e ex-deputado Joaquim Francisco Cavalcanti, que chegou a ocupar por um período curto o ministério do Interior no governo Sarney. Ele transitou nos últimos anos entre o DEM, PTB e PSB e há duas legislaturas não exerce mandato parlamentar, mas é considerado candidato natural a algum cargo voltado para a busca por maior popularidade de Bolsonaro no Nordeste – região do país onde o ex-capitão foi menos votado.

Por fim, o terceiro grupo que vem sendo contemplado com cargos no futuro Executivo é formado por nomes que integram o atual governo de Michel Temer. Nesta cota, é dada como certa a ida da atual Advogada-Geral da União (AGU), Grace Mendonça, para a secretaria-executiva do Ministério da Cidadania.

Além dela, ninguém da equipe de transição tira da lista de possíveis “apadrinhados” – em postos ainda não definidos – os ex-ministros Mendonça Filho (DEM-PE), da Educação e Bruno Araújo (PSDB-PE), das Cidades. Confiantes em alcançar sucesso nas urnas de Pernambuco, a dupla optou por lançar-se em candidaturas ao Senado. Mas os resultados não vieram e ambos fazem suas investidas para serem chamados a ocupar alguma função no poder.

Busca por caciques

Nessa mesma linha de acertos e arrumações está a situação de Levy Fidelix, que preside o PRTB, sigla do futuro vice-presidente, general Hamilton Mourão. Fidelix, que não é deputado e não conseguiu se eleger para uma vaga na Câmara, tem reclamado de falta de espaço nas indicações da equipe de Bolsonaro. O que se fala é que ele terá um cargo na vice-presidência, para atuar próximo a Mourão, e poderá indicar alguns nomes no 3º escalão, mas nada foi definido neste sentido até agora.

Ressurgiu das cinzas nas últimas negociações o nome de Valdemar Costa Neto, do PR. Conforme conversas de bastidores na Câmara, ele tem participado de reuniões em busca de vagas para a legenda no Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit).

Diante das preocupações externadas com o Congresso pelos ministros da área econômica ao futuro presidente, por conta de votações no primeiro semestre de 2019 – e de desgastes como o caso envolvendo o depósito não explicado de um assessor do seu filho, Carlos Bolsonaro, em contas da família – foi feito um aceno para a retomada de conversas, a partir de terça-feira (18), diretamente com estas legendas. E, também, com o PSD e o PP.

A expressiva renovação do Congresso permitiria, na visão otimista de muitos, uma nova forma de relacionamento com o Executivo, eliminando o toma-lá-dá-cá de outros tempos. Ocorre que a renovação privou o governo de parlamentares experientes na coordenação de votações relevantes. E sem partidos, o futuro presidente vai ter dificuldades para a aprovação das reformas”, avaliou em artigo publicado neste domingo, no jornal Folha de S. Paulo, o economista e ex-ministro Maílson da Nóbrega.

O futuro ministro Onix Lorenzoni também se posicionou a respeito.“É exagero dizer isso (sobre toma lá, dá cá). Negociações são naturais, mas não estão sendo feitas como as trocas de favores de antes. As prioridades estão sendo dadas a parlamentares que deixarão os cargos, nas áreas em que atuam”, argumentou. Segundo ele, “o presidente vai receber até perto do Natal, todas as bancadas do nosso campo político para conversar”.

Tirando os partidos que são formalmente de oposição, como é o caso do PT, PCdoB, Rede, PPL, PV e Psol, as demais siglas não se manifestaram sobre se integrarão a base de apoio a Bolsonaro. É o caso de MDB, PPS, PSB e DEM.

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Deputados de Minas Gerais trocam socos em evento de diplomação

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Cerimônia de diplomação dos deputados e governador em Minas Gerais no Palácio das Artes (reprodução)

A cerimônia de diplomação dos deputados e governador eleito em Minas Gerais, realizada nesta quarta-feira, 19, apresentou troca de socos por parte dos políticos. O evento, realizado no Palácio das Artes, ainda teve gritos de “Lula Livre” e “Bolsonaro” dos convidados que acompanhavam a diplomação.

Os primeiros protestos partiram da plateia quando a vereadora Áurea Carolina (PSOL), deputada federal eleita, se encaminhou para receber o diploma mostrando placa com o nome da colega vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, assassinada em março, e foi vaiada.

Antes disso e ao longo de parte da cerimônia, a deputada estadual eleita Beatriz Cerqueira (PT), segurou, sentada, uma placa escrita “Lula Livre”. O cerimonial pediu para que a plateia e eleitos não se manifestassem. A placa de Beatriz foi, então, retirada por uma funcionária, levando Beatriz a reclamar à administração. Nesse momento, o deputado estadual Rogério Correia (PT), eleito deputado federal, pegou a placa, a levantou e se dirigiu à ponta do palco.

O deputado federal eleito Cabo Junio Amaral (PSC), que acabara de ser diplomado e ainda estava de pé, tentou tomar a placa de Correia. Os dois, então, trocaram socos e foram separados por outras pessoas que estavam no palco. O governador eleito, Romeu Zema (Novo), chegou a ser retirado e a sessão foi suspensa.

Ao longo de toda a cerimônia, ao se levantarem para receberem o diploma, deputados faziam o “L” de Lula com a mão, ou mostravam placa com “Lula Livre”. Outros faziam gesto com as mãos imitando arma. Em todos, aplausos e vaias. Ao final, o ex-deputado federal Virgílio Guimarães (PT), eleito deputado estadual, se levantou para ser diplomado, fez o “L” e, em seguida, mostrou um pequeno papel escrito “paz”.

O deputado Rogério Correia afirmou que vai acionar a justiça contra Cabo Júnior Amaral dentro do Estatuto do Idoso. “Eu estava com uma placa e ele tentou arrancar de mim. É um deputado que deve ser neofascista”. Já o Cabo replicou que “não estava na vez dele de ser diplomado”, em referência a Correia. Segundo Beatriz Cerqueira, “o parlamento não é lugar de tomar nada de ninguém”. A deputada eleita quer a identificação da funcionária que tomou a placa que mantinha durante a sessão. Segundo informações do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG), não há proibição para este tipo de manifestação durante a cerimônia.

Em discurso anterior à confusão, o governador eleito disse que todos, “sem exceção”, terão de fazer sacrifício diante das condições financeiras do Estado. “São vários os desafios que iremos enfrentar. Para tanto, buscaremos soluções e um novo modelo de gestão. Austeridade e meritocracia serão seguidos à risca”, afirmou.

Agência Estado

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Ministro de Bolsonaro é condenado por improbidade administrativa

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Ministro de Bolsonaro condenado por improbidade administrativa geraldo alckmin são paulo
Ricardo de Aquino Salles (Imagem: reprodução)

O advogado Ricardo Salles (Novo), futuro ministro do Meio Ambiente no governo Jair Bolsonaro (PSL), foi condenado em primeira instância por improbidade administrativa nessa quarta-feira (19).

O juiz Fausto José Martins Seabra, da 3ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, entendeu que Ricardo favoreceu empresas de mineração em 2016, quando era secretário estadual do Meio Ambiente de Geraldo Alckmin (PSDB). Cabe recurso contra a decisão.

Leia também: Quem sustenta o ministro do Meio Ambiente de Jair Bolsonaro?

Seabra determinou a suspensão dos direitos políticos do futuro ministro por três anos, pagamento de multa e proibição de contratar com o poder público. As irregularidades ocorreram, de acordo com o magistrado, quando o então secretário acolheu mudanças feitas nos mapas de zoneamento do Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Tietê.

Segundo o juiz, a medida não causou prejuízo efetivo ao meio ambiente porque o plano alterado por Ricardo não foi aprovado, também não houve lesão ao erário nem enriquecimento ilícito.

A indicação do advogado para o ministério gerou manifestações negativas de ambientalistas, que o consideram muito afinado com o setor produtivo e pouco identificado com as causas ambientais.

Congresso em Foco

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Joice Hasselmann ocupará gabinete que foi de Lula

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gabinente joice hasselmann
Joice Hasselmann (Henrique Barreto/Futura Press)

Rafael Neves, Congresso em Foco

Figuras de direita entre os cinco mais votados do país para a Câmara nas últimas eleições, os deputados eleitos Kim Kataguiri (DEM-SP) e Joice Hasselmann (PSL-SP) herdarão gabinetes que foram ocupados por petistas.

O sorteio das salas foi feito nesta sexta-feira (21). Kim ficará com o gabinete que hoje é do deputado Sibá Machado (PT-AC), derrotado nas urnas em outubro.

Já o de Joice é atualmente ocupado por Nilson Leitão (PSDB-MT), líder dos tucanos na Câmara que já presidiu a bancada ruralista, mas o gabinete tem um componente histórico: já foi ocupado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando ele passou pela Casa (1987 – 1991).

Joice foi duas vezes ao Twitter nesta sexta para falar do assunto. Primeiro, escreveu: “Rindo até 2022! A volta do cipó da aroeira no corpo de quem mandou dar! Chora esquerdalha!!!! O gabinete que foi de Lula agora é meu!”.

Diante da repercussão ao comentário, completou: “A tropa petista não se conforma com o fato de eu ocupar o gabinete que já foi de Lula. Vou despetizar qualquer resquício que tenha ficado do líder da maior quadrilha do país. Se algum petista quiser passar pela “conversão” à direita pode dar um pulinho lá”.

Kim também escreveu sobre ter ficado com a sala de Sibá Machado. “Não sei se fico triste pelo azar ou se fico feliz porque ele perdeu a eleição”.

O gabinete do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), que deixará a Câmara após sete mandatos consecutivos, será ocupado por uma apoiadora: a ativista Carla Zambelli (PSL-SP), eleita com apoio de Bolsonaro.

Já uma nova liderança mais próxima da esquerda, Tabata Amaral (PDT-SP), que também estreia na Câmara, herdará o gabinete do deputado Chico Alencar (Psol-RJ), que não se elegeu para o Senado após ter conquistado quatro mandatos de deputado.

Outro nome da nova direita, Sargento Fahur (PSD-PR), o mais votado no Paraná em outubro, também ficou com o gabinete que hoje é de um petista: Pepe Vargas (PT-RS), que se elegeu deputado estadual no Rio Grande do Sul.

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Sobre o boicote à posse de Bolsonaro

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João Elter Borges Miranda*, Pragmatismo Político

Líderes do PT, PSOL e PCdoB anunciaram nesta sexta-feira, 28, que seus deputados e senadores não vão participar da cerimônia de posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro, no dia 1º de janeiro no Congresso.

Outras legendas que já se declaram como oposição, como o PDT e PSB, não articularam um “boicote”, mas seus líderes tampouco devem comparecer.

Vi muitas críticas à decisão de os partidos de esquerda não participarem da cerimônia. Em grande medida, as críticas versam a partir do pressuposto de que numa democracia não existem inimigos, apenas adversários.

Essa reação me fez pensar em Adorno e Horkheimer, filósofos alemães que, no contexto de ascensão do nazismo na Alemanha, na década de 1920, afirmaram que nessas horas é muito “estúpido ser inteligente”. Eles se referiam aos europeus intelectualizados, modernos e civilizados, que na época adotaram uma série de argumentos de lógica supostamente impecável para afirmar que seria impossível a ascensão do Terceiro Reich.

Contudo, não podemos facilitar as coisas para os bárbaros. Não seria necessário muito para evidenciar que hoje as coisas não estão postas assim. Basta observar que Bolsonaro age de acordo com a lógica oposta: a do amigo/inimigo.

Ao longo de uma eleição repleta de fake news, ele até tentou adotar uma postura mais moderada, principalmente no segundo turno. Procurou suavizar o seu perfil com pele de cordeiro, mas não adianta. Sua personalidade flagrantemente fascista salta aos olhos.

Leia aqui todos os textos de João Elter Borges Miranda

Bolsonaro prega constantemente o culto da violência, estabelecendo como inimigo qualquer um que discorde dele, principalmente a esquerda brasileira, a qual não é reconhecida como interlocutora e para a qual ele manifesta, sempre que pode, o projeto de eliminá-la.

Ele atacou a esquerda, principalmente o PT, ao longo da campanha e após ela, deixando evidente quão longe está disposto a ir em seu desgoverno no uso explícito da força para caçar a oposição.

Participar da cerimônia significaria, assim, chancelar os “profissionais da violência”. Seria um excesso de elegância com quem não tem elegância nenhuma. A decisão do PT, PSOL e PCdoB de fazerem o boicote é acertada neste sentido. Num contexto de semilegalidade não há como agir como se estivéssemos em uma democracia normal. Fazer isso seria desconhecer a lógica de extermínio defendida pelo nosso autoproclamado inimigo.

Obviamente, isso não significa ser antidemocrático. A decisão das urnas é fato consumado, inclusive. Porém, isso não pode representar aval a um governo que terá à frente um fascista com vínculos orgânicos com a ditadura militar.

Portanto, é evidente que Bolsonaro, em seu governo, não agirá dentro do universo da divergência política aceitável, promovendo uma negação radical dos princípios e ideias de esquerda, com o objetivo de nos exterminar. Neste sentido, os partidos de esquerda nos blindaram com a decisão de não participarem da cerimônia. A ausência faz parte de um ato de resistência e não significa um desrespeito ao resultado das eleições.

*João Elter Borges Miranda é professor de história formado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, trabalha na rede pública do Estado do Paraná e milita na Frente Povo Sem Medo, Frente Ampla Antifascista e Intersindical. Email: recapiari636@gmail.com

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“O desmanche já começou”: Bolsonaro retira da Funai a demarcação de terras indígenas e quilombolas

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João Elter Borges Miranda*, Pragmatismo Político

Em seu primeiro dia de governo, Bolsonaro já fez estrago. Ele assinou, dentre outras medidas, a medida provisória Nº 870, através da qual a Funai deixa de ser responsável pela identificação, delimitação, demarcação e registro de terras indígenas e quilombolas.

A atribuição é agora comandada pelo Ministério da Agricultura, que terá à frente a Deputada federal pelo DEM do Mato Grosso do Sul, a engenheira agrônoma e empresária do agronegócio Tereza Cristina (foto acima).

A parlamentar foi secretária de Desenvolvimento Agrário da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo em seu Estado durante governo de André Puccinelli (MDB). Tem na sua trajetória uma longa história no setor, rifando direitos em benefício dos grandes latifundiários. Neste ano, Tereza Cristina foi uma das lideranças que defenderam a aprovação do Projeto de Lei 6.299, que flexibiliza as regras para fiscalização e aplicação de agrotóxicos no país.

Na prática, como é evidente, a medida transfere para as mãos dos ruralistas as demarcações. Trata-se da continuação do processo de desmantelamento e esvaziamento da Funai, órgão criado em 1967 em substituição ao SPI (Serviço de Proteção ao Índio), fundado em 1910. Esse processo de sucateamento é longo, passando também pelos governos petistas, mas que se intensificou a partir da gestão Temer.

Uma das principais líderes indígenas do país e ex-candidata a vice-presidente na chapa de Guilherme Boulos (PSOL), Sônia Guajajara afirmou em uma rede social na noite desta terça-feira, 1, que “o desmanche já começou”.

Foi também repassada à pasta da Agricultura a política de identificação e demarcação de territórios quilombolas, descedentes de escravizados. Antes essa responsabilidade era do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).

Como se não bastasse, foi ainda repassada à Agricultura o Serviço Florestal Brasileiro, até aqui sob responsabilidade do Ministério do Meio Ambiente.

Essa entrega de pastas à Agricultura tem como pano de fundo, obviamente, uma lógica mercantil e concorrencial, a partir da qual as coisas valem pelo retorno que podem gerar e pelo potencial de exploração.

Nesse sentido, a demarcação das terras indígenas e quilombolas, a garantia de formas variadas de pensar e de produzir, não teriam lugar, sequer a menor importância. Tem-se, assim, o massacre, a agressão, a discriminação e o racismo contra os povos indígenas e quilombolas que vivem em áreas visadas para a expansão desse modelo econômico imbecil.

Consequentemente, os complexos dinamismos culturais dos povos indígenas e quilombolas, suas organizações sociais enraizadas na tradição e cosmologia, o seu incondicional amor à vida, à terra, à floresta, não são riquezas e possibilidades, mas concebidas pelos dominadores como “inutilidades”.

Leia aqui todos os textos de João Elter Borges Miranda

Para essa concepção imbecil (eufemismo), esses povos são seres inferiores, não produzem e mantêm hábitos primitivos e, apesar de viverem há milênios em simbiose com a natureza, não têm capacidade de defendê-la – e que o homem “moderno”, que emporcalha as cidades, ar, rios e mares; que criou formas de vida que beiram a inviabilidade, é quem deve cuidar da natureza e fazer “melhor uso” dela.

Tais medidas são, obviamente, os primeiros passos de concretização das propostas defendidas por Bolsonaro ao longo da campanha. Vale lembrar a demonstração de racismo feita por ele em uma palestra que deu no Clube Hebraica do Rio de Janeiro, em maio do ano passado. Na ocasião, o nosso atual Presidente da República adotou termos associados à criação de gado, de forma pejorativa, para se referir aos negros moradores do quilombo localizado em Eldorado Paulista, município do interior de São Paulo. Ele afirmou: “Fui num quilombo em Eldorado Paulista. Olha, o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem para procriador ele serve mais“, afirmou à plateia em tom de sarcasmo. Bolsonaro também dirigiu na época seu ódio à população indígena, dizendo que, se for eleito presidente, “não vai ter um centímetro demarcado para reserva indígena ou para quilombola“.

Essa concepção profundamente lamentável e condenável toma forma agora nas medidas de transferência de pasta que são, na prática, decretos de extermínio para os povos tradicionais e para a floresta. Tais decretos buscam sustentação em uma leitura de mundo que só vislumbram a natureza a partir das lentes do desenvolvimento dominante, desconsiderando a importância da floresta e da cultura indígena e quilombola.

Ou seja, para essa concepção que sustenta a transferência de pastas e que, obviamente, continuará norteando o papel do Ministério da Agricultura, tudo que foge da lógica da anexação, da incorporação, da integração em favor de suposto “desenvolvimento”, são obstáculos e devem ser removidos.

Como Bolsonaro já anunciou em sua campanha vergonhosa e repleta de fake news, os próximos passos serão medidas que vão abrir a Amazônia ao desmatamento, intensificando um processo de destruição que já existe.

Isso tudo evidencia o que já sabíamos: o novo governo não deixará, em nenhum momento, de ceder à pressão dos ruralistas, latifundiários e à produção de escala, rifando os direitos indígenas, quilombolas, dentre outras minorias.

Diante disso, precisamos promover uma resistência concreta. O contrário é perder a esperança na garantia da vida não só aos povos tradicionais, mas, à de todo o mundo!

Eliane Brum tem razão quando escreveu que Bolsonaro não é somente uma ameaça ao Brasil; é uma ameaça concreta ao planeta!

*João Elter Borges Miranda é professor de história formado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, trabalha na rede pública do Estado do Paraná e milita na Frente Povo Sem Medo, Frente Ampla Antifascista e Intersindical. Email: recapiari636@gmail.com

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Bolsonaro reduz salário mínimo, mas garante que perdoará a dívida de R$ 17 bi de ruralistas

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Em vídeo que circula nas redes, Bolsonaro disse não ser justo que o agronegócio seja penalizado com mais impostos

O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta terça feira, 1º, decreto que reduz salário mínimo para R$ 998, oito reais a menos do que o aumento previsto no orçamento enviado ao Congresso Nacional.


O valor atual é de R$ 954. O ato foi um dos primeiros realizados pelo presidente em seu governo.

Obedecendo as regras estabelecidas no Governo do PT, em 2012, o governo Temer previa aumentar o salário mínimo para R$1.006,00.

Enquanto reduz o salário de milhares de trabalhadoras e trabalhadores brasileiros, Bolsonaro garante que perdoará dívida bilionária de ruralistas. Pelas contas da Receita Federal, será um impacto da ordem de R$ 17 bilhões aos cofres públicos.

O perdão desse rombo bilionário acumulado por produtores rurais e agroindústrias com o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural) poderá ser realizado através da aprovação da Lei 9.525/2017.

De acordo com o secretário de Assuntos Fundiários no Ministério da Agricultura, o presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antônio Nabhan Garcia, Bolsonaro garantiu que vai trabalhar para aprovar essa lei, anistiando os ruralistas.

“Conversei com o Bolsonaro esses dias na Granja do Torto e ele garantiu que vai cumprir sua promessa de campanha de que faria tudo para resolver o problema do Funrural, e resolver está muito claro o que é: aprovar a lei que isenta o pagamento retroativo”, disse Garcia ao Valor Econômico, no mês passado.

O deputado Marcelo Freixo (PSOL) criticou a manobra de Bolsonaro. “O orçamento para 2019 previa salário mínimo de R$ 1.006, mas @jairbolsonaro assinou decreto estabelecendo R$ 998. Esses R$ 8 a menos fazem diferença na vida dos trabalhadores. Ao mesmo tempo, ele anuncia que perdoará a dívida de R$ 17 bilhões de ruralistas com a União”, disse Freixo no Twitter.

Com toda certeza, ao reduzir o salário mínimo e beneficiar ruralistas, o novo presidente deixa mais uma vez claro que quem está acima de tudo não é Deus, muito menos a família, mas sim o mercado.

*João Elter Borges Miranda é professor de história formado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, trabalha na rede pública do Estado do Paraná e milita na Frente Povo Sem Medo, Frente Ampla Antifascista e Intersindical. Email: recapiari636@gmail.com

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As origens históricas do antipetismo

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João Elter Borges Miranda*, Pragmatismo Político

Na posse, portanto, a esquerda novamente foi protagonista no discurso de Bolsonaro, evidenciando que a dinâmica de embate se perpetuará. Além disso, ele deixou claro quão longe está disposto a ir em seu desgoverno no uso explícito da força para caçar a oposição; deixou claro que a “caça às bruxas” começou. Faz isso porque é, claro, ideologicamente contra a esquerda, mas também porque é um oportunista, pois sabe que o antipetismo é o que lhe dá poder.

É fundamental para o debate refletirmos, ainda que seja de forma breve, sobre as razões para que haja tamanha força popular mobilizada contra a esquerda. Para iniciarmos o processo de entendimento desse fenômeno, penso que é interessante analisarmos as razões de âmbito de longa, média e curta duração. Tais fatores estão imbricados e podem nos ajudar a entender como chegamos até aqui.

No que tange às razões de média duração, vale observar que, ao longo da segunda metade do século 19 e, principalmente, durante boa parte do século 20, permeou pelo planeta o medo do comunismo. Com mais intensidade no Ocidente, ao longo de décadas o conjunto de ideias, correntes e tendências que identificam os comunistas como a encarnação do mal condicionou a opinião pública a crer que é preciso combatê-los. O anticomunismo chega ao seu ápice na chamada Guerra Fria, período de disputas estratégicas e conflitos indiretos entre os Estados Unidos e a União Soviética.

Nos Estados Unidos, o anticomunismo intensifica-se a partir de 1945, quando morre o então presidente Franklin Delano Roosevelt e assume o seu vice, Harry Truman. Seu governo foi permeado por intensas manifestações anticomunistas e, assim, ele difundiu no país e fora dele uma “caça às bruxas”, como ficou conhecido o movimento de perseguição aos comunistas, tendo à frente o senador Joseph McCarthy.

No Brasil não foi diferente, evidentemente. Orquestradas por grupos conservadores e em certos momentos até por alas progressistas, a negação radical dos princípios e ideais comunistas e a oposição ferrenha a todo governo ou organização que desse suporte prático ou teórico a essa ideologia marcou a nossa história. Em nosso país, o medo do comunismo frequentemente foi usado pelo Estado como justificativa para ações ostensivas contra grupos e organizações progressistas. É, sem dúvida, um dos fenômenos políticos mais relevantes nas três fases de colapso institucional da democracia no Brasil: a ascensão do Estado Novo, em 1937; o golpe empresarial-militar de 1964; e o golpe civil-parlamentar de 2016.

O antipetismo é também gestado por razões históricas de curta duração. Refiro-me aos governos petistas. Durante o período em que estiveram no poder, promoveram uma série de ações que beneficiaram intensamente o grande capital. Ampliaram a parcela de consumidores, em vez de formar cidadãos. Os benefícios sociais não foram acompanhados, por conseguinte, da elevação da consciência de classe. Os governos petistas, para piorar, criaram milhares de empregos precarizados; nos últimos anos, levaram a economia do país à bancarrota, principalmente a partir de 2015, quando a então presidente Dilma Rousseff realiza um “cavalo de pau”, adotando o programa político-econômico do PSDB, da oposição, programa que afundou o país em uma das maiores crises já vista na Nova República.

Os governos petistas também promoveram uma série de medidas que beneficiaram a população, como as cotas nas universidades e a distribuição de renda. Contudo, o padrão de intervenção estatal visto nesse período não está aquém do programa neoliberal. Mais do que isso, conferiu ao neoliberalismo uma estabilidade política tão sólida que possibilitou que esse projeto atingisse a completa hegemonia de qualidade superior, por meio da combinação de políticas que beneficiam o grande capital com políticas sociais.

Todas essas medidas implementadas pelos governos petistas não se deram, evidentemente, porque o Partido dos Trabalhadores é a “encarnação do mal”, mas sim porque foram governos que não deixaram de acompanhar o processo de avanço do sistema capitalista. Nesse sentido, a atuação dos governos petistas pode ser identificada como um elemento de curta duração imbricado aos de média e longa duração.

No que tange ao processo de longa duração, é interessante observar as transformações ocorridas no sistema capitalista. O capitalismo transforma-se e desagrega-se frequentemente num processo socio-histórico longo, complexo e denso de contradições, por meio do qual ocorre a progressiva reificação das categorias econômicas, num processo dialético de transformação sociometabólica.

Leia aqui todos os textos de João Elter Borges Miranda

A partir dos anos 1970, o capital especulativo parasitário não só se sobrepôs ao capital produtivo e industrial, como este, ao longo dos anos, passa a ser subordinado, dominado e atua segundo a lógica especulativa. Essa mudança no sistema em que progressivamente o capital produtivo contamina-se com a especulação define a nova etapa do capitalismo.

Esse processo resultou, na atualidade, num modo específico de funcionamento e de dominação política e social, em que a financeirização ou, melhor dizendo, a generalização do movimento especulativo do capital está no centro do capitalismo contemporâneo mundializado. Assim, hoje não é mais gente como Henry Ford ou Carnegie quem personifica o novo capitalismo de fins do século 20 e início do 21, e sim o administrador anônimo (e que faz questão de permanecer anônimo) de um fundo com ativos financeiros multibilionários.

Essas transformações são acompanhadas pela mudança no espectro de políticas e reformas econômicas, advogando em favor de políticas de liberalização econômica extensas, como as privatizações, austeridade fiscal, desregulamentação, livre comércio e corte de despesas governamentais, a fim de reforçar o papel do setor privado. Fica conhecido como “neoliberalismo” esse arcabouço programático e teórico político-econômico que se formou a partir do ressurgimento e ressignificação das ideias derivadas do capitalismo laissez-faire, expressão símbolo do liberalismo, segundo o qual o mercado deve funcionar livremente sob a égide da “mão invisível”.

No fim dos anos 80, considerada a “década perdida” para o desenvolvimento, a situação dos países latino-americanos afigurava-se como muito difícil e sombria. Como parte da renegociação da dívida externa desses países, eles foram orientados a implementar uma série de políticas e reformas neoliberais – receituário que ficou conhecido como “Consenso de Washington” –, que promoveu a abertura, desregulação e privatização de suas economias nacionais, o que ampliou o decréscimo dos resultados sociais e econômicos e apresentou-se no fim dos anos 90 como incapaz de superar os problemas estruturais desses países, apesar de em alguns deles o processo inflacionário ter sido controlado.

Diante disso, a partir dos anos 2000 o neoliberalismo é transformado de modo a adquirir um caráter moderado. A partir disso, constitui-se em muitos países latino-americanos, como o Brasil, uma série de “Estados sociais”. A adoção do recurso “social” atrelado ao Estado não representa e não significa uma característica “anticapitalista”, mas sim o entendimento de que o Estado passa a ter, na égide do neoliberalismo moderado, a implementação de políticas sociais como uma determinação central de suas funções de regulação econômica e social no capitalismo contemporâneo.

Foi nesse contexto que lideranças do Partido dos Trabalhadores alçaram o poder no país. Adotaram, assim, um programa que combina garantias de desenvolvimento do grande capital com políticas sociais. Neste sentido, são errôneas as análises que entendem esse processo como um primeiro passo para o socialismo. Não passaram de governos de caráter neoliberal moderado. Não se trata, também, de um reformismo fraco de centro-esquerda, como o intelectual André Singer procura apontar.

No ápice da crise estrutural do capital, em 2008, deixa de haver espaço para o neoliberalismo moderado. A contingência apresentava a necessidade de reordenação, de modo a abrir espaço para a radicalização da variante do processo de revolução passiva, intensificando as relações de exploração nas relações sociais capitalistas. Tal via exige a mudança da hegemonia burguesa por meio de novos termos. Assim, por intermédio de uma série de iniciativas “moleculares”, foi gestada no Brasil uma intensa campanha de fundamentação e insuflação do antipetismo.

Os protagonistas desse processo foram os grandes meios de comunicação locais e internacionais, os partidos de oposição ao governo, as agências internacionais de risco, o FMI, o Banco Mundial, os bancos estrangeiros, as grandes corporações multinacionais e vários outros representantes do capital, parcelas do sistema judiciário, com o apoio da alta classe média. Têm um papel importante nesse processo os chamados “aparelhos privados de hegemonia”, ou, noutras palavras, movimentos com ligação orgânica com a burguesia que defendem há anos os preceitos ultraliberais. Exemplo disso é a atuação do intelectual de extrema-direita Olavo de Carvalho. Todos esses atores e autores diziam em todos os espaços que, para reordenar o Brasil, o governo deveria deixar o mercado funcionar sozinho – e que precisava urgentemente cortar os gastos ineficientes e “descontrolados”; acima de tudo, afirmavam que para colocar o país novamente nos trilhos era fundamental tirar a esquerda (leia-se o PT) do poder.

É interessante observar que, em grande medida, a atuação da alta classe média brasileira no país, nesse processo de inflexão da nossa história, é também efeito das políticas que possibilitaram a ascensão social e intelectual das classes mais desfavorecidas. Todas as medidas de investimento nas camadas mais populares – como as cotas raciais e sociais nas universidades e no serviço público, os programas de transferência de renda, a extensão dos direitos trabalhistas as trabalhadoras domésticas, a elevação constante do salário mínimo – são vistas pela alta classe média como uma conta com a qual ela deverá arcar por meio do aumento de impostos. Incomoda também porque fere os seus valores da ideologia meritocrática, além de pôr em risco a reserva de mercado que os seus filhos têm nas universidades e no setor público.

Diante disso, a alta classe média se mobilizou, inflada com as manchetes da grande mídia. Saiu às ruas em massa, principalmente em 2015, para se manifestar contra o “erro” das urnas de 2014. Os protestos massivos e os “panelaços”, paulatinamente, convergiram para a demanda de impeachment da presidente Dilma e explicitavam o ranço antipetista e antigovernista que permeia essa classe repleta de pequenos burgueses.

Em meio a tudo isso, temos um sistema político-institucional em crise, gestando de alto a baixo na sociedade brasileira uma profunda insatisfação com o sistema político-institucional. O legítimo desejo de reconfiguração da política e de repúdio ao que é entendido genericamente como a “velha política”, ou realpolitik, não se manifesta somente no Brasil; é algo que se vê no mundo todo. Desde a crise de 2008 vemos pessoas com políticas opostas e irreconciliáveis irem juntas para as ruas, pois permeia todos eles um mal-estar: a revolta contra a maneira de funcionamento do sistema político institucional.

O povo tem colocado em ação direta contra os governos a potência da revolta social, anticapitalista em instinto, embora não ainda em consciência. Basta lembrar das inúmeras manifestações ocorridas na última década no Brasil e no mundo. Para a nossa infelicidade, tamanha insatisfação está sendo aparelhada por movimentos de extrema-direita, insuflando pessoas como Donald Trump nos Estados Unidos, Marine Le Pen na França e Bolsonaro no Brasil, dentre outros.

Como já foi dito, isso acontece porque, diante da crise do sistema capitalista, que leva à intensificação das relações de exploração de mais-valia – o que, por sua vez, gesta uma crescente mobilização da população –, ocorre uma reorientação na variante capitalista. Essa reorientação tem como objetivo principal, além de implementar a série de contrarreformas que retiram direitos, rifar os avanços históricos arduamente conquistados pela classe trabalhadora e quebrar, completamente, a organização dessa mesma classe.

Esse é o ambiente perfeito para que seja chocado o ovo da serpente. Em muitos momentos de crise econômica do sistema capitalista, como a intensa e profunda crise que vivemos na atualidade, o fascismo se apresenta (não raro pela ruptura institucional) como o capital na sua forma mais selvagem, para não deixar que nada nem ninguém atrapalhe ou interrompa o processo de implementação do programa ultraliberal. O Brasil, país que se insere na lógica capitalista na condição de capitalismo dependente, não foge disso, evidentemente.

É importante observar, neste sentido, que o grosso dos apoiadores do governo Bolsonaro está longe de ser fascista; é gente trabalhadora que encontrou na figura desse personagem um caminho para escapar das contradições do sistema representativo; estão revoltados com a captura da pólis promovida pelo capital e querem uma saída rápida. É gente que tem todas as razões para ter pressa, vale apontar. Afinal, hoje as pessoas morrem mais do que antes, perdem seus direitos mais do que antes. Nas periferias urbanas e rurais, aqueles que matam estão matando mais; a escalada da violência é gigantesca. Diante dessa progressiva deterioração da vida, desejam que uma mudança profunda no sistema político-institucional ocorra.

Não é por acaso que tenha caído como uma luva nos anseios da população o discurso de que a espoliação e a violência presentes na vida cotidiana em nosso país serão resolvidas com a força individual. Bolsonaro e companhia querem, dessa forma, terceirizar o papel do Estado de oferecer segurança para a própria população, que, fortemente armada, segundo ele, poderá individualmente se defender com o direito de atirar, com o direito de falar sem ser julgado pela chamada “ditadura do politicamente incorreto”. Não é por acaso que esse projeto de beneficiamento da indústria bélica tem como principal símbolo o sinal da arma feito com as mãos. A liberdade, assim, é transfigurada na liberação da violência por aqueles que não aguentam mais ser cotidianamente violentados. Com isso, sentem-se no direito de expressar a sua violência mais baixa como expressão de uma liberdade conquistada.

Obviamente, há parcelas de apoiadores do governo Bolsonaro que são o seu “núcleo duro”. Não é a maior parte, mas é uma parcela barulhenta, profundamente ideologizada, de extrema-direita, guiada pela “defesa da ordem” baseada na tradição, família, prosperidade. e profundamente contra as conquistas das mulheres e de minorias como os LGBT.

Com pose de outsiders, os líderes fascistas se apresentam como salvadores da pátria, apesar de serem, na realidade, defensores caninos do grande capital. Bolsonaro aparece como salvador da pátria, um paladino caído do céu que resolverá, sozinho, todos os problemas do país e lutará, bravamente, contra o “fantasma interno”: a esquerda. O nosso atual presidente é, consequentemente, um subversivo sem subversão, um antissistema conservador.

Portanto, crise do sistema capitalista e crise de hegemonia do sistema-político institucional são faces diferente da mesma moeda de um processo de longa duração do qual somos vítimas – e que se apresenta, em nosso país, na figura do antipetismo. Antipetismo esse do qual Bolsonaro sabe se aproveitar muito bem. Ele ganhou a eleição por causa disso, em grande medida. “Vou mudar tudo isso aí” é a sua frase emblemática que nada na correnteza desse ódio da população canalizado contra a esquerda, principalmente contra os petistas.

O fascismo, dessa maneira, transforma a revolta contra o sistema num clamor popular em defesa da mão forte de uma liderança que, por estar acima da lei, supostamente terá as condições necessárias para botar, via força bruta, “ordem na casa”. Esse discurso é tão violento, é tão bélico, que o seu defensor, para conquistar o clamor das massas, precisa adotar características cômicas de modo que, como um palhaço, ele possa esconder com piadas o seu lado mais terrível. Consequentemente, nunca se sabe o que é real ou apenas uma bravata. Ninguém sabe, a não ser ele mesmo. O tempo todo é um diz e desdiz.

Para piorar, ter acesso a Bolsonaro é extremamente difícil, pois ele só aceita falar em espaços em que sabe que não será questionado. Fugiu de todos os debates no segundo turno das eleições como se foge da peste, e só deu entrevistas para amigos, assim como fará durante o governo. Na maior parte do tempo, para ouvi-lo temos de nos submeter ao exercício masoquista de assistir às suas transmissões no Facebook, as quais, diga-se de passagem, adotam uma estética horrorosa ao estilo Al-Qaeda, fazendo parecer que os participantes estão sentados em uma espécie de bunker. Quando o “mito” falava na televisão, parecia estar lendo, porque de fato estava repassando um discurso decorado escrito por algum assessor ou marqueteiro, que está muito aquém de apresentar o que de fato Bolsonaro pensa e fará no país.

Bolsonaro e companhia, por meio desses recursos discursivos e estéticos, expelem uma nuvem de fumaça tóxica no ar para ocultar intenções inconfessáveis, pois sabem que navegam melhor por entre brumas e cerração; pois sabem que, se as pessoas de fato entendessem o que esse novo governo fará com elas, nunca votariam nesses algozes. O principal motor da sujeição é a ignorância. E isso é a prova mais clara do autoritarismo que está por vir; é a característica central de todo projeto obscuro; é a prova cabal de que estamos diante de um projeto fascista.

Tendo em vista que o fascismo é o capital na sua expressão mais descarada, o núcleo duro dos apoiadores do governo Bolsonaro, que sai às ruas com estampa do rosto dele, chamando-o de “mito” e se posicionando, no espectro ideológico, na extrema-direita, é consequentemente uma crescente, ativa e barulhenta base de massa de defesa das pautas do grande capital. Mesmo não sendo controladas pela burguesia, as manifestações desse núcleo duro servem, ao defender o governo Bolsonaro, como mais um instrumento de legitimação da ofensiva ultraliberal.

Portanto, a neurose obsessiva do discurso antipetista tem origens em um longo processo histórico, que combina fatores de longa, média e curta duração.

* João Elter Borges Miranda é professor de história formado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, trabalha na rede pública do Estado do Paraná e milita na Frente Povo Sem Medo, Frente Ampla Antifascista e Intersindical. Email: recapiari636@gmail.com

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Kim Kataguiri oficializa candidatura à presidência da Câmara

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Kim Kataguiri presidência câmara
Kim Kataguiri

O deputado federal eleito Kim Kataguiri (DEM-SP), parlamentar mais jovem da próxima legislatura e fundador do Movimento Brasil Livre (MBL), divulgou no último sábado (5) um vídeo em seu canal no YouTube confirmando que vai disputar a presidência da Câmara dos Deputados.

Alegando pragmatismo, ele afirmou que vai lutar por pautas que julgar necessárias mesmo contra reações da opinião pública, como fez com a reforma da previdência e a reforma trabalhista.

O partido do deputado já conta com a candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ), atual presidente da Casa e preferido à disputa.

Kataguiri, porém, disse que a bancada do Democratas, incluindo o próprio Maia, respeita a decisão dele. “Mantenho minha candidatura, sou um parlamentar independente, não sigo lideranças partidárias”, afirmou.

O deputado eleito defendeu ainda que a candidatura dele não divide os parlamentares da base do presidente Jair Bolsonaro, porque seus apoiadores “têm o pensamento mais à direita, mais liberal e mais conservador”.

Kataguiri afirmou que conta com votos de parlamentares de vários partidos que já declararam apoio a Rodrigo Maia, como o PSL, mas não citou nominalmente nenhum de seus eleitores:

“Evidentemente eles não podem colocar isso publicamente”. Ele agradeceu ainda o apoio da deputada estadual eleita Janaína Paschoal (PSL-SP). “Sem ela, o impeachment não teria acontecido”, disse.

Ele também pediu que a direita “não se sinta ameaçada pela candidatura de Marcelo Freixo”, candidato do Psol à presidência da Casa.

O fundador do MBL alegou que o PSOL tem tradição de lançar candidaturas para se posicionar, mas que Freixo “não tem menor chance de prosperar”. Para Kataguiri, a única real ameaça à direita e à agenda de Jair Bolsonaro é o bloco de oposição formado por PDT, PCdoB e PSB, que isolaram o PT.

Não faltaram críticas também a deputados da própria direta, como o 1º vice presidente da Câmara Fábio Ramalho (MDB-MG). Kataguiri afirma que ele está conquistando votos ao prometer reajuste nos salários dos deputados.

“Por incrível que pareça com essa proposta tem apoio significativo dos deputados. Boa parte desses deputados parece que não entenderam o recado das urnas”, disparou.

“O exemplo tem que começar de cima”. Se apresentando como candidato antagônico a Ramalho, Kataguiri prometeu “enxugar ao máximo gastos com a Câmara” caso seja eleito, por meio da revisão de contratos.

Congresso em Foco

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Povos Aruak Baniwa e Apurinã divulgam carta a Bolsonaro

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No documento, essas etnias se manifestam contra as mudanças feitas na reestruturação e na reorganização administrativa do governo federal através da MP nº 870, a qual, dentre outras coisas, tira a competência da Funai de licenciamento dos territórios indígenas e quilombolas.

Segundo a carta, a medida já aconteceu em outros tempos, tratando-se de “uma tentativa agressiva” de dizimar os povos indígenas, inviabilizando os seus direitos que são constitucionais.

Confira a integra da carta:

Carta ao excelentíssimo senhor presidente da república federativa do Brasil, Jair Messias Bolsonaro – Brasília (DF)

Manaus, 2 de janeiro de 2019

Senhor Presidente,

Já fomos dizimados, tutelados e vítimas de política integracionista de governos e Estado Nacional Brasileiro, por isso, vimos em público afirmar que não aceitamos mais política de integração, política de tutela e não queremos ser dizimados por meios de novas ações de governo e do Estado Nacional Brasileiro. Esse país chamado Brasil nos deve valor impagável senhor presidente, por tudo aquilo que já foi feito contra e com os nossos povos. As terras indígenas têm um papel muito importante para manutenção da riqueza da biodiversidade, purificação do ar, do equilíbrio ambiental e da própria sobrevivência da população brasileira e do mundo.

Não é verdade que os povos indígenas possuem 15% de terras do território nacional. Na verdade são 13%, sendo que a maior parte (90%) fica na Amazônia Legal. Esse percentual é o que restou como direito sobre a terra que antes era 100% indígena antes do ano de 1500 e que nos foi retirado. Não somos nós que temos grande parte do território Brasileiro, mas os grandes latifundiários, ruralistas, agronegócios, etc que possuem mais de 60% do território nacional Brasileiro.

O argumento de “vazio demográfico” nas terras indígenas é velho e falso. Serve apenas para justificar medidas administrativas e legislativas que são prejudiciais aos povos indígenas. As nossas terras nunca são vazios demográficos. Foram os indígenas que ajudaram a proteger as fronteiras brasileiras na Amazônia.

Diferente do que o senhor diz de forma preconceituosa, também não somos manipulados pelas ONGs. As políticas públicas, a ação de governos e do Estado Brasileiro é que são ineficientes, insuficientes e fora da realidade dos povos indígenas e nossas comunidades.

Quem não é indígena não pode sugerir ou ditar regras de como devemos nos comportar ou agir em nosso território e em nosso país. Temos capacidade e autonomia para falar por nós mesmos. Nós temos plena capacidade civil para pensar, discutir os rumos dos povos indígenas segundo nossos direitos, que são garantidos nos artigos 231 e 232 da Constituição Federal, na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e na declaração da ONU sobre os povos indígenas. Nós temos condições de elaborar projetos e iniciativas. Muitos já estão elaborados. É o caso dos planos de gestão de terras indígenas aplicados no estado do Amazonas.

Senhor presidente, cumpra com suas falas e discursos de campanha de fazer valer a democracia, pois somos brasileiros que merecemos respeito sobre nossos direitos. Não aceitamos a ação ditatorial, pois contradiz com o discurso do senhor Ministro da Casa Civil  Onyx Lorenzoni que defende o diálogo. Afirmamos que estamos organizados com lideranças e povos capazes de diálogo com o presidente, Estado brasileiro e governo, pois já aprendemos falar na Língua Portuguesa, além de nossas línguas nativas de cada povo e línguas de outras nacionalidades.

As mudanças feitas na reestruturação e na reorganização administrativa do governo federal através de MP n° 870 do dia 1 de janeiro de 2019 são uma completa desordem e um ataque contra a política indigenista Brasileiro. Além de prejudicial, pretende inviabilizar os direitos indígenas que são constitucionais. O mesmo sobre novo decreto, que tira a competência da Funai de licenciamento que impactam nossos territórios. Essa prática já aconteceu no passado na história Brasileira como uma tentativa agressiva de nos dizimar. Foi um período muito difícil e ineficiente do Estado. Não aceitamos e não concordamos com suas medidas de reforma administrativa para gestão da política indigenista.

Não somos culpados de ter muitas mudanças em nossas vidas e em nossas culturas. Isso é fruto de um processo de colonização violento, que matou muitos povos e extinguiu línguas nativas. Queremos continuar sendo indígenas, com direito a nossa identidade étnica, assim como somos brasileiros. O brasileiro quando sai para outros países e outros continentes   continuam sendo brasileiros. Nós, da mesma forma, e ainda mais quando estamos dentro do Brasil que aprendemos a defender como nossa nacionalidade.

Nosso modo de vida é diferente. Não somos contra quem opta por um modelo econômico ocidental, capitalista. Mas temos nossa forma própria de viver e se organizar nas nossas terras e temos nossa forma de sustentabilidade. Por isso, não aceitamos desenvolvimento e nem um modelo econômico feito de qualquer jeito e excludente, que apenas impacta nossos territórios. Nossa forma de sustentabilidade é para nos manter e garantir o futuro da nossa geração.

Não estamos nos zoológicos, senhor Presidente, estamos nas nossas terras, nossas casas, como senhor e como quaisquer sociedades humanas que estão nas suas casas, cidades, bairros. Somos pessoas, seres humanos, temos sangue como você, nascemos, crescemos, procriamos e depois morremos na nossa terra sagrada, como qualquer ser humano vivente sobre esta terra.

Nossas terras, já comprovado técnica e cientificamente, são garantias de proteção ambiental, sendo preservadas e manejadas pelos povos indígenas, promovendo constantes chuva com qual as plantações e agronegócios da região do sul e sudeste são beneficiadas e sabemos disso.

Portanto, senhor presidente da República Jair Messias Bolsonaro,  considerando a política de diálogo do seu governo na democracia, nós lideranças indígenas, representantes legítimas, estamos prontos para o diálogo, mas também estamos preparados para nos defender.

Carta dos povos Aruak Baniwa e Apurinã

– Marcos Apurinã – Povo Apurinã
Liderança Indígena Apurinã da Federação das Organizações e Comunidades Indígenas do Rio Purus; contato – e-mail: marcosapurin@gmail.com;
– Bonifácio Jose´- Povo Baniwa
Liderança Indígena Baniwa do Alto Rio Negro, membro da Organização Baniwa e Koripako NADZOERI; e-mail: bonibaniwa@gmail.com;
– André Baniwa – Povo Baniwa
Liderança Indígena Baniwa do Alto Rio Negro, Terra Indígena Alto Rio Negro, Presidente da Organização Indígena da Bacia do Içana, OIBI; e-mail: andrebaniwa@gmail.com;

 

* João Elter Borges Miranda é professor de história formado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, trabalha na rede pública do Estado do Paraná e milita na Frente Povo Sem Medo, Frente Ampla Antifascista e Intersindical. Email: recapiari636@gmail.com

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O Brasil e a velho-nova luta de classes em 2019

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Brasil velho-nova luta de classes 2019 desigualdade
Jair Bolsonaro, presidente eleito (reprodução)

*Luciano Freitas Filho, Pragmatismo Político

Pensar sobre as perspectivas políticas para o ano 2019, no Brasil, nos direciona a um cenário de questionamentos e inquietações. Pairam sobre nós (in)certezas quando pomos em xeque o futuro governo Bolsonaro.

Aos brasileiros que se entendem forjados /forjando-se no campo das lutas por direitos humanos e pela superação de ordens sociais desiguais, a partir do enfrentamento radical dos privilégios de classe, dos preconceitos e das violências diversas, cabem reflexões e previsões nem um pouco otimistas quando consideramos a trajetória política do presidente eleito, bem como o seu repertório discursivo com defesas machistas, racistas, LGBTfóbicas, contrário às pauta ambientais, aos assentamentos e demarcações indígenas e, sobretudo, no que se refere às propostas de medidas econômicas austeras já sinalizadas por sua equipe de transição .

Eis um contexto de incertezas quando pensamos as potencialidades e desdobramentos possíveis por parte desse novo mandato; por outro lado, também é um contexto de possibilidades no tocante à organização social para envidar esforços na resistência e oposição às medidas econômicas duras e posicionamentos intolerantes que porventura sejam propostas pelo governo federal.

Nesse sentido, proponho um enfoque particular no (re)arranjo social pelo ativismo em defesa do enfrentamento dos discursos e interpelações neoconservadoras, entrecruzado com a organização em torno da “velha” bandeira da luta de classes e do combate ao estado-mínimo neoliberal.

Primeiramente, destaco que esse chamamento não se propõe a ir de encontro a categorias centrais para pautas contemporâneas, tais como: identidade, diferença e cultura. Afinal, quando reflito acerca de onde me situo enquanto sujeito intelectual e militante, reitero a inscrição no campo das lutas para além do marxismo. Sou um militante dos direitos humanos e assumo a crítica aos determinismos sociais frente ao sujeito e aos reducionismos econômicos e culturais.

Na medida que proponho essa articulação ou costura política entre a luta de classes e as lutas identitárias que afirmam as diferenças, não implica negar nossa postura política, contudo, também não é negar cenários contingentes de possíveis rearranjos pela disputa com projetos liberais, quando ponderamos acerca dos grupos políticos por trás do governo Bolsonaro: grupos empresariais e cristãos fundamentalistas.

Essa mobilização pela organização em torno da luta de classes e enfrentamento do estado-mínimo neoliberal não se propõe a negar a perversidade, os riscos e perdas potenciais para mulheres, negros, indígenas, LGBT e etc, quando nos deparamos com projetos conservadores que propõem vetos ou cerceamentos à escola e aos educadores ( Escola Sem Partido, por exemplo), ou às censuras e proposições que porventura advenham do ‘Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos’ ou de outros setores governamentais.

Por outro lado, proponho um olhar especial ao fomento de grupos empresariais (inclusive daqueles fundamentalistas cristãos, capitaneado pela Rede Record) ao projeto de poder do Bolsonaro. A quem interessa uma escola partida, com um currículo tecnicista, voltado para uma grande ampliação da carga-horária profissionalizante, retirando tempo escolar das discussões humanistas, das reflexões crítico-sociais de disciplinas como história, geografia e filosofia? A quem interessa um ensino básico a distância, diminuindo número de escolas, professores e, desse modo, gastos estatais? Quem se beneficia com a retirada de orçamentos e cortes de investimentos para políticas afirmativas, sociais e deslocamento desses recursos para o setor econômico? Quem tira vantagem com desapropriação de terra indígena e frouxidão nas legislações de enfrentamento aos desmatamentos, exploração de terra e afins?

Coadunamos com Rolnik (2018) quando ela reitera a relação entre os discursos conservadores e/ou fascistas e os interesses empresariais. Segundo Rolnik,

o capitalismo financeirizado precisa dessas subjetividades rudes no poder. São como seus capangas que se incumbirão do trabalho sujo imprescindível para a sustentação de um Estado neoliberal: destruir todas as conquistas democráticas e republicanas, dissolver seu imaginário e erradicar da cena seus protagonistas, entre os quais, prioritariamente, as esquerdas em todos os seus matizes. ( ROLNIK, 2018, p. 148)

Não há fascismo que se consolide sem o sustento do capital. É um jogo com início e hora marcada para acabar. Assim, quando for conveniente, quando todas as medidas econômicas austeras foram aprovadas, a ‘idiotização’ estimulada pelas redes sociais e suas fake news terá hora para acabar, perderá a valia; o mito deixará de ser mito, parecerá um idiota em meios às mídias, e os discursos jornalísticos e do judiciário trarão cenários de corrupção por parte do presidente eleito. Ele, por sua vez, não sairá perdendo no jogo. Sairá no lucro, terá um patrimônio “misteriosamente” ampliado, ao longo dos anos que esse mandato se sustentar. É o mesmo jogo nos Estados Unidos com o Donald Trump, assim como foi noutros espaços-tempo.

Mal iniciou seu governo, Bolsonaro e sua equipe já apostam numa proposta de reforma da previdência desigual , que prejudica aposentados e a classe média (mantendo benefícios dos ricos, judiciário e militares) ; aponta para privatização de setores ou atividades fins ( com o aceno, por exemplo, para o desmonte das universidades públicas) ; sugere a retirada de direitos trabalhistas como 13º salário ou a retirada do ministério do trabalho; aponta para medidas que ampliam a terceirização e o desmonte do servidorismo público e etc.

Por mais danosas que as pautas fascistas sejam, elas ainda conseguem aglutinar setores antagônicos na luta antifascista. Não nos é espantoso agregar Rachel Sheherazade ou Miriam Leitão no combate ao machismo e à tortura, entretanto, é quase impossível aglutinar setores economicamente privilegiados em torno da luta de classes. Quanto mais esses preconceitos e discursos de ódio circulam no debate, ‘saem do armário’, mais frágeis e possíveis de desestabilização eles se tornam. Mais antagonismos se reúnem em torno de contradiscursos e das reações anti-hegemônicas. Não é fácil instaurar uma ordem social fascista.

Por isso, insistamos, agreguemos forças com sindicatos e partidos políticos, reunamos os coletivos e persistamos em defesa do fortalecimento das pautas dos trabalhadores. Elas perpassam as dimensões do trabalho, atingindo o bem-estar comum, a sanidade mental, os direitos humanos e o Índice de Desenvolvimento Humano. Não obstante aos exemplos de situações de caos instaurado a partir de medidas econômicas rígidas, relembremos a crise nos últimos 03 anos no estado do Rio de Janeiro.

Enquanto a questão econômica e suas desigualdades for uma pauta apenas de sindicatos, uma travesti que vivencia a violência transfóbica, também está arriscada a não ter direitos à uma escola de qualidade e ao mercado de trabalho (o que amplia ou reforça o espectro dessa mesma transfobia). Enquanto a luta de professores contra o Escola Sem Partido for apenas dos professores e não dos sindicatos e demais movimentos sociais, a manutenção ideológica da dominação e subalternização econômica e cultural se firmará enquanto status quo. Enquanto os sindicatos não agregarem a pauta das diferenças, as classes não terão forças para a luta. O comodismo ou conformidade do “cada um no seu quadrado” soa enquanto um cinismo político, bem como desorganiza e enfraquece a luta. Trabalhadores e ativistas, uni-vos!

Referência:

ROLNIK, Suely. A nova modalidade de golpe: um seriado em três temporadas. In: Esferas da insurreição. São Paulo: n-1, 2018. P.146-193.

*Luciano Freitas Filhoé doutorando em Educação na Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ, membro da Comissão Dom Helder Câmara de Direitos Humanos da UFPE e colaborou para Pragmatismo Político.

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O retrato de uma classe

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Um vídeo de setembro do ano passado que mostra um político qualquer chorando e enxugando as lágrimas numa bandeira viralizou nas redes sociais recentemente.

Vi o vídeo e fiquei sem palavras. O papinho cheio de groselha do moleque em questão já é conhecido, mas desta vez o cara se superou. Cheguei a rir de nervoso. O que dizer desse sujeito? O vídeo é evidência cabal de que o sujeitinho mimado, que parece se achar a última bolacha do pacote, está se desenvolvendo: já era um debiloide que desmaia pra fugir do debate, agora é ainda mais. Que apelo mais baixo esse vídeo que esse filhote de fascista fez.

Lembrei da Dilma quando vi esse vídeo. Aquela mulher passou por tantas adversidades em seu governo, foi vaiada em um estádio de futebol, fizeram um adesivo extremamente abusivo simulando estupro, enfim, passou por várias e não derramou uma lágrima. Aí vem o floquinho de neve fazer biquinho de choro porque está sendo investigado por casos de corrupção. Que vergonha!

O vídeo é, de longe, o retrato de um play boy. O cidadão acha que o mundo é uma espécie de continuação de sua casa — onde todo mundo teria que ser um papai ou uma mamãe complacente, que tudo concede;  foi ensinado a acreditar que merece, seja lá o que for que queira. E quando não consegue o que quer, sente-se traído e revolta-se com a “injustiça”.

Leia aqui todos os textos de João Elter Borges Miranda

O tipinho sempre teve tudo do bom e do melhor. O ato falho ambulante se acha “machão”; bate em mulher, enquanto posta nas redes sociais foto de armas enormes para compensar algo. É um cagueta que mente até na vírgula e no pingo do i.

O lamentável é que esse papa nutella não está sozinho. Mais do que um retrato de um play boy, o vídeo representa uma forma de ser de quase toda uma classe social que, dentre outras coisas, é profundamente contra as políticas que possibilitaram alguma ascensão social e intelectual às classes mais desfavorecidas. Todas as medidas de investimento nas camadas mais populares – como as cotas raciais e sociais nas universidades e no serviço público, os programas de transferência de renda, a extensão dos direitos trabalhistas as trabalhadoras domésticas, a elevação constante do salário mínimo – são vistas por essa gente como uma conta com a qual ela deverá arcar por meio do aumento de impostos. Incomoda também porque fere os seus valores da ideologia meritocrática, além de pôr em risco a reserva de mercado que os seus filhos têm nas universidades, no setor público, dentre outros espaços de privilégio.

Com essa gente não há diálogo. Quando dizem que a serpente chocou, eles são o ovo. É inútil e masoquismo tentar estabelecer diálogo com quem não tem abertura para ideias contrárias. Percebi da pior forma que é um castigo de Sísifo tentar dialogar com gente que vive voltado para o mar e de costas para o Brasil. Eu apresentava os meus argumentos, escutava, mas, independentemente do esforço dispendido, sempre acabavam rolando a pedra ladeira abaixo, enquanto berram esbaforidos que o país antes caminhava pro socialismo (oi?), porque vivíamos numa “ditadura de esquerda” (como?).

Convivi com essa gente durante alguns anos no período em que estive em um cursinho caro da minha cidade. Estava lá por conta da bolsa que ganhei, um descontão que permitia que um filho de trabalhador estudasse ao lado do filho do prefeito.

Lembro bem que sempre que a professora de redação perguntava quem era a favor das cotas, somente eu levantava a mão de uma sala de duzentos floquinhos de neve. Essa mesma professora indicava como leitura para atualidades a revista Veja.

Como não rolava estudar em casa, ficava o dia todo no cursinho, estudando, com fome. Várias vezes encontrei uma senhora responsável pela limpeza chorando num canto do cursinho por conta da forma como era tratada pelos estudantes. É uma senhora negra, na época com os seus sessenta anos, que pegava quatro ônibus para chegar até ali. Sonhava com o dia em que a neta fosse pra faculdade.

É impressionante como são alienados aqueles meus colegas papa nutella. Incrível como esse país é desigual. Depois da aula, enquanto eu contava as moedas que tinha para comer no restaurante popular, os meus colegas passavam do lado fazendo barulho com a bmw do papai.

No período, também trabalhei de garçom em lugares caros da cidade. Era uma correria louca. Tínhamos que montar todo o local da festa, atender os convidados durante a festa e depois desmontar tudo. Cheguei a trabalhar sem parar durante 32 horas para ganhar cenzão. E ainda tínhamos que mediar os reclames da playboyzada. Lembro dos convidados reclamando da falta de gelo no whisky, enquanto os meus companheiros de trabalho cambaleavam de sono segurando a bandeja pesada na alta madrugada. Certa vez uma senhora muito bem vestida me puxou pela roupa e disse: “não volte mais aqui, filho da puta”. Ela ficou brava porque me chamou mais de uma vez e não ouvi. Evitei a mesa dela com prazer; serviço a menos, afinal. Anos depois vi ela, novamente, numa foto. Estava de óculos escuros, camisa nova da cbf, marchando na principal avenida da cidade.

Isso que compartilho não é nem metade da história. Mas, tô ligado que o que vivi não é nada. Sei que existem pessoas que sofrem muito mais, mas a humilhação que sofri e em alguma medida ainda sofro é suficiente para eu entender, claramente, que o sujeitinho do vídeo, enxugando lágrimas na bandeira, faz parte de uma classe de gente que está acostumada com a opulência em que vivem nos condomínios luxuosos. Para essa galera cínica, morango só é bom com a preta de ladoCaixas-de-pandora-ambulante, não entendem que o país é muito mais do que qualquer zona-sul. Ainda nos treinam pra ser os escravos da casa/Agradecidos por servir a lagosta defumada.

E essa lógica de condomínio cria envolta deles fortalezas que não os deixam aceitar qualquer coisa que fuja de sua cosmovisão formada pelas propagandas das marcas de grife e grande mídia. Vivem envolta de cercas e grades combatendo tudo o que é diferente, tudo o que não for espelho, como se fosse ameaça. Mandam para Cuba qualquer um que não se faça de cego aos direitos humanos, aos direitos das minorias, à universalidade e diversidade da vida. Vivem na escuridão de sua própria ignorância e insignificância escondendo o vazio existencial dentro da bolsa cara e abafando o cheiro de medo com perfume francês.

O engraçado é que, de repente, essa gente “acordou”. Afinal, por conta de algumas migalhas distribuídas, de repente o sertanejo de “Os sertões” não mais passava fome. O negro de “Casa-grande & senzala” estava na universidade. Os retirantes Manuel e Rosa de “Deus e o diabo na terra do sol” e o ingênuo Fabiano de “Vidas Secas” tinham casa própria financiada em décadas pela MRV e empregos precarizados. Macabéa de “A hora da estrela” estava “doutrinando” as crianças nas escolas com “mamadeira de piroca” e “kit gay” em troca de um salário de fome.

Indignados com esses perigos, o povo da cbf pegaram o carrão e a panela e foram pra avenida para salvar o país do primeiro passinho da Justiça social. Entenderam que era hora de reviverem a saudosa Marcha da Família com Deus pela Liberdade! A marcha que, segundo eles, “salvou” o país de uma “ditadura comunista” e nos garantiu 20 anos de “paz e prosperidade”. São cheios de força e pó contra o canhão da corrupção, desde que não seja a dos políticos de estimação!

O protagonismo da alta classe média foi grande também porque essa gente dispõe de uma posição estratégica no Judiciário. Então, segmentos dessa classe que ocupam a cúpula dessa instituição – juízes, procuradores, desembargadores, defensores públicos, delegados e outros – valem-se de suas posições para de maneira quase unilateral denunciar, investigar e perseguir figuras conhecidas e não-conhecidas do campo progressista. E, assim, denigrir a imagem de militantes e de seus principais representantes, de modo a colocar na parede a esquerda como um todo, criando assim um clima ‘schmittiano’ de suspensão da lei.

Até as pedras do calçamento viram as redes corporativas de notícias receberem das operações de investigação uma série de informações, delações, áudios vazados e, com todo esse aparato, cobrirem exaustivamente as operações, explorando tudo em seus mínimos detalhes e, quase sempre, fazendo ilações, apostando em denúncias, até condenando moralmente os envolvidos antes do julgamento.

O sangue das pessoas que morrerão por causa do atual governo está nas mãos dessa classe anestesiada com cocaína que só quer saber de respostas simples para perguntas complexas.

Para mim é mais do que evidente que, na luta em prol de um mundo mais justo, é uma grande perda de tempo contar com esses reaças que sentem nojo de nós — os de baixo. Guardo e nutro uma profunda raiva dessa classe que tanto me humilhou e continua humilhando a mim e aos meus companheiros e companheiras. Para mim, essa classe defensora canina do capitalismo é minha inimiga pública, assim como o grande capital. Sinto que são poucas as pessoas que militam ao meu lado que, de fato, entendem o que é ter essa raiva correndo nas veias — e o quão é difícil não deixá-la se tornar veneno. É preciso ter paciência e continuar na luta.

Pessoas como essas que descrevi acima são, a meu ver, o “núcleo duro” do eleitorado do Bolsonaro. É a parcela de eleitores profundamente ideologizada, de extrema-direita, muito barulhenta, guiados pela “defesa da ordem” (baseada na tradição, família, prosperidade e profundamente contra as conquistas das mulheres e de minorias como LGBT+). Essa parcela, contudo, não é a maior.

O grosso dos eleitores do novo governo é composto por trabalhadores que encontraram na figura do atual presidente um caminho para escapar das contradições do sistema representativo; estão revoltados com a captura da pólis promovida pelo capital e querem uma saída rápida.

É gente que possui todas as razões para ter pressa, vale apontar. Afinal, hoje as pessoas morrem mais do que antes, perdem seus direitos mais do que antes. Nas periferias urbanas e rurais, aqueles que matam estão matando mais; a escalada da violência é gigantesca. Diante dessa progressiva deterioração da vida, desejam que uma mudança profunda no sistema político-institucional ocorra.

Neste sentido, é preciso deixar claro que precisamos trazer para o nosso lado esse conjunto da classe trabalhadora que votou em Bolsonaro, esse conjunto que não é convicto em relação ao apoio a esse fascista — e que aos poucos está deixando de apoiar o novo governo.

Já com os filhos da casa grande não precisamos contar não. E é bom que o chorão do vídeo saiba que está muito enganado se acredita que as suas lágrimas de crocodilo enganam alguém. É bom que esse filho adotivo espiritual de Caim, e sua classe merdosa de intrigas e falsidades, acostume-se com a ideia: o “mito” vai cair!

* João Elter Borges Miranda é professor de história formado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa e trabalha na rede pública do Estado do Paraná. Email: recapiari636@gmail.com

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A arte de ter que relembrar o óbvio

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Lucien de Campos*, Pragmatismo Político

Infelizmente virou arte.
Está escrito nos muros, em cartazes, camisetas e músicas.
Parece óbvio relembrar que mulheres, trabalhadores, comunidade LGBT,
Indígenas e a população negra devem ter seus direitos respeitados.
Mas em tempos de ódio, a lógica se inverte.
O óbvio é ocultado, esquecido.

Relembrar a obviedade do bem-estar e sua importância numa sociedade democrática
É hoje um ato a ser condenado
Seja em praça pública ou no mundo virtual.
Em tempos de ódio, relembrar o óbvio também é passível de rótulos
Seu comunista! Petralha!
Ou até mesmo ‘credenciais de acesso a países estrangeiros’
Vai pra Cuba! Vai pra Venezuela!

Em tempos de ódio
A massa de manobra segue em direção contrária.
Nesse ambiente de idiotas tem de tudo:
Tem guru desafiando a ciência sem qualquer profundidade
Ator pornô querendo saber mais que Paulo Freire.

Obviedade não tem partido
Não está ligada à esquerda ou direita.
Está relacionada ao bom senso, igualdade, direito e garantias fundamentais.
Obviedade é a liberdade
Desperdício é o preconceito e opressão.
Em tempos de ódio, a obviedade é oprimida
Consequentemente desperdiçada.

A arte está no pensar, no fazer,
Na poesia, na mensagem, na metáfora.
Não é assim tão óbvia
Mas em tempos de ódio
Defende o óbvio.

Afinal, como disse Bertholt Brecht:
Que tempos são estes em que temos que defender o óbvio?”

*Lucien de Campos é doutorando em Relações Internacionais pela Universidade de Lisboa e colaborador em Pragmatismo Político.

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