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Rodrigo Maia: “Sem a esquerda eu não teria vencido a eleição”

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Rodrigo Maia é o novo presidente da Câmara dos Deputados

Rodrigo Maia (DEM-RJ), 46, é o novo presidente da Câmara dos Deputados. O deputado foi o mais votado no primeiro turno, com 120 votos, e venceu também no segundo turno com outros 285 votos. Agora, ocupará o cargo até fevereiro de 2017 – quando haverá nova eleição para a Mesa Diretora.

Candidato de Aécio Neves, Maia teve como principal base eleitoral os partidos PSDB, PPS, PSB e DEM. Curiosamente, para se eleger, também contou com o apoio de PDT e PCdoB.

Tanto Maia, quanto o deputado derrotado, Rogério Rosso (PSD-DF), tinham o apoio do presidente interino Michel Temer.

Maia chegou a ser cotado para ser o líder do governo Temer na Casa, mas, por influência do “centrão”, grupo suprapartidário liderado pelo ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Temer escolheu André Moura (PSC-SE).

“Sem a esquerda eu não teria vencido essa eleição”

Na primeira entrevista coletiva concedida à imprensa após a eleição, Rodrigo Maia admitiu que não teria chegado à presidência da Câmara sem o apoio da esquerda. “Preciso reconhecer que sem a esquerda eu não teria vencido essa eleição”, disse Maia, que mostrou disposição para dialogar com todas as frentes.

Durante discurso em plenário antes do 2º turno, Maia chegou a lembrar do ex-deputado petista José Genoíno e disse que votou pelo ajuste fiscal de Dilma Rousseff e sempre dialogou com a esquerda.

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O significado da vitória de Rodrigo Maia para Michel Temer e Eduardo Cunha

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Rodrigo Maia (DEM-RJ), o novo presidente da Câmara dos Deputados (Imagem: (André Dusek/Agência Estado)

Cíntia Alves, GGN

A disputa pela presidência da Câmara, encerrada na noite de quarta (13) com a eleição de Rodrigo Maia (DEM), tem duas faces: a de Michel Temer (PMDB), com o sorriso discreto – digno de quem foi relativamente bem sucedido nas jogadas para impedir um adversário no comando da Casa, mas ainda com a governabilidade a ser colocada à prova – e a de Eduardo Cunha (PMDB), que a cada dia acumula novas derrotas.

Cunha, metido até o pescoço com a Lava Jato e em vias de ser cassado por seus colegas de Câmara, faz tempo “perdeu dentes e a embocadura”, como escreveu Andrei Meireles. A eleição de ontem foi prova de que o todo poderoso enquanto presidente da Câmara já não tinha muito a oferecer a seus antigos aliados em troca da vitória de Rogério Rosso (PSD), que acabou derrotado por Maia no segundo turno.

Em todas as análises que circulam pela imprensa, o destino de Cunha está traçado: será inevitavelmente cassado. É só questão de tempo. Mas é justamente de tempo que ele precisa para fazer as ações contra sua esposa, Cláudia Cruz, tramitarem junto com as suas no Supremo Tribunal Federal, tirando a mulher da mira de Sergio Moro.

Diante da derrota do candidato do centrão, o que Cunha pode fazer agora é tentar esvaziar a Câmara para impedir que o quórum necessário à sessão em que será votada sua cassação seja atingido.

Eleito, Rodrigo Maia já deu a senha: não vai marcar data para a cassação, mas pretende atingir quórum de cerca de 500 deputados para discutir o processo contra Cunha. Isso pode ser entendido como um sinal contrário ao desejo de Cunha, que prefere jogar num plenário reduzido. Mas o segundo semestre é marcado por Olimpíadas e eleições municipais, o que é sinônimo de Câmara menos cheia.

Com a derrota de Rosso e a perda de poder do ex-presidente da Câmara, talvez já seja possível assistir ao ocaso do centrão. O bloco, sob liderança de Cunha, impôs derrotas incontáveis à Dilma Rousseff (PT). Hoje é fiador, mas não é garantia de governabilidade ao governo Temer.

Diante da “implosão do centrão”, a colunista Maria Cristina Fernandes escreveu hoje, no Valor: “Nenhum outro presidente da Câmara será capaz de colar os nove pedaços em que o Centrão se desintegrou. Nenhum presidente da República será capaz de tramitar os interesses de seu mandato numa Câmara fatiada em 17 candidaturas, depois afuniladas para igualmente inéditas 14.”

A eleição da Câmara mostrou que a fragmentação da Casa desafiará o interino. Mas parte do Palácio do Planalto posta que o fim do centrão sob Cunha pode ser positivo, pois além de minar a influência do deputado-réu, pode fazer com que os nanicos corram para debaixo das asas do governo. Devem pensar: para onde mais iriam? É preciso aguardar novos capítulos.

A derrota de Castro só foi possível porque o núcleo duro do governo trabalhou muito nas últimas horas antes da eleição, oferecendo benesses para que os indecidos e dissidentes do PMDB não depositassem votos no candidato que se declarou de oposição, com ajuda do PT. De outro lado, PSDB, além de segurar Maia, incentivou a proliferação de candidatos nanicos.

Soma-se ao trabalho do governo Temer a incrível habilidade da esquerda de se dividir em momentos decisivos.

O PCdoB sambou para justificar a candidatura de Orlando Silva, lançada de última hora, quando o PSOL já havia destacado Erundina para a missão de “unificar a esquerda”.

Um aliado de Marcelo Castro, irado com sua derrota, disse ao jornalista Tales Farias que o PCdoB “fechou acordo com Rodrigo [Maia] para abafar a CPI contra a UNE”. Um petista também não identificado comentou que é “evidente” que a missão de Orlando Silva era “rachar a esquerda e fortalecer Rodrigo”.

Fato é que os números confirmam, em parte, as teorias. Somados apenas os votos dados a Erundina e Orlando Silva com os de Marcelo Castro, o peemedebista teria ido ao segundo turno contra Rodrigo Maia. Mas só isso não seria o bastante para tirar a vitória do candidato do DEM, que herdaria a maior parte dos 106 votos de Rogério Rosso.

No mandato-tampão até fevereiro de 2017, Rodrigo Maia terá de incorporar um equilibrista. Será cercado pelas forças de Eduardo Cunha, cuja única arma é adiar ao máximo sua cassação. Será cobrado pelo PT a ajudar a atual oposição a recuperar o protagonismo que perdeu na Câmara durante a era Cunha. E sofrerá forte pressão do governo interino, que precisa emplacar projetos de peso neste segundo semestre para viabilizar o ajuste fiscal e garantir a permanência de Temer até 2018.

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Na calada da noite, deputados entregam o pré-sal para o capital estrangeiro

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deputados petrobrás pré-sal regime concessão

GGN

Enquanto o comovente discurso de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na última semana, pela renúncia da Presidência da Câmara tratava de ocupar a cena e as manchetes, em momento propício para fugir de pressões, deputados aprovavam o Projeto de Lei que põe fim à exclusividade da Petrobras no Pré-Sal. O texto agora vai direto ao Plenário da Câmara.

A votação foi concluída, coincidentemente, no exato momento em que os jornais preocupavam-se exclusivamente em repercutir o choro e o discurso do peemedebista que renunciou para salvar o seu mandato.

Em tempo ágil, todos os destaques que propunham mudanças no projeto foram rejeitados por maioria da Comissão Especial da Petrobras e Exploração do Pré-Sal. E imediatamente foi aprovado o relatório do deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), que concordava com o texto original de José Serra (PSDB-SP), atual ministro das Relações Exteriores, acabando com a obrigatoriedade do papel da Petrobras como operadora única.

A mudança legislativa afeta todos os blocos contratados pelo regime de partilha de produção em áreas do pré-sal, que tinha o comando da estatal brasileira. Um grande lobby envolvendo empresas estrangeiras acompanhou todo o processo de tramitação dessa lei, no sentido de permitir a participação internacional nos lucros da descoberta nacional.

“O que estamos votando aqui é o início do processo de privatização da Petrobras e o deputado Aleluia sabe muito bem disso”, disse o deputado Glauber Braga (Psol-RJ), que integrava a oposição de parlamentares do PSOL, PT e PCdoB na Comissão.

Entretanto, como estavam em número menor, os deputados dos três partidos não conseguiram adiar ou rejeitar o parecer de Aleluia. “Esse projeto melhora as condições de recuperação da Petrobras”, defendeu o relator, adiantando que ainda outras mudanças deverão ocorrer, no futuro, com um Marco Legal da Exploração da camada do Pré-Sal.

No atual regime de partilha, a Petrobras era responsável por, pelo menos, 30% da operação de cada bloco contratado para a exploração e a produção de petróleo e gás da camada.

Apesar de conceder uma “prioridade” à estatal, para cada contratação, e na lei ficar definido que caberá, neste caso, à Petrobras os mínimos 30%, a aprovação e palavra final de quem será o operador da exploração ficará sob o crivo, nada menos, do presidente da República, ou seja, Michel Temer.

Assim, ainda que a estatal decida aceitar permanecer com 30% de determinada produção do consórcio vencedor, é Temer quem decidirá, realmente, se a Petrobras permanece.

O texto está nas mãos do Plenário da Câmara, em votação que estava prevista para ocorrer esta semana. Se aprovado por maioria, Michel Temer sancionará a proposta de Serra. Mas com a renúncia de Cunha a Câmara decidiu se ocupar, antes, com a eleição do novo presidente da Casa. O projeto deve ser votado em agosto.

SAIBA MAIS: Por que é ruim para o Brasil retirar da Petrobras a exploração do Pré-Sal?

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Rodrigo Maia visita Aécio Neves em 1º ato como presidente da Câmara

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Rodrigo Maia Aécio Neves câmara
Rodrigo Maia e Aécio Neves

Em seu primeiro ato como presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) visitou o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), na manhã desta quinta (14) para agradecer o apoio do partido a sua eleição. Em seguida, ele tentou visitar outros congressistas mas não encontrou ninguém nos gabinetes.

De acordo com Maia, a sua vitória foi construída no último domingo (10) em uma reunião com Aécio, o líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), que acompanhou a visita nesta manhã, e o ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM).

“Eu não podia deixar de, assim que saísse de casa hoje, visitar quem construiu comigo na base essa vitória. E essa vitória eu devo, claro, a todos, mas na origem ao senador Aécio Neves que foi quem, por ter sido presidente da Câmara e por conhecer o processo legislativo, quem me ajudou a compreender e costurar as alianças”, disse Maia após o encontro.

Maia reafirmou que pretende unir a base de apoio ao governo para restabelecer o pleno funcionamento da Câmara. Ele venceu a eleição contra o deputado Rogério Rosso (PSD-DF), aliado do ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e que tinha o apoio do chamado “centrão” e ala do PMDB. Maia obteve apoio de PSDB, DEM, PPS e PSB para derrotar o deputado Rogério Rosso (PSD-DF), candidato do ‘centrão’, por 285 votos contra 170.

“Nós, deputados e senadores, vamos trabalhar juntos, construir pautas em conjunto para que a gente possa superar a crise, reformar muitos temas no Brasil em conjunto. É fundamental que Câmara e Senado voltem a ter um diálogo saudável, o que deixamos de ter há muito tempo”, disse Maia após visita ao senador Aécio Neves (PSDB-MG).

No Facebook, Aécio falou sobre o encontro com Maia:

“Recebi, hoje pela manhã, a visita do novo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, em meu gabinete no Senado, em sua primeira agenda no cargo. Ele continuará tendo o apoio do PSDB para trabalhar para que a Câmara dos Deputados atue como deve: com respeito à oposição e possibilitando o amplo espaço para o debate político. Entreguei a ele a PEC 36/2016 que foi apresentada, ontem, por mim e pelo senador Ricardo Ferraço. A PEC propõe o fim das coligações proporcionais e estabelece cláusula de barreira, para assegurar que apenas partidos com representatividade possam existir”, publicou o tucano.

Na noite da votação, em seu discurso, o novo presidente da Câmara elogiou Aécio, que já presidiu a Casa.

“Dentre as biografias que a presidência da Câmara ajudou a escrever, não esqueceria o meu amigo e senador Aécio Neves, eleito numa quadra não tão adversa, nem complexa como a atual, mas que remou contra a maré da própria base de apoio governo de seu partido. Aécio construiu pontes com todos os atores centrais de todas as legendas, deixou o posto aclamado e respeitado, conduziu a Casa com espírito republicano”, disse Rodrigo Maia, nesta quarta.

Na tarde desta quinta, Maia encontrou o presidente interino Michel Temer e prometeu trabalhar junto com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

com informações de Folhapress e Jornal do Brasil

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Não entendeu a vitória de Rodrigo Maia? Cientista político explica o que houve

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Rodrigo Maia presidente Câmara
Rodrigo Maia (DEM-RJ), atual presidente da Câmara dos Deputados (Imagem: Jorge William)

Jornal Nexo

A eleição do novo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na madrugada da última quinta-feira (14), pôs do mesmo lado partidos e políticos que, até então, davam a entender que estavam em posições distantes e irreconciliáveis.

Depois do afastamento da presidente Dilma Rousseff, muitos esperavam que o ressentimento entre os que apoiam e os que se opõem ao impeachment fosse aflorar, premiando ou penalizando candidatos em função do alinhamento com esse assunto tão presente na agenda parlamentar e no debate público. Mas não foi o que aconteceu.

Parte dos parlamentares do PT de Dilma preferiu votar no primeiro turno em Marcelo Castro, que era candidato pelo PMDB do presidente interino Michel Temer, a apoiar nomes como o de Luiza Erundina (PSOL-SP) ou Orlando Silva (PCdoB-SP).

E no segundo turno petistas e integrantes do PCdoB depositaram votos em Rodrigo Maia, do DEM, partido até então chamado de “golpista” pelos apoiadores de Dilma.

Houve outros movimentos parecidos. Parte dos parlamentares do PMDB do presidente interino Michel Temer, por exemplo, preferiu votar no candidato do DEM a apoiar o peemedebista Castro.

Para tentar explicar a lógica do que ocorreu na Câmara, o jornal Nexo fez quatro perguntas ao cientista político Jairo Nicolau, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Para ele, “o embate foi entre a política tradicional e esse centrão amorfo representado pelo Eduardo Cunha”, e não entre direita e esquerda ou governo e oposição.

Por que o PMDB de Temer não apoiou o candidato de seu próprio partido na eleição da Câmara?

[Marcelo] Castro tem uma biografia. No começo desta legislatura ele foi indicado para ser relator da comissão de reforma política e foi se afastando do [então presidente da Câmara, Eduardo] Cunha e tomando posições autônomas. Depois ele aceitou ser ministro [da Saúde] do governo Dilma, e sua bancada votou a favor do impedimento de Dilma, mas ele mesmo, não. Castro se colocou à esquerda do PMDB. Com isso ele inviabilizou o apoio da própria bancada. Ele tem uma posição que destoa da bancada. Ele não representa a bancada atual. Por isso, não recebeu esses votos.

Por que parte do PT apoiou um candidato do DEM, chamado de golpista por eles?

O corte dessa votação não foi direita contra esquerda, nem de Dilma x anti-Dilma. O movimento foi muito mais de resgatar uma certa normalidade no interior do Legislativo, que havia sido perdida com a ascensão do Cunha e desse novo “centrão” suprapartidário que levou a Câmara a um desprestígio muito grande. O [Rogério] Rosso [deputado do PSD-DF derrotado no segundo turno por Maia] representava a continuidade disso. A minha impressão é a de que uma parte da esquerda viu no deputado Rodrigo Maia a possibilidade de resgatar a velha forma de operar politicamente dentro da Câmara, com os partidos tendo um pouco mais de importância, de forma que a política tradicional tivesse passagem. Então foi muito mais uma disputa desse tipo do que uma disputa entre “golpistas” e “não golpistas”. Foi outro alinhamento que se desenhou.

Por que partidos identificados com o campo de esquerda não se uniram em torno de Erundina?

É uma candidatura que não consegue avançar para além do nicho do próprio partido, talvez porque a Erundina esteja à esquerda do plenário. Ela até consegue um apoio ou outro, mas a esquerda ficou muito fragmentada – uma parte com o Marcelo Castro, outra com o candidato do PCdoB [Orlando Silva]. Além disso, há uma questão também de circunstância, pois ela lançou a candidatura fora de hora. Se tivesse feito uma articulação com mais tempo … então é a circunstância também. Ela acabou repetindo o problema do PSOL, que é um partido muito marcado no campo da esquerda, que não consegue transbordar para outros segmentos.

Explique a lógica que rege alianças numa eleição parlamentar e a lógica de oposição a um governo.

É preciso começar falando sobre o número de candidatos, 14, o que mostra a fragilidade dos partidos. Se você tem partidos fortes, que operam de maneira mais regular, faz acordos por cima e sai com, no máximo, três candidatos. Esse enorme número de postulantes mostra que essa é uma legislatura na qual os partidos perderam muita força.

O conflito esquerda x direita, golpistas x não golpistas parece que acabou superado por uma aliança diferente, que é a da política tradicional contra o “centrão”, sendo a política tradicional representada por aquela velha elite política que acha que controla o parlamento, que acha que o Congresso deve estar em mãos mais tradicionais; é, enfim, uma linhagem dos mais antigos.

O Cunha veio com um grupo suprapartidário que jogou com a emergência do “centrão” – que nós, antes, chamávamos de baixo clero -, que é essa geleia. Desde Temer, passando pela Dilma, pelo Lula e por lideranças partidárias, todos perceberam que era hora de dar um freio.

Não dá mais para continuar tendo uma Casa como a Câmara presidida por essa geleia que é uma confederação transpartidária que fazia muito mal à previsibilidade não apenas do trabalho legislativo, mas também da relação do Legislativo com o Executivo. Foram dois anos de desorganização. A minha impressão é a de que o embate foi entre a política tradicional e esse “centrão” amorfo representado pelo Cunha. Além disso, muitos ficaram com medo do que poderia significar um aliado de Cunha [Rosso] presidir a Câmara numa hora dessas.

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Eduardo Cunha está furioso com perda de passaporte diplomático do filho

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Eduardo Cunha filho passaporte diplomático
(Imagem: Eduardo Cunha e o seu filho, Felipe Cunha)

A Justiça Federal em São Paulo determinou que o filho do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Felipe Dytz da Cunha, devolva o passaporte diplomático concedido pelo Itamaraty.

A decisão liminar do juiz federal Tiago Bologna Dias, substituto da 21ª Vara Federal Cível de São Paulo, deu cinco dias para Felipe entregar o documento a partir da citação judicial. A determinação foi assinada ontem.

Esta é a segunda decisão da Justiça em São Paulo neste mês que determina a devolução de passaporte diplomático, um benefício que permite isenção de vistos em determinados países e que facilita o trânsito em serviços de imigração.

No último dia 7, a Justiça suspendeu os passaportes emitidos ao pastor Romildo Ribeiro Soares, o R. R. Soares, à mulher dele, Maria Magdalena Bezerra Soares. Os dois são da Igreja Internacional da Graça de Deus. A renovação dos dois documentos aos religiosos foi assinada pelo ministro das Relações Exteriores, José Serra.

Tanto no caso do filho de Cunha quanto no de R. R. Soares, o autor das ações populares que resultaram nas decisões judiciais é o advogado Ricardo Amin Abrahão Nacle. Ele também pediu a anulação do passaporte diplomático concedido ao pastor Samuel Cássio Ferreira e à mulher dele, Keila Campos Ferreira. Os dois são da Assembleia de Deus e também tiveram os passaportes renovados por Serra, apesar da existência de três pareceres contrários da área técnica do Itamaraty contra a renovação.

No caso dos Ferreira, investigado na Operação Lava-Jato por supostamente lavar R$ 250 mil em propina destinada a Cunha, a Justiça negou o pedido inicialmente. O advogado recorre com base nas informações divulgadas pela reportagem.

A legislação permite que dependentes de beneficiários de passaportes diplomáticos – como filhos de parlamentares – tenham acesso ao mesmo benefício, desde que tenham menos de 24 anos, estejam matriculados numa instituição de ensino superior e não exerçam atividade remunerada. Não é o caso de Felipe, filho de Cunha. Ele tem menos de 24 anos, mas é dono de duas empresas e gerente geral de uma terceira, como consta na decisão judicial de ontem.

A ação popular alegou desvio de finalidade “não compatível com o interesse público”, um “mero privilégio” a concessão do passaporte a Felipe. O juiz federal concordou. “Existe risco de dano à moralidade e à isonomia no uso do passaporte diplomático sem o devido interesse público”, afirmou o magistrado. A portaria que prorrogou o passaporte de Felipe deve ter “imediata suspensão”, conforme a decisão. O documento deve ser entregue em cinco dias pelo filho de Cunha.

Reação de Cunha

Eduardo Cunha ficou furioso ao saber da suspensão do passaporte diplomático do filho e garantiu que irá recorrer da decisão. “Obviamente, irei recorrer dessa absurda decisão de uma ação popular e sem razão. O passaporte de meu filho encontra-se dentro das normas legais para a sua concessão”, declarou o parlamentar.

com informações de Valor Econômico e AE

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João Santana contraria Sergio Moro: “nem sempre caixa 2 tem propina”

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João Santana marqueteiro caixa 2
O marqueteiro João Santana

Cíntia Alves, GGN

O depoimento do marqueteiro João Santana, responsável pelas campanhas de Lula (2006) e Dilma Rousseff (2010 e 2014), põe em xeque o alcance e a imparcialidade da Lava Jato. Até agora, a operação tem gastado energia para provar que o esquema de corrupção na Petrobras tinha como finalidade injetar recursos no caixa do PT e, assim, perpetuar o “projeto de poder” da legenda (parafraseando o ministro Gilmar Mendes). Mas o que Santana disse ao juiz federal Sergio Moro tem potencial para deflagrar uma devassa em “98% das campanhas” no Brasil, sem distinção entre partidos, pois denota que o esquema é repetido pelas empresas doadoras em todas as instâncias do poder.

No depoimento divulgado nesta quinta (20), Santana confrontou Moro sobre a tese da Lava Jato, de que todo o dinheiro pago por fora em campahas eleitorais é fruto de corrupção entre empreiteiras e o governo federal. “Eu tinha consciência de prática de recebimento ilegal [por ser caixa2]. Mas dinheiro sujo no sentido de corrupção, até onde alcançava meu conhecimento, não, não é necessariamente ligado a fatos de corrupção. Conversando com profissionais de eleições no mundo, sabe-se que caixa 2 decorre de aposta no mercado pro futuro, de [empresas querendo] fazer amizade com os governos. Existem tetos [para as doações]. Eu não percebo como dinheiro sujo. Vejo mais como dinheiro de negociação política”, disse Santana. Ao que Moro respondeu: “É dinheiro de corrupção mesmo”, bom base no depoimento do do operador do repasse.

No interrogatório, Moro questionou Santana sobre a existência de uma offshore atrelada a uma conta do marqueteiro num banco suíço, aberta desde 1998 e regularizada recentemente. Foi através dessa conta que o engenheiro Zwi Scornicki depositou o total de 4,5 milhões de dólares, a pedido do ex-tesoureiro João Vaccari neto, referentes a dívidas da campanha presidencial do PT em 2010.

Com passagem pela Petrobras, Odebrecht e dono de consultoria própria na área de petróleo e gás, Zwi representava desde a década de 1990 a empresa de engenharia naval Keppel Fels. Segundo a Lava Jato, foi essa companhia que efetuou o depósito em várias parcelas na conta de Santana.

“Eu vim saber desse depósito só depois. A dívida [com o PT] já durava três anos. É típico da área de marketing político sofrer grandes atrasos. Mas não poderíamos fazer outra campanha [a de 2014] sem receber essa dívida. E o partido sugeriu procurar o senhor Zwi. Mônica [Moura, esposa e sócia de Santana] contou para mim. Ela tinha conhecimento muito superficial sobre a empresa estrangeira”, disse.

De acordo com o marqueteiro, o pagamento ocorreu “por fora” dos registros da Justiça Eleitoral porque é “comum” que partidos políticos não declararem todas as doações recebidos. Isso ocorre, segundo ele, por vários razões. Entre elas, para não extrapolar o limite imposto para os gastos da campanha, e para “evitar especulação, um leilão entre doadores sobre quem está dando mais, quem está dando menos.”

Cultura generalizada

Santana reforçou que existe uma “cultura generalizada de caixa 2”. “A relação dos empreiteiros com partidos e governos sempre foi, na política brasileira e mundial, de buscar caminhos extralegais, porque os preços são altos e eles não querem estabelecer relações explícitas com os doadores de campanha.”

Em outro momento, Santana disse que “havia dificuldades alegadas [por parte do PT] de recolhimento de doações”, mas que a “única coisa que pude perceber em todas as campanhas até o momento (…) é que não era uma operação organizada. Era uma busca de doação eleitoral como é feito normalmente em todas as campanhas. É ilegal? É. É deplorável que se faça? É. Mas que é generalizado aqui e no mundo, é. Não é só na América Latina. Na Europa e nos Estados Unidos ainda existem várias formas de disfarce.”

Mas por que um marqueteiro reconhecido mundialmente aceitou uma forma de pagamento reconhecidamente ilegal, perguntou Moro. Porque está é a “prática no mercado”, devolveu Santana. “Você vive dentro de uma disputa no ambiente profissional que você termina tendo que ceder. Ou faz a campanha dessa forma, ou vem outro que aceita fazer.”

Num segundo confronto com Moro, Santana voltou a indicar que empresas doam via caixa 2 com verba que não necessariamente foram obtidas a partir de cobrança de propina. No seu caso, imaginou que a empresa pagante não tinha contratos com o poder público, mas estava apoiando a candidatura de Dilma de olho em negócios futuros. Sua esposa, em depoimento a Moro, disse que nas conversas com Vaccari nunca foi debatido a licitude dos recursos, muito menos se era fruto de corrupção na Petrobras. Ela disse que sua única preocupação era estar usando uma conta no exterior não declarada.

Distorção do sistema

Ao final do depoimento, Santana fez um “apelo por justiça” a Moro, alegando que sua reputação tem sido deteriorada na imprensa por conta dos desdobramentos da Lava Jato, pois a interpretação geral é de que ele faz parte da quadrilha que o PT teria montado para vencer eleições com dinheiro desviado da Petrobras.

“O marketing político não cobra propina. Não é a causa de irregularidades eleitorais. Elas são geradas por esse sistema eleitoral distorcido e adulterado. Hoje, com parcimônia, permita-me dizer: 98% das campanhas no Brasil utilizam caixa 2. Campanhas pequenas, médias e grandes. Isso envolve centenas de milhões de pessoas que são ou foram remuneradas com caixa 2. Se tivesse o mesmo rigor que estão tendo comigo, sairia uma fila daqui [Curitiba] e ia bater em Manaus. Não quero me isentar de caixa 2 ou qualquer erro. Nós erramos, mas não somos corruptos nem lavadores de dinheiro”, desabafou.

Relações com Dilma

Moro perguntou a Santana por que ele não admitiu o recebimento de dívida do PT via caixa 2 antes. Segundo o marqueteiro, foi por “questões psicológicas, políticas e profissional”. Santana disse que jamais imaginou que poderia ser preso. Depois, que não queria “romper, do ponto de vista profissional”, cláusulas de confidencialidade que têm com partidos. Além disso, não queria prejudicar Dilma.

“Eu raciocinava comigo: eu que ajudei, de certa maneira, a reeleição dela, não serei a pessoa que vai destruir a presidência e trazer um problema. Nessa época [fevereiro, quando foi preso e alegou que os pagamentos eram por campanhas no exterior] já se iniciava o processo de impeachment, mas não tinha nada aberto. Mas sabia que poderia prejudicar. Era uma pressão muito grande na minha consciência profissional, da minha fidelidade e relação afetiva com pessoas”, disse Santana, que assinou acordo de delação premiada com a Lava Jato.

Recado a Gilmar

Sem mencionar diretamente o ministro do Supremo Tribunal Federal, Santana rebateu, por provocação da defesa de Mônica Moura, a tese de que ele integra o esquema de corrupção do PT para consolidar seu “projeto de poder”.

“Acho isso uma coisa pergunta absurda. Eu tinha relação profissional [com Dilma e Lula], já de longo curso, porque durava há oito, dez anos [o trabalho de marketing]. Em relação ao PT, eu era prestador importante de serviços, mas era um corpo estranho dentro do partido. Eu tinha relação com os candidatos, com ninguém mais. Eu não tinha poder para perpetuar um sistema. E não existia um complô de perpetuação do poder onde eu era o elemento chave.”

O depoimento de Mônica Moura ao juiz Sergio Moro reforçou tudo que foi dito por Santana em juízo.

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A família dos políticos

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Michel Temer Marcela família políticos religi~]ao conservadorismo
Michel Temer e família (reprodução)

Delmar Bertuol*, Pragmatismo Político

Com grandes índices de rejeição, apesar dos esforços do Instituto Datafolha em mostrar o contrário, o Presidente Interino (leia golpista) Michel Temer chamou a imprensa pra noticiá-lo buscando, junto com a esposa, o filho na escola. Isso é, queria fazer uma estratégia de márquetim mostrando que por detrás do homem que quer fazer os assalariados trabalharem até os setenta anos, lhes tirar o pouco amparo que ainda lhes restam – a CLT -, e desvincular gastos mínimos que o governo tem que investir em educação e em saúde,entre outros, há um pai e marido amoroso e atencioso.

Na campanha a governador do Rio Grande do Sul em 2014, o então candidato José Ivo Sartori quis se desvincular da pecha de político, como se isso fosse demérito, ao dizer que seu partido não era o (golpista) PMDB, mas o Rio Grande. Mais do que isso, não se furtou em mostrar na propaganda de tevê, diversas vezes, a sua mãe, que, até aonde se sabe, nada tem a ver com política. Era mesmo o ensejo, já que o candidato tinha por estratégia a sua repugnância. Seu principal adversário, o candidato Tarso Genro, tinha por mãe (ela faleceu pouco depois das eleições) a senhora Elly Herz Genro. Elly sim fora uma política atuante, tendo lutado contra a nefasta ditadura militar brasileira. Em nenhum momento, no entanto (se aconteceu, desconheço), o candidato do PT fez alusão a isso. Na verdade, Tarso não citou a sua família na sua propaganda eleitoral em qualquer momento.

Nas últimas eleições às prefeituras, em 2012, um candidato aqui da região pedia votos: “eu sou Fulano. Marido da Ciclana. Pai da Beltrana. Aquele que vocês encontram na missa todos os domingos de manhã.” Ora, quer dizer que entre os pré-requisitos pro sujeito ser um bom governante estão ter esposa, filhos e uma religião. A falta de qualquer um desses elementos é motivo de desconfiança. E se o camarada for homossexual, sem filhos e ateu, por exemplo, não deve passar nem na convenção partidária.

Leia aqui todos os textos de Delmar Bertuol

A vida pessoal dos políticos tem importância, claro, pois o ser humano não consegue separar de todo a sua casa com o seu gabinete. Essa importância, no entanto, é limitada ao que pode influenciar na sua índole.

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Michel Temer reclama de protestos: “Meu filho e minha mulher choram…”

Apresentar-se como um bom pai, marido, filho e religioso como se só isso bastasse pra comprovar sua idoneidade mostra justamente o contrário. Exibe que, ao que parece, o político em questão não sabe fazer algo crucial pra boa administração da coisa pública, a separação do público e do privado.

Talvez a Presidenta afastada (leia golpeada) Dilma Rousseffi devesse chamar a imprensa e apresentar seu novo namorado, um viúvo cristão e integrante do seleto grupo de Cidadãos de Bem Deste País. Depois, poderia deixar-se filmar brincando com os netos enquanto fizesse tricô. De repente, com isso, a população que não apoia o impeachment (leia legalistas) aumentasse.

*Delmar Bertuol é escritor, professor de história, membro da Academia Montenegrina de Letras e colaborou para Pragmatismo Político

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Afeganistão tem mais mulheres na política que o Brasil

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É isso mesmo que você acabou de ler: quando o assunto é proporção de mulheres na Câmara e no Senado perdemos para o Afeganistão, que nem está tão bem cotado assim – entre 193 países, ocupa o 50º lugar na classificação.

O ranking com a representatividade feminina na política foi divulgado pela União Interparlamentar Internacional (UIP) em junho deste ano. Os países foram classificados levando em consideração o número de assentos ocupados por mulheres nas duas casas (Câmara ou Casa Baixa e Senado ou Casa Alta) de seus respectivos congressos.

Ruanda é o país com a maior porcentagem de mulheres em cargos políticos – 51 dos 80 lugares da Câmara são ocupados por elas. Na sequência, aparecem Bolívia, Cuba, Seicheles, Suécia e Senegal. Na lanterna do ranking está o Haiti, onde nenhuma mulher exerce cargo político.

Dentre os 50 melhores colocados, é difícil estabelecer um padrão para definir as nações com mais igualdade de gênero na política: 19 deles ficam na Europa, 16 na África, 11 na América, três na Ásia e apenas um na Oceania.

Mas o fato é que estamos no 153º lugar do ranking. Não chega a ser 7 X1 para o Afeganistão, mas enquanto 27,1% dos representantes do congresso afegão são mulheres, aqui elas ocupam apenas 12% dos cargos parlamentares.

Ok, 50º lugar não é exatamente um ideal de igualdade. Mas o Afeganistão coleciona elementos que dificultam a compreensão da boa representatividade de suas mulheres na política. Primeiro porque é extremamente militarizado e vive em guerra.

Em um recente estudo do Instituto de Economia e Paz (IEP) sobre os países mais perigosos do mundo, o Afeganistão aparece em quarto lugar. O último grande conflito envolve grupos islâmicos extremistas que impõe severas restrições às mulheres. Por lá, as mulheres não podem andar na rua em locais ocupados pelo Estado Islâmico se não estiverem acompanhadas por um homem.

Além disso, o país viveu sob o regime Talibã de 1996 a 2001: na época, as mulheres eram proibidas de ir à escola, não participavam de decisões políticas e tinham que andar cobertas dos pés à cabeça. A primeira Constituição a defender (alguns) direitos iguais a homens e mulheres foi promulgada em 2004. Ou seja, faz 12 anos que as afegãs votam e são votadas.

Apesar da mudança nas leis, o Afeganistão é o quarto país com maior distinção de gênero em decisões legais. Uma mulher solteira não consegue tirar passaporte, não faz documento de identidade nem viaja sozinha. Também não existe nenhuma lei que as proteja contra assédio. E isso se reflete no mercado de trabalho: se você entrar em uma empresa afegã, verá poucas funcionárias – elas são apenas 16% da força de trabalho.

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Convenhamos, Afeganistão não é um exemplo de nação democrática e Cabul está bem longe de ser Genebra. Mesmo assim, estão na nossa frente e diante de países progressistas como Uruguai, França e Austrália.

O trunfo das afegãs foi talhar seu lugar no principal documento do país: na Constituição de 2004 ficou estabelecido que 27% dos assentos da Câmara e 16% do Meshrano Jirga (o equivalente ao nosso Senado) seriam reservados às mulheres.

Enquanto isso, tem ministro brasileiro fazendo troça com o assunto. Em uma viagem ao México, o ministro das Relações Exteriores, José Serra, brincou sobre o “perigo” que a grande quantidade de mulheres no senado do país representa para os políticos homens no Brasil. Como era de se esperar, a piada não teve tanta graça no meio diplomático.

Apenas uma das provas de que, na Praça dos Três Poderes, o poder ainda é um só: o masculino.

Pâmela Carbonari, Superinteressante

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Deputado pró-impeachment que soltou rojão é o campeão de faltas na Câmara

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deputado Wladimir Costa impeachment
Wladimir Costa

Enrolado a uma bandeira de seu estado, o Pará, o deputado Wladimir Costa (SD-PA) roubou a cena na votação do impeachment na Câmara, em 17 de abril, ao detonar um rojão de confetes em plenário quando declarou, de maneira festiva, seu voto pelo afastamento da presidente Dilma Rousseff.

Aliado do ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou a surpreender em 14 de junho, ao votar no Conselho de Ética a favor da cassação do peemedebista, após ter feito diversos discursos em defesa do colega.

Embora tenha ganhado destaque no noticiário e nas redes sociais nessas duas ocasiões, Wladimir Costa foi um dos parlamentares mais ausentes no primeiro semestre. Faltou a 19 dos 54 dias em que a presença era obrigatória. Nenhuma delas está justificada nos registros da Câmara.

A Constituição prevê a perda do mandato do congressista que faltar a mais de um terço das sessões ao longo de um ano sem justificar. Mas a Câmara é generosa: permite aos deputados abonar suas faltas posteriormente. Ou seja, ele ainda pode se livrar dessa ameaça.

Além de Wladimir, outros 13 deputados faltaram a mais de um terço das sessões do semestre. Os demais, porém, justificaram a grande maioria de suas ausências. Os dados são de levantamento da nova edição da Revista Congresso em Foco.

Não é de agora que o deputado do Solidariedade aparece entre os menos assíduos. No ano passado, ele registrou presença em apenas 20 dos 125 dias com sessão. Deixou somente sete faltas sem explicações. As demais foram atribuídas a problemas de saúde.

Na legislatura passada, entre fevereiro de 2011 e janeiro de 2015, foi o sexto mais faltoso entre todos que exerceram mandato: compareceu a pouco mais da metade dos dias de sessão.

O deputado tem outros problemas para se preocupar. Em julho, o Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) cassou o mandato dele sob a acusação de que recebeu dinheiro de fonte não declarada em sua campanha eleitoral em 2014.

No início deste ano, Wladimir teve bens bloqueados pela Justiça em uma ação civil pública que apura desvios em um evento esportivo. Ele ainda é réu em dois processos no Supremo Tribunal Federal, um deles por ameaça.

A assessoria do deputado diz que ele passou por uma cirurgia na coluna e que aguarda a análise da Mesa Diretora para abonar suas faltas. O gabinete informou, ainda, que Wladimir vai recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para impedir a cassação do mandato recomendada pelo TRE-PA.

Licenças

Problemas de saúde foram os principais motivos apresentados pelos parlamentares mais ausentes no primeiro semestre. Campeã de faltas, Elcione Barbalho (PMDB-PA) deixou de comparecer a 38 dos 54 dias de sessões. Trinta foram abonadas: 24 delas porque estava em tratamento médico e seis por participar de missões autorizadas pela Câmara.

A assessoria da parlamentar informou que Elcione, que tem 72 anos, esteve debilitada e apresentará justificativa para algumas das ausências ainda não abonadas.

Único parlamentar a faltar a todas as sessões em que sua presença era exigida (34), Aníbal Gomes (PMDB-CE) só não acumulou mais ausências que Elcione porque se licenciou do mandato quando a Câmara havia realizado apenas 36 sessões. Nesse período, ele custou mais de R$ 200 mil à Câmara.

Depois deles, a mais ausente foi a deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ). Ela justificou todas as 32 faltas. Por decisão da Mesa Diretora, Clarissa saiu de licença-maternidade em 12 de abril, mas nenhum suplente foi convocado para o seu lugar para concluir o semestre. Renato Molling (PP-RS), que faltou 20 vezes, atribuiu suas ausências à recuperação de uma cirurgia.

Até mesmo Waldir Maranhão (PP-MA), que exerceu interinamente o cargo de presidente da Câmara por dois meses, ficou entre os mais faltosos. Foram 27 ausências, todas elas justificadas em decorrência de missões autorizadas. As articulações para a eleição municipal também foram apontadas por deputados para explicar por que faltaram.

Candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, Índio da Costa (PSD-RJ) deixou 15 de suas 21 ausências no primeiro semestre sem justificativa. “Estou preparando conteúdo para a disputa, então tenho estado reunido muitas vezes com técnicos em função disso”, explicou.

As eleições municipais também embasam a explicação de Guilherme Mussi (PP-SP), que não justificou 15 das 16 faltas. “Na função de presidente estadual do Partido Progressista de São Paulo, estive muito ocupado montando o partido em todo o estado, visando às eleições municipais deste ano”, disse o parlamentar.

Luma Poleti, Congresso em Foco

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Os 17 governadores que pedalaram sem punição

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17 governadores pedalaram sem punição justiça impeachment

A adoção de malabarismos contábeis em que se baseou o pedido de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, não é exclusividade do Governo federal. A Agência Pública analisou pareceres prévios dos Tribunais de Contas dos Estados (TCEs), votos de alguns de seus conselheiros e manifestações dos Ministérios Públicos de Contas (MPCs) de 20 unidades da Federação, entre 2013 e 2014, e concluiu que, na interpretação geral do conceito, pelo menos 17 Governos teriam praticado pedaladas fiscais.

Por não se tratar de um termo técnico, é difícil cravar o que é ou não uma pedalada fiscal. De forma geral, as pedaladas são “mecanismos utilizados pelo governo para maquiar as contas públicas” – como definiu o conselheiro substituto do Tribunal de Contas do Ceará, Paulo César de Souza, na declaração de voto sobre as contas estaduais de 2014. Nos documentos examinados pela Pública foram encontrados três tipos desses mecanismos: a abertura de créditos adicionais de forma irregular, a maquiagem da meta fiscal e o cancelamento de empenhos liquidados.

Segundo análises de MPCs, de auditorias técnicas dos TCEs e de manifestações de conselheiros dos tribunais, foram detectados problemas na abertura de créditos adicionais nas contabilidade de nove governadores: Rosalba Ciarlini (DEM-RN), Roseana Sarney (PMDB-MA), Ricardo Coutinho (PSB-PB), Tarso Genro (PT-RS), Beto Richa (PSDB-PR), Siqueira Campos (PSDB-TP), Sandoval Cardoso (SD-TO), Sergio Cabral (PMDB-RJ), Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ), Antonio Anastasia (PSDB-MG), Alberto Pinto Coelho (PP-MG), e Sinval Barbosa (PMDB-MT). Em alguns casos, pela ausência de autorização legislativa – o que foi apontado como pedalada no caso da presidente, que agiu sem autorização prévia do Congresso; em outros, pela inexistência de um limite para os créditos adicionais.

A segunda pedalada consiste na violação da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) através da maquiagem das contas públicas para forjar o cumprimento das metas fiscais do governo ou através da aprovação irregular de Leis Orçamentárias Anuais (LOAs). Assim como Dilma, acusada de omitir o passivo da contabilidade oficial, teriam incorrido nesta prática os governadores Cid Gomes (PDT-CE), Marconi Perillo (PSDB-GO), Sergio Cabral (PMDB-RJ), Sinval Barbosa (PMDB-MT) e Antonio Anastasia (PSDB-MG).

O “cancelamento de empenhos liquidados”, um termo complicado para explicar o popular “calote”, também é uma forma de pedalar. O procedimento consiste em retirar das contas públicas o registro de despesas sobre serviços já efetuados ou produtos já entregues, sem pagar prestadores e fornecedores. Uma infração ao artigo 42 da LRF, que proíbe a prática para evitar, em ano eleitoral, que resultados artificiais na contabilidade gerem um rombo para os sucessores. Teriam cancelado empenhos já liquidados os governadores Eduardo Campos (PSB-PE), Raimundo Colombo (PSD-SC), Alberto Pinto Coelho (PP) e Renato Casagrande (PSB-ES).

O atraso de repasses a bancos públicos responsáveis por pagamentos de programas sociais, como o Bolsa Família, ou de linhas de financiamento, como o Plano Safra, é apontado como a pedalada mais grave do Governo Dilma. Assim, instituições financeiras teriam amargado meses de “pendura”, o que configuraria um empréstimo – e como tal, ilegal. Mas, embora não envolvam bancos estatais, manobras semelhantes teriam sido praticadas por Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e Agnelo Queiroz (PT-DF).

Ao contrário de Dilma, porém, que em 2015 teve suas contas rejeitadas por unanimidade pelo Tribunal de Contas da União (TCU), as cortes estaduais foram bem menos rigorosas no julgamento dos governadores. Nenhum deles teve a contabilidade reprovada, apesar de manifestações neste sentido por parte de alguns conselheiros solitários e dos Ministérios Públicos de Contas.

Dois pesos, duas medidas

Relator do processo de impeachment de Dilma Rousseff no Senado Federal, Antonio Anastasia (PSDB-MG) teve as contas aprovadas pelo Tribunal de Contas de Minas Gerais apesar de irregularidades cometidas no exercício de 2014. Não apenas por ele mas também pelo vice Alberto Pinto Coelho (PP) – que assumiu quando o tucano renunciou, em abril, para concorrer ao cargo de senador. Entre os problemas na gestão mineira, está a abertura de créditos suplementares de valor superior ao dobro do permitido na Lei Orçamentária Anual (LOA), alcançando um montante R$ 15,51 bilhões.

Além disso, como apontou o MP de Contas, irregularidades na própria LOA caracterizariam a abertura ilimitada de créditos adicionais, o que é proibido pela Constituição. Outro problema encontrado no estado foi o cancelamento de empenhos liquidados nos últimos oito meses de mandato, uma espécie de maquiagem de R$901,4 milhões. O artigo 42 da LRF proíbe o “pendura” de contas para o primeiro ano do mandato seguinte sem a devida dotação orçamentária. Ainda assim, os conselheiros do TCE-MG aprovaram as contas de Anastasia. No entendimento deles, tudo não passou de “impropriedades e faltas de natureza formal” sem dano aos cofres públicos.

No Paraná, o governador Beto Richa (PSDB) também apresentou uma LOA com irregularidades que permitiriam a abertura de créditos ilimitadas, como foi ressalvado na aprovação de suas contas pelo TCE. A irregularidade mais grave, porém, de acordo com o MP de Contas, foi a pedalada na meta fiscal praticada pelo governador. A Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2014 previa um superávit primário de R$ 2,3 bilhões, que acabou se convertendo em um déficit de R$ 177 milhões. Para deixar o resultado na legalidade, o Governo conseguiu, com o apoio do Poder Legislativo, reduzir em incríveis R$ 3,5 bilhões a meta de resultado primário em 2015 – e, assim, cumpri-la. Chama atenção no texto do parecer prévio aprovado pela corte de contas paranaense, que negou veementemente que o governador tenha pedalado, um trecho destacando especificamente que as manobras do governador “em nada se parecem ou se assemelham” com aquelas de Dilma Rousseff.

No Rio Grande do Norte, o conselheiro Carlos Thompson Fernandes apontou irregularidades nas contas da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) referentes ao exercício de 2013 utilizando argumentos semelhantes ao do parecer de Anastasia sobre as contas de Dilma. “Restou demonstrada a abertura de créditos adicionais suplementares e créditos adicionais especiais sem autorização legislativa. (…) Tal prática, que configura a utilização de créditos ilimitados, (…) incorre no crime de responsabilidade contra a lei orçamentária do art. 10, item 6, da Lei n 1.079/1950 [a Lei do Impeachment]”, escreveu o conselheiro. Somados os dois tipos de créditos – suplementares e especiais –, o valor alcançado foi de R$ 1,097 bilhão.

Apesar do voto de Thompson, a contabilidade de Rosalba foi aprovada com recomendações e ressalvas – espécies de “puxões de orelha” que se repetem anos a fio sem quaisquer consequências ou punições aos gestores.

No Maranhão, também em 2013, a governadora Roseana Sarney (PMDB) também abriu créditos suplementares sem a autorização do Poder Legislativo, de acordo com o Ministério Público de Contas. O valor das movimentações, de R$ 6,4 bilhões, supera o autorizado na Lei Orçamentária Anual, o que é vedado pela LRF. Embora o relator do julgamento pelo Tribunal de Contas, conselheiro Álvaro Ferreira, tenha incorporado as observações do MP, não há menção ao fato no texto final, que aprovou a contabilidade da peemedebista. No parecer prévio constam apenas recomendações gerais ao Governo.

Na Paraíba, em 2014, Ricardo Coutinho (PSB) abriu créditos extraordinários de R$ 378,7 mil por meio de medida provisória, portanto sem prévia autorização legislativa. Além disso, apontaram os auditores do Tribunal de Contas do estado, a Constituição Federal só permite a abertura de tais créditos em casos “imprevisíveis e urgentes, a exemplo daquelas ocasionadas por guerra, comoção interna ou calamidade pública”. Somada a outras irregularidades, como o descumprimento dos investimentos mínimos constitucionais em saúde e educação, a pedalada levou o MP de Contas a emitir parecer contrário à aprovação das contas de Coutinho. O Tribunal de Contas da Paraíba multou o governador em R$ 7 mil, mas findou por aprovar a contabilidade.

No Rio Grande do Sul, de acordo com o relatório do corpo técnico do Tribunal de Contas de 2014, Tarso Genro (PT) contrariou a Lei de Finanças Públicas (Lei 4.320 de 1964) que estabelece: “a abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis”, proveniente de fontes como o “excesso de arrecadação”. Os decretos assinados pelo petista se embasaram em “previsão de arrecadação” – o que não passa de uma “suposição”, como apontou o relatório.

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Por este e outros motivos – entre os quais a criação de obstáculos à devida análise da contabilidade –, o MP de Contas opinou pela emissão de parecer prévio desfavorável às contas, mas elas acabaram aprovadas por unanimidade pelos conselheiros do TCE-RS.

Outro que foi vencido pela maioria dos colegas, o conselheiro substituto do Tribunal de Contas do Ceará, Paulo César de Souza, votou pela reprovação das contas de 2014 de Cid Gomes (PDT). Entre os principais motivos, está a metodologia utilizada pelo Governo estadual para demonstrar o atingimento de superávit primário de R$ 347,7 milhões naquele ano, quando outra metodologia – definida no Manual de Demonstrativos Fiscais da Secretaria do Tesouro Nacional – resultaria em um déficit primário de R$ 1,5 bilhão.

Não há que se falar em cumprimento das metas estabelecidas se o próprio cálculo da meta não é claro ou não traduz a realidade”, frisou Souza. Uma comissão técnica do Tribunal de Contas do Ceará apontou ainda o emprego de metodologias semelhantes no Maranhão e em Pernambuco, além do Governo federal.

Em Pernambuco, ainda na gestão do falecido governador Eduardo Campos (PSB), o cancelamento de 678 empenhos liquidados no apagar das luzes de 2013 fez com que $ 395,2 milhões de despesas sumissem da contabilidade estadual. Com isso, a diferença entre receitas e despesas – chamada de resultado primário – teve um ligeiro alívio, sendo o déficit resultante reduzido de cerca de R$ 1,5 bilhão para R$ 1,2 bilhão. Campos foi outro que teve as contas aprovadas sem quaisquer ressalvas – defendidas por dois dos cinco conselheiros. O argumento para não ressalvar a chancela às contas consiste em dizer que a manipulação foi feita por um misterioso usuário não identificado, o CTB-BACTH, e não pelo governador.

Já as contas de 2014 do governador catarinense Raimundo Colombo (PSD) foram aprovadas, mas com ressalvas pelo descumprimento de metas de resultado primário, além daquelas de despesa total, nominal e da dívida consolidada líquida, “revelando um planejamento orçamentário não condizente com uma política de gestão fiscal responsável”. Tal qual em Pernambuco, o cancelamento de despesas liquidadas em Santa Catarina, “sem controle que possibilite a transparência do procedimento”, na ordem de R$ 1,3 bilhão, foi apontado com prejudicial à confiabilidade dos dados contábeis apresentados pelo Governo.

O Artigo 42

Outro ponto grave apontado na contabilidade dos governadores Beto Richa e de Cid Gomes foi a falta de demonstração clara do cumprimento do artigo 42 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que impede o descontrole dos gastos nos últimos meses de mandato. “Para a [conselheira] relatora, o desvio da norma do art. 42 imporia a rejeição das contas. Todavia, considerou que a omissão de dados e informações impede esse desfecho. Com as vênias devidas, não concordo”, pontuou o conselheiro Souza em seu voto pela condenação das contas do Ceará. “A omissão em fornecer dados pode servir para encobrir descumprimento da norma e, consequentemente, evitar as sanções legais. (…) Ou seja, todas as vezes que houver fuga da norma, basta a negativa de entrega dos dados para que o órgão fiscalizador fique inoperante”, protestou.

O artigo 42 da LRF também está no centro do debate sobre as pedaladas de Marconi Perillo (PSDB-GO). O governador teve a contabilidade posta em xeque pelo MP de Contas devido ao rombo de R$ 1,49 bilhão na conta centralizadora do Estado de Goiás – que agrupa 120 contas de secretarias, agências, fundações, autarquias, estatais, fundos especiais e empresas públicas. Embora o “empréstimo” pelo Tesouro goiano seja permitido excepcionalmente, somente em 2014 – ano em que Perillo se reelegeu – o saldo negativo foi aumentado em R$ 633,9 milhões. Além disso, o Estado deixou de distribuir R$ 149 milhões de rendimentos a diversos órgãos e entidades, elevando a dívida do Tesouro para com a conta centralizadora para R$ 1,6 bilhão.

O corpo técnico do Tribunal de Contas estadual apontou que, embora o tucano tenha cumprido as determinações do artigo 42, o feito só se deu pela apropriação dos recursos da conta centralizadora e de seu “catastrófico aprofundamento” em 2014. Para os auditores do TCE, desconsiderada a pedalada, Perillo teria incorrido em “flagrante descumprimento” do artigo 42 e em crime contra as finanças públicas. O entendimento dos conselheiros do Tribunal foi outro, entretanto, e a contabilidade do Governo estadual foi aprovada com ressalvas. Mas a independência da corte de contas foi questionada recentemente, após a divulgação de uma conversa que mostra uma espécie de aliança entre Perillo e o conselheiro Edson Ferrari.

A análise das contas de Luiz Fernando Pezão e Sérgio Cabral (PMDB-RJ) de 2014 pelos auditores do TCE do Rio de Janeiro concluiu que o artigo 42 da LRF foi descumprido em R$ 1 bilhão devido a despesas contraídas nos últimos meses do exercício sem que houvesse a necessária disponibilidade financeira. O rombo também acarretou no descumprimento das metas de resultado primário e nominal. O Governo alegava ter alcançado R$ 122,7 milhões de superávit, mas subtraídas as despesas irregulares o resultado se revelou, na verdade, um déficit de R$ 878 milhões.

O corpo técnico do TCE-RJ apontou ainda descumprimento às normas do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, da Secretaria do Tesouro Nacional, o que pode ser considerado como tentativa de maquiagem das contas públicas. “Os fatos apurados demonstram que os resultados dos demonstrativos contábeis e fiscais encaminhados a essa Corte, e divulgados para a sociedade, não são fidedignos, uma vez que os valores das obrigações assumidas pelo Governo não espelham a realidade”, diz o texto.

O Governo do Rio de Janeiro também utilizou artifícios na Lei Orçamentária Anual para abrir créditos adicionais ilimitados em áreas específicas, como pagamento de pessoal, encargos sociais, inativos, pensionistas, entre outras. “Desta forma, se está permitindo a abertura ilimitada de créditos suplementares, podendo o orçamento inicial aprovado ser totalmente alterado sem que haja necessidade de nova autorização legislativa”, diz o relatório, que conclui ter havido desrespeito à Constituição Federal. Apesar da recomendação técnica pela emissão de parecer prévio contrário às contas, a Corte de contas foi unânime em aprová-las.

“Empréstimos”

Em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) pedalou em R$332,73 milhões com recursos do Metrô — como revelou em abril o jornal Valor —, ao deixar de repassar para a companhia estatal os valores correspondentes à compensação tarifária, entre 2011 e 2014. Após a publicação da notícia, o Tribunal de Contas de São Paulo, que não havia registrado a manobra – pelo menos não nos pareceres prévios referentes aos exercícios de 2013 e 2014 –, solicitou então informações ao Governo estadual sobre o caso, que poderá ser abordado nas contas de 2015.

Alckmin não foi o único a fazer espécies de empréstimos dentro do próprio Governo. No Distrito Federal, o governador Agnelo Queiroz (PT) – cujos sucessivos recursos impediram, até o momento, o julgamento das contas de 2014 – teve a contabilidade de 2013 aprovada com ressalvas. O TC-DF apontou que não foi investido um real sequer em seis dos 30 fundos setoriais – de apoio à pesquisa, ao esporte, de fomento à indústria, entre outros. Treze fundos tiveram ainda execução reduzida, inferior à metade do que havia sido disponibilizado.

Além disso, no encerramento do exercício financeiro daquele ano, o Governo determinou que os saldos não utilizados pelos fundos até 26 de dezembro fossem devolvidos, o que afronta a Lei de Finanças Públicas. Ela determina que, salvo determinação em contrário, os recursos remanescentes devem ser mantidos no mesmo fundo no ano seguinte. Somente o Fundo de Apoio à Pesquisa foi ressalvado da aprovação das contas. O TCE recomendou ao Governo reavaliar a necessidade e viabilidade dos demais.

O Tribunal de Contas do DF também ressalvou da aprovação o descumprimento da meta de resultado primário previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2013. Inicialmente superavitária em R$ 10 milhões, ela foi reduzida, dentro do exercício, para um déficit de R$ 510 milhões. Ainda assim, o Governo não conseguiu atingi-la, terminando o ano no vermelho em R$ 1,2 bilhão – pior resultado no DF, até então, frisou o TC-DF, desde a edição da LRF, em 2000.

No Espírito Santo, o MP de Contas se manifestou pela emissão de parecer prévio contrário à contabilidade de 2014 de Renato Casagrande (PSB). O órgão considerou que houve uma pedalada de R$531,8 milhões nos recursos para a manutenção e desenvolvimento do ensino, montante realocado para o pagamento de benefícios previdenciários a servidores públicos inativos e pensionistas. Com a espécie de empréstimo, o Governo acabou por não cumprir o investimento mínimo em educação previsto na Constituição Federal.

Além disso, o MPC-ES também apontou a realização de despesas sem prévio empenho na ordem de R$ 300 milhões, além do cancelamento indevido de empenhos, levando a imprecisões e irregularidades nos demonstrativos fiscais do Governo, “além de impossibilitar o conhecimento da real disponibilidade de caixa do Estado ao final do exercício financeiro de 2014”. A manobra também teria empurrado despesas para o exercício seguinte. O TCE-ES, entretanto, se manifestou de forma unânime pela aprovação de parecer prévio favorável às contas.

Tocantins, Mato Grosso e Bahia

No Tocantins, a Lei Orçamentária Anual para 2014, de responsabilidade do governador Siqueira Campos (PSDB), foi criticada pelos auditores do TCE por apresentar limites para a abertura de créditos suplementares apenas para parte das despesas, contrariando a Constituição Federal. Não foram estabelecidos limites para suplementação de gastos com convênios, amortização da dívida, pessoal e encargos, entre outros. Campos e o vice renunciaram em consequência de articulações eleitorais, tendo sido Sandoval Cardoso (SD), então presidente da Assembleia Legislativa, eleito para o comando estadual por meio de uma eleição indireta. Os auditores apontaram que, ao contrário do que indicou o Governo, não havia disponibilidade de caixa para honrar todas as despesas dos últimos meses de mandato. Apesar de o Poder Executivo alegar disponibilidade de caixa líquida, ao final do exercício, de R$ 431,2 milhões, se incluídas as despesas “esquecidas”, de R$ 681,1 milhões, o valor na verdade seria negativo em R$250 milhões.

Sinval Barbosa (PMDB), governador do Mato Grosso, foi outro cuja Lei Orçamentária Anual, em 2014, não estipulou limites para a abertura de créditos adicionais em determinados setores, o que “significa um verdadeiro ‘cheque em branco’”, conforme pontuou o MP de Contas de Mato Grosso. “Na prática, houve uma subversão das regras constitucionais e legais das regras do processo orçamentário”, diz ainda o parecer da instituição sobre os R$1,13 bilhão.

Além disso, os dados entregues pelo Governo mato-grossense confundiram os auditores do TCE-MT quanto ao cálculo do superávit financeiro. De um documento para outro, o montante saltou de R$ 950 milhões para R$ 4,8 bilhões. “Note-se que não se trata de mera disparidade formal. (…) Isso sinaliza que os créditos adicionais foram abertos sem uma referência segura de recursos para custeá-los, o que, por si só, já implica desobediência das normas relativas ao equilíbrio financeiro”, repudiou o MP de Contas, que votou contra a aprovação da contabilidade de Sinval Barbosa. O TCE, contudo, promoveu a aprovação sem ressalvas, apenas com recomendações.

A auditoria do TCE da Bahia apurou que o Governo Jaques Wagner (PT) não computou na despesa com pessoal de 2014 um total de R$ 228,3 milhões referentes a despesas com prestadores de serviços temporários e ao desconto indevido de parte do 13º salário de 91.743 servidores, o que teria ocorrido por falha no processamento da folha de pagamento. Caso tivesse sido incluído, o montante oculto elevaria as despesas com pessoal do Poder Executivo de 45,48% para 46,36% da Receita Corrente Líquida. Com isso, o Estado ultrapassaria o limite de alerta previsto na LRF (46,17%), apontou a auditoria, e sofreria uma série de restrições, como a proibição de criação de cargos, de concessão de aumentos a servidores (com algumas poucas exceções) e contratação de horas extras.

Exceções

Embora tenham desrespeitado pontualmente a LRF, não é possível afirmar que alguns governadores tenham pedalado, uma vez que não houve maquiagem de dados contábeis, abertura de créditos adicionais sem autorização legislativa ou em valor superior ao permitido, ou ainda a tomada de “empréstimo” de fundos e empresas estatais. É o caso de Simão Jatene (PSDB-PA), Jackson Barreto (PMDB-SE), e José Melo (Pros-AM). Apesar disso, o pouco rigor dos Tribunais de Contas pode ser percebida em alguns casos, como em Sergipe.

Eleito vice, Jackson Barreto assumiu o Governo em dezembro de 2013, após a morte do então governador Marcelo Déda (PT). O peemedebista teve as contas aprovadas com ressalvas pelo TCE. A Corte puxou a orelha do Executivo estadual pela manutenção de elevados gastos com pessoal, desde 2011, em patamar superior ao limite prudencial da LRF. Em 2014, o montante de despesas com a folha de pagamento do Poder Executivo alcançou 48%. Foi quando o TCE finalmente se manifestou com maior rigor, ameaçando reprovar a contabilidade estadual nos exercícios seguintes caso não sejam adotadas medidas efetivas para sanar o problema.

No Amazonas, embora não tenham sido identificadas pedaladas nas contas de Omar Aziz (PSD) e José Melo (Pros-AM), com base na auditoria e no parecer prévio do Tribunal de Contas, a Lei Orçamentária Anual aprovada pelo primeiro e executada principalmente pelo segundo – Aziz renunciou em abril para concorrer ao Senado Federal – chama a atenção pela generosíssima margem de realocação de recursos estipulada, de até 40% do orçamento inicial. Assim, por mais que ao final do exercício o Executivo tenha aberto R$ 4,6 bilhões de créditos suplementares, representando 31,48% do que fora inicialmente previsto na LOA, não houve irregularidade.

Em algumas unidades da Federação, o ritmo de apreciação das contas pelos tribunais é tão lento que mandatos chegam ao fim sem que se saiba como o dinheiro público foi gerido na maior parte do tempo. São os casos do Piauí, cujo último ano em que houve elaboração de parecer prévio pelo TC foi 2012, e de Rondônia (2011). Além disso, a reportagem não teve resposta sobre os pedidos de documentação relativa às contas de Mato Grosso do Sul, Roraima, Acre, Alagoas e Amapá.

El País

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Luis Fernando Verissimo: Somos os palhaços do impeachment

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Discurso de Dilma Rousseff no Senado Federal (reprodução)

Luis Fernando Verissimo*

Depois da provável cassação da Dilma pelo Senado, ainda falta um ato para que se possa dizer que la commedia è finita: a absolvição do Eduardo Cunha. Nossa situação é como a ópera “Pagliacci”, uma tragicomédia, burlesca e triste ao mesmo tempo. E acaba mal. Há dias li numa pagina interna de um grande jornal de São Paulo que o Temer está recorrendo às mesmas ginásticas fiscais que podem condenar a Dilma. O fato mereceria um destaque maior, nem que fosse só pela ironia, mas não mereceu nem uma chamada na primeira página do próprio jornal e não foi mais mencionado em lugar algum.

A gente admira o justiceiro Sérgio Moro, mas acha perigoso alguém ter tanto poder assim, ainda mais depois da sua espantosa declaração de que provas ilícitas são admissíveis se colhidas de boa-fé, inaugurando uma novidade na nossa jurisprudência, a boa-fé presumida. Mas é brabo ter que ouvir denúncias contra o risco de prepotência dos investigadores da Lava-Jato da boca do ministro do Supremo Gilmar Mendes, o mesmo que ameaçou chamar o então presidente Lula “às falas” por um grampo no seu escritório que nunca existiu, e ficou quase um ano com um importante processo na sua gaveta sem dar satisfação a ninguém. As óperas também costumam ter figuras sombrias que se esgueiram (grande palavra) em cena.

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O Eduardo Cunha pode ganhar mais tempo antes de ser julgado, tempo para o corporativismo aflorar, e os parlamentares se darem conta do que estão fazendo, punindo o homem que, afinal, é o herói do impeachment. Foi dele que partiu o processo que está chegando ao seu fim previsível agora. Pela lógica destes dias, depois da cassação da Dilma, o passo seguinte óbvio seria condecorarem o Eduardo Cunha. Manifestantes: às ruas para pedir justiça para Eduardo Cunha!

Contam que um pai levou um filho para ver uma ópera. O garoto não estava entendendo nada, se chateou e perguntou ao pai quando a ópera acabaria. E ouviu do pai uma lição que lhe serviria por toda a vida:

— Só termina quando a gorda cantar.

Nas óperas sempre há uma cantora gorda que só canta uma ária. Enquanto ela não cantar, a ópera não termina.

Não há nenhuma cantora gorda no nosso futuro, leitor. Enquanto ela não chegar, evite olhar-se no espelho e descobrir que, nesta ópera, o palhaço somos nós.

*Luis Fernando Verissimo é um escritor, humorista,cartunista, tradutor, roteirista de televisão, autor de teatro e romancista bissexto.

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Jornal Britânico condena golpe contra Dilma em carta aberta: “Insulto à democracia”

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The guardian condena impeachment golpe democracia
Jornal The Guardian condena processo de impeachment contra Dilma Rousseff (reprodução)

Revista Fórum

No último dia 26, o jornal britânico The Guardian publicou uma carta aberta, assinada por 20 pessoas, que aponta como um “insulto à democracia” a continuidade do processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff.

O texto critica o governo interino de Michel Temer e aponta sua falta de legitimidade para implantar diretrizes que provoquem retrocessos nos programas sociais que “tiraram 40 milhões de pessoas da pobreza”.

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A publicação condena a o que caracterizou como “um erro dos parlamentares ao apoiarem a suspensão e afastamento de Dilma, reiterando o ato como um desrespeito às urnas, pelas quais a presidenta foi eleita com 54 milhões de votos”.

Confira o texto na integra:

We condemn the suspension of President Dilma Rousseff in Brazil. It is thoroughly wrong that a few parliamentarians trample upon the political will expressed at the ballot box by 54 million Brazilians. The new government has shown its true colours by appointing a non-representative, all-male, cabinet and launching neoliberal policies that will hurt millions of working and poorer people. The interim government has no mandate to implement policies that reverse the social programmes that took 40 million people out of poverty. We join Brazil’s progressive political and social movements, and groups from across global civil society including the trade union movement, in condemning this attempt to overthrow democracy in Brazil.

Richard Burgon MP (Labour)
Ruth Cadbury MP (Labour)
Jim Cunningham MP (Labour)
Andrew Gwynne MP (Labour)
Kelvin Hopkins MP (Labour)
Ian Lavery MP (Labour)

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Clive Lewis MP (Labour)
Rachael Maskell MP (Labour)
Angus MacNeil MP (SNP)
Grahame Morris MP (Labour)
John Nicolson MP (SNP)
Liz Saville Roberts MP (Plaid Cymu)
Tommy Sheppard MP (SNP)
Lord Jeremy Beecham (Labour)
Lord Martin John O’Neill (Labour)
Jenny Rathbone AM (Welsh Assembly, Labour)
Claudia Beamish MSP (Labour)
Neil Findlay MSP (Labour)
Iain Gray MSP (Labour)
Elaine Smith MSP (Labour)

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Temer é empossado e empresários já falam em usurpar direitos e conquistas sociais

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Michel Temer empresários direitos trabalhistas
Michel Temer e Robson Braga de Andrade, presidente da CNI (divulgação)

Com o resultado de ontem (31) da votação do impeachment no Senado ainda repercutindo na mídia e redes sociais, os empresários já falam em atacar direitos sociais e trabalhistas. “A nossa expectativa é que o governo seja perseverante com as reformas estruturais, necessárias para a solução de problemas crônicos do país. É urgente fazermos a reforma da Previdência Social e modernizar a legislação trabalhista”, afirmou hoje por meio de nota o presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Braga de Andrade.

Já a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) preferiu sair em defesa da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que enviada pela equipe econômica de Michel Temer ao Congresso pleiteia o congelamento do orçamento do poder público por um período de 20 anos, admitindo apenas correção de inflação do ano anterior – a medida tem sido fortemente rejeitada por movimentos sociais e trabalhadores por impedir ganhos reais do orçamento para o atendimento de demandas sociais.

“Junto com a Frente Parlamentar da Indústria de Máquinas e Equipamentos (FPMAQ), nós apoiamos a votação, o mais rápido possível, da PEC da limitação dos gastos públicos e incentivamos as reformas da Previdência e trabalhista”, afirmou em nota o presidente executivo da Abimaq, José Velloso.

Na linha de uma abordagem ufanista, o presidente do sindicato que representa as empresas do setor imobiliário, o Secovi-SP, Flávio Amaury, afirma que com o golpe parlamentar “o Brasil inicia hoje uma das mais esperadas fases de sua história. Temos um novo presidente da República: Michel Temer, um cidadão que se revela firmemente comprometido com o povo brasileiro e com o futuro da Nação”.

Animado com a mudança de governo, Amaury não poupa nem mesmo as destinações constitucionais para saúde e educação:

“Espera-se de Michel Temer determinação para enfrentar questões complexas, como a reforma da Previdência, a reforma tributária e, entre outras, a PEC 241, que limita os gastos públicos em todas as esferas a um teto corrigido pela inflação do ano anterior e quebra as vinculações orçamentárias constitucionais para setores como saúde e educação”.

Os empresários tentam por meio de suas entidades mostrar união em torno do nome de Temer, mas na prática estão divididos, como de resto toda a sociedade brasileira. É o que mostra uma pesquisa com empresários, divulgada hoje pela Câmara Americana de Comércio (Amcham).

“A votação do impeachment vem retardando investimentos e decisões estratégicas em empresas brasileiras, segundo 48% dos diretores e gestores financeiros ouvidos pela Amcham, em pesquisa aplicada no último dia 23, durante edição do CFO Fórum promovido em São Paulo. Outros 35% dos consultados afirmam que a indefinição política não é um fator de impacto no adiamento de investimentos e estratégias de negócio, e 17% preferiram não declarar ou avaliar impacto”, afirma o texto de divulgação da pesquisa realizada com 155 executivos de empresas.

RBA

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Os 61 deputados que tentaram salvar Eduardo Cunha

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eduardo cunha deputados votos cassação
Os 10 deputados que votaram pela absolvição de Eduardo Cunha não são os únicos que tentaram salvar o ex-presidente da Câmara de ser cassado. Outros 9 se abstiveram e 42 se ausentaram de caso pensado

Eduardo Cunha (PMDB-RJ) teve o apoio de apenas 61 deputados na votação de sua cassação —10 parlamentares defenderam sua absolvição, 9 se abstiveram e houve 42 ausências.

Entre os que se posicionaram contra a punição ao peemedebista está o líder do governo de Michel Temer na Câmara, André Moura (PSC-SE). Alçado à função devido ao apoio de Cunha, o deputado só foi ao plenário nos últimos minutos da votação e apertou o botão de abstenção.

Outros que se mantiveram ao lado do agora deputado cassado foram os deputados Marco Feliciano (PSC-SP), Carlos Marun (PMDB-MS) e Paulinho da Força (SD-SP), que votaram por sua absolvição, e Jovair Arantes (PTB-GO), que não apareceu na sessão.

Carlos Andrade (PHS-RR), que disse ter achado Cunha um “bom presidente”, votou contra. As deputadas Jozi Araújo (PTN-AP), Dâmina Pereira (PSL-MG) e Júlia Marinho (PSC-PA) e os deputados Wellington Roberto (PR-PB), Arthur Lira (PP-AL) e João Carlos Bacelar (PR-BA) também votaram pela absolvição.

Confira abaixo a lista dos 61 deputados que tentaram salvar Eduardo Cunha:

(VOTARAM ‘NÃO — 10)

1

Carlos Marun (PMDB)

Paulinho da Força (SD)

3

Pr. Marco Feliciano (PSC)

4

Dâmina Pereira (PSL)

5

João Carlos Bacelar (PR)

6

Arthur Lira (PP)

7

Wellington Roberto (PR)

8

Júlia Marinho (PSC)

9

Jozi Araújo (PTN)

10

Carlos Andrade (PHS)

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(VOTARAM ‘ABSTENÇÃO’ — 9)

– Laerte Bessa (PR-DF)
– Rôney Nemer (PP-DF);
– Alfredo Kaefer (PSL-PR);
– Nelson Meurer (PP-PR);
– Alberto Filho (PMDB-MA);
– André Moura (PSC-SE);
– Delegado Edson Moreira (PR-MG);
– Mauro Lopes (PMDB-MG);
– Saraiva Felipe (PMDB-MG)

(AUSENTES — 42)

DEM
Marcos Soares (DEM-RJ)

PDT
Roberto Góes (PDT-AP)

PEN
Junior Marreca (PEN-MA)

PHS
Marcelo Aro (PHS-MG)
Marcelo Matos (PHS-RJ)

PMB
Pastor Luciano Braga (PMB-BA)

PMDB
Fábio Reis (PMDB-SE)
Fernando Jordão (PMDB-RJ)
Hugo Motta (PMDB-PB)
Jéssica Sales (PMDB-AC)
José Priante (PMDB-PA)
Leonardo Quintão (PMDB-MG)
Pedro Chaves (PMDB-GO)
Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC)
Soraya Santos (PMDB-RJ)
Washington Reis (PMDB-RJ)

PP
Cacá Leão (PP-BA)
Guilherme Mussi (PP-SP)
Hiran Gonçalves (PP-RR)
Iracema Portella (PP-PI)
Luis Fernando Faria (PP-MG)

PR
Adelson Barreto (PR-SE)
Aelton Freitas (PR-MG)
Edio Lopes (PR-RR)
Gorete Pereira (PR-CE)
Vinicius Gurgel (PR-AP)

PRB
Lindomar Garçon (PRB-RO)

PROS
Felipe Bornier (PROS-RJ)
Toninho Wandscheer (PROS-PR)

Solidariedade

Francischini (PR)

PTN

Alexandre Baldy (GO)
Dr. Sinval Malheiros (SP)
Luiz Carlos Ramos (RJ)

PTB

Cristiane Brasil (RJ)
Josué Bengtson (PA)
Jovair Arantes (GO)
Nelson Marquezelli (SP)
Sérgio Moraes (RS)

PSD

Marcos Reategui (SP)
Raquel Muniz (MG)

PSC

Gilberto Nascimento (SP)
Takayama (PR)

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Aliados de Eduardo Cunha em foto famosa se escondem em momento decisivo

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eduardo cunha deputado cassado
(Imagem: Folhapress)

Protagonistas de uma imagem que registrou o momento da celebração pela vitória do então ‘todo-poderoso’ Eduardo Cunha (PMDB) na eleição para a presidência da Câmara Federal, muitos aliados agora se esconderam na votação que cassou o mandato do deputado peemedebista.

Eduardo Cunha foi cassado na última segunda-feira (12) por 450 votos a favor, 10 contra e nove abstenções.

Hugo Motta (PMDB-PB), André Moura (PSC-SE) e Jovair Arantes (PTB-GO) não posaram ao lado de Cunha desta vez.

Ao longo de sua passagem na presidência da Câmara, Motta, Jovair e André Moura se notabilizaram pelo apoio ao então comandante da Casa e, com o apoio de Cunha, protagonizaram algumas das comissões mais midiáticas da Câmara.

Motta, que teve a mãe presa e avó afastada de cargo público nesta semana, foi escolhido como presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras.

eduardo-cunha

André Moura foi escolhido como presidente da comissão especial da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que previa a redução da maioridade.

Jovair Arantes, por sua vez, foi o relator da comissão especial do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Apesar do apoio dado pelo ex-presidente da Câmara aos três, nenhum dos dois votou contra a cassação de Cunha. Motta e Arantes preferiram se ausentar. André Moura, que agora exerce a função de líder de Michel Temer na Câmara, foi à sessão, mas se absteve.

Ao não comparecer ou ao se abster, os deputados tentaram favorecer Cunha, pois um deputado só é cassado quando ao menos 257 colegas — de um total de 513 — votam a favor da perda do mandato.

Abaixo, uma imagem emblemática de outra figura que não tem mandato parlamentar [ainda] mas deveria se justificar:

kataguiri-e-cunha

Kim Kataguiri e Eduardo Cunha em encontro para discutir o impeachment de Dilma Rousseff.

kataguiri-cunha

Kim Kataguiri e membros do MBL em reunião com Eduardo Cunha.

com informações de Leandro Prazeres, Uol

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Eduardo Cunha se diz traído por Michel Temer: “não fez nada por mim”

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Eduardo Cunha Michel Temer cassado
Eduardo Cunha e Michel Temer (Ag. O Globo/André Coelho)

O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) teve seu mandato cassado nos últimos minutos da segunda-feira (12), marcando o fim de uma força política que fez avançar o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Sem sair da linha polêmica que vinha seguindo, Cunha caiu atirando e apontou o governo de Michel Temer como um dos culpados pela perda do mandato.

Um emissário do Planalto, em reunião com Cunha, tentou colocar panos quentes. “Eduardo, o governo não pode tudo”, explicou. Mas Cunha não se convenceu. Patrono do impeachment, cobrava lealdade por colocar Michel Temer na Presidência.

Acabou expulso do Congresso sob as barbas do governo que ajudou a empossar e pelas mãos do grupo político que ele próprio fortaleceu. Abatido, com olheiras e mais calado do que o normal, confidenciava a amigos horas antes da cassação: “O Michel não fez nada por mim”.

Eduardo Cunha também guarda mágoas em razão do apoio do governo Temer à candidatura de Rodrigo Maia (DEM) à presidência da Câmara. “Eu culpo o governo Temer por ter patrocinado a candidatura do presidente que se elegeu [Maia]. Com esse apoio, de certa forma, o governo aderiu à agenda da minha cassação”, disse.

Além de reclamar de Michel Temer nesta segunda, Eduardo Cunha criticou muito Moreira Franco, secretário do presidente. O único poupado foi Geddel Vieira Lima — “esse sempre foi correto comigo”, dizia ele.

O que vem agora?

Cunha deu pistas do que vem por aí. “Contarei tudo do impeachment”. Ele espera lançar um livro sobre os bastidores da deposição de Dilma Rousseff em dois meses.

A cassação do deputado marca o fim, ao menos por ora, de sua carreira política, já que com a Lei da Ficha Limpa a perda do mandato o deixa inelegível por oito anos, mas não encerra a controvérsia que cerca o deputado.

Cresce agora, no ambiente político, o temor que faça uma delação premiada no âmbito da Lava Jato, podendo envolver integrantes do atual governo.

Questionado por jornalistas se faria este tipo de acordo, Cunha afirmou que apenas criminosos fazem delação. “Não cometi crimes e não tenho o que delatar”, afirmou.

De líder do impeachment a deputado cassado

Cunha saiu de um contexto em que era uma das principais lideranças políticas do Congresso para uma situação de debandada de aliados. Antes, no tempo em que presidiu a Câmara entre 2015 e 2016, reuniu um grupo de parlamentares da base do governo Dilma que sob seu comando impôs derrotas importantes em votações caras ao Palácio do Planalto.

O grupo de mais de 200 parlamentares tornou-se uma tropa capaz de prolongar a tramitação do processo de cassação por quebra de decoro parlamentar que Cunha sofreu sob a acusação de ter mentido quando depôs espontaneamente à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras.

Na ocasião, negou ter contas no exterior, mas documentos dos Ministérios Públicos da Suíça e do Brasil apontaram a existência de contas dele e de familiares no país europeu.

Ainda assim, Cunha mantinha sua força política junto ao grupo de mais de 200 parlamentares e ganhou especial interesse de integrantes da oposição a Dilma, que viam no deputado a chance de levar adiante um impeachment da então presidente.

Passou a ver sua força diminuir quando o Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou denúncia e o transformou em réu, em março deste ano.

Em maio, o STF determinou seu afastamento do cargo de presidente da Câmara e a suspensão de seu mandato. Em junho, o deputado tornou-se réu em uma segunda ação penal.

VEJA TAMBÉM:
Aliados de Cunha em foto famosa se escondem no momento decisivo

com agências

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“Peguei muito sol”, diz deputada que faltou à sessão que cassou Eduardo Cunha

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Raquel Muniz Eduardo Cunha votação
(Imagem: A deputada Raquel Muniz)

Aclamado como o homem mais influente do Congresso Nacional até pouco tempo atrás, Eduardo Cunha (PMDB) viu seus aliados sumirem repentinamente.

Apenas 10% da Câmara apoiou o ex-deputado na sessão que cassou o seu mandato. Somados os votos por sua absolvição (10), as abstenções (9) e as ausências (42), 61 deputados ficaram ao seu lado.

Entre eles uma personagem que ganhou projeção na votação do processo de impeachment de Dilma Rousseff, a deputada Raquel Muniz (PSD-MG).

O marido, então prefeito de Montes Claros (MG), foi preso sob acusação de corrupção um dia depois de ela citá-lo na tribuna da Câmara, na sessão do impeachment.

Raquel Muniz não apareceu na cassação de Cunha, nesta segunda (12).

“Eu não estava bem. Estou em campanha no meu Estado, fiz uma caminhada muito longa e acho que peguei uma insolação”, afirmou a deputada.

Questionada sobre sua posição, afirma que votaria a favor de Cunha. “Foi um bom presidente, deu celeridade à Casa, não tenho nada contra ele”, disse.

Outro aliado de Cunha que não deu as caras foi o líder da bancada do PTB, Jovair Arantes (GO), indicado pelo peemedebista para relatar o processo de impeachment de Dilma. “Achei melhor não ir, simples assim.”

As ausências contaram a favor de Cunha. Era preciso pelo menos 257 votos para que ele perdesse o mandato.

Entre os dez deputados que votaram pela inocência de Cunha, Carlos Marun (PMDB-MS) foi o que mais se dispôs a defendê-lo publicamente.

“Faria tudo de novo. A tendência é até de a minha votação crescer nas próximas eleições. As pessoas buscam políticos com coragem de defender aquilo que pensam.”

Marun afirma não ter se convencido de um delito que justificasse a cassação.

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José Serra comete gafe ao explicar o que são os BRICS

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josé serra brics gafe resposta

Luis Nassif, Jornal GGN

Quando José Serra assumiu o Ministério das Relações Exteriores se sabia que era jejuno em política externa.

Quando demonstrou desconhecer o que era NSA (Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos) deu-se algum desconto (relembre aqui), devido ao fato de ser uma agência cujos protagonismo só se tornou visível mais recentemente. Mas já era falta grave.

Quando passou a afrontar a Venezuela, o Uruguai, a externar misoginia no México, julgou-se que fosse apenas a assimilação do jornalismo de esgoto que ele ajudou a criar e estimular.

Quando levou Fernando Henrique Cardoso como assessor especial para o confronto com a Venezuela na reunião do Mercosul, julgou-se que fosse apenas o medo de enfrentar situações complexas, que o acompanha desde os tempos de governador do Estado.

Mas a divulgaçào do vídeo (assista abaixo) com um Serra tatibitate, sem saber os países que compõem os BRICS, incluindo a Argentina e não sabendo sequer o país representado por cada letra da sigla, acende um sinal amarelo. É possível que a Junta Governativa do país tenha colocado como chanceler uma pessoa com sinais avançados de decrepitude.

VÍDEO:

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Nomeada por Temer para chefiar AGU diz que “não lembrava” que era tucana

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ministra AGU psdb tucana

A nova ministra da Advocacia-Geral da União (AGU), Grace Maria Fernandes Mendonça, é filiada ao PSDB desde 30 de abril de 1997, mas diz que não se lembrava que pertencia aos quadros do partido.

A informação foi publicada em primeira mão pela coluna Expresso, do site da revista Época, que mostrou o registro da advogada-geral da União na página do Tribunal Superior Eleitoral.

Grace afirma que nunca participou da vida partidária do PSDB no Distrito Federal e que se surpreendeu ao ver seu nome de solteira na relação dos filiados tucanos.

“A advogada-geral da União afirma que se surpreendeu com este registro, o qual não se recorda de ter feito. Em consulta ao TSE, entretanto, verificou-se a existência da filiação, datada de 1997, em que consta o nome de solteira da ministra: Grace Maria Lima Fernandes”, afirmou em nota enviada por sua assessoria.

“A advogada-geral reitera que jamais participou de atividade partidária por qualquer agremiação. Sua atuação à frente da Advocacia-Geral da União é eminentemente técnico-jurídica e voltada ao exercício de uma advocacia pública de Estado”, acrescentou.

A única ministra nomeada pelo presidente Michel Temer adiantou que vai pedir desfiliação do PSDB. “Diante deste fato, ainda que reconhecendo a importância das legendas no Estado Democrático de Direito, Grace Maria Fernandes Mendonça vai, cordialmente, solicitar sua imediata desfiliação”, completou a assessoria.

Grace assumiu a AGU no último dia 14, no lugar de Fábio Medina, demitido após se desentender com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. Medina deixou o cargo acusando integrantes do governo de tentarem interferir nas investigações da Operação Lava Jato para poupar aliados.

Congresso em Foco

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